Half-blood Princess escrita por Clara de Col


Capítulo 18
Só consiguiremos com um pouco de xixi de diabrete


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas maravilhosaas (:
Me perdoem de verdade por ter demorado séculos, eu leio muitas fics e sei como é ficar esperando a atualização por dias. Queria postar ontem, mas o Nyah estava em manutenção. Então, Sorry.
Nem acredito que a fic já tem 15 favoritos, 3 recomendações 111 REVIEWS (ai meu Merlin). Sei que não é muuuito, mas eu fico tão feliz, aff ♥333

O cap ficou um pouquinho grande, mas eu não queria correr com nada (tipo o fim de A esperança da Suzanne Collins, foi tão apressado affu)



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Lucy resolveu que iria fazer aquilo direito. Se era para invadir a Sala do Snape, precisava de algumas coisas. Afinal, duvidava que Snape deixasse sua sala á mercê de qualquer intrometido (como os Weasley, e agora, ela). Era uma manhã de sexta-feira, e ela caminhando pela Biblioteca, na seção de Poções. É claro que não tinha nada muito interessante lá, então ela partiu logo para a Seção reservada. Com a sua estratégia de enfeitiçar Madame Pince, entrou rapidamente lá e rumou para a prateleira de Poções Proibidas. Ela não demorou muito a encontrar um tal de “Poções para suas piores enrascadas.” A folheou, e achou exatamente o que queria. Poções de derretimento, esquecimento e uma em especial, criada pelo autor do livro chamada “Quies”, que dava a quem tomasse o poder de ser silenciado. Seus passos não produziriam barulho, assim como seus movimentos e respiração. Ela agarrou o livro, e o escondeu debaixo das vestes, deixando a biblioteca normalmente e caminhando para sua próxima aula.

Na aula de Defesa contra Artes das trevas, com o Prof. Lupin, Lucy se sentou no fundo (infelizmente junto com os bagunceiros) e aproveitou o final da aula para marcar algumas páginas do livro com clipes mágicos que Fred a emprestara. Eles abriam automaticamente na pagina marcada que você queria. Deveria ser uma das engenhocas deles, pensou Lucy. E lhe servia muito bem.

Na sua fileira de cadeiras do fundo, estavam alguns alunos da Grifinória. E mais aproximada dela, estava Granger... Junto com Potter e Weasley, claro. Ela aproveitou para agradecê-la.

— Ei Granger... — ela a chamou, baixinho. Automaticamente, os três viraram a cabeça para ela. Potter e Weasley com os olhos arreganhados, mas Granger lhe ofereceu um sorriso.

— Como vai Snape? — ela acenou com naturalidade.

— Eu queria agradecer pelos livros, foram bem interessantes. — disse ela, vendo o clipe abrir exatamente na pagina que queria.

— Ah, não tem de que. — ela se aproximou — Livros são ótimos companheiros as vezes.

Ela observou a pagina aberta de Lucy, que quase fechou o livro automaticamente. Que estupidez, Lucy! Deixa mesmo esses livros arreganhados para todos verem!

— Na verdade, são todo o tempo. — Granger concluiu. — Qual é este que está lendo?

Lucy hesitou. E só o mostrou depois de formular uma desculpa bem decente. Ela passou o livro para os dedos ansiosos de Granger, que levantou as sobrancelhas ao repará-lo.

— Estou me aprofundando em Poções. — disse Lucy, rapidamente — Então Snape me deu,hm, uma autorização para apanhá-lo na Seção reservada.

Granger assentiu interessada e logo depois devolveu-o para Lucy. O Prof. Lupin anunciou o final da aula, e os alunos, apressados sairam em disparada. Lucy acenou para Granger, que sorriu,e depois ficou pensando se não fora estupidez... Falar que o próprio Snape lhe dera uma autorização para a Seção reservada. Agora que todos já sabiam que ele era seu... Pai... Sair falando que ele lhe dá autorizações para esse tipo de coisa não é nada inteligente. Ela balançou a cabeça, se desligando e correu para seu dormitório, tinha uma poção á preprarar.

