PDV NARRADOR

—Rápido Miss Elena -Chamou Loise da porta do banheiro do quarto de Elena.

Elena saiu do banho com o roupão, embaixo havia apenas suas roupas intímas. Loise se apreçou em botar as meias calças na garota e a apertar o corpete, mesmo contra sua vontade, então escorregou o belo vestido azul pelo corpo estrutural da castanha. Ela estendeu as sapatilha e Elena as calçou rapidamente, depois sentou no banco de sua penteadeira, seu cabelo foi escovado rapidamente e com um pouco de brutalidade, ela havia se atrasado, como sempre, no banho, mas seu primeiro atraso foi o passeio a cavalo, entrou no banho às seis horas, duas horas depois do que devia ter começado a se arrumar, e bem ficou lá por uma hora, agora estava apressada como nunca.

Agora o cabelo dela estava sendo arrumado como antes, mas com uma pequena coroa de brilhantes, Loise botou as jóias como tamanha rapidez nela, depois lhe passou o pó que a fez espirrar e depois deu a cor vermelho sangue em seus lábios. Elena estava pronta, com cinco minutos de sobra.

—Obrigada, mesmo, Loise.

—Não foi nada, corra garota.

Elena correu até o andar de baixo onde Jeremy e seu pai estavam, só faltava, bem, sua mãe. E ela apareceu um minuto atrasada.

—Estás linda - Disse seu pai a sua mãe, dando-lhe um beijo na mão.

—Estás adorável querido - Retribuiu a mãe.

Jeremy cruzou os braços e bateu o pé algumas vezes, Elena sabia o que ele diria.

—Sra. Gilbert está um minuto atrasada! Pensei que fosse às sete e meia em ponto, sem atrasos.

—Jeremy, ande, a carruagem espera meu filho e se não quer se sentar com o cocheiro ficará quieto.

Jeremy descruzou os braços e resmungou algo incompreensível, Elena riu.

Na carruagem o irmão e o pai permaneceram calados enquanto a mãe dava instruções a Elena, desnecessárias, Elena sabia tudo de cor, de trás para frente, mas ouviu atentamente e assentiu.

—Converse com todos os Salvatores, especialmente com o mais velho, Damon Salvatore. Ele será seu noivo.

Jeremy arregalou os olhos, mas não se pronunciou. Elena olhou por um segundo para ele, solidária, sabia o que ele pensava. Elena e Jeremy eram bastante ligados, desde que Jeremy nasceu Elena vive por ele, ela incobria todas as travessuras dele, e as cometia junto, eles fugiam para andar a cavalo, galopar, melhor dizendo, e quando ele aprendeu arco e flecha ensinou para irmã, que sempre quis aprender, mas a mãe achava masculino e inapropriado, então Elena havia feito aulas de esgrima junto com Jeremy.

Se a irmã casasse ela sairia de casa, nada seria o mesmo. Não agradou nem um pouco a Jeremy.

Elena conversava com ele mais tarde agora se concentrou em sua mãe.

—Mamãe, não sei quem Damon é, não o vejo desde... O que? Eu possuia seis anos.

—Ah, não se preocupe. Ele é moreno, de olhos azuis, a pele é clara e ele é alto, é mais alto que o irmão mais novo... Como é o nome do mais novo, meu bem?

—Stefan. Stefan Salvatore -Respondeu o pai em tom monótono, estava alheio a conversa das moças, perdido em devaneios, provavelmente preocupado com o banco.

—Isso, Stefan. Damon cursa advocacia e enquanto não termina a faculdade ajuda o pai no banco.

—Como ele é mamãe?

—Eu já disse, ele é lindo, olhos azuis...

—Não, mãe, como é o jeito dele, quais seus modos?

—Ah, eu não sei. Ouvi dizer que é perfeitamente educado e cavalheiro. Cortês.

—Tão vago - Suspirou Elena.

—Calma filha, daqui há uma semana sua mudança será feita para a casa Salvatore e você...

—UMA SEMANA? -Gritaram Jeremy e Elena.

A mãe se sobressaltou depois olhou para eles indignada.

