A mansão estava em completo silêncio, exceto pelo gêmeos que andavam à procura do quarto de Sunako-chan.

            - Deve ser a porta mais assustadora com certeza! – disse Hikaru animado, até havia esquecido porque antes estava triste.

            - Não tenho dúvidas sobre isso. – eles se olham e sorriem.

            Depois de alguns minutos perambulando a mansão, encontram uma porta no segundo andar cujo estava escrito em vermelho na entrada “Não entre!”.

            - Achamos! – sussurravam eles.

            - “Jason está de olho em você” Isso é algum tipo de piada?! – dizia Kaoru que olhava as letras pequenas do cartaz.

            Hikaru começa a bater na porta impaciente.

            Enquanto isso do outro lado da porta, Sunako-chan estava tentando dormir, já que estava realmente de mal humor, era difícil pegar no sono.

            Quando ouve os barulhos da batida vai em direção a porta sem saber o que a esperava.

            - Olá, sou Hikaru e este é Kaoru, queremos lhe pedir um favor! Nos ajude a assustar o Tamaki! – dizia impaciente o gêmeo, ele não gostava muito de se comunicar com quem não conhecesse, mas essa era uma exceção.

            - Hmm, desculpe. O que queremos dizer é se você não pode nos emprestar alguns de seus pertences. Prometemos que os devolveremos intactos! – terminava Kaoru, até pra ele era difícil se comunicar com a garota.

            Ela continuava a não responder, talvez estivesse processando a informação, pensava Hikaru.

            - Como? Emprestar meus pertences? – perguntava Sunako que fazia esforço para enxerga-los, já que sua franja tapava seus olhos.

            - Queríamos pregar uma peça em Tamaki, e gostaríamos de suas coisas emprestadas. Imagino que você tenha muitas coisas assustadoras é claro. – Hikaru não gostava muito da sensação de falar com ela. Algo nela lembrava Haruhi, ele só não sabia o que.

            - Quem é Tamaki?? – ela se esforçava para se lembrar. – E pra que querem fazer isso com ele? E como assim pegar minhas coisas?!

            - Tamaki é aquele loiro extravagante! Acredite em mim, quando você o ver de perto apenas mais uma vez, tenho certeza que ele ira te traumatizar. – Kaoru sorri com os pensamentos imaginando a cena em que Tamaki começaria  a “trabalhar” na garota a sua frente.

            - Hm. Ok. ... mas não sei se quero emprestar minhas coisas.

            - Se o problema for dinheiro, nós pagamos! – dizia Hikaru.

            - Olha aqui! Se o problema fosse dinheiro, o que não é, por que vocês não compram suas próprias coisas?! – ela estava começando a se irritar, além de já estar de mal humor, pensar em emprestar suas coisas para alguém não era aceitável.

            - Desculpe por meu irmão. Então o que nos diz sobre nos ajudar? Não precisa emprestar, acho que apenas sua presença já seria útil. – Kaoru tentava contornar a garota, tudo que ele queria no momento era ver Hikaru sorrindo.

            - Hm? Minha presença? O que querem que eu faça? – Sunako não estava curiosa sobre o assunto. Apenas lhe ocorreu a ideia de que se esse tal de Tamaki iria mesmo “tortura-la”, como já havia feito nessa tarde, aparecendo em sua casa para fazer tal coisa com ela, talvez “assusta-lo” não fosse tão má ideia assim. Não era um sentimento de vingança afinal, era apenas descontar sua raiva em alguém, e como Kyouhey não estava disponível e nem era o culpado dessa vez (milagre), ela sentia que deveria fazer isso.

            - Apenas apareça para ele, eu diria...

            - Eu aceito! – ela interrompeu Hikaru que parecia satisfeito com a resposta.- Mas eu quero receber  chocolates depois.

            - Sem problemas! Lhe daremos quantos você quiser! – responderam os gêmeos ao mesmo tempo.

            E assim os três comaçam a pensar em um plano para assustar Tamaki, o que levou apenas alguns minutos, já que apenas a presença de Sunako vestida de branco iria assustar Tamaki, pensava os gêmeos.

            Tamaki estava em sua cama, acordado, norteado ainda com o modo de Sunako ser, rejeitada por alguém que ama, ele também era rejeitado afinal. Quando de repente começa a ouvir barulhos pelo corredor.

            Ele olha pelos lados, seu quarto grande e escuro. Nada muito diferente do quarto de hospedes de sua casa. Ele olha pela grande janela que fica de lado de sua cama e vê algo passando. Se levanta rapidamente e olha mais de perto. O grande jardim era imenso, e apenas a lua o iluminava, a chuva e os raios haviam passado, mas nada se movia alem das arvores.  Decidiu então abrir a porta do quarto e ir ver o tal barulho, talvez fosse Haruhi indo lhe desejar boa noite.

            O corredor estava escuro, apenas algumas luzes fracas embutidas no teto estavam acessas. Provavelmente Haruhi havia desistido da ideia de ir lhe visitar a essa hora, mas ainda havia a possibilidade de ela querer dormir com o papai, pensava ele.

            - Mas pare com isso! Um pai não deveria ter pensamentos assim! Chega a soar estranho! – ele dizia para si mesmo.

            Então ele vê um vulto de uma mulher, achava, passando no final do corredor. E os barulhos aumentavam.

            De repente, ele sente uma mão em seu ombro esquerdo, uma mão gélida e forte. Sua coragem some e ele decidi não olhar para traz. Em sua frente, outro vulto passa, e dessa vez parecia vir em sua direção. Uma mulher de longos cabelos pretos, vestido branco e de cabeça abaixada.  A mão continuava em seu ombro. Ele realmente não sabia o que fazer.

            “Fantasmas.... fantasmas!” ele gritava em sua mente, mas as palavras não saiam. Até que ele apenas gritou algo sem sentido.

            Então a porta da frente de seu quarto se abre, e alguém sai dela.

            - Ora, parem de assustar o Tamaki agora mesmo! Não dá pra dormir assim! – dizia Kyouya que parecia realmente zangado por o acordarem.

            - Hã? Como? Me assustar? – Tamaki agora estava sem reação. Ele olha para frente e vê que na verdade o fantasma era Sunako, olha para trás e vê um dos gêmeos segurando seu ombro e na outra mão um saco de gelo.

            - Tudo bem, tudo bem... foi divertido afinal! – Kaoru saia do corredor e olhava para eles. Hikaru ainda estava gargalhando atrás de Tamaki, e Sunako já estava andando em direção ao seu quarto. Ela vira para trás e simplesmente diz: “Quero meus chocolates na porta do meu quarto amanhã”.

            Os gêmeos logo também saíram sorridentes e foram para seus respectivos quartos. Kyouya já havia entrado para seu quarto e batido a porta. E Tamaki apenas tentava se recuperar do choque. Realmente iam ser longas duas semanas para ele.