— Tem certeza que isso daí é confiavel? — perguntou Fred, olhando desconfiado para o caldeirão fumegando no tapete do dormitório de Lucy.

— Mas é claro que sim. — ela colocou o ultimo ingrediente... Ou não. — Espera...

Ela olhou a página e revirou sua maletinha de ingredientes.

— ARGH QUE DROGA! — ela bufou, dando uma última mexida no caldeirão e se levantando.

— Ãm? — Jorge levantou a cabeça da cama de Violet. Pegara num sono — O que tá rolando? Alguém precisa de diabretes?

— Na verdade, se tiver um pouco de xixi deles seria legal. — replicou Lucy — É o que falta para essa droga de poção terminar.

Fred riu que nem louco. Jorge parecia um tanto grogue.

— Pode voltar a dormir Jorge. — disse ele, e o irmão caiu na cama.

Lucy soltou um ruído de indignação.

— Onde diabos eu vou conseguir xixi de diabrete? — ela chutou o pé da cama e reclamou.

— Eu posso ver se tem algo na sala do Filch. — ofereceu Fred — Ele sempre guarda coisas que possam machucar alunos.

Lucy fez uma careta.

— Não acho que Filch....

Ela parou. Estava escutando passos... Passos rápidos... E vozes. Violet.

— Ah não... — ela correu para a cama de Violet e jogou o cobertor em Jorge. Se virou para Fred. — Suma.

Ela nem olhou para Fred para conferir. Correu para a escadaria que separava os dormitórios femininos do Salão Comunal. Se Violet os pegasse ali... Ela nem gostava de pensar. Ela sabia que era estreitamente proibido, mas nem ligava muito para falar a verdade. Ligava mais para Violet arrancar seu pescoço. Ela esbarrou com a amiga, e estava certa. As vozes eram dela...Violet costumava falar sozinha.

— Violet! — ela sorriu, fingindo animação e se esforçando para tirar Violet dali.

— Lucy, não quero lidar com seus ataques bipolares agora! — ela disse, irritada. Algo tinha acontecido. Violet tentou passar por ela.

— O que aconteceu Violetzinha? — ela entrou novamente na frente da bruxa.

Violetzinha? — ela levantou os braços para cima — É sério, Lucy. Sai da minha frente, explico depois.

Ela deu um empurrão em Lucy e correu até o dormitório, gritando consigo mesma.

— AI VIOLET, SUA IDIOTA! — ela gritava para ela mesma, largando os livros, tirando os sapatos e jogando tudo pelo tapete. — Agora eu só quero deitar na minha cama e...

Lucy estava em panico. O caldeirão estava bem no meio do dormitório, mas Violet pareceu não o reparar.Ela correu e o enfiou embaixo da cama. Ou era isso ou...

— POR MERLIN VESTIDO DE SUNGA DANÇANDO JUNTO MUSICA TROUXA HAVAINA COM UMA COROA DE FLORES NA CABEÇA! QUE PORRA É ESSA? — Violet gritou furiosa, depois de aparentemente se jogar na cama. Em cima de Jorge.

Lucy fechou os olhos esperando pelo pior. Violet correu até ela mais vermelha que qualquer bandeira da grifinória pudesse superar.

— LUCY WALKER SNAPE! — ela gritou, apontando para Jorge, ainda grogue, na cama. — PODE ME EXPLICAR POR QUE UM WEASLEY ESTÁ NA MINHA CAMA?

— Calma, Violet. — ela pediu, enquanto a amiga se descabelava. — Eu vou explicar tudo...

— Argh, quer saber? — ela cobriu o rosto com uma mão e a outra estava aberta na frente de Lucy a pedindo para parar de falar. — Não explica porra nenhuma... Não hoje pelo menos...

Ela pegou seus sapatos e apontou um deles para Lucy. Lucy abriu a boca em protesto.

— Eu sei que você tá num momento delicado, e eu vou esperar toda essa... — ela espiou Jorge na cama e revirou os olhos. — Baderna louca terminar. Por que eu sou uma boa amiga, okay? Tchau.

Ela desceu as escadas correndo. Lucy fechou a boca.

