Pov Melody

O beco diagonal era simplesmente fantástico! Tinha tudo o que você possa imaginar. Eu olhava fascinada para todas aquelas lojas onde tinham caldeirões, vassouras, bichos, ervas, livros, roupas, tudo.

— Aonde vamos primeiro?- perguntou Jorge me tirando de meus devaneios.

— Comprar os livros!- eu disse ao mesmo tempo que minha irmã dizia:- Comprar as roupas!

— Os livros são mais importantes Nynha!- eu disse olhando pra ela já sabendo no que isso ia dar.

— As roupas também são!- ela disse estreitando os olhos.

— Eu digo que vamos comprar os livros primeiro!- eu disse.

— As roupas!- ela disse.

— Os livros!

— As roupas!

— Os livros!

— As roupas!

— Os livros!

— As roupas!

— Os liv...

— PAREM!- gritaram Fred e Jorge nos fazendo parar, e só agora eu percebi que estava cara a cara com minha irmã.

— Nós vamos fazer assim, ou vocês se decidem o que vamos comprar primeiro, ou eu e Fred decidimos!- disse Jorge.

— Tudo bem!- dissemos juntas.

— E então!?- perguntou Fred.

— Livros!- eu disse ao mesmo tempo que minha irmã disse roupas.

— Isso não vai dar certo Jorge!- disse Fred.

— Vamos fazer do nosso jeito então!- disse Jorge.

— Que jeito?- perguntamos juntas e depois olhamos uma pra cara da outra.

— Eu vou com você comprar os livros, e o Fred vai com a Nynha comprar as roupas, depois nos encontramos aqui para comprar o resto das coisas!- disse Jorge.

— Certo?- falou Fred.

— Certo!- disse juntas de novo revirando os olhos

— Vamos Mel!- disse Jorge me levando pelo lado oposto em que Fred e Nynha seguiram.

— Que briga foi aquela heim!?- falou Jorge.

— Nós sempre discutimos quando temos que tomar decisões assim! Eu sempre quero o oposto dela e acaba que brigamos!- eu disse emburrada- E ela sempre escolhe o que eu não quero fazer, tipo ter que comprar as roupas!

— Você não gosta de comprar roupas? Pensei que toda menina gostava!- disse Fred me fazendo rir.

— Eu gosto sim de fazer compras, só que entre escolher livros e escolher roupas, eu prefiro livros!- eu disse.

— Ah tah!- disse ele sorrindo.

— Então, onde vamos achar os livros?- perguntei.

— Fácil! É só agente ir na Floreios e Borrões!- disse Jorge parando de andar.

— Então vamos!- eu disse começando a andar, mas parei quando percebi que Jorge continuava no mesmo lugar- O que foi?

— Você está indo pro lado errado!- ele disse sorrindo.

— Ah!- eu disse corando levemente.

— Vem!- disse ele pegando na minha mão e me levando pela direção contrária. Quando ele pegou minha mão, senti de novo aquela mesma corrente elétrica passando pelo meu corpo todo. Mesmo sendo um beco, ele tinha várias ruazinhas de lado, e em uma delas ficava a Floreios e Borrões.

— Chagamos!- falou ele quando chegamos em frente a uma loja onde dentro se via várias estantes até o topo cheias de livros.

— É enorme!- eu disse quando entramos admirando tudo. - Fascinante!- eu disse enquanto pegava um livro na estante.

— Você tá parecendo a Hermione quando vem aqui, ela fica com essa mesma cara e com os olhos brilhantes só de olhar pro livros!- disse Jorge com a testa franzida.

— É porque ela sabe dar valor ao conhecimento como eu!- eu disse sorrindo. Eu gosto de ler livros e de estudar, mas nem por isso significa que eu sou uma sabe tudo. (Não estou chamando a Hermione de sabe tudo não tá!?).

— Ok senhorita amante dos livros!- disse Jorge sorrindo me fazendo rir. - Vamos comprar os livros!- disse ele me puxando até o balcão, onde uma mulher estava escrevendo num pergaminho.