—Sem gritos, mantenham o tom de voz baixo, mas articulado. Cansei de dizer isso. Sim, uma semana, nem mais e nem menos. Não estou apta a discussões, não quero uma palavra contra isso. Será o que será. Eu, sei pai e Master Salvatore já decidimos.

—E Signora Salvatore? Ela não opinou? -Perguntou Elena com a esperança de que a mãe do futuro marido a salvasse.

Os pais trocaram um olhar indecifrável, mas não era bom. Ele estremeceu pelo o que viria a seguir. Não estava certa se queria ouvir, mas a mãe falaria de qualquer jeito.

—Outra coisa -Falou - Não falem de Signora Salvatore, está virando polêmica agora, eles conseguiram esconder por pouco tempo, mas... Miss Salvatore faleceu. Gripe Espanhola. Sem perguntas, questionamentos, palavras. O assunto morreu... -Sra. Gilbert se arrependeu da colocação das palavras assim que as disse - Acabou.

Elena assentiu e vendo que todos os assusntos haviam acabado se concentrou em Jeremy, ele olhava para fora da janela, e ela já desconfiava de seus pensamentos. Não gostou disso. Não gostou de saber que ele estava sofrendo e sofreria mais com isso. Não gostou nada de sua dor, e queria aplacá-la, mas agora não havia maneira de fazer isto.

—Chegamos -Disse o Master Gilbert ainda monótono.

—Sim, de fato, cá estamos! -Falou vibrando Sra. Gilbert.

—É, estamos -Falou Elena tentando parecer confiante, sem muito sucesso.

Os pais desceram em frente, a primeira imagem Gilbert, depois desceu Jeremy que como cavalheiro estendeu a mão para Elena, ele não olhava nos olhos dela, mas ela procurava os dele. Quando desceu os dois degraus da escadinha da carruagem e pisou no chão da frente da mansão Salvatore desistiu de procurar o olhar dele e se endireitou pronta para seguir em frente. Sem contato visual Jeremy lhe estendeu o braço, ela engatou nele e seguiu os pais.

Até chegarem lá, a frente, Elena continuou a olhar curiosa para ele, estaria bravo? Estaria bravo com ela? Deveria saber que ela não queria isso. Ou que queria tanto quanto ele. Ela precisava do seu irmão tanto como ele precisava dela. Queria dizer que nada mudaria, mas seria mentira.

Então ela apenas suspirou, um suspiro desanimado.

—Postura, sorriso, educação -Murmurou a mãe antes de entrarem no hall da mansão.

Elena e Jeremy sorriam e se endireitaram, ambos não gostaram.

Elena estava atrás dos pais, então sua visão não estava muito avantajada. A mansão era muito bem ilumida, e ela podia ouvir a música clássica soando no salão ao lado, até podia ver alguns casais pelo espelho, mas não era o suficiente para ela, queria ver o salão principal, queria ver as pessoas, cumprimentar quem conhecia, conhecer quem não conhecia e acima de tudo queria conhecer Damon Salvatore, mas antes precisava dar os cumprimentos a Master Salvatore, assim como o irmão e pais. Os pais falavam com Master Salvatore e haviam acabado de deixar um presente na mesa enorme cheia deles. Elena não tinha uma boa visão de seu brevemente sogro, seu pai e mãe tampavam a vista. Então teve que esperar, junto com os demais convidados.

Estava impaciente e precisou se distrair com as unhas, compridas, ela ficou apertando-as nas mãos e observando como amassavam a pele e como a pele se recuperava, tolo, mas não havia nada melhor a fazer já Jeremy estava sendo um homem de poucas palavras.

O tempo ia passando, imaginava o que os pais estavam conversando com o Master, quem sabe o pai abrangia assuntos inapropriados para festas, o banco por exemplo, e a mãe o estivesse fuzilando. Quem sabe fosse o casamento. isso fez seu estômago revirar, será que ela estava mesmo pronta? Será que ainda não é jovem demais? Ela estava insegura, mas mais do que nunca não podia e nem devia aparentar isso. Ela respirou fundo e o sorriso voltou ao seu rosto.

—Ah, essa deve ser a Miss Elena Gilbert! -Ouviu uma voz masculina rouca e cansada. Ela não a conhecia, mas identificou.

Master Salvatore a chamara, era hora dela se apresentar. O próximo passo era agora.