— Ela já foi? — Lucy escutou a voz de Fred. Ela murmurou um “uhum” afetado e pegou o caldeirão em baixo da cama. Fred apareceu do nada do seu lado. Eles se entreolharam.

— Você... Quer, hm... Conversar sobre? — ele perguntou, meio estranho. Lucy balançou a cabeça.

— Por Merlin, não. — ela suspirou — Só quero achar um diabrete e dar muito suco de abóbora para ele.

Lucy estava correndo para as masmorras. Depois de ficar o segundo intervalo tentando achar um diabrete com bexiga estourada junto com Fred, ficara atrasada para as ultimas duas aulas de Poções. O que importa é que conseguimos. Lucy respirou aliviada, entrando na Sala de Snape. Nem sabia por que ainda frequentava aquelas aulas. Podia pular logo para aulas de Poções avançadas. Bom, seria com Snape de todo jeito.

É claro que nada melhorou quando ela entrou na sala e Snape a olhou e todos os olharam e um silêncio infernal brotou dali. Lucy olhou para a sala procurando uma carteira vazia, e acabou vendo que Simas estava sem um par e achou melhor sentar sozinha. Era irritante. TODOS a encaravam enquanto ela caminhava dentre as mesas. Ela acabou encontrando uma vazia lá pelos quintos e se sentou. A mesa estava até empoeirada.

— Muito bem, iremos começar agora que todos chegaram. — disse Snape, a olhando e ela sentiu um súbita vontade de gritar “Prossiga Papai” apenas para irritá-lo, mas então ela se lembrou que passaria quase dois meses na casa dele e se calou.

A aula fora bem interessante. MUITO interessante na verdade. Parecia até feita para ela.

— E agora, peguem a urina de diabrete e adicionem vagorosamente. — Snape arrastou a voz até esta se transformar num ruído, e Lucy com os dedos tremendo quase derrubou toda a preciosa urina fora do caldeirão. Pelo menos não era a mesma poção que estava preparando. É obvio que não era. Aquela poção era minuciosa, proibida e muito avançada.

Duas horas, pareceram mais três ou quatro. Lucy de repente se pegou pensando: Amanhã é Sábado. E depois: Ah, que divertido.

Quando a aula terminou, ela voou até seu dormitório e finalizou a poção a colocando em três pequenos frascos de cristal do seu mini estoque e enfiando-os na sua gaveta trancada. Logo depois, foi para os jardins levar Emm para esticar as patas (e leva-lo escondido no jantar já o estoque da Dedosdemel acabara). E, vendo o por-do-sol e tentando ignorar os sussurros por onde ela passava, ela se pegou tristemente pensando que semana que vem seriam os exames finais e ela iria para a Casa de Snape.

— Snape! — uma voz que ela adoraria não reconhecer gritou atrás dela. Gay nojento.

Lucy se virou, pretenciosa.

— Como vai Davis? — ela sorriu, irônica. — Já se recuperou do nosso ultimo encontro?

Ele a olhou já sem o mesmo sorrisinho idiota nos lábios.

— Que rápido! — ela soltou um longo e alegre suspiro. Alguns alunos os encaravam. Harper e alguns garotos da Sonserina estavam logo atrás.

— Escuta aqui... — ele apontou o dedo.

— Tracey, droga! De novo não. — gritou Harper. — Deixa pra lá.

— Parece que você está louco por uma briga, não é Davis? — Lucy levantou as sobrancelhas. — Você não muda mesmo, né?

Ele cuspiu no chão e virou as costas. Lucy riu.

— Brigou com a Violet hoje? — ela perguntou, pensando no por que ele a chamara. Só para cuspir no chão e dar as costas? Covarde. Ele parou de andar. — Sabe, ela estava meio estressada...

Ele se virou, furioso.

— E é claro que a culpa é toda sua, não é? — ele ensinuou, cínico. Harper revirou os olhos, indo atrás dele e segurando seu braço — Solta, Harper. Ela merece saber.

Lucy franziu as sobrancelhas.

— Saber o que?

