Half-blood Princess escrita por Clara de Col


Capítulo 20
Se fazendo de difícil


Notas iniciais do capítulo

Hey amores (:
Mil desculpas pela demora, não vou ficar aqui chorando por que vocês querem o cap novo não é mesmo?
HAHAHA



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— De jeito nenhum. — disse ele, vagarosa e friamente. Lucy bateu o pé.

Sabia que seria difícil convencer Snape de passar um tempo na Toca, mas não pensava que seria absolutamente complicado.

— Snape, daqui apenas alguns dias eu vou para a sua casa. — ela afirmou, e ele a olhou, como quem falasse “e dai?” A bruxa suspirou — E eu definitivamente não queria isso.

Não pareceu ajudar muito, e ainda por cima, Snape praticamente a enxotou da sala no fim da aula dupla de Poções na segunda. A sua ultima segunda em Hogwarts. Irritada, ela correu até o Salão principal para o jantar. O dia passara tão rápido quanto a semana passada. Sua mãe deixara um segundo malão com o resto de suas roupas, e algumas fotos. Lucy não se sentia tão culpada por nem ter se despedido de Georgie. Ela fora dissimuladamente má com os Gêmeos. As únicas pessoas com que Lucy conversava em Hogwarts no momento.

Violet a olhava de esguelha nas refeições e nas aulas, como se ela devesse pedir desculpas. Era um pouco tediante não ter ninguém para conversar no Salão comunal, na mesa da Sonserina e até nas aulas. Mas ela estava sobrevivendo.

— Ele só está se fazendo de difícil. — disse Fred, depois do jantar, enquanto eles se acomodavam na arquibancada da Grifinória.

— Ok. Agora me diga o porquê. — Lucy resmungou enfiando um dos bolinhos que raptou no jantar na boca.

Fred fingiu pensar, fazendo pose de ditador. Depois levantou as sobrancelhas.

— Por que nós sempre gostamos mais do que é difícil. — ele concluiu. Lucy revirou os olhos.

— Certo, agora é só você se lembrar que Snape é meu pai, e não um pretendente. — disse ela, cansada. — Achava que já tinha superado isso de passar as férias na casa dele, mas então pensei: O que diabos eu vou fazer para o tempo infernal passar?

— Às vezes a casa do Snape tem aqueles corrimões largos na escada e você pode ficar escorregando. — sugeriu Jorge, que montado na vassoura, voava perto dali parando de minuto em minuto para dar uma sugestão inútil.

— E se não tiver? — ela enfiou a cabeça no meio dos joelhos, fechando os olhos e sentindo o sangue se acumular nas orelhas.

— Ora, é muito simples... Você pula a janela. — brincou Fred. Ela levantou a cabeça com um sobressalto. O sorriso de Fred sumiu.

— Lucy... Isso foi uma zoeira ok?

Estava decidido. Ela passaria uma semana na casa de Snape, fingindo a boa menina, e depois fugiria para a Toca. É claro que seria o primeiro lugar em que Snape a procuraria, mas pelo menos ela teria um pouco de adrenalina nessas férias em vez de ficar escorregando pelos corrimões.

A semana se seguiu como um borrão. Ela não tocou mais no assunto com Snape, e ele até pareceu... Grato? Deixando-a levar Emm para a Mansão. Como se ela não fosse o fazer de qualquer jeito. Na quinta-feira, Lucy já não aguentava mais. Sabia que passaria uma semana tortuosa na casa de Snape, mas seu plano de fuga já estava mais que arquitetado. E ela não podia evitar... Estava com um pouco de medo. Não é como se a Mansão Snape fosse cheias de calabouços e paredes pretas, mas ela não fazia a menor ideia do que a esperava.

Saindo da aula de Feitiços, sozinha, na sexta-feira, parecia que ela não aguentaria até o final do dia. E ainda havia Sábado e Domingo para aturar até ir embora de Hogwarts de vez. Por aquele ano. Era obvio que tinha saído uma nova edição no Princesa Mestiça aquela manhã, mas ela nem se preocupou em ver o que era. Os dedos que tinham cessado voltavam a apontar para ela, os sussurros e risinhos maliciosos também faziam novas visitas. Lucy só não sabia até quando tudo aquilo teria graça. Fred falara á ela que duraria pouco, e que parariam de falar com o tempo, mas o tempo não passava.

— Será que depois das férias ela vai parar de pegar no meu pé? — ela perguntou meio que para ela mesma, no intervalo do primeiro período, no dormitório dos Gêmeos.

— Nem sei por que ela encanou tanto com você. — Jorge franziu o cenho. — Tenho certeza que existem fofocas mais interessantes.

Lucy não sabia mais como deveria considerar uma frase como aquela. Um elogio ou um insulto. A verdade era que aquele maldita coluna e toda aquela atenção estavam ganhando um espaço perigoso que ela não queria.

— Deve estar sem tempo para criar boatos melhores. — comentou Lucy. — Me dá logo isso!

