POV SIRIUS

                - Sirius! – os dois gritaram juntos e retribuíram meu abraço.

                - Ficamos preocupados, cachorro – James sorriu.

                - O que houve? – Remo perguntou – Por que não estava na Estação?

                - Longa história – revirei os olhos e me sentei novamente – aquela maldita plataforma não se abriu para mim. Como me encontraram?

                - Foi fácil – Pontas deu de ombros enquanto observava a casa – um feitiço de localização e um portal mágico, já que nós somos menores de idade e não podemos aparatar.

                - Espera, por que você não conseguiu passar pela plataforma? – Remo franziu o cenho. Ah, esse era Remo, sempre tentando solucionar o mistério.

                Sorri.

                - Não faço a mínima ideia – balancei os ombros. Eu também estava pensando nisso, por que será que aquilo tinha acontecido? Será que eu estava perdendo os meus poderes e não era mais um bruxo? Não, eu estou delirando, isso não é possível! Ai Merlin, eu preciso de comida. Quando eu como eu penso melhor.

                - Hey, de quem é essa casa? – James se virou para mim.

                - Da Danielle – disse simplesmente e vi o veado sorrir malicioso para mim, eu mereço...

                - Danielle? – ele levantou a sobrancelha ainda sorrindo de forma safada – Caramba, Sirius, já arranjou uma trouxa pra te satisfazer, é? – ele gargalhou e Remo soltou um pequeno risinho.

                - Claro que não! – disse meio encabulado – eu nem sequer a beijei! – virei meu rosto, tinha certeza que ele estava muito vermelho.

                - Olha só Aluado, ele está com vergonha, que fofinho! – o Pontas desgraçado estava apertando as minhas bochechas o que fez com que eu me emburrasse mais ainda. Cruzei meus braços e fiz um bico:

                - Não tem graça – reclamei e ambos gargalharam.

                Depois de alguns (constrangedores) segundos, Remo perguntou:

                - Mas bem que você queria, não é? – eu o encarei confuso.

                - Queria o quê?

                - Tê-la beijado – Aluado completou e James sorriu.

                - Bom... eu tentei... mas daí aqueles comensais apareceram e... – comecei a dizer com raiva, mas fui cortado.

                - COMENSAIS? – os dois arregalaram os olhos e eu assenti, dando um pequeno risinho devido ao susto deles.

                - O que eles queriam?

                - Como te acharam?

                - Vocês lutaram?

                Então eu comecei a explicar tudo pra eles: a plataforma, quando eu conheci Danielle (um detalhe: sempre que eu citava o nome da Dani, James sorria malicioso pra mim), as fotos na prateleira, o irmão dela, o quase beijo, os comensais, meu irmão, o soco que eu dei nele e finalmente, a proposta.

                - Caramba! Deu um soco no seu irmão? – Pontas estava boquiaberto – Eu tinha que ter visto isso!

                - Isso é o de menos, o que será que era aquela proposta? – Remo franziu o cenho, pensativo.

                - Não sei e nem estou a fim de saber – balancei os ombros – não quero fazer nenhum tipo de negócio com eles.

                Apesar de ter dito isso, uma pequena parte de mim queria muito descobrir o que meu irmão tinha para dizer. Não que eu fosse aceitar, é claro, mas eu era curioso e devo admitir que aquela proposta não queria sair da minha cabeça.

                - Vocês vão ficar aqui? – perguntei levantando a cabeça e torcendo para que eles ficassem.

                - Sirius, não podemos simplesmente ficar aqui, nem conhecemos a dona da casa.

                - Ah, Aluado, mas eu tenho certeza que ela vai concordar se o Almofadinhas pedir com jeitinho – James sorriu pervertido virando para mim e eu revirei os olhos.

                - O que você tem de idiota, tem de safado – rebati.

                - E você não é nem um pouco safado...

                - Quem não é nem um pouco safado? – nós três nos viramos em direção às escadas e lá estava Danielle. Ela vestia a mesma roupa de antes, só que agora estava com o cobertor sobre seus ombros, seus cabelos estavam um pouco bagunçados e ela olhava os meus amigos desconfiada – e quem são vocês? – perguntou apontando o dedo para eles.

                - Dani, esses são meus amigos, James e Remo – disse me aproximando – eles... apareceram aqui.

                - Apareceram? – ela levantou as sobrancelhas.