Tracey sorriu, como se apreciasse toda aquela patifaria. Todos os alunos por perto parando para os ver. Lucy já se acostumara com esses tipos de situações, não podia nem levar seu gatinho para passear que já era assediada para mais um escândalo com algum cretino.

— Saber que Violet sente vergonha de você. — ele gritou, como se para todos escutarem. Harper soltou seu braço e fechou os olhos, colocando as mãos na nuca. Lucy sentiu sua barriga revirar. — E que simplesmente não consegue lidar com isso por que você... É impossivel de se lidar.

— Ela te disse isso? — Lucy sentiu a garganta queimar louca. Estava começando a tremer.

— Isso e muito mais. — ele sorriu, vitorioso — Você dá muita dor de cabeça, Snape.

Ela estava protinha para avançar nele, mas alguém a segurou. Era Jorge.

— Vamos Lucy. — ele disse. Fred agarrou Emm e puxou o braço de Lucy.

— Não... — a vista de Lucy já embaçava. — Eu tenho que...

Tracey a cia os olhavam como se fossem plateias de um circo.

— Mas vejam só... — riu Tracey, desdenhoso. — Os novos amiguinhos da Snape.

Os garotos começaram a rir. Harper tinha sumido. Lucy queria matar Tracey, e mandar Violet para o inferno junto com ele. Seus olhos já estavam marejados. Como ela pode?

— Vamos logo Lucy. — disse Fred. Era a primeira vez que ele a chamava pelo primeiro nome. Sua voz não carregava tom de zombaria. Ela se soltou de Jorge. — Parece que o Davis tá cansado de apanhar.

— Não se meta nisso Weasley. — disse ele. Lucy esfregou os olhos e respirou tão fundo que só então notou o ar congelante. Pareceu congelar seu coração.

— Não é minha culpa se você adora apanhar de garotas, Davis... — disse Fred — Deve ser muito excitante para você, já que é seu único contato físico com uma.

Essa doeu bastante.Lucy queria rir, mas no momento não conseguia expressar nada. Tracey parecia furioso, mas não fez nada. Ela pegou Emm e os três correram para o Salão Principal.

— Eu não estou com a mínima fome. — disse Lucy, enquanto eles caminhavam pelos corredores. Um bando de garotas corvinais riram quando eles passaram. — ABUTRES!

Ela gritou, com raiva.

— Sabemos que você quer extravasar sua raiva. — disse Jorge, se divertindo.

— Na verdade eu estou com muita fome sim. — disse ela — Fome de bater em alguém.

Ela estava tremendo. Por enquanto ainda tentava negar a si mesma tudo aquilo sobre Violet, mas a cara de Harper... Só podia ser verdade. Harper não era da laia de Tracey, apesar de serem amigos.

— Como é que você andava com aquela ralé? — perguntou Fred.

— Sei lá... Bem, agora não importa.

Eles pararam na frente da entrada do Salão principal. Muitos olhos se direcionaram para eles, mas Lucy ignorou.

— Eu vou comer o mais rápido que puder. — disse ela.

— Certo, nos encontramos aqui em 15 minutos então? — propois Jorge — Vamos extravasar... E depois preparar as coisas para nossa invasão.

Sua voz era animadora. Mas Lucy teria que encarar Violet na mesa da Sonserina. Aquilo não era animador.

— Vejo vocês em 15 minutos.

O jantar nem fora tão torturante. Violet se sentara praticamente do outro lado da mesa com Tracey e a próli, e ela comeu tão rápido e com a cabeça tão baixa que supreendeu até a si mesma.Ela ficou parada por apenas alguns segundos no corredor, até os Gêmeos chegarem e começarem a arrastar para o Hall... E depois para as grandes portas da frente.

— Vai ser lá fora? — ela perguntou, bocejando — Eu to meio cansada.

— Ainda tá com raiva? — perguntou Jorge.

— Com certeza. — ela não demorou a responder. Eles continuaram a puxar para fora. Passaram dos jardins e desceram uma ladeira. Até chegarem á casa... Do guarda-caça?

