Before Sundown escrita por Anny Fernandes


Capítulo 18
Uma hora tinha que acontecer


Notas iniciais do capítulo

Ahhhh vou logo falando que nesse capitulo tem uma coisa que to esperando a maior tempo para fazer! Espero que gostem e deixem reviews!



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- O dia esta tão bonito – Ethan disse atrás de mim – Você não acha Alana?

Sorri e virei meu tronco para encarar ele por um segundo.

Ele deu alguns passos e parou ao meu lado.

Pela primeira vez notei de verdade tudo ao meu redor.

Estávamos na floresta para o último dia de treinamento. O sol ofuscante brilhava no céu azul. E quando eu digo azul é realmente azul... Nenhuma nuvem para acabar com essa beleza.

- Sim – respondi enfim – É o mais belo...

Olhei para o céu com o pescoço esticado. Fechei os olhos e imaginei a praia do D4. Agora deve estar meio gelada ainda, mas no verão é a coisa mais divina do mundo.

Tudo o que eu quero é mergulhar na água salgada e limpar todos os resíduos disso tudo. Mas eu sei que não posso. Tenho uma missão.

Acabar com a Capital. A raiva me moveu a isso e tenho um pouco de esperança em conseguir fazer algo.

A mão de Ethan na minha interrompe meus devaneios e me trás de volta a realidade.

Ele me olha sorrindo e eu retribuo. Não puxo minha mão imediatamente e não espero que ele faça isso.

Escuto passos e olho para trás. Martyn esta vindo em nossa direção, mas...

Tem algo errado. Não era para ter mais ninguém aqui e Martyn tem uma menina pequena agarrada em seus braços.

Sua estrutura é pequena, mas arisco que ela tenha no mínimo uns 14 anos.  Seu nariz é fino e comprido e seus olhos negros me encaram. Seus cabelos são sedosos e também negros... Tenho que admitir que ela seja bonita.

- Quem é ...

Antes que eu pudesse terminar minha fala mais três pessoas saíram do mato.

Olhei atentamente enquanto Quendy, Martyn e outras três pessoas caminhavam em nossa direção.

Tinha uma menina loira com os olhos castanhos. Não era muito bonita com os cabelos cheios e com espinhas no rosto, mas parecia ameaçadora.

O menino era magro e feio. Seus olhos estavam fundos e eu podia ver olheiras.

- Quem são esses? – Ethan pergunta soltando minha mão e se colocando em minha frente.

Ross chega perto e nós ficamos lado a lado olhando os três convidados desconhecidos.

Martyn abraça com força a menina de cabelos sedosos e me encara.

- Sinto, não ter dito nada antes. – ele falou cerrando os punhos – Mas esses são pessoas necessárias no treinamento.

Avancei alguns passos e coloquei a mão em cima de minha arma.

- Você confia nessas pessoas Martyn? – perguntei encarando ele.

- Não vamos fazer nada... – a menina loira disse com sua adaga em punho.

Mordi minha bochecha por dentro da boca e senti o sangue sair. Puxei a arma e deixei em minha mão, inútil.

Martyn havia dito que tinha uma surpresa, mas quando eu iria imaginar que seriam três pessoas desconhecidas?

- Martyn – eu chamei – Podemos conversar em particular?

Ele se soltou da menina e veio em minha direção.

Quando não consegui mais ver o lugar que estávamos antes, peguei minha arma e segurei olhando para Martyn.

- Você não vai apontar isso para mim não é? – ele perguntou rindo.

- Não seria a primeira vez – eu disse sem rir.

Ele foi ficando serio aos poucos e eu pude pensar com a mente livre.

O que Martyn estava fazendo? Nos traindo?

Não acredito nisso, mas uma explicação deve ter.

- O que você estava pensando trazendo pessoas desconhecidas para cá? – eu perguntei esfregando a mão no rosto.

Ele me encarou e puxou sua faca.

- Não são desconhecidos para mim... – ele disse casualmente enquanto cutucava sua unha com a faca.

Eu sabia que ele me enfrentaria se ele se sentisse ameaçado, eu também faria o mesmo.

- Pra mim eles são desconhecidos – eu suspirei – Pensei que nosso plano fosse sigiloso!