— Boa tarde!- disse Jorge, fazendo a mulher olhar para nós.- Queremos comprar uns livros.

— Certo. Qual a escola e qual o ano?- perguntou a mulher.

— Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, os livros são do quinto ano, queremos dois exemplares de cada. - disse Jorge.

— Ok, vou pegar tudo. Esperem aqui que já volto.- disse a mulher se retirando.

— Como ela vai saber quais são todos os livros?- eu perguntei curiosa.

— Dumbledore sempre manda uma lista com os livros que iremos usar de cada ano. - disse ele.

— Ah, mas ainda tem as matérias que a gente escolhe. - eu disse.- Quais são mesmo?- eu perguntei confusa.

— Runas Antigas, Trato Com Criaturas Mágicas, Aritmancia, Estudo dos Trouxas, Adivinhação.- disse Jorge contando nos dedos.

— Hum... vou ter que escolher pra mim e pra Nynha. - disse pensando. Cinco minutos depois e eu já sabia o que escolher. - Já sei!

— O que vai ser?- perguntou Jorge curioso.

— Trato Com Criaturas Mágicas, Adivinhação e Runas Antigas pra mim e Estudo dos trouxas pra Nynha!- eu disse sorrindo. - O que você acha?

— Bom, Trato Com Criaturas Mágicas é bom, porque é o Hagrid que ensina, Adivinhação eu já não sei, a Triloney é meio doida, e Runas Antigas você pergunta a Hermione, ela faz essa também e Estudo do Trouxas eu não sei.- disse ele enquanto a mulher voltava com todos os livros.

— Aqui estão. Mais alguma coisa?- perguntou ela simpática.

— Sim, a senhora poderia trazer também os livros de Trato Com Criaturas Mágicas, Runas Antigas, Estudo dos Trouxas e Adivinhação do quinto ano? Dois exemplares de cada também, menos Runas Antigas e Estudo dos Trouxas. - eu disse gentilmente.

— Claro!- disse ela sorrindo. Alguns minutos depois ela volta com os livros, nós pagamos tudo e saímos com todos os livros.

— Por Merlim, como isso pesa!- eu disse enquanto carregava alguns livros que Jorge não conseguiu pegar, ele fez questão de não me deixar levar a metade, então eu tava com uns 7 livros e ele com mais de 15.- Não sei pra que tanto livro!

— Tive uma ideia!- disse ele colocando os livros no chão e pegando os que eu carregava e colocando junto.

— O que você vai fazer?- perguntei enquanto ele pegava a varinha.

— Vou mandar eles pra casa do seu pai!- disse ele sorrindo satisfeito com a ideia.

— Boa ideia, Jorge!- eu disse sorrindo. Com um movimento da varinha, todos os livros sumiram, e provavelmente estariam em algum lugar na casa do papai.

— Eu amo magia!- disse ele.

— Vem, vamos atrás da minha irmã!- eu disse.

— Espera. Hã, ainda temos tempo, você não quer...fazer outra coisa comigo?- perguntou ele corando um pouco. Essa pergunta me pegou de surpresa. Jorge Weasley me chamando pra fazer alguma coisa!? Legal!

— Claro!- eu disse sorrindo com a ideia de ficar mais um tempo sozinha com ele. - O que faremos?- perguntei curiosa.

— Bom, eu conheço um lugar parecido com um parque perto daqui, e dá pra ir andando!- ele disse.

— Então vamos, não conheço nada por aqui mesmo!- eu disse. - E se você diz que é legal então deve ser mesmo!- disse corando um pouco.

— Vamos!- ele disse e começamos a andar.

— Como é Hogwarts?- perguntei.

— Ah, você vai adorar. É enorme, com várias passagens secretas, que só eu, Fred e o velho chato do Filch conhece!- disse ele.

— Quem é Filch?- eu perguntei.

— É o zelador de Hogwarts. Ele é o responsável por eu e Fred levarmos detenções. Mas nos vingamos dele colocando bombas de bosta na sua sala! Ele sempre desconfia que somos nós, mas como não tem provas não pode fazer nada!- disse Jorge rindo.

