E Se...? escrita por Ma Black


Capítulo 29
Capítulo 29


Notas iniciais do capítulo

Deeeeesculpem a demora! Então... Prontos pra embarcarem na minha viagem?



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Andamos em silêncio. Todos perdidos nos próprios pensamentos, com  os próprios medos na cabeça. Eu e Maria nos entreolhávamos às vezes, um pouco desconfiadas da nossa guia. Às vezes eu andava de cabeça baixa, pensando em Pedro. Independente de qualquer acontecimento, eu o amei verdadeiramente.

Eu sei que ele também me amava. Que talvez, ainda me ame. Sei também que foi injusto deixar que ele ficasse lá, preso, para virar um servo da criatura estranha que nos guia. 

Não sou uma criatura estranha. Disse uma voz em minha mente, fazendo-me sobressaltar. Reconheci ser a voz de Kellie. No mesmo momento que ouvi isso, ela virou os olhos rosas na minha direção.

- Você pode ler mentes? - perguntei bufando. 

- Só a sua - ela respondeu sorrindo maleficamente. - Posso falar com você por lá também. Nunca fiz isso, mas é extremamente divertido! 

Maria olhou em minha direção, mas resolvi não corresponder o olhar. Qualquer acordo silencioso que tivéssemos seria ouvido por Kellie. 

Isso é verdade, ela respondeu.

- Dá pra parar com isso? 

- Ela tá falando na sua mente? - perguntou Tomás. - Que irado! Tipo aquele filme... A hospedeira! 

- A hospedeira é um livro - falou Maria com raiva. - De Stephenie Meyer.

- A escritora de crepúsculo? - ele perguntou. -Você é fã de crepúsculo, Maria? 

- Algum problema com isso?

- Calem a boca os dois - mandou Kellie com os olhos rosas brilhando de raiva. - Estamos chegando à comunidade. 

- Comunidade? - perguntei e ela bufou. 

- Apenas me sigam. 

Continuamos andando pelo escuro, até que ouvi Kellie parar de andar. Então eu parei também, assim como Maria e Tomás. 

- Chegamos ao nosso vilarejo - falou Kellie sorrindo orgulhosa. - Preciso voltar para aquelas grades! Sabe, além de ser guardiã da alma de Alice, trabalho como porteira. Dinheiro extra, entendem? Enfim, andem em frente, na rua que não faz referência a nenhum elemento. Vocês irão encontrar no fim dela um castelo, com... Bem, um castelo. Entrem nele, se dirija até Junny e peça para falar com a princesa Castellan. Adeus. 

Ela não deu tempo para questionarmos nada. Com um cruzar de mãos, uma bola luminosa azul surgiu e pude enxergar que estávamos no meio do nada, com uma porta na nossa frente. A bola encaixou-se na porta e esta se abriu.

Não sei descrever o lugar. Estávamos numa praça em forma de meia lua, que era a entrada do vilarejo, provavelmente. Na minha esquerda, duas ruas se estendiam. Uma de gelo e a outra coberta por um nevoeiro. Na minha direita, uma com fogo nas laterais e uma de terra.  Na minha frente, uma rua normal.  

Não podia descrever nada. Na praça que entramos... Atrás havia a porta que acabamos de passar, na sua frente um banco vazio e um poste ao seu lado. Somente. Tudo coberto por neve. Havia prédios e pessoas nas quatro ruas laterais, mas nada no meio. Na do meio, havia apenas casas com flores nas janelas. Havia uma padaria mais no fundo e mais nada. 

- Devemos ir na do meio - disse Maria.

- Ela não faz referência a nenhum elemento - concordei e comecei a caminhar. 

- Esperem - falou Tomás. - Olhem. 

Olhei na direção que ele olhava. Na minha direita, na rua do fogo, havia uma menininha encolhida calçada. Pelo seu corpo, deveria ter seis anos.  Estava vestindo uma grande roupa de frio, com um capuz. Não dava pra ver seu rosto, mas o longo cabelo ruivo estava posto a frente numa trança. 

- Precisamos ajudá-la - Tomás falou.

- Não temos tempo! - retrucou Maria.

- Olhe para ela, não passa de uma criança - falou ele.

- E daí? Eu quero explorar essa rua, vamos! 

- Mas...

- Cala a boca, Tomás - ela o cortou. - Vamos logo.

- Essa decisão cabe a Alice! - epa... Quando eu virei líder dessa viagem? 

- Alice? - chamou Maria.

- Qual das duas vamos? - perguntou Tomás.

- Temos que ajudar a menininha - falei e Maria bufou, enquanto Tomás sorria vitorioso. 

Então andamos até ela. Estava quente, muito quente. Mais quente do que eu poderia imaginar. A minha roupa já grudava na minha pele, o suor pingava em minha testa e eu estava ofegante, sem ar devido a fumaça. Mas eu iria ajudar. 

Andamos um pouco mais e ficamos de frente para a menininha, vendo possibilidades para salvá-la.

- É impossível - disse Maria. - Vamos voltar! 

- Eu não vou deixar ela aqui, Maria - eu falei e Tomás concordou.

- Ótimo - ela foi andando, não antes de se virar e gritar: - Quando pararem de bancar os bombeiros, eu estou ali sentada no banco.

Alice, você não tem tempo. Saía daí! 

- Mas que droga! - gritei.

- O que foi? - perguntou Tomás.

- Aquela peste estranha de olho rosa não saiu da minha cabeça! - eu falei e ele riu. Escutei Kellie bufar e sorri. 

- Qual seu nome? - Tomás perguntou pra menina, mas ela não respondeu. Estranho.

- Tomás... Eu vou tentar passar correndo. Pego ela no colo e te jogo.

- Tá louca? 

- Não tem outra alternativa! 

- Então tá.

Confesso que esperava que ele dissesse "Não, Alice, eu vou no seu lugar", mas tudo bem. Passei e senti meu corpo se contrair. Minha pele queimava, mas foi rápido. Num instante, eu estava do outro lado. Estar ali foi a pior parte. O ar estava mais abafado e as queimaduras ardiam. 

- Qual o seu nome, meu bem? - perguntei me abaixando. Minha visão estava ficando preta.

- Eu? - a menina levantou o olhar azul. Era a mesma menina fã dos Rebeldes que pediu um beijo meu e do Tomás no show... - Eu sou a princesa Castellan.

Ela sorriu e depois disso, eu apaguei. 


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Notas finais do capítulo

Um lixo... Tô tentando correr com isso o máximo que eu posso. Sabe... Pra ela voltar pro Tomás logo e isso virar algo normal! Beeijos ;)



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