Little Sister escrita por Lu Falleiros


Capítulo 18
Significado - O que realmente sentimos.


Notas iniciais do capítulo

Eba!! (Ou não...)
Este é o penúltimo episódio (Falta mais um e o especial! ^^). Eu espero que todas gostem, e caso desejam acompanhar as outras histórias, prometo que estarão recheadas de surpresas e, é claro, romance! (Sou uma romântica presa em São Paulo. Que desgraça! hahahaha...)

Bom é isso ai! E eu espero que gostem.



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-Qual o seu problema? – Falei baixinho enquanto Richard me amarrava contra a poltrona de cabeceira.

- O problema, minha rainha... É que eu quero a ti. Mais que meu irmão. – Ele se aproximou para cheirar meu perfume, nunca achei que sentiria isso, mas minha vontade naquele instante foi de empurrá-lo. Por que ele me assustaria daquele jeito?

- Richard. Você é casado! – Berrei para ver se mais alguém da família me escutava.

- Não me importo. – Ele bateu forte contra a parede.

- Mas eu sim. Pare com esta loucura. – Falei firme sem fitá-lo.

- Você não percebe. – Ele retrucou. – Todas as vezes que você me diz isso, me olha sem sentimento. O que quer dizer que você está escondendo de si mesma o que ainda sente por mim.

- Essas são suas conclusões. – Teimei em desvantagem. – Só para com isso. Você está bravo, e quer vencer seu irmão, não percebe que isso não o levará há lugar nenhum? – Bati com força a cabeça contra a poltrona que, por sorte, era acolchoada.

- Cale-se. – Ele gritou. – E se for só isso mesmo? Deixe-me.

- Não posso. Não percebe? Você está me usando para um egoísmo seu. – Briguei. – E Natty? Ela te ama. E sei que você gosta dela... Por que então não para com essa infantilidade? – Perguntei tentando acalmá-lo.

- Você não entende. Davin sempre foi melhor que eu. Para tudo! TUDO! – Richard caiu sentado na cama para me fitar. – Com suas notas, com papai. Ele até conheceu a mamãe. E eu que não tive isso. Como eu fico? Não consigo ser nada, além do herdeiro que tem um herdeiro antes de si.

- Isso não é verdade. – Revirei os olhos para rebatê-lo. – Você sempre fala o que pensa, é engraçado, e muito direto. Seu irmão não consegue ser assim. É difícil imaginar o que ele pensa, e nunca consigo perceber se ele está sendo sincero comigo. Você sempre vai fazer tudo que desejar. Já o senso de autocontrole de Davin é muito alto. E bom... Eu não sei se isso é bom ou ruim. Mas sei que você deve se orgulhar disso. Richard, Natty está lá fora, pensando na sua alegria, e querendo que você seja o melhor embaixador que a França já teve em Seul. E eu sei que você consegue. Eu sei disso. – Olhei seriamente para ele, percebendo meus próprios sentimentos. Todo esse tempo, eu não estava preocupada comigo, era com Davin. Ele a todo tempo me preocupa, eu só penso nele há quase cinco meses. Como não percebi isso antes?

- Lucy... – Richard balbuciou um tanto contente.

- E tem mais. – Minha mãe, Júlia invadiu o quarto. – Você conheceu sua mãe.

- O quê? – Eu e ele gritamos em uníssono.

- É verdade. E bom, achamos que está na hora de te contar. – Fernando saiu de trás da pilastra, e junto com Júlia os dois entraram no quarto e fecharam a porta.

- Vocês tem que entender uma coisa. – Fernando falou com o olhar indiferente.

- Richard. Você é meu filho. Mas você também é filho de Júlia. Então você conhece sim sua mãe e seu pai. – Fernando piscou, agora parecendo mais humano, sua voz gaguejava um pouco. – Desculpe por jamais contar nada a você.

- Eu. A culpa é minha. – Minha mãe pestanejou com os olhos cheios de lágrimas. Richard estava estático, sem se mover. Completamente inerte. – Eu não queria que Lucy acabasse com uma vida de nobreza, deveres e casamentos arranjados, mas acabei piorando tudo. Há algumas coisas, que quando estamos atados, é impossível desatar.

Eu concordei com a cabeça, ainda olhando para Richard. Quer dizer que eu e ele somos irmãos. O nó em minhas mãos nem incomodava mais. Eu estava extasiada. A única coisa que eu pensava era Davin! Davin! Eu sei! Eu te amo!! Eu queria gritar isso, mas não conseguia.

- Por favor, perdoa-nos. – Tanto Fernando quanto Júlia abaixaram a cabeça para Richard. O mesmo se levantou e abraçou os dois. Realmente, tem coisas que a família supera que eu jamais imaginaria.

- Lucy! Lucy! – Davin me chamava no corredor.

- Aqui! – Respondi sentindo meu coração vivo e ávido novamente. – Davin! Estou aqui! – Chamei-o. Quando passou pela porta ele correu em desatar os nós.

- O que houve aqui?? Meu Deus, está machucada? Por favor, nunca mais me dê um susto desses. O que estava pensando? Sabe o quanto fiquei preocupado. Eu te amo tanto, não pode acontecer nada há você! Nem por fora nem por dentro! Entendeu? – Ele segurava meus braços.

