Era para ser mais uma típica manhã, se não fosse o fato de que naquele dia ocorreria a prova mensal, devido a isto parecia que o tempo estava refletindo o humor dos estudantes, já que o clima estava nublado. Muitos aproveitavam o tempo que tinham antes do início do exame para estudar enquanto outros tentavam relaxar um pouco conversando com os amigos, mas o que todos tinham em comum no momento era o mesmo sentimento, o nervosismo.

No 1ºA, quase todos os alunos já se encontravam em seus lugares, “quase” porque a Haruno mais uma vez estava atrasada, o que não era comum. Ino já se perguntava se no meio do caminho a amiga teria sido atropelada por um carro caindo aos pedaços com a lataria já enferrujada... sim, pois como Sakura era tão “sortuda” as chances de isso acontecer eram grandes, pelo menos era o que a loira achava. Já o outro loiro imaginava se a rosada teria sido sequestrada por um velho, integrante da yakuza, que tinha fantasias sexuais com jovens colegiais de cabelos rosa e olhos num tom esverdeado; Naruto já arquitetava um plano para salvá-la quando esta entrou na sala totalmente descabelada e vermelha, com o uniforme todo desarrumado, uma vez que a gravata, que era obrigatória, estava amarrada de qualquer jeito e o blazer e a saia estavam amassados.

Ino, Naruto e até mesmo Hinata se levantaram rapidamente para perguntar o que havia acontecido, mas antes que Sakura pudesse responder o professor de matemática, Morino Ebiki, havia chegado, ordenando para que todos se sentassem em seus respectivos lugares e que iria imediatamente aplicar a prova, que teria como duração 4 horas.

Durante a prova, ninguém ousava conversar, seja por estar concentrado ou por estar com medo do professor, conhecido por suas ameaças psicológicas. Depois de 2 horas e meia de prova, o professor passada entre as carteiras observando se nenhum aluno estava colando de outro, até reparar que uma das alunas estava com a cabeça na mesa, com os braços de apoio, servindo como um travesseiro ao mesmo tempo em que escondia a sua face. Morino imediatamente se dirigiu até a mesa dela, lhe dando um leve tapa na cabeça para esta acordar.

– O que pensa que está fazendo Haruno? – questionou autoritário o professor, chamando a atenção de todos para a garota.

– Hmmm? – murmurou a rosada meio rouca massageando com a mão onde havia recebido o tapa enquanto tentava se ajeitar na cadeira, estava difícil de fazer qualquer coisa naquele dia, já que o seu corpo estava dolorido.

– Não acredito que uma aluna como você foi capaz de dormir durante a prova, estou decepcionado, esperava essa atitude do Uzumaki, mas não de você. – declarou Ebiki ao apontar o dedo na direção do loiro. – A senhorita nem deve ter ao menos colocado o seu nome na folha, não é mesmo? – continuou falando de forma debochada, o que causou uma série de risinhos pela sala. Após terminar de falar, pegou a folha de gabarito da mesa e conforme passava os olhos por esta, podia-se ver um olhar de descrença e até mesmo de surpresa, uma vez que o gabarito já estava totalmente preenchido.

– Pode continuar o que estava fazendo. – disse sem graça enquanto abaixava a cabeça da Haruno para a posição que estava antes. Mas ao tocar na testa da garota, percebeu que a temperatura dela estava muito alta. – Hey Haruno, acho melhor você ir até a enfermaria.

Sakura apenas acenou levemente com a cabeça para o professor enquanto se levantava e pegava o seu material, andando meio cambaleante em direção à saída.

Quando a prova finalmente havia terminado, o trio de amigos da rosada se dirigiu até a enfermaria, encontrando-a ainda meio sonolenta, mas com uma aparência um pouco melhor se comparado de quando havia chegado. Logo após conversarem com Shizune, a médica responsável, Ino não resistiu e já foi dando bronca na amiga:

– Testuda, sua baka¹! Se estava doente nem deveria ter vindo para a escola! Onde já se viu sair de casa com 39º de febre, hein? – indagou a loira enquanto se aproximava da cama da Haruno.

– Sakura-chan, desta vez a Ino-chan está certa. Você poderia ter se envolvido em algum acidente enquanto vinha para cá, imagina se tivesse desmaiado no meio da rua? – declarou preocupada a Hyuuga.

– É verdade Sakura-chan! – concordou Naruto com as outras duas.

– Hey minna², eu estou bem agora, não precisam se preocupar – tentou tranquilizar Sakura com um sorriso, não obtendo o efeito desejado. Estava tão cansada que era capaz de dormir durante duas semanas, pensou.

– Garotos, menos barulho, a Sakura ainda precisa descansar, então acho melhor vocês irem pra casa, já que foram dispensados por causa da prova – interveio Shizune enquanto levava o pequeno grupo até a porta da enfermaria, deixando a Haruno deitar-se e cochilar novamente.

Enquanto dormia, a Haruno podia jurar que havia sentido alguém ao seu lado, mas após uns minutos quando abriu os olhos, não encontrou ninguém na enfermaria. Por estar se sentindo melhor, decidiu se levantar e ir pra casa. Mas antes tinha que passar no Grêmio, ainda tinha que pegar uns papéis e levar pra casa.

Ao chegar lá, encontrou apenas algumas pessoas, afinal, já eram 15 horas. Assim que Temari a viu, foi ao seu encontro.

– Sakura! Mil desculpas pelo comportamento do meu irmão ontem, só fiquei sabendo a noite o que aquele pirralho fez com você. – declarou a loira enquanto se curvava num pedido de desculpas.

– Ahn não tem problema não Temari-san, eu também tive culpa sabe. – respondeu Sakura sem graça, afinal, se não estivesse correndo, nada daquilo teria acontecido.

– Nem tente amenizar a culpa do meu irmão! E como um pedido formal de desculpas, a nossa família gostaria que você jantasse com a gente semana que vem e nem ouse dizer não, eu consideraria uma desfeita com uma sempai³! – disse a loira mais velha com uma expressão séria. A Haruno estava surpresa e, por não ter como contrariar Temari, acenou com a cabeça concordando com a outra garota.

Passou mais algum tempo conversando com os outros membros e, depois de pegar alguns papéis, foi praticamente expulsa por Tenten, que mandou-a direto para casa, já que havia passado mal mais cedo.

Após entrar na construção de dois andares, reparou que tinha visitas, já que havia alguns pares de sapatos a mais na entrada de casa.

– Sakura? Você já chegou? – perguntou Keiko da cozinha.

– Hai, okaa-san4. – respondeu enquanto trocava os sapatos. Era estranho a sua mãe estar em casa àquela hora, mas resolveu não falar nada.

– Se troque e depois venha até a sala, onegai5. – pediu a mãe indo em direção a filha, dando-lhe um beijo na testa como cumprimento.

Depois de tomar banho e estar devidamente vestida, a mais nova Haruno desceu até a sala como havia sido ordenado e acabou encontrando um homem, que aparentava ter a mesma idade que a sua mãe, ou seja, deveria ter aproximadamente 40 anos, com dois garotos do seu lado.

Percebendo a expressão de confusão da filha, Keiko decidiu revelar logo o que estava acontecendo ali.

– Sakura-chan, quero que você conheça meu namorado e seus dois filhos! – declarou Keiko sorrindo.