PDV ELENA

—Ah, essa deve ser a Miss Elena Gilbert! - Uma voz desconhecida me despertou de meus devaneios, meu sorriso oscilou e eu lutei para torná-lo firme. Esse era meu futuro sogro, eu não conhecia sua voz, mas não tinha dúvidas.

Desvenculei-me do braço de Jeremy e caminhei devagar até Master Salvatore, fiz um cumprimento.

—Master Salvatore, é um prazer conhecê-lo.

Ele beijou minha mão e a afagou.

—Ou melhor, Miss Elena, reencontrar. Você cresceu menina, está tão linda quanto me lembro.

—Ah, obrigada Master Salvatore, permita-me lhe desejar um feliz aniversário.

—Obrigado, meu bem. Então, quer conhecer Damon?- Ele não esperou minha resposta- Damon, venha cá. -Gritou.

Um homem de aparência jovial apareceu no hall, os cabelos eram rebeldes e pretos, a pele era branca e limpída, os olhos azuis faíscavam e eram simplesmente hipnotizantes, não contive meu suspiro e rezei para que ninguém o tivesse ouvido.

—Sim, pai? -Aproximou-se o homem a qual eu sabia que um dia chamaria de marido.

—Essa aqui é a belissíma Miss Elena Gilbert. Recorda-se?

Fiz um cumprimento a pronuncia de meu nome.

—Infelizmente, não. O que deveria ser considerado pecado. Esquecer a beleza em pessoa -Ele sorriu para mim, um sorriso torto que me dava uma visão de dentes perfeitamente brancos, com cuidado ele pegou minha mão e depositou um beijo nela, tal como seu pai, mas com um afeto... diferente.

—Damon Salvatore, Miss Elena.

—Prazer Mr. Salvatore.

—Acredito, Miss Elena, que o prazer é inteiramente meu.

Meu sorriso se alargou, minha mãe tinha completa razão, ele era um cavalheiro cortês.

—A Miss Elena me daria a honra de sua companhia?

—A honra seria minha -Fiquei feliz em responder com sinceridade.

Ele me esticou o braço e eu engatei o meu ao dele. Ele me giou para o salão principal onde havia muitos casais dançando e se divertindo, alguns tomando alguma espécie de bebida e outros simplesmente defrutando de alguma conversa, todos se divertindo.

—Então Miss Elena gostaria de dançar ou de dar um breve passeio pelo jardim da propriedade?

—Um passeio pelo jardim agradaria-me em imenso.

—Que assim seja.

Ele me guiou até a uma majestosa porta de vidro que possibilitava uma breve visão do jardim explêndido que possuiam. Então ele abriu a porta e permitiu minha passagem em primeiro lugar, apesar de nós dois passarmos por ali sem esforços.

—Soube que virá morar com a gente, Miss Elena, gosta da ideia?

Suspirei, sem intenção de usar nenhum sentimento ou emoção no suspiro.

—Agrada-me a ideia de viver coisas novas, difícil deixar meus irmãos, mas estou bastante contente.

—Fico satisfeito, se estás feliz.

Sorri para ele.

—Então, o que gostas de fazer Mr. Damon? Sua propriedade é enorme lhe beneficia muito.

—Ah, Miss Elena, eu cedo a maior parte do tempo a faculdade e ao banco, mas quando tenho um tempo livre agrada-me muito o galope em minha égua ou a pratica com o arque e flecha. E você Miss Elena?

—Ah, incrível coincidencia Mr.Damon, tenho uma grande paixão por galope, apesar de saber que uma dama não deve galopar meus instintos dizem o contrário e o arque e flecha me agrada, meu irmão me ensinou alguma coisa. De vez em quando eu leio algum clássico ou pratico a esgrima.

—Achei que era como as outras que gostavam de passar a tarde a tomar um chá e fazer passeios em carruagens já que o cavalo é bruto demais.

—Com todo o respeito, as outras deviam tirar alguma base de mim, aprendendo a ser independente do que a sociedade acha correto e o que as próprias acham correto.

Ele sorriu.

—Nunca ouvi maior verdade.

Retribui seu sorriso, feliz com o que para mim era um grande elogio, melhor do que ser chamada de bela.

—Belas flores - Falei olhando para o canteiro de rosas vermelhas.

—Ah -Falou ele desanimando, um pouco, e lutando para não deixar transparecer - Eram de minha mãe, as criadas ainda cuidam... Mas não é a mesma coisa.

Arrependi-me de ter feito tal comentário e busquei alguma maneira de consolá-lo. Toquei seu ombro.

—Sinto muito pela Signora Salvatore, eu realmente sinto. Imagino o quanto doa, e... E eu acredito que a dor não suma, mas torne-se admissível ao passar do tempo.

Ele tocou minha mão.

—Agradeço o conforto, Miss Elena... -Ele olhou para o salão onde os casais dançavam animados e onde alguns rostos tornavam-se familiares a mim. - Queres dançar?

—Adoraria, contanto que sejas tu meu parceiro.

—Não tenha duvidas que serei.

