Cinco Coroas escrita por Ste


Capítulo 2
A fútil e competitiva Lívia




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Lívia caminhava pela rua deserta ciente dos avisos de Charlotte que faziam jus ao estado em que o Ciclo se encontrava: impiedosamente forte. Ela particularmente não gostava disso. Charlotte estava chamando demais a atenção da família real. Lívia tinha fugido de lá justamente por querer distância. Ela queria saber qual era o plano completo, mas a outra não confiava nela o suficiente e apenas deixava pequenos filetes de informações vazarem. Lívia a detestava.  

Um suspiro atrás de si a fez parar de andar, o ar úmido da recente chuva atravessou seus cachos vermelhos como sangue e o característico perfume dele a preencheu.

Gregory.

— Seguir-me até uma praça deserta? O quão original você é? - Lívia indagou antes de se virar e seu sorriso morreu em seus lábios quando viu que não havia ninguém, virou-se novamente para frente e lá estava ele.

— Maldição! – ela praguejou e deu um passo em falso. Quase caiu.

— Idem. – Gregory disse sarcástico. – Dê-me o Coração, Lívia.

Ela suspirou rolando os olhos.

— De qual dos corações fala, Gregory? Quer que eu te devolva o teu? Mas não era meu? –perguntou sarcástica.

— Você não devolveria o meu nem se isso dependesse de sua fútil e miserável vida. Agora me dê o Coração. – rangeu os dentes.

— Sabe que às vezes me pego pensando que você realmente poderia ser um bom rei? Só que depois eu me lembro que é incapaz, tão fraco... – devaneou.

— O Coração, Lívia. – ele ordenou estridente.

— Incapaz de sentir empatia, amor...

— E o que sinto por você, Lívia? – de repente perguntou indignado - O que é? Uma simples inclinação?

— Se realmente me amasse como insinuava nunca teria deixado de me dar o que eu pedi! – a ruiva gritou. Resolveu que não era hora para mostrar-se frigida.

— E o que não te dei? Nunca entendi a razão de ter partido... Lívia, eu te dei tudo o que você mais ama - roupas dos mais caros alfaiates, joias das mais variadas preciosidades, perfumes de Paris, sapatos das melhores sapatarias...

— Amor. – ela sussurrou tristemente ao perceber que seu amado achava que ela era feita apenas de futilidades.

— Como não te dei amor? Se foi o que mais fiz e que...

— O que mais fez? – Lívia perguntou rindo com deboche. – Você me deu tudo, exceto amor, Gregory.

— Greg. – gemeu o Rei. – Chama-me de Greg, Lívia. Como chamava, minha competitiva.

— Não me chame de competitiva, o que competi não valeu o preço de ter ganhado. – respondeu-lhe friamente.

— Competiu a minha atenção, Lívia. E ganhou. – ele sorriu.

— Era para eu ter deixado Joceline ganhar. Ela faria bom proveito. – Lívia girou nos calcanhares e virou-se para continuar a andar, porém num piscar de olhos Gregory estava em sua frente.

— Há tanta coisa que quero te dizer. Quero mostrar-te meu amor.

— Foi uma pena, não é Gregory? Apaixonar-se pela serviçal sem futuro próspero e de família miserável. Por isso ficava mais com os Nobres do que comigo – riu infeliz - Mas no fundo, você estava tão descontente quanto eu. – desabafou - E o Coração de Prata não está comigo. Vocês reis, pensam-se tão impetuosos e astutos e temem o Ciclo! Devia saber que não sou confiável, Gregory, passei mais tempo sendo rainha do que elas. Acha mesmo que Charlotte confiaria em mim?

— Se não está contigo, está com... – Gregory pensou por um momento e no fim percebeu. Era óbvio. – Charlotte não confia em ninguém além de si própria. – ele pegou um celular em seu bolso e discou um número. – Nicholas, o Coração de Prata está com Charlotte. – desligou e virou-se para a bela ruiva a sua frente. – Obrigado, Lívia.

— Pelo o que? Nunca disse se está com Charlotte.

— Não por isso. Obrigado por me ensinar a arte de amar. – o infeliz nobre lhe deu um meio sorriso.

— Pena que não aprendeu. – Lívia murmurou decepcionada e Gregory andou até ela fisgando sua cintura, pôs suas mãos nas costas da amada sob o fino tecido de sua blusa e a puxou para si, beijando-a e sendo correspondido abruptamente. Afinal, a cólera de Lívia não era tão extraordinária a ponto de ela não retribuir aos beijos abrasadores de Gregory.

— Eu te amo, minha competitiva Lívia, com tudo o que tem de bom e ruim dentro de mim.

— Eu também, Gregory. Porém, serei a primeira a cortar seu pescoço cabeça fora quando chegar a hora.

— Seria o melhor presente morrer por suas mãos, já que aos poucos estou expirando por elas. – ele murmurou a beijando-lhe as mãos.


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Notas finais do capítulo

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