Ela agarrou o Profeta Diário das mãos de Jorge, que estava deitado no tapete com Emm dormindo no seu colo. Nevava tanto lá fora, que nenhum dos três se atreveu a ir até o carvalho. Ninguém saia mais.

Princesa Mestiça, por Rita Skeeter.

Vamos as novidades da ultima e muito nostálgica semana de Lucy Snape na escola de magia e bruxaria Hogwarts:

Férias na casa do Papai Snape? Isso não vai ser nem um pouco agradável. “Duvido que ela aguente um dia,” comenta o aluno lufano Ernesto McMillan.

Um romance á três? Parece que os novos “companheiros” da nossa querida Snape estão cada vez mais próximos da bruxinha que já teve altos romances na escola. “Ela afastou todos os amigos verdadeiros para passar o tempo com os Weasley, é nojento.” Comentou sua colega de quarto, Violet.

Lucy parou de ler, o rosto vermelho de raiva.

— COMO UMA BOSTA DESSAS FOI ACONTECER? — ela enfiou a cabeça num travesseiro e abafou um grito. — Violet, aquela megera, falando de mim para RITA SKEETER!

Jorge e Fred se entreolharam e não falaram nada.

— UM ROMANCE Á TRES? — Lucy balançou a cabeça — Agora essa quenga louca foi longe demais.

— Não vai terminar de ler? — perguntou Jorge, sem mais nem menos. Lucy o olhou, boquiaberta.

— Para quê? Tem coisa pior?

Parece que seu romance com Simas Finnigan explodiu de vez.  Nossas fontes afirmam que tudo foi por causa que ela nem contara a ele sobre suas origens...

— Chega. — ela jogou o jornal no chão e se levantou.

Eles a olharam, confusos.

— Tenho que fazer alguma coisa para acabar com essa vadia.

É claro que fora da boca para fora, afinal o que Lucy faria com Rita Skeeter? A atiraria de uma ponte? Ela nem sabia por onde a criatura andava. No Sábado, houve uma ultima visita para Hogsmeade. Pelo visto, o assassino Sirius Black estava preso em alguma torre de Hogwarts, apenas aguardando sua sentença. Dumbledore decidiu que o melhor para os alunos dar “uma volta” enquanto os Dementadores passeavam pelo Castelo.

Lucy se apressou em arrumar seu malão antes de saírem. Ela colocou tudo o que era necessário e também o que não era: Fez um estoque de Poções que poderiam ser úteis para sobreviver uma semana na Mansão de Snape, algumas bugigangas que ganhara de Natal dos Gêmeos e é claro “O livro do pecado”. Ela fechou o malão e empilhou suas coisas, tinha que passar mais uma noite em Hogwarts, mas duvidara que seria dormindo. Enrolou o cachecol verde e prateado no pescoço e agarrou Emm enrolada nas vestes. A gatinha estava crescendo. Mal cabia nos seus bolsos agora, mas como era inteira preta, se camuflava bem na sua capa.

Na saída do Salão Comunal da Sonserina, Malfoy e Violet cochichavam. Lucy sentiu uma ponta de raiva mas a guardou bem fundo e saiu logo das Masmorras. Lá fora, todos os alunos se aglomeravam esperando ordens dos professores. Cada Diretor guiaria sua respectiva casa. Lucy olhou para a Prof. McGonnagol e a turma da Grifinória, mas não encontrou os Gêmeos. Apertou Emm no peito enquanto se movia para a turma da Sonserina. A aquelas alturas, ignorava os cochichos e dedos apontados.

Esperou todos avançarem e saírem do Castelo, e eles vieram correndo lá de dentro.

— Por Merlin. — Lucy praguejou — Por que essa demora dos infernos?

Fred retirou o Mapa do Maroto das vestes e a entregou.

— Tem que levar com você para a Mansão do Snape. — disse Jorge. Lucy franziu o cenho, confusa.

— Por quê? Não vai ser de utilidade alguma lá. — disse ela e eles começaram a seguir as turmas de uma distancia segura, em direção á Hogsmeade.

— Não pode ficar aqui em Hogwarts, alguém pode achar. — disse Fred — Nossa mãe já desconfia dele, não pode ficar na Toca.

Lucy deu de ombros. Emm tremia no seu colo. Ela afagou a gatinha, suspirando.

— Me dá ela... — Jorge se aproximou, tentando capturar a gatinha dos braços de Lucy. Lucy a apertou ainda mais.

— Já ficou demais com ela essa semana. — a bruxa reclamou, tentando enrolá-la na capa. Jorge jogou seu cachecol vermelho e dourado para Lucy.

— Ela prefere o meu. — disse ele, emburrado. Lucy enrolou a gatinha no cachecol da Grifinória, e pensou.

Era engraçado como Emm se apegara a Jorge. Nesses últimos dias, dormia só ao lado dele enrolada em suas vestes. Ele até fizera uma mini gravata da Grifinória para ela, mas Lucy se recusou a colocá-la. Pelo menos em Hogwarts. Seria estranho ver Emm se enroscando nas poltronas do Salão comunal da Sonserina com uma mini gravata da Grifinória. A gatinha começou a miar, e Lucy a entregou para Jorge, afinal.