Encaminhamo-nos para dentro onde tomamos a posição para a dança da noite.

Logo todos do saguão tinham um par e dançavam, afinal o importante para as moças presentes ali agora era não perder a honra e não passar vergonha, assim todas precisavam de um par para as danças. Uma parte de mim estava aliviada por conseguir um sem esforços.

—Se me permite dizer Miss Elena, dança adoravelmente bem - Elogiou-me Damon em meio a dança.

—Obrigado Mr. Damon, também é muio admissível - Ri e ele me acompanhou - És um ótimo dançarino, Mr. Damon.

—Obrigado.

A dança acabou e a maioria dos parceiros de dança das moças agradeceu a dança e se distanciou para apanhar uma bebida, já as moças correram em bolos para as amigas contando sobre seus parceiros. Fúteis.

E pensar que a maioria de lá são minhas amigas.

—Gostaria de um ponche Miss Elena?

—Seria adorável.

—Licença. - Ele sorriu para mim e encaminhou-se a mesas de bebidas.

Quando ele se distanciou suspirei aliviada, uma parte de meu dever estava cumprida, agora onde estaria o outro Salvatore?

—Miss Elena?- Uma voz desconhecida e masculina me chamou, não era novidade, a maioria das vozes masculinas que eu ouvia hoje eram desconhecidas.

Vir-me-ei para o dono da voz. Prendi a respiração por alguns segundos, havia me esquecido como respirar e quando percebi que estava ficando tonta voltei a respirar. Ele era lindo. Simplesmente lindo, e eu tive de me lembrar que meu futuro noivo estava ali, porque se não tivesse essa parte consciente me atiraria para o dono de olhos verdes com a pele límpida e branca, uns dois anos mais jovem que damon, o cabelo de um loiro acastanhado.

—Sim? - Consegui dizer me recompondo.

—Sou Stefan Salvatore - Ele se apresentou.

O Salvatore mais jovem, ah, meu Deus, o irmão de meu futuro novo, o meu futuro cunhado, e eu pensando em me jogar aos braços desse homem... Belo homem. Foco, Elena Petrova Gilbert. Ele não chega aos pés do irmão, não é? É, deve ser...

Quando pude recuperar os movimentos depois do breve estado de choque eu fiz um cumprimento á ele tal como fiz a Damon e a Master Salvatore.

—Elena Petrova Gilbert...

Ele riu.

—Sei quem você é. - Ele depositou um beijo em minha mão tal como seu pai e irmão, mas o toque dos seus lábios me fez estremecer internamente, despertando algo em mim... Algo que lutei para esconder. - És tão linda quanto falaram-me.

—Obrigada, há tempo que não te vejo, Mr. Stefan.

—É... E o tempo corre.

—De fato - Sorri tímida.

Então Damon apareceu novamente com um copo de ponche para si mesmo e outro para mim, o qual ele me estendeu com um sorriso.

—Obrigada - Sorri em retribuição.

—Irmão, -Disse Damon para Stefan - Vejo que já conheceu Miss Elena, e então?

—Adorável como ouvimos falar, não?

—Certamente.

Eu estava lisonjeada, mas odiava ser tratada como se não estivesse ali. Mas no momento não havia o que dizer apenas sorri e tomei o ponche que me foi oferecido.

—E ela é uma adorável dançarina - Disse Damon.

—Ah, mesmo? - Perguntou Stefan - Eu gostaria de ver. -Ele largou o próprio copo de ponche e estendeu a mão para mim - Concederia-me uma dança?

Larguei meu próprio ponche, e olhei para Damon que sorriu e assentiu para mim, era estranho que eu esperasse uma aprovação, eu dei minha mão a Stefan.

—Claro.

Ele me levou até o centro do salão onde uma dúzia de casais dançava e conversavam divertidos.

Em primeiro dançamos em silêncio, talvez os dois estivessem formulando um assunto na cabeça, mas nenhuma parecesse bom para abordar. Pelo menos eu não possuia nenhum, afinal mal o conheço, nem sabia seu nome, sobre o que poderia falar?

—Então Miss Elena -Começou ele, fazendo me erguer a cabeça e encarar seus olhos - Soube que virá morar conosco não?

—Certamente.

—Então seremos vizinhos de quarto, quem sabe.

Ri com a colocação das palavras.

—É... Quem sabe. - Meu olhar voou para Damon que dançava com... Rose, sim, o nome era Rose, era sobrinha do prefeito da cidade - Seu irmão é adorável - Falei.

Ele soltou um riso curto.

—Algum problema, Mr. Stefan?

—Não, mas acho que essa é a palavra errada para ser colocada em jus a meu irmão.

—Ah, então qual sugere?

Ele franziu o lábio pensativo.

—Sarcástico, irônico, frio, manipulador... Hum... Calculista?

—Ah! - Arfei - Surpreende-me ver alguém falar assim do próprio irmão.

—Quando o conhecer melhor ficará surpresa por não acreditar em mim.

—Ah, eu sei que Damon não é nada disso. Afinal me identifiquei muito com ele, ele é muito simpático e atencioso.

—Agora.