- Vocês eram desconhecidos para mim! – Martyn gritou – E mesmo assim eu os acolhi na minha casa!

Dei um passo para trás. Olhei fixamente para a faca e desviei o olhar com um tremor. Ele andava de um lado para o outro passando a mão nos cabelos.

- Você nunca me agradeceu devidamente Alana... Nunca! – ele chegou mais perto de mim – Não pensou que eu estava perdendo coisas para te ajudar?

Ele estava nervoso e ficava colocando o dedo no meu rosto. A raiva subiu e eu não pude me controlar.

- Eu nunca pedi que me ajudasse! – berrei de volta – Só queria estar em casa agora!

E era verdade. Tudo o que eu queria é estar em casa agora. Com a cabeça deitada no colo de Homes e seus dedos longos alisando meus cabelos. Blanco a cabeça, parando de tremer.

Ele ia dizer algo, mas eu continuei.

- Não! Eu nunca quis sua ajuda!

Martyn se aproximou e eu o empurrei.

- Eu senti pena de vocês Alana... – ele disse com a voz suave. Pude ver determinação em seus olhos.

- Não quero que sinta pena de mim! – berrei.

Estou cansada de todos sentindo peninha de mim. Eu sou forte! Não quero pena...

- Vamos voltar – eu disse – E você me apresenta aos seus amigos!

Ele sorriu.

- Sim... É claro Alana! – ele disse meio confuso.

Ate eu estava confusa. É por que no meio de todo esse descontrole emocional, eu me dei conta de uma coisa: eu não sou mais fraca. Não agora, não depois de tudo que estou vivendo.

Coloquei a arma bem guardada na bainha de minha calça e ambos caminhamos ate o grupo.

Martyn me apresentou para todos os novos intrigantes. A menina de cabelos negros era Lola, o menino Titus e a loira feia Calista.

Comemos uns sanduíches que a mãe de Martyn havia feito e finalmente sentei para tentar relaxar.

Mas não durou muito. Ethan segurou minha mão e me puxou.

- O que foi? – eu disse resmungando – To muito cansada...

- Vai valer a pena – ele sorriu

Ele segurou meus ombros e me guiou, desviando das árvores.

- Fecha os olhos! – ele disse e segurou minha mão.

Obedeci e fui guiada as cegas por dentro da floresta.

Depois de um tempinho andando ele me cutucou e eu abri os olhos e fiquei esbaforida.

- Ethan... isso é... Ual!

Ele riu e eu olhei a paisagem. Estávamos num precipício enorme. As pedras caiam quando eu me inclinava e eu não podia escutar o barulho delas batendo no chão... Era tão fundo e enorme.

Lindo, simplesmente.

- Gostou? – ele disse meio nervoso.

- Você esta brincando? – eu pulei nos braços dele – Isso é perfeito!

Me afastei, percebendo o que tinha acabado de fazer. Ele segurava minhas costas com tamanha força. Soltei um suspiro quando senti as borboletas voarem como loucas no meu estomago. Seus olhos encontram os meus e naquele momento eu estava completamente apaixonada por ele de novo. Era como se nenhuma briga tivesse acontecido... Como se fosse de novo o primeiro dia. Na praia...

- Achei que seria um jeito bom de pedir desculpas! – ele sussurrou sem me soltar.

- Você já esta desculpado. – sussurrei de volta

Ele piscou e disse “Obrigado” com o movimento dos lábios.

Ele segurou minhas costas com mais força e eu fui tomada por uma vontade tão intensa que não pude conter.

Segurei suas bochechas fracamente e beijei-o.

O gosto chocantemente delicioso de sua boca me surpreendeu. Nossos corpos pareciam um só ser. Entrelaçados. Unidos.

Nossos lábios tinham a combinação perfeita de delicadeza e amor. As línguas faziam o papel perfeitamente e não tive vontade nem de respirar por alguns momentos.

Empurrei um pouco ele para pegar ar e ele riu.

- O que foi? – perguntei

- Bom, ate que enfim!

Ri junto com ele e completei:

- Uma hora tinha que acontecer!

E então continuamos nos beijando entralaçados na beira do precipício. 


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Notas finais do capítulo

Reviews?