CAP 5

PDV NARRADOR

-Miss Elena? - Chamou a voz de Damon atrás da porta do quarto da castanha, ela limpou algumas lágrimas causadas pela saudade das brincadeiras com o irmão, e então sorriu e caminhou até a porta para a abrir.

-Mr. Damon.

Damon abriu a boca para convidá-la a ir ao centro da cidade com ele, mas os olhos dele notaram mais do que apenas o sorriso, pela a primeira vez Damon reconheceu que alguém mais além dele sorria com a boca e não alcançavam os olhos. Ele se odiou completamente por demonstrar-se solidário, mas ela parecia precisar disso.

-Miss Elena... Estava chorando? Há algo errado?

- Ã? Nada, eu só estava com saudade do meu irmão sabe, de cavalgar com ele...

-Hum, saudades de cavalgar é? - Ele sorriu divertido.

-O que tem em mente Mr.Damon? - Perguntou entusiasmada. Sabia que Damon tinha algo grande em mente, ele nunca ligou para regras ou etiqueta, e ela amava isso nele, em um mês ela pode o conhecer como jamais achou que conheceria alguém em toda sua vida... Ela apenas não sabia o quanto seus conceitos sobre ele eram errados. 

-Confia em mim?

-De olhos fechados.

-Venha.

Ele apanhou a mão dela e a puxou para fora do quarto, Elena riu e ficou contente em segui-lo, eles mal perceberam a presença de Stefan quando passaram por ele, e nem se quer o ouvir bufar irritado. Damon puxou Elena até o estábulo onde haviam em mínimo seis cavalos.

-Ah meu Deus! - Ela exclamou sorrindo - Isso... Isso é demais! Quantos cavalos há aqui?

-Meu pai adora cavalos - Disse Damon caminhando pelo estábulo, as mãos atrás das costas, - Não me surpreendo que esse mês chegue algum novo, por enquanto devemos ter uns seis. Pode escolher um... Mas sugiro que não escolha o de minha falecida mãe, acho que Master Salvatore não ficaria contente.

-Ah, claro, não me passou pela cabeça, eu nunca o pegaria...  - Elena começou a caminhar pelo estábulo acariciando cada cavalo que via, havia um semelhante ao de Jeremy, e havia outro com a tonalidade dourada, Damon já havia pego seu cavalo, um grande cavalo branco com a crina quase prateada, Elena decidiu que o melhor seria escolher logo... No fundo do estábulo um cavalo teve sua atenção em especial, ele era negro, completamente negro, como o seu próprio cavalo, até os olhos a lembraram ele, ela estendeu a mão para acariciá-lo e como se sentisse isso o cavalo se curvou para ela ter melhor acesso a sua cabeça, Elena estava pronta para escolher esse cavalo, quando notou que ele ficava afastado de todos... Devia ser o cavalo daSignoraSalvatore... Ela se afastou e acabou por optar ao cavalo semelhante ao de Jeremy.

Os criados a ajudaram a montar e ela conduziu o cavalo para fora do estábulo e parou ao lado de Damon, ele fitava as colinas que haviam atrás da Mansão Salvatore, logo depois do labirinto de plantas.

-Então... -Começou Elena.

Ele sorriu para ela e preparou o cavalo.

-Pronta?

-Para onde?

-Colinas.

-Mas teremos que passar pelo labirinto, não é estreito demais para os cavalos?

-É... Mas acho que você gosta de desafios.

-Adoro - Admitiu mordendo o lábio, e isso deixava Damon louco, ele sabia que por ora precisava se controlar, mas quando houvesse uma oportunidade ela seria dele.

Ele se lançou na frente e Elena foi logo atrás, deixando claro que aquilo era uma competição.

-Hey, está acostumada a ganhar? - Perguntou Damon a frente de Elena.

-É algo natural sabe, quando você émuitoboa em algo, você ganha.

-Já competiu comigo? Eusempreganhou.

-Porque você ainda não competiu comigo - Disse pegando um atalho pulando sobre o labirinto.

-Isso não vale! - Gritou Damon virando o cavalo e se apressando em tomar o mesmo atalho que Elena.

-Você não sabe? - Gritou Elena em sua frente - Em meus jogos não há regras.

O tom de voz de Elena era evidente de que ela se divertia o sorriso brincalhão em seu rosto, todas as mágoas esquecidas, a saudade não estava presente agora. Damon ficou surpreso ao ver o como isso o afetava no bom sentido. Orgulhoso por ter sido ele a fazê-la rir de tal modo.

-Ah, bom saber que há uma jogadora como eu no mundo!

-Não tente se redimir, Mr. Damon, não vou deixar você ganhar - Depois disso Elena deixou Damon para trás, sem se quer ouvir a voz dele ou os galopes, provavelmente havia feito-o comer poeira, ela estava perto do destino, logo chegaria a macieira que havia no topo da colina.