—Seu irmão sabe das barbaridades que fala pelas costas dele?

—Aposto que não, mas eu bem que adoraria saber as barbaridades que ele fala as minhas costas.

—Até agora não ouvi nada mal ao seu respeito. Pude perceber sozinha.

—Ah, Miss Elena, acredite em quem conhece ele há vinte anos.

—As pessoas mudam.

—Mas velhos hábitos não morrem.

—Tem o hábito de falar mal dos outros desde pequeno, Mr. Salvatore?

—Tem o hábito de ser teimosa desde pequena? Ou isso adquiriu com o tempo? Sabe, as pessoas mudam.

—Não é teimosia, é persistência. E obrigada pela dança - Falei fazendo um cumprimento e o abandonando no centro do salão indo em direção a janela que dava para a vista das roseiras da Signora Salvatore.

—E então querida? -Perguntou mamãe ao meu lado, pulei pelo susto e botei a mão em meio peito.

—Mamãe! Pregou-me um susto novamente.

—Ah, desculpa, minha flor, mas como foi? E os Salvatore? Que tal são.

—Mr.Damon é realmente cortês, um cavalheiro, se percebe de longe. Mas Mr.Stefan é um mal educado, mamãe, grosso.

—Ah, sinto muito por Stefan querida, quanto isso você se acostuma.

Bufei.

—Duvido.

—Mas o importante é que Mr.Damon foi exímio, não? E esse será seu homem, não Stefan.

—Certamente mamãe.

—Aproveite o resto do baile, querida. E lembre-se estresse causa rugas precoces! -Disse se afastando.

—Claro, claro -Murmurei quando ela já estava longe.

Escorei-me na parede e observei os convidados, conhecia a maioria.

Os Bennet, Bonnie Bennet é minha melhor amiga, perdeu a mãe muito cedo, agora o pai não descuida dela, o Professor Bennet, leciona ciências na faculdade, não há quem não o conheça, ele é tão... Social. Os Mikaelson, essa era uma família grande. Elijah Mikaelson, Klaus Mikaelson, Rebecca Mikaelson, Kol Mikaelson e Finn Mikaelson, filhos do prefeito Mikael Mikaelson e da primeira dama Esther Mikaelson, a única que os pais já armaram o casamento foi Rebecca que logo casará-se com Matt Donnavan, filhos dos Donnavan, a irmã, Vicky Donnavan foi mandada para um cidade pequena no estado de Washignton, para casar-se com um jovem de lá que a tia da mesma corgitou ser perfeito e ainda havia a mais jovem Donnavan, com a idade de Jeremy, Anna Donnavan.

Falando nisso Jeremy está com ela agora, não está? Ele estava logo ali, mas agora... Ah, na pista de dança com ela.

Olha, meu irmão já possui uma futura noiva, quem sabe.

—Miss Elena? - A voz de meu futuro sogro já havia sido arquivada em minha mente, então a reconheci de imediato quando pronunciou meu nome -Estás sozinha?

—Ah, não- Pensei em algo para falar rápido para não encrencar Damon com o pai que parecia severo - Mr.Damon foi buscar ponche para nós.

—Ah, assim espero, que ele não lhe falte com gentileza.

—Claro que não, Mr.Damon é um cavalheiro. Tem um ótimo filho.

—Ah, claro. -Até reconheci um pouco de sarcasmo na voz dele e ignorei. Damon devia ser posto contra a parede pelo pai e o irmão muitas vezes, coitado. -Espero que esteja ansiosa, sua mãe já falou com Miss Elena?

—Ah, sim, está tudo esclarecido. -Sorri - E Mr.Damon?

—Ah, Damon é muito impulsivo querida, não precisarei falar nada.

Continuei sorrindo e para salvar o dia, ou noite, Damon apareceu com dois copos de ponche, novamente, e estendeu um a mim.

—Obrigada. - Falei sorrindo.

—Não por isso, uma moça tão bela tem que se manter hidratada.

—Pois bem - Falei.

—Além do mais, precisa dançar mais com esse exímio parceiro de dança.

Ri e larguei o copo de ponche.

—Eu iria adorar.

Ele seguiu meu exemplo largando o ponche e pegando delicadamente em minha mãe.

—Se nos dá licença Master Salvatore - Falei fazendo um comprimento a ele.

—Toda, Miss Elena.

Mais uma vez eu e Damon nos encontrávamos no centro do salão com os outros casais dançantes, ele conduzia muito bem e eu tentava resistir ao impulso de eu mesma conduzir, já que não me criei para seguir certas regras da sociedade.

Eu corri o olhar para os convidados que dançavam, reconheci Rebecca e Matt ao nosso lado e sorri para eles que retribuíram, depois meu olhar correu para o rosto de Damon. Arrependi-me imediatamente, ele me fitava, agora era tarde para desviar e eu fui obrigada a encarar os olhos azuis, perguntanto-me quantos mistérios haviam dentro deles, quanta dor, quantos sentimentos poderiam haver. Perguntando-me o quê eu tinha que descobrir sobre ele. Perguntando-me o quê nos aguardava.