- Ah! Cala boca! – Gritei puxando sua blusa para que meus lábios tocassem os dele. Beijei-o por alguns instantes, mas ele parecia chocado. Até que suas mãos passaram do meu braço ao meu rosto. Ele acariciava minha bochecha com uma das mãos. E seus lábios percorriam os meus de forma muito sutil e cuidadosa, como se eu fosse uma boneca de vidro em suas mãos.

- Eu te amo. – Ele disse baixinho.

- Eu não acredito que disse isso. – Respirei fundo sentindo aquele aperto estranho no coração, que causava meu sangue a bombear-se mais rápido, e minha temperatura aumentar um pouco. – Espera. Repete.

- O quê? – Ele me fitou curioso. – Eu te amo muito. Mais que tudo, mais que qualquer um. – Disse então mais alto, e aquela sensação dobrou-se em meu corpo.

- Eu sei! Eu sei o que é isso. – Sorri para ele. – Eu te amo... – Suspirei vendo o quanto meu coração estava agitado. Eu jamais havia sentido algo parecido. Então isso é que era amar?

Davin me abraçou em silêncio. – Sério? – Eu concordei em silêncio. – Eu não sei se acredito. – Eu e ele rimos baixinho. O coração dele também batia agitadamente, enquanto o meu, parecia que toda a sala podia ouvir.

- Richard. Você entende agora? – Natty entrou no quarto, vendo que meu irmão ainda estava um tanto chocado.

- Sim. – Ele olhou-me e logo depois fitou Davin e depois passou a fitar Natty. – O que sinto por Lucy, é o mesmo que sinto por Davin. É como... uma ligação especial. – Ele sorriu para mim. – Desculpe confundir tais sentimentos. Nem pareço seu irmão mais velho. – Eu ri de leve em resposta. Não havia porque se desculpar.

- Richard. – Corri para abraçá-lo. – Eu tenho um irmão... Um irmão de verdade. – Corei ao pensar nisso. – Obrigada.

- Eu tenho uma irmãzinha. – Ele me fitou. – E ela é uma princesa... – Ele suspirou. – Eu não acredito.

- Eu também não. – Sorri para ele alegre.

- É... Tudo bem. Podem ser irmãos. Mas ainda tenho ciúmes. – Davin disse me pegando no colo e me arrastando para fora.

- Ei. Esperem... – Richard começou.

- Deixa. – Fernando falou. – Davin tem muito que botar para fora. Afinal, ele vai se casar, e os dois mal se falavam... Então... – Fernando sorriu, e um olhar terno surgiu em seus olhos, algo que há muito não se via.

- Agora eu tenho certeza. Tudo dará certo. – Júlia sorriu abraçando Richard e Fernando. – Vamos? – Ela chamou todos para a sala de jantar. – Temos janta. – Ela sorriu praticamente puxando os dois.

Davin continuou a andar pelos enormes corredores sem me soltar, eu estava em seu ombro, como a caça na era pré-histórica. – Quer me largar? – Ele simplesmente me ignorou. Ao abrir a porta de seu quarto, me colocou sentada na ponta da cama e me deixou lá, como se eu fosse uma menina prestes a levar uma bronca de um diretor. Ele corria de um lado para o outro da sala sem saber o que dizer, ou pensando em como dizer o que queria.

- Você me assustou! Nunca mais faça isso! E nunca mais me beije, não assim! – Ele bufou explodindo. – Entendeu? Você não pode simplesmente fazer essas coisas! Como você pode ser assim... tão tão!! Argh! – Ele explodiu novamente.

- Davin. Davin... – Eu sussurrei. – Eu estou tão feliz por você finalmente ter falado de forma franca o que sentia por mim. Você não sabe o quanto me deixou feliz. – Eu me levantei e também comecei a caminhar de um lado para o outro.

- Prometa-me. – Ele disse por fim, aproximando-se de mim e pegando meus pulsos para me jogar contra a cama.

- O quê? – Perguntei gaguejando um pouco.

- Prometa-me. Que jamais, jamais olhara para outra pessoa. Não quero que você olhe, converse, ou chegue perto de qualquer outro homem. Isso inclui meu irmão. - Dei uma risada de leve com o canto da boca. – Qual a graça? – Ele perguntou mais vermelho que nunca.

- Não nenhuma. Só não sabia que você, era tão ciumento, e gostava de mim tanto assim...

- Achei que isso fosse obvio. Eu te amo. Te amo mais do que ao meu país! – Ele disse aproximando-se de meu rosto. - Posso te beijar? – Ele hesitou. – Não deveria ter perguntado. – Ele suspirou.

Eu neguei veemente com a cabeça. – Tudo bem, assim eu sei que é você. Meu bebê inocente. – Disse puxando-o para mais perto, para poder novamente sentir aquele frio estranho, junto com o calor que meu corpo emitia quando eu pensava ou fazia qualquer coisa que tivesse relação com Davin. Como poderia haver um sentimento tão estranho quanto aquilo?  Eu me perguntava, enquanto adormecia em seus braços quentes e protetores.


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Notas finais do capítulo

O que acharam?? Preparados para o capítulo do casamento?? Hahahah...
Será que eu vou por mais alguma trapalhada... U.Ú...
(Não sei se conseguiria escrever algo assim... Hahahaha... Mas não custa tentar. Vamos ver! o/)



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