— O que diabos estamos fazendo aqui? — Lucy levantou as sobrancelhas. Eles sorriram, misteriosamente.

Eles foram até a casinha, e bateram na porta. Uma figura grande e peluda a abriu. Rúbeo Hagrid, naturalmente descabelado, agora sorria para eles.

— Como vão meninos? — ele bateu nas costas de Fred, quase o derrubando. — Como foi a viagem para o Egito?

— Muito boa Hagrid. — disse Jorge — Podemos pegar o Bicuço por uns minutos?

Quem diabos é Bicuço e por que eu estou com um péssimo pressentimento?

— O que querem com o meu Bicuço? — Hagrid estranhou. Jorge o tranquilizou.

— Só queremos dar uma volta... Sabe, apresentá-lo para nossa amiga Snape aqui...

Só então Hagrid a notara. Ele sorriu, um tanto impressionado.

— Pelas barbas de Merlin, é a filha do Professor Snape! — ele sorriu afobado — Como é parecida com a mãe!

Isso foi inconvenientemente legal, pensou Lucy.Jorge bateu na própria testa.

— Ela ainda está se acostumando com esse fato Hagrid... — disse Fred, tentando não rir. — Está meio desconcertada, na verdade.

Hadrig pareceu afetado.

— Me perdoe querida... — disse ele, meio chateado. — Eu não quis...

— Tudo bem Rúbeo... — Lucy tentou ser amigavel.

— Me chame de Hagrid, por favor. — ele sorriu rapidamente — Podem levar o Bicuço um pouquinho meninos, mas não voltem tarde, escutaram?

— Pode deixar Hagrid! — confiou Fred, antes de puxarem Lucy para a plantação de abobóras de Hagrid.

A noite começaram a gelar, Lucy estava apenas com o uniforme. Ela começou a tremer. Tanto de raiva, quanto de frio.

— Ainda continuo sem saber quem é Bicuço... — comentou Lucy.

Eles pararam no meio de duas grandes abóboras e Lucy quase saltou quando viu um Hipogrifo deitado bem ali no meio.

Ai meu Merlin.

Bicuço reagiu quase automaticamente á chegada deles, e eles fizeram uma breve reverencia. Lucy assustada e mais apreensiva que nunca, os imitou. Eles logo ajudaram Bicuço a se levantar.

— Vamos lá garoto... Dar uma voltinha... — incentivou Jorge, jogando doninhas mortas para ele. Lucy fez uma careta. Fred o acariciava sem medo, o soltando das correntes. Até ai, tudo razoavelmente normal, mas quando os irmãos montaram na criatura, Lucy recuou.

— Vamos lá Snapezinha! — ele bateu no espaço á sua frente, nas costas de Bicuço.

— Extravasar, lembra? — disse Jorge, logo atrás.

Lucy hesitou.

— Não poderiamos voar de vassoura? — ela tentou mudar a ideia deles, mas sabia que era em vão. Só precisava de uns segundos para processar que iria montar num hipogrifo.

— Qual é, não é a mesma coisa. — eles disseram juntos. Lucy simplesmente não acreditava que iria fazer aquilo. E depois invadir a sala de Snape. Ela montou no Bicuço com a ajuda de Fred, e se sentou na frente dele.

— Ok. — ela disse a si mesma, tentando se tranquilizar enquanto o hipogrifo se preparava para alcançar voo. — Vai ficar tudo legal, vai ser legal... Eu não vou cair.

— Que isso Snape. — Jorge riu — Já voou numa vassoura, que é minuscula perto do nosso amigo aqui.

Ele deu leve batidinhas nas costas de Bicuço, que abriu as grandes asas. Lucy segurou a respiração. O hipogrifo circundou rapidamente as abóboras e começou a andar pelo terreno, Lucy fechou os olhos e sentiu o vento acariciar seu rosto com convicção. Depois de alguns segundos escutando os gritos de animação dos gêmeos ela abriu os olhos, e de repente, estavam no céu.