Quando alcançou o destino desceu do cavalo em um salto e o prendeu em um galho forte da árvore, então a rodeou procurando uma maçã visivelmente boa para se comer, competições atiçavam seu apetite. Começou pelos galhos mais baixos, mas apenas havia maçãs podres, então se arriscou aos galhos um tanto mais altos, elas se pendurou em um, mas não achou nada que a agradasse, então voltou ao chão.

Quando seus pés tocaram a superfície árida do chão uma voz a fez pular.

-Procurando isso? –Ela se virou para fitar a imagem de um Damon divertido que tinha os olhos em um azul brilhante e travesso, o sorriso sarcástico brincava em seus lábios, e em suas mãos ele jogava uma maçã quase vermelha como sangue.

Elena se aproximou dele sorrindo.

-Quando chegou aqui?

-Hum... Há uns quinze minutos, eu acho, tempo o suficiente para ver essa baixinha tentando encontrar uma maçã nos galhos mais altos, sem sucesso.

-Eu não tentei para valer, Mr. Damon, se eu quiser uma maçã eu a consigo, com certeza nos galhos mais altos há alguma.

-É, mas precisara de ajuda, essa baixinha ai não conseguirá sozinha.

-Em primeiro lugar, eu não falo dos galhos que você conseguiria alcançar, em segundo lugar, essa seria uma das vantagens de ser uma dama, os cavaleiros fazem tudo para agradá-las...

-Quando não as tem. – Damon provocou, Elena apenas arqueou uma sobrancelha e prosseguiu:

-E em terceiro lugar, tamanho não é documento, e lhe provarei isso.

-Estou louco para ver.

Elena começou a soltar sua saia de cima, Damon deu um sorriso malicioso e lambeu os lábios, seu olhar se estreitou, fitando especificamente o lugar onde estava a saia de Elena, ao perceber o olhar de Damon, Elena riu e balançou negativamente a cabeça, então se livrou de sua saia de cima, ficando apenas com a de baixo que era leve e não apresentava volume algum, a expectativa de Damon se dissolveu, mas ele não deixou o sorriso se abalar.

Elena caminhou até a árvore e se segurou em um galho, subindo por ele e pulando para o próximo que certamente era mais forte e mais seguro, então pulou para o próximo e o próximo, cada vez a adrenalina aumentava e sua vontade de ir mais para cima também, mas por enquanto estava privada, afinal a macieira não era tão alta, porém era grande e majestosa, devia estar ali por gerações. Elena captou a imagem de uma maçã mais suculenta que a de Damon, de um vermelho igual a sangue, ela lambeu os lábios e mordeu o inferior então se lançou para o galho onde estava e a arrancou, sorriu vitoriosa.

Ela olhou para baixo e pensou em como descer, ela sempre tinha problemas com isso, quando pequena seu pai a descia das árvores e com o passar do tempo pulava em Jeremy, mas agora precisava descer sem ajuda alguma. Ela nunca pensava em como descer quando subia, a vontade de ser a “rainha do mundo” era maior que tudo. Elena encarou os galhos e calculou que seria melhor descer por onde veio, mas com mais cautela. Quando chegou ao galho mais baixo se sentou e mordeu sua maçã que tinha um caldo maravilhoso.

-O que dizia Damon?

Ele riu e se encostou no tronco ao lado de Elena.

-Você é habilidosa.

-Eu sei, obrigada.

-Mas eu não precisei subir em galho nenhum para apreciar uma maçã.

-Então perdeu uma aventura, Mr. Damon.

-Viver é uma aventura, Miss Elena.

-A qual todos compartilham, não há diversão nisso. Diversão é ter uma aventura apenas sua.

Damon riu com a persistência de Elena.

-E como vai descer daí? Precisa de uma ajudinha?

-Não. Eu não preciso – Elena jogou a maçã para trás e se jogou sobre Damon que com o impacto caiu no chão, com Elena acima de si, ela riu e ele a acompanhou com um sorriso.

-E agora? – Perguntou.

-Agora você se desculpa por me subestimar.

-Acho que não.

-Posso saber por que não?

Ele se sentou e Elena o acompanhou.

-Porque eu não peço desculpas.

-Isso não é educado, Mr. Damon.

-Vou perguntar o que é educação para a garota que acabou de se balançar em galhos como uma macaca – Disse divertido.

-A garota sabe dizer, por favor, obrigada, com licença e acima de tudo sabe pedir desculpas.

-Rá, me convença a pedir desculpas.

-Peça.

-Não.

-Peça.

-Não.

-Peça.

-Não.

-Peça.

-Teimosa.

-Orgulhoso.

Ele bufou.

-O que eu ganharia pedindo desculpas?

Dessa vez Elena sorriu maliciosa e se aproximou de Damon, ela botou sua mão no rosto deles, onde as unhas compridas arranharam, isso provocou uma pele arrepiada a Damon e ele foi obrigado a conter os gemidos que se originavam devido ao ato, Elena aproximou seus lábios do ouvido de Damon e sussurrou:

-Isso.

