A Sociedade Da Investigação Dos Pinguins escrita por Ghefrentte


Capítulo 17
Capítulo 17 - Pinguins Inglórios


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo é um crossover com a iniciativa Pinguins Inglórios, de Otávio, que publica seus gibis no blog 35 Editora.



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Hm, olá. Aqui é o Doutor. E essa é a história de como eu recuperei minha máquina do tempo, a TARDIS. Porém, isso levou a alguns outros fatores um tanto... surreais.

Caramba, isso anda uma bagunça. Agora cada episódio é narrado por alguém diferente? Como vai ficar isso na publicação?

Hm, isso não importa. Enfim, caso vocês não lembrem de mim, minha última aparição aqui foi quando emprestei minha TARDIS para Ghe e Rodrigo. Acabei ficando no apartamento deles junto com um outro pinguim, Justin. Mas depois de um tempo, senti falta dela, então voltei para clama-la. Eu tinha um Manipulador do Vortex... é muita informação para a cabeça de vocês, então o termo mais fácil de usar para explicar é que é uma espécie de “reloginho que viaja no tempo que uso quando a TARDIS está indisponível”. Após explicar isso pra Justin, rastreei a TARDIS – Ela estava em 1975. Justin me segurou a nadadeira e voltamos pra lá, a ponto de ver a Tardis já desaparecendo, quando cheguei batendo na porta.

“Abra, Ghe! Sou eu.”, afirmei, batendo na porta.

A TARDIS parou de desaparecer e voltou a se materializar. Ghe abriu a porta e entramos.

“Como voltaram pra cá?”, perguntou ele.

“Manipulador do Vortex.”, expliquei, mostrando o ‘reloginho’ pra Ghe.

“Achei que você odiasse.”, disse Ghe.

“E odeio.”, afirmei. “Mas já estava com saudades de assumir os controles da velha TARDIS. Mas, e aí, pra onde vamos?”.

“Na verdade, acho que já estamos em movimento...”, disse Rodrigo, quando a TARDIS começou a dar pequenas balançadas.

“O que?! Isso é impossível!”, falei, ajustando os controles. “Pra onde estamos indo?”.

“Acho que as coordenadas programadas são aleatórias.”, respondeu Ghe.

Paramos.

Fomos saindo. Nos deparamos com um grupo de pinguins, apontando todo o tipo de armas e até taco de beisebol pra nós.

“Devagar ai, camarada.”, disse o pinguim que parecia ser o ‘líder’ do grupo. Esse pinguim era... Azul?

“Azul, você não me reconhece? Sou eu, o Doutor!”, expliquei.

“Nunca te vi na minha vida.”, disse o Azul, ainda mirando para nós.

“Universos paralelos.”, sussurrou Ghe.

“Suspeitei.”, respondi.

Olhei em volta. Percebi que, além de vários outros pinguins, eles também tinham versões paralelas de Ghe, Rodrigo e Justin.

“Olá, Azul. É meio difícil de acredita, mas somos viajantes do tempo e viemos parar aqui por engano... nem somos desse mundo, na verdade.”, expliquei.

“Como sabe meu nome?”, perguntou o Azul Alternativo, cutucando-me com a arma.

“Eu te disse, não somos desse mundo.”, falei. “No nosso universo, também tem um Azul, e ele é exatamente igual a você. Veja, também temos versões iguais dos seus Ghes, Rodrigos e Justins”.

Eles compararam e viram que era verdade.

“O que devemos fazer?”, perguntou um dos pinguins, que eu não conhecia.

“Parecem pacíficos. Vamos abaixar as armas.”, declarou o Azul Alternativo. E assim, fizeram.

“Oh, com licença, em que ano e período temporal estamos?”, perguntou Ghe.

“O ano é 3230 e estamos numa guerra.”, respondeu a versão alternativa do Justin.

“Oh, outra guerra? Que bosta.”, falou Rodrigo.

“Como assim outra? É a primeira!”, falou a versão alternativa de Rodrigo.

“Só se for nesse universo”, falou Rodrigo. “Já estou cansado de ver guerras.”.

“Deixe-me adivinhar... Herbert?”, perguntei.

“Exato.”, respondeu o Azul Alternativo. “Como você sab...”

“É sempre o Herbert.”, falei, no mesmo momento que Ghe, Rodrigo e Justin.

“Vocês podem ajudar?”, perguntou Azul.

“Podemos tentar. Qual é o plano?”, perguntei.

“Bom, não sei se você sabe, mas estamos em nosso QG subterrâneo. Seguinte, o Herbert adora filmes, e amanhã ele está indo na única sala de cinema que restou no Club Penguin assistir A Noite do Trenó Zumbi 8 – Uma boa noite para zumbizar. O plano é sairmos agora e encher previamente a sala de dinamite. Amanhã, planejamos explodir a sala durante a sessão.”, explicou Azul.

“Parece bem simples.”, falei.

“Ei!”, falou Justin. “Eu já vi isso num...”

“É, eu sei, parece com aquele filme.”, disse o Azul Alternativo. “Mas não é.”.

“Enfim... a dinamite já está colocada?”, perguntou Rodrigo.

“Oh, ainda não... na verdade, estávamos indo sair pra colocar agora... vocês vem?”, perguntou Azul.

“Bom... acho que sim.”, falei.

Ghe, Justin e Rodrigo concordaram. Saímos e fomos sorrateiramente até a sala de cinema. Um dos pinguins que eu não conhecia sabotou um dos guardas de Herbert, pegou sua roupa e foi distrair os outros guardas. Entramos e posicionamos a dinamite escondida em seu devido lugar. Ao final, conectamos todos os pavios e passamos eles por um túnel subterrâneo, que dava no esconderijo do Azul Alternativo e seus amigos. Lá, eles acenderiam o pavio durante a sessão de cinema e tudo ocorreria perfeitamente bem. Isso se um pequeno incidente não tivesse ocorrido enquanto estávamos posicionando a dinamite. E foi minha culpa. Calma, logo explico.