— Eu também vivia colocando bombas de bosta na sala da zeladora de Beauxbotton! Ela nunca desconfiou que fosse eu!- eu disse rindo lembrando das vezes em que fiz isso.

— Bom saber, você pode nos ajudar! O Filch é um chato e merece ser perturbado!- ele disse me fazendo rir mais ainda.

— Coitado, esse ano ele vai sofrer!- eu disse rindo junto com Jorge.

— E ainda tem a insuportável da gata dele, a madame Nor-ra, eu tenho uma vontade de fazer uma bola dela e depois joga-lá nos aros no campo de Quadriboll!- disse ele me fazendo rir.- Mas o Pirraça nos ajuda também!

— Quem é Pirraça?- eu perguntei.

— Ele é um poltergeist, bem parecido com um fantasma.- disse ele.

— Fantasma?!- eu perguntei assustada.

— É, Hogwarts tem um monte!- disse ele.

— Essa não!- eu disse batendo a mão na testa.

— O que foi?- perguntou ele confuso.

— A Nynha tem pavor a fantasmas! Toda vez que ela vê um desmaia!- eu disse lembrando uma vez que fomos com a escola num castelo e no meio da explicação apareceu um fantasma dando um belo de um susto na Nynha que desmaiou. Quando ela acordou, o fantasma ainda estava por perto, e ela desmaiou de novo. Desde esse dia ela tem pavor a fantasma.

— Bom, ela vai ter que se acostumar, porque o professor de história da magia é um fantasma também!- disse ele.

— Pronto, ferrou de vez!- eu disse. Coitada da minha irmã!

— Mas não pense nisso agora! Vamos aproveitar esse parque!- disse ele apontando.

Quando eu olhei para onde ele apontava, me deparei com um lindo parque, ele era pequeno, mas era muito bonito, tinha árvores enormes e verdinhas, bancos de madeira e balanços.

— É lindo, Jorge!- eu disse encantada com o lugar.

— Sabia que você ia gostar!- disse ele sorrindo e olhando pra mim. Os olhos dele são tão lindos, são de um castanho tão profundo que acabo me perdendo neles. Ficamos nos olhando até que ouvimos uma coruja piando no alto, e foi aí que percebi nossa proximidade.

— Vamos ficar nos balanços?- falei a primeira coisa que me veio na cabeça.

— Vamos!- disse ele pegando minha mão e me levando até a eles, me fazendo sentir de novo aquela sensação de correntes elétricas subindo pelo meu corpo. "Porque sempre me sinto assim quando o Jorge tá perto?", pensei enquanto chagávamos perto dos balanços.

— Quer que eu te empurre no balanço?- perguntou ele.

— Pode ser!- falei sorrindo. Me sentei no balanço e ele começou a me empurrar fraquinho.

— Mais forte, Jorge!- eu disse rindo.

— Tá legal!- disse ele e empurrou com mais força.

— Mais forte! Nossa Jorge, não sabia que você era tão fraquinho!- falei pra zoar com ele.

— Ah é!? Então você vai ver quem é fraco!- disse ele e dessa vez empurrou com força mesmo, me fazendo soltar um grito quando eu quase fiquei de cabeça para baixo.

— Tudo bem! Eu retiro o que disse! Você é o cara mais forte que eu conheço!- eu disse rindo fazendo ele rir.

— O que? Eu não ouvi direito!- disse ele rindo.

— Não me faça pular daqui pra te fazer ouvir!- eu disse rindo enquanto o balanço continuava indo alto.

— O que?- perguntou ele rindo de novo ficando na minha frente, fingindo que não me ouvia.

— Você que pediu!- eu disse me jogando do balanço, caindo em cima dele nos fazendo rolar no chão e rir, quando paramos, ele estava em cima de mim e nossos narizes estavam quase se tocando. Quando fechei os olhos, escuto pessoas se aproximando e nos separamos rapidamente.

— Muito bonito!- disse minha irmã com as mãos na cintura nos olhando.