Então ela aproximou o rosto dele do seu, seus lábios se roçaram e sua ideia era se afastar assim que acontecesse, deixando Damon querendo mais e deixando sua imaginação livre para imaginar o beijo de Elena, mas quando entraram em contato Elena descobriu uma vontade urgente de beijá-lo, um desejo que a surpreendeu já que não imaginava sentir isso por Damon, na verdade ela não sabia ao certo o que sentia, mas sabia que o beijo precisava acontecer, então seus lábios se moveram em um ritmo descompassado sobre os lábios de Damon que a acompanharam, a língua de Elena não pediu passagem, mas invadiu a privacidade da boca de Damon, e ele gostou, amava mulheres com atitude, assim como também amava as controlar... Ele se soltou dela para ambos buscarem ar.

-Miss Elena...

-Elena – Murmurou ela ainda de olhos fechados.

-Elena, desculpa – Ele passou a mão pelos cabelos dela – Por te subestimar.

Elena abriu os olhos e se afastou dele com um sorriso vitorioso.

-Obrigada, desculpas aceitas, Mr. Damon.

-Damon... Então, eu não ganho um premio por ter sido assim tão educado?

-Já ganhastes. Espero que saibas, Damon, que isso não muda nada entre nós dois, nossa relação continua igual...

Damon rolou os olhos e a puxou para cima de si, deitando novamente no chão e a tendo com seus lábios colados aos dele, aquele momento durou por poucos segundos.

-Caham – Damon e Elena se separaram e fitaram Stefan Salvatore descendo de seu cavalo – Com licença.

Damon se levantou e ofereceu ajuda a Elena, ela dispensou e caminhou até onde sua saia estava para juntá-la.

-O que foi Stefan? –Perguntou Damon irritado.

-Desculpe interromper um momento tão... íntimo entre você e Miss Elena – Falou Stefan dando ênfase ao íntimo, e fitando Elena que prendia a saia.

Elena nem havia se dado ao trabalho de ficar corada por Stefan vê-la assim, por alguns segundos sua pele ficou avermelhada pela vergonha, mas logo passou para um vermelho de raiva, ela não queria saber o que ninguém achava sobre si ou sobre seus atos que tanto tentava controlar, e muito menos se importava com o que Stefan pensava, se bem que imaginar que Stefan pensava barbaridades dela com o irmão mais velho não a agradava, mas ninguém precisa saber disso.

-Por favor! – Disse Elena – Não era um momento íntimo e se fosse não lhe interessaria Mr. Stefan.

-Nunca disse que me interessava. Apenas vim avisar que o jantar está servido – Falou e foi só ai que Damon e Elena puderam perceber que o sol estava se pondo.

-E por que não mandou nenhuma criada? – Perguntou Damon.

Stefan virou sua atenção para o irmão dois anos mais velho, mas que parecia um adolescente com hormônios a flor da pele.

-Porque ninguém suspeitam onde estão e porque é melhor que eu tenha visto essa cena do que qualquer criada fofoqueira.

Elena bufou pelo modo como Stefan havia se referido as criadas, ela achava que todas deviam ser tratadas como iguais.

-Tens razão irmão, antes você do que uma criada, mas continua a ser um fofoqueiro – Provocou.

Stefan rolou os olhos para infantilidade do irmão.

-Por que eu espalharia isso? Desonrar nossa família! Enquanto posso lutarei para ela ficar com honra, apesar de que daqui a pouco tempo você a arruinará, não? O que pensariam, o mais velho dos irmãos Salvatore embaixo de uma macieira aos beijos com a mais nova dos Gilbert.

-O que eles pensam não importa... –Começou Damon.

-Mais nova – Bufou Elena ofendida, sabendo que ele fazia isso apenas para provocá-la, mas não resistindo a responder – Sou a mais velha e você sabe disso.

-Sei?

-Deveria saber, não pode ser tão burro.

-Não pode ser tão mal educada – Stefan se sentiu infantil como o irmão que assistia tudo com um sorriso divertido.

-Não é má educação, é sinceridade. É incrível como pessoas como você querem a honestidade, mas não aguentam a verdade e são os primeiros a se demonstrarem falsos.

Stefan suspirou sabendo que aquilo não levaria a nada.

-Eu só vim avisar sobre a janta, e já que avisei, vou voltar para lá.

Stefan montou no cavalo, o dourado que captou parte da atenção de Elena antes, e partiu a galope.

-É incrível, quando faltam respostas ele foge. –murmurou irritada.

Damon riu.

-O que foi agora? – Perguntou indignada montando em seu cavalo.

-Você leva Stefan muito a sério.

-Ele me tira do sério.

Damon riu mais ainda e montou em seu próprio cavalo.

-Ficas linda irritada, Elena.

-Devo ficar maravilhosa perto de Stefan.

-Admito que me incomoda saber que está sempre perto de Stefan.

Elena soltou um riso curto.

-És muito cortês, Damon.

-Eu tento.

-Admito que me incomode que você e sua cortesia fiquem para trás – Disse e disparou a frente de Damon galopando pela colina, logo pode ouvir o riso e os galopes de Damon.