                - Eu sei que parece estranho, mas é que...

                - Pera aí, você não disse pra ela? – James se virou para mim.

                - Não disse o quê? – Dani veio andando na minha direção – o que você está escondendo de mim? – ela cerrou os olhos e tenho que admitir que fiquei assustado. Por um momento a imagem da Professora Minerva McGonnagal veio à minha mente, Danielle parecia muito com ela quando as duas estavam bravas. Só espero que Dani não grite tanto quanto a Professora...

                Engoli em seco.

                - Eusouumbruxo – disse tão rápido que até os meus amigos me encararam confusos.

                - Você o quê?

                - Eu...sou...um...bruxo – disse pausadamente e fechei os olhos, esperando pela sua reação. Tomara que não desmaie, tomara que não desmaie, tomara que não desmaie.

                Alguns minutos se passaram e ela não dizia nada, então eu resolvi abrir meus olhos, bem devagar.

                Danielle estava... normal? Ela não estava com os olhos arregalados, nem com a boca aberta indicando surpresa... ela estava normal.

                - Isso é sério? – ela questionou se apoiando na parede e eu assenti – e você dois também são? – ela se virou para James e Remo que também deram um aceno com a cabeça.

                Ela ficou quieta por um momento, nos olhando desconfiada.

                - Me expliquem.

                Então nós três começamos a explicar toda a história. Falamos sobre Hogwarts, sobre os trouxas, sobre a pilastra, sobre as nossas varinhas... James estava até falando sobre quadribol! Eu também expliquei sobre o que eram os comensais e sobre o meu irmão, é claro que eu não citei o fato de que aqueles desgraçados a ameaçaram.

                Danielle fazia pequenos comentários durante a conversa, algumas vezes perguntava sobre a escola e sobre o que nós podíamos fazer com as nossas varinhas. Dani parecia aquelas criancinhas super animadas, prontas para abrir um grande presente de Natal. Ela levou tudo numa boa, era impressionante a facilidade com que ela digeriu todas aquelas informações.

                - Caramba! Ser bruxo deve ser muito legal! – ela exclamou abrindo um grande sorriso.

                - É muito legal sim – Remo disse – o castelo é incrível e você aprende muitas coisas maneiras.

                - Podem fazer um feitiço agora? – ela perguntou animada e eu sorri com aquilo. Ela era tão... linda.

                - Sinto muito, somos menores de idade, não temos permissão – James explicou e ela pareceu ficar meio triste – não fica assim... o Sirius é o mais velho de nós três, quando ele fizer dezessete  anos ele vai poder te mostrar alguns feitiços – James mandou um olhar malicioso para mim, de novo, e Dani sorriu.

                - Bom, Dani, meus amigos não tem um lugar para ficar... – disse fazendo biquinho e cara de cachorro abandonado.

                - Eles podem ficar aqui, Sirius – ela riu – meus pais estão fora mesmo e só vão voltar daqui a um mês, então tem bastante espaço.

                - Muito obrigado pela gentileza – Remo agradeceu.

                - Não tem de quê – ela disse se levantando – eu vou separar um quarto para vocês. Enquanto isso, estão com fome?

                - EU ESTOU! – berrei e levantei minha mão. Minha barriga estava roncando já.

                - Vai se acostumando, Dani, esse aí é esfomeado pra caramba – James sorriu e eu dei a língua pra ele.

                - Vou preparar alguma coisa – ela sorriu e foi para a cozinha.

                - É bonita, sexy e ainda cozinha – James falou quando ela não estava mais ouvindo, pelo menos eu espero que não esteja – Almofadinhas soube escolher muito bem, hein – disse me cutucando e eu gargalhei.

                - Sempre faço boas escolhas, meu caro amigo – disse me gabando – vocês dois tem que aprender com o titio aqui.

                - Como é modesto... – Remo revirou os olhos.

                - Ei, será que eu posso ver a foto dela de biquíni também? – Pontas disse com um brilho diferente no olhar e se levantou.

                - Nem pensar! – disse irritado enquanto o puxava de volta para a cadeira – o senhor vai ficar sentadinho ai – cruzei os braços.

                - Está com ciúmes, é? – ele disse me cutucando – Não se preocupa não, mulher de amigo meu tem pinto pra mim – e começou a gargalhar.

                Ai ai... ia ser uma longa semana, balancei a cabeça negativamente e dei um pequeno risinho.