O céu estava diferente da noite em que voara na vassoura. Estava infestado de estrelas. Estava tão brilhante que chegava a ser hipnotizador. O ar estava tão congelante que ela sentiu sua pele inteira arrepiar, mas aquela vista era a mais impagavel de todas. Bicuço voava com leveza, mas ao mesmo tempo era fugaz, e eles estavam simplesmente circundando Hogwarts. Era a coisa mais emocionante que ela já fizera, voar por entre os picos e torres do magnifico castelo. Algumas luzes acesas, outras apagadas, Lucy não conseguia distinguir, o lugar brilhava com a luz das estrelas e as sombras de mixavam perfeitamente com o reflexo da lua, que mingava acima das asas de Bicuço.

— Abra os braços Snapezinha! — gritou Fred, a incentivando. Ela sentia um tremor nas pernas, mas consegueria. Ela levantou um de cada vez, desagarrando a criatura e estendendo os braços para se encontrarem com o vento.

Era como cortar pedaços de granizo, exitantemente gelado. Ela ergueu a cabeça e sem ao menos esperar aquilo dela mesma, gritou. Ela gritou para o céu. Liberou toda a sua frustante raiva, seus sentimentos interligados. Era tudo uma bagunça dentro dela e ela gritou. Deixou tudo ir embora e então começou a rir. E chorar. Não sabia mais o que estava fazendo quando deixou os braços caírem ao seu lado. Depois de alguns minutos sobrevoando a floresta, abaixando os braços para relar no pico das árvores cheias de orvalho, Bicuço pousou perto da casa da Hagrid e depois de mais algumas doninhas, voltou ao seu leito.

— E então, prontos? — perguntou Jorge. Lucy anuiu e tirou os frascos de Quies do bolso.

— Só preciso de um cachecol, estou tipo nevando por dentro. — disse ela, entregando um frasco para cada um.

— Otimo, temos um estoque perto da passagem que leva para as masmorras. — disse Fred, caminhando até a ladeira e arregassando as mangas.

Ele se agaichou e começou a simplesmente tirar pedaços de grama de lá. Lucy descobriu que eram tapetes, que escondiam uma passagem para fora do Castelo. Ele pulou para dentro e fez um sinal para ela e Jorge irem em frente.

— Vai primeiro Lucy, tenho que fechar a passagem. — disse Jorge — A não ser que queria ficar para fora e ser devorada por lobisomens.

Lucy pulou sem hesitação. As passagens não eram seu lugar preferido no mundo, com certeza não. O chão era arenoso e cheio de barro, e era abafado e úmido. As passagens dentro do castelo não eram bem assim... Tão sujas. Lucy reprimiu um ruído de nojo. Jorge não demorou a pular atrás dela. Eles sussurraram Lumus e começaram a andar pelas passagens.

— Quando chegarmos lá vamos simplesmente vasculhar? — Lucy perguntou. Ela estava se remoendo para vasculhar tudo é claro, mas deveria ter algo mais... Afinal a ideia fora dos Gêmeos, quer dizer eles deveriam ter alguma vantagem nisso né? Deveriam estar procurando por algo também.

— Isso aí. — confirmou Jorge, tão animado que chegava a pular — Só ousamos entrar na sala do Papis Snape uma vez em toda nossa história.

Isso a impressionava. Quer dizer, eles já não tinham revirado Hogwarts inteira?

— Estavamos com problemas em Poções e descolamos umas coisas que nos ajudaram pra valer. — disse Fred — Mas isso foi no segundo ano.

Depois de alguns minutos, chegaram a simplesmente um beco sem saída. Á sua frente se encontrava uma parede de tijolos prateados. Lucy franziu as sonbracelhas.

— Então... O que diabos é isso? — ela pegou o mapa do maroto das mãos de Jorge, que encarava a parede com confusão — Estamos no caminho certo, não é?

— É claro que estamos! — Fred apontou para o mapa — Esta é a única passagem que leva diretamente para a Sala de aula do Snape, respectivamente trancada e tudo o mais, que leva para seus aposentos.

Lucy deu um tapa na própria testa.

— Alguém já soube sobre vocês e o mapa? — ela perguntou — Quer dizer, algum professor, sei lá.

Fred simplesmente foi com a cabeça direto na parede.