Dormimos lá naquele dia, e então acordamos no dia seguinte bem cedo, pois Herbert pegaria a primeira (e única) sessão. Um dos pinguins do grupo de Azul nos acordou cedo, e ligamos a TV num canal que estava transmitindo ao vivo a chegada de Herbert no cinema. O canal chamava-se Herbert TV.

“É a única emissora de TV ativa desde que ele tomou o controle”, explicou Azul. “Fala 24 horas da vida pessoal do Herbert, mas só vangloriando-o.”.

Herbert chegou e foi aplaudido pelos pinguins que haviam virado seus súditos submissos. Vimos ele entrando no cinema, e o cameraman acompanhou Herbert entrando lá. Quando o filme começou, ele saiu e um repórter começou a falar de como Herbert sempre gostou de filmes e etc.

“Devemos?”, perguntou um dos pinguins do grupo de Azul.

“Acho que chegou o momento que tanto esperamos”, disse Azul, pegando um controle. “Um pequeno toque nesse botão, e esse cinema vai aos ares”.

“Vamos dar uma espiadinha pra ver como anda Herbert e o filme!”, disse o repórter, na Herbert TV.

“Um...”, falamos, em contagem.

O cameraman entrou na sala, e mirou em Herbert pra ver suas reações ao filme.

“Dois...”, falamos, em contagem.

Herbert pegou um pequeno relógio que achou no chão. Eu, surpreso, o reconheci. Olhei pro meu pulso pra confirmar, e realmente. Herbert estava com meu manipulador do vortex, que eu havia deixado cair na sala de cinema quando tínhamos ido colocar a dinamite.

“Três...”, falamos, em contagem.

Herbert estava esticando seu dedo pra apertar um dos botões.

“E JÁ!”, gritamos.

Azul apertou o botão e o cinema foi pelos ares. A Herbert TV saiu do ar, mas dava pra ver a explosão da janela.

Comemoramos nossa vitória.

A TV Herbert voltou ao ar.

“O cinema aonde Herbert estava vendo A Noite do Trenó Zumbi 8 – Uma boa noite para zumbizar acabou de voar pelos ares!”, gritou o repórter, apressado, para a câmera. “Procuramos incansavelmente Herbert, mas não achamos vestígios do corpo! Caso você tenha notícias do paradeiro de nosso líder supremo, ligue para a central da Herbert TV, no número...”, e disse o número da central.

Fiz uma expressão facial de culpa.

“Por que está triste? Ele se foi!”, falou Justin.

“E se eu disser que... deixei um relógio teletransportador portátil cair quando fomos colocar a dinamite na sala, e o Herbert o pegou um segundo antes da sala explodir?”, perguntei.

“Ficaríamos meio bravos...”, falou Azul.

“Então...”, falei.

Logicamente, eles ficaram bravos pra caramba. Ghe foi o único que não ligou muito pra isso, por também ser um Senhor do Tempo e fazer besteiras do mesmo calibre o tempo todo.

“Geralmente quando todos me ignoro eu converso com uma caveira de um amigo meu”, disse Ghe, tirando a tal caveira da mochila. “É divertido. Já me rendeu bons papos.”.

Ficamos um tempo em silêncio.

“Você acha que eles nos aceitariam como pinguins?”, perguntei pra Ghe.

“Eles? Quem?”, perguntou ele.

“Os Senhores do Tempo, oras.”, expliquei. “Você sabe. Eles não largavam mão, insistiam em se regenerar sempre como humanos.”.

“Eles eram meio intolerantes.”, disse Ghe. “Essa raça de pinguins é bem simpática. Fiz bons amigos entre eles, você devia tentar.”.

“E terminar assim?”, falei, apontando pra caveira.

“Oh, não, esse foi um caso à parte.”, disse Ghe, à risos. “Mas acho que já devemos partir. Herbert está com o manipulador do vortex, e já causamos bagunça demais nessa realidade. Você viu? Eles tem versões paralelas de nós aqui. Será que eles são Senhores do Tempo também? Isso seria muito... wibbly wobbly...”

“... timey wimey.”, completei. “De fato. Devemos partir. E, se não se incomoda, eu gostaria de voltar ao comando da TARDIS.”.

“Sem problemas, ela é sua.”, disse Ghe. “Vamos ver se Justin e Rodrigo já desencanaram pra eles virem com a gente. Mas acho que esse pessoal paralelo aqui não nos vê mais como... ‘bons amigos’.”.

Chamamos Rodrigo e Justin, e, por fim, conseguimos uma despedida amistosa com o grupo do Azul Alternativo. Voltamos para a nossa realidade e pegamos o ‘nosso’ Azul, que decidiu vir viajar conosco.

“Caramba, que horas são?”, perguntou Azul.

Olhei para o relógio.

“Bem, aqui e agora são 10:59”, falei, ajustando os controles da TARDIS. “Mas, bem, quem está contaaAAAAAND-” ia dizendo, quando fui interrompido por um balanço brusco da TARDIS, e alguns controles começaram a dar curto.

“Tarde demais, Doutor.”, falou uma voz misteriosa. “Não dá pra escapar quando a Décima-Primeira hora chega.”.


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Notas finais do capítulo

Referências usadas no texto:
A clara alusão ao filme Bastardos Inglórios. (Além dos 'Pinguins Inglórios', explodir Herbert no cinema também foi baseado numa ideia do filme)



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