Então ela pensou. Era igualzinha a Emm. Não só pelos mesmos olhos azuis e curiosos, mas por ser da Sonserina e se dar conta que seus melhores amigos eram da Grifinória. Lucy olhou para Fred e Jorge, os cabelos ruivos cheios de flocos de neve e se lembrou da noite em que eles fizeram a proposta. E ela nem precisou responder.

O sino da porta do Três Vassouras soou. Lucy automaticamente afrouxou o cachecol. Estava quente e aconchegante. Vários alunos já se encontravam lá, sentados em mesas, rindo conversando e bebendo cerveja amanteigada. Lucy nunca tomara, mas estava louca para provar. Era sua primeira vez em Hogsmade, já que não participara das outras excursões ao longo do ano.

Ela e os Gêmeos escolheram uma mesa nem nos fundos, rodeada por um sofá cheio de manchas e furos. Emm tinha dormido nos braços de Jorge, Lucy suspirou. Emm crescera mais algo nunca ia mudar na gata: ela adorava dormir. Lucy varreu o lugar rapidamente com os olhos e estes pousaram numa mesa um pouco distante dali, onde Violet, Tracey, Dafne, Harper e (como assim?) Draco Malfoy estavam sentados. Ela borbulhou.

— Então, que emoção hein? — Fred comentou, chamando sua atenção. Ela piscou. — Sua primeira cerveja amanteigada, oras!

Lucy assentiu, sorrindo. Mas seus olhos voltaram para a mesa e encontraram os de Malfoy. Ele sorriu e acenou, cínico. Lucy desviou o olhar.

— Não acredito que eles andam com Malfoy agora. — disse ela, mal podendo se conter. Os Gêmeos continuaram calados. — Não sei como o Tracey ainda não falou nada de mim para a Skeeter.

Jorge acenou para Madame Rosmerta e Fred se virou para Lucy.

— Provavelmente ele não quer apanhar. — falou ele — Esquece isso Lucy.

Lucy assentiu novamente. Ele estava certo. Se ela queria se livrar de todo o embaraço e caos que suas relações estavam no momento com seus antigos amigos da Sonserina, teria que colocar algumas coisas de lado. Porém, duvidava que um dia perdoaria Violet. Violet, que a escutara xingar Skeeter até a língua doer.

Eles pediram as cervejas, e Lucy apreciou a sua em silêncio enquanto os Gêmeos discutiam alguns projetos para o próximo ano. Ela esticou os olhos.

— O que é tudo isso?

Haviam pilhas de papeis em mochilas e eles rabiscavam sem parar.

— Temos planos grandiosos para o ano que vem! — Jorge disse animado, dando um gole da sua cerveja para um Emm recém acordada.

— Muito grandiosos! — concordou Fred, iluminado de ideias — E a Copa Mundial de Quadribol é uma ótima oportunidade!

Lucy estava prestes a perguntar para quê, quando seus olhos foram fisgados por uma criatura estranha sentada no balcão. Uma bruxa de meia idade, com cabelos estranhamente brancos como pérola enrolados em cachos presos por lenços e tranças. Ela vestia uma túnica arroxeada e pulseiras tilintavam inquietas nos braços firmes. Seus olhos eram verde- purpura e fitavam Lucy sem medo algum.

— Eu... Já volto, ok? — Lucy se sentiu um tanto hipnotizada pela figura. Andou pelo bar, sendo apontada por dedos jovens e velhos, rostos desconhecidos cochichavam dela sem medo.

Ela ignorou a todos e se aproximou rapidamente da mulher. De perto, ela pode perceber. A mulher era nova. Bem nova. Lucy mal sabia o porque quando se sentou no banco ao lado dela. Ela olhou bem fundo nos olhos da bruxa, extremamente verdes. Encaravam-na com descrença.

— É impossível. — ela sussurrou tão baixo que Lucy se esforçou para ouvi-la.

— Desculpe, senhora... Eu te conheço de algum lugar? — ela perguntou, a mulher levou um cálice cheio de sidra aos lábios e depois o colocou de volta no balcão, pelo que pareceu uma eternidade.

— Se me conhece? — ela sorriu — Achava que nossos joguinhos de adolescentes tinham acabado, Jane.


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Notas finais do capítulo

Então, como eu demorei pra postar, coloquei uma fan art que eu mesma fiz (refente a 3ª temporada) antes do cap por que eu fiquei nostálgica, etc etc.
Confesso que fiquei um tanto desanimada com a fic por essas semanas, mais as provas e mais eu marcando ela como terminada sem querer foi a gota d'agua.
Mas eu vou continuar por que... Sim. Eu amo essa história, amo ler as reviews, as recomendações e tenho certeza que vocês querem que eu continue então... É isso!

xoxo

clara♣