— No segundo ano, descobriram do sumiço do mapa logo depois que... Invadimos a sala desse seboso! — gritou Jorge, frustado. Depois olhou para Lucy — Sem ofensas, o seu cabelo não é oleoso como o dele... Sorte sua.

Lucy revirou os olhos.

— Que seja, e agora? — ela colocou a mão na parede, estava frio. E cheirava... — Titânio.

— Você fareja tipos de metais especificos? — perguntou Fred, tirando a cabeça da parede, exasperado.

Jorge colocou a mochila que estava nas suas costas no chão e começou a procurar algo nela. Ele tirou um frasco com um líquido. Lucy revirou os olhos para si mesma, era só uma poção de derretimento. Bom, teria que ser forte. Bem forte.

— Onde arranjaram isso? — ela perguntou enquanto Jorge jogava todo o conteúdo na parede.

— Arranjamos muitas coisas em muitos lugares Snape... terá que lidar com esse belo e ilustre fato. — Jorge riu.

Fred fechou a mochila. Os dois estavam prontos para atravessar a parede. Lucy estendeu o braço, os impedindo. Eles a olharam, confusos.

Finite Incantatem! — ela apontou a varinha para o túnel depois da parede. Uma fumaça preta explodiu silenciosamente e logo de dissolveu. Obviamente Snape não colocaria uma parede de Titânio e pronto.

— É claro. — Fred riu.

— E vocês... — ela passou pela parede — Terão que lidar com uma bela e ilustre Snape em pessoa.

Depois de passarem por uma série de emboscadas e armadilhas, eles chegaram até a portinha que dava para a Sala de Snape.

— Sobrevivemos. — suspirou Jorge, afobado, abrindo a portinha que saia do assoalho. Lucy colocou a mão no seu braço, o impedindo.

— A poção, gênios. — ela retirou seu frasco do próprio bolso e virou o liquido, que desce amargamente por sua garganta. Os Gêmeos fizeram o mesmo, e Jorge finalmente abriu a portinha.

Depois dos três passarem devidamente por ela, Fred a fechou silenciosamente. Lucy observou a escuridão do local, iluminado apenas por suas varinhas e correu para vasculhar a sala.

— Ei, nós não vamos vasculhar o quarto dele? — perguntou Fred, baixinho. Lucy deu de ombros.

— Deve ter uns ingredientes legais por aqui que não posso mexer na aula.

Fred revirou os olhos. Jorge estava pulando loucamente pela sala, amando o fato de não produzir nenhum som. Lucy pegou algumas amostras e meteu no seu bolso. Seriam valiosas no seu estoque.

Ela fez um sinal para prosseguimos. Eles andaram por um tempo até encontrarem uma porta de carvalho, que estava trancada obviamente. Lucy ergueu a varinha e sussurrou Alohomora rezando para dar certo, mas pelo visto Snape selara sua porta com um contra-feitiço bem mais forte. Ela olhou para o chão, encostando a cabeça na porta, se sentindo derrotada.

Fred de abaixou e começou a mexer no tapete.

— Fred, agora não é hora! — ela sussurrou — Temos que dar um jeito de...

E quando o ruivo tirou a chave da porta debaixo do tapete, Lucy se sentiu completamente estupida. Ou Snape era muito ingenuo, ou aquilo era outra emboscada. Fred girou a chave na massaneta e a porta simplesmente abriu.

Eles riam sem produzir nenhum barulho, como loucos. E Lucy chingava, como louca. Eles entraram num lugar espaçoso e circular, cheio de prateleiras de livros e mais livros, uma mesa com duas cadeiras, quadros nas paredes e mais duas portas em lados distintos. Lucy se aproximou da parede. Os quadros não revelavam nada, e os livros (que lhe seriam muitos uteis com Poções) ela não podia ler agora. Ela sabia o que tinha que fazer: entrar no quarto.

Ela gesticulou um “Eu vou sozinha” e tentou uma das portas... Apenas para descobrir um modesto banheiro que cheirava pinho. Jorge quase chorou de rir, apertando a barriga feito maluco. Fred, também rindo, se sentou na cadeira (a arrastando satisfatoriamente e não fazendo barulho) e gesticulou para ela ir em frente. Ela respirou fundo antes de ficar cara a cara com a porta. Ela girou a massaneta e avançou, rapidamente fechando a porta atrás de si.

O quarto de Snape era algo que ela não esperava. Era grande, bem grande. Circular com todas as paredes limpas e brancas. Não que ela esperasse paredes pretas, mas... Nessas paredes brancas, haviam tantos porta-retratos que ela mal conseguia contar. Eles iam até o teto, que tinha uma claraboia exibindo o céu estrelado. Num canto do quarto tinha uma cama (onde Snape estava dormindo) simples com lencois azuis marinho. O chão era de carpete preto, e haviam prateleiras simples e brancas suspensas pela parede. Uma mesinha num canto com pergaminhos e livros, e só.

Ela observou muito bem os porta-retratos e algo pareceu a embargar. Eram fotografias de uma garota.Todas elas mostravam a mesma moça de cabelos negros, de costas, em algum lugar... Ou Londres ou Hogwarts. Seu rosto nunca aparecia, apenas resquicios de uma pele incrivelmente clara. O cachecol vermelho e dourado da Grifinória sempre presente. Em uma das fotos ela estava numa cabine telefonica em Londres, em outra ela estava no corujal, com o vento erguendo suas mechas negras. Só então a realidade abateu Lucy. Jane. É claro. Obvio.

Lucy parou de contemplar as fotos e seu olhar pesou em Snape na cama. Seria ele um cara tão apaixonado a ponto de encher seu quarto com dezenhas de porta retratos apenas de sua mulher? Ela afastou os pensamentos. Nenhuma foto de Jane de frente, ele tinha algum tipo de deficiencia para tirar fotos? Ela nem sabia que Snape gostava de fotos, argh. Ela correu até a prateleira e capturou um livro aleatório. Era outro album de fotos, mas nesse não tinha ninguém de costas.

As pernas de Lucy estremeceram quando ela viu pela primeira vez o rosto de Jane Walker. Era como se olhar no espelho, se ver mais velha, mas experiente. Os olhos azuis eram praticamente os mesmos, os traços e contornos do rosto. O mesmo cabelo negro beirando a cintura, repartido ao meio. Ela quase deixou os dedos tremendo derrubarem o album. Depois de um calafrio subir pela sua espinha, ela virou várias páginas encontrando fotos de Jane e Snape, Snape e Jane... Um bebezinho... Ela se recusou a continuar vendo a foto, mas a última e única foto com um bebê do album prendeu seus olhos, que se refletiram nos olhos da criança no colo de Jane. Depois de alguns segundos sentindo coisas estranhas lamberem sua garganta, ela colocou o album de volta na estante e resolveu que já era demais. Ela podia ficar ali procurando poções proibidas, anotações preciosas e livros muito úteis. Ela saiu do quarto de Snape com um resquicio de culpa subindo a sua cabeça.

— Mas já? — Fred quase caiu da cadeira. Lucy assentiu e tratou de correr dali, sem ao menos esperá-los.

Ela não esperava nada do que vira, e a ideia de invadir a privacidade que Snape impôs a atacou avassaladora quando ela começou a correr pelas passagens, não sabendo ao certo se estava indo no caminho correto. Ela acabou tropeçando e quase quebrando o nariz. Os passos dos Gêmeos a seguiram e rapidamente a encontraram.

— Caramba Lucy! — Jorge se abaixou para ajudá-la. Ela se xingava de todos os nomes possiveis. — O que você encontrou no quarto do Papis Snape? Videos pornôs?

Lucy o chutou.

— Eu só não quero falar agora. — disse ela. — Vamos embora logo, quero dormir.

Fred e Jorge se entreolharam e deram de ombros juntos e a levaram de volta.


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Notas finais do capítulo

Não ficou um fim apressado né? rs
Se ficou, me desculpem... Queria postar logo e tal e to meio sem criatividade essa semana e É MESMOOO: O que acharam da capa nova???

xoxo

clara