A Sociedade Da Investigação Dos Pinguins escrita por Ghefrentte


Capítulo 18
Capítulo 18 - A 11ª Hora


Notas iniciais do capítulo

No capítulo anterior, uma surpresinha aparece na TARDIS. E quando tudo parece na perfeita ordem, o inesperado pode acontecer.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/310181/chapter/18

E aí, pessoal. Doutor aqui. Primeiramente, devo esclarecer algumas coisas.

O Herbert que vocês conhecem, aquele urso polar que chegou no Club Penguin por um iceberg, é totalmente diferente do Herbert que vivia no universo alternativo do Planeta Neve. O Herbert que roubou meu manipulador do vortex. O Herbert que invadiu minha TARDIS falando algo sobre a “Décima primeira hora”.

Oh, desculpe, droga. Estraguei tudo. Eu havia parado a história quando uma “voz misteriosa” invade a TARDIS falando sobre a décima-primeira hora, não? Então, desculpe estragar a surpresa tardiamente, mas essa voz era o Herbert do Planeta Neve. Ele parecia diferente. Parecia... familiar.

“Do que você está falando, cara?”, perguntei.

“Você lembra o que aconteceu na décima-primeira hora, não é?”, perguntou Herbert, pegando uma chave de fenda laser e mirando em mim. “Foi quando Gallifrey foi destruída para sempre.”.

“C-c-como você sabe?!”, perguntamos eu e Ghe, juntos.

“Eu estava lá. Sou um Senhor do Tempo.”, revelou Herbert. “Eu caminho na eternidade. Assim como vocês.”, disse, referindo-se a mim e a Ghe.

“Consegui salvar minha TARDIS, e acabei caindo no mesmo planetinha que vocês, porém, um pouco depois na linha temporal.”, explicou Herbert. “Vi um urso polar muito rancoroso, chamado Herbert. Sua forma parecia boa. Eu estava muito machucado, sabem. Foi a primeira coisa que eu vi antes de me regenerar. Então decidi tomar uma forma parecida com a dele. Então, fiz uma última viagem com minha TARDIS. Era um local parecido com aquele, também tinha pinguins, mas nenhum urso polar. Então, dominei o local. E estava indo bem, até terceiros me atrapalharem”.

“Q-que droga é essa?!”, perguntou Rodrigo.

“Ele é um Senhor do Tempo de verdade. Não haveria outro meio dele saber isso. E ele também tem uma chave de fenda laser, o que reforça os fatos, e faz dele minha responsabilidade. Minha e do Doutor.”, explicou Ghe.

Outro Herbert veio por trás e capturou Justin e Rodrigo.

“Oh, esse é o tal Herbert que falei pra vocês”, disse o Herbert Senhor do Tempo. “Quando cheguei aqui, dei uma passada no planeta aonde eu havia o visto pela primeira vez e expliquei a ele a situação.”.

“O que você quer, Herbert?”, perguntei.

“Voltar à Gallifrey”, explicou o Herbert Senhor do Tempo. “E dizimar meu povo.”.

“Você não pode!”, disse Ghe.

“Claro que posso, veja só.”, disse o Herbert Senhor do Tempo, ajustando os controles da TARDIS enquanto não podíamos fazer nada, imóveis, presos pelo Herbert normal.

“As coordenadas já estão programadas para Gallifrey.”, falou o Herbert Senhor do Tempo. “Simples, não?”.

“O que você está fazendo é errado em tantos sentidos...”, disse Ghe.

“E quem disse que eu me importo?”, perguntou o Herbert Senhor do Tempo. “Sou um Senhor do Tempo renegado, como vocês. Meu povo me odeia, e me deixou pra morrer na guerra. Mas eu consegui escapar e agora exijo o troco.”.

“Os Senhores do Tempo já sofreram demais, Herbert.”, falei. “Você está fazendo um sarcrilégio!”.

“Assim como eles fizeram ao me abandonar para morrer em frente à todos aqueles Daleks.”, falou o Herbert Senhor do Tempo. “Estranho, está demorando muito. Sua TARDIS é tão lerda assim pra fazer viagens?”, perguntou o Herbert Senhor do Tempo.

“Não, também estou estranhando.”, confessei.

O Herbert Senhor do Tempo sentou-se e ficou se distraindo com um joguinho portátil, o que finalmente ainda me deu uma chance de agir. Ainda preso pelo Herbert Normal, consegui pegar minha chave de fenda sônica no bolso. Mirei e apertei o botão, em direção aos controles da TARDIs, que piscaram, balançaram e soltaram faíscas, fazendo o Herbert Senhor do Tempo cair no chão, e, num momento de distração do Herbert Normal, fazer eu, o Ghe, Rodrigo e Justin nos soltarmos.

“Chega, Herbert.”, falei, dirigindo-me ao Senhor do Tempo renegado. “Eu não queria fazer isso, mas você está me obrigando. Redirecionei os controles da TARDIS para um destino aleatório, e caso você não pare, terei de usar a chave de fenda laser, que é mortal, e eu havia jurado nunca usar.”.

“Oh, você tem uma chave de fenda laser? Coincidência. Eu também. Topa um duelo?”, brincou o Herbert Senhor do Tempo.

“Topo.”, falei.

“Vamos resolver isso lá fora?”, perguntou o Herbert Senhor do Tempo.

“Se você aguentar atmosfera...”, respondi.

Saímos e ai sim o Herbert Senhor do Tempo entendeu do que eu estava falando. Estávamos numa plataforma gigante, que ficava alguns metros acima de um sol.

O Herbert Normal chegou e estabeleceu as regras do “duelo”:

“Os dois se encostam, de costas, no meio da plataformas. Depois, cada um anda em uma direção, contando 10 passos. Quem contar primeiro, vira e atira no outro. Entenderam?”

“Claro, Sr. Eastwood.”, falei, sarcástico.

“Vão em frente... façam meu dia.”, falou o Herbert Normal.

Nos encostamos, costa a costa, e saímos andando. Eu sabia que o Herbert Senhor do Tempo iria trapacear, então, por sorte, peguei um pequeno espelho que eu tinha guardado no bolso.

“Um...”, contamos eu e Herbert, simultaneamente.

“Dois...”, continuamos.

“Três...”

“Quatro...”

“Cinco...”

“HÁ! OTÁRIO!”, gritou, previsivelmente, o Herbert Senhor do Tempo, já atirando.

Virei-me rapidamente, e me protegi com o pequeno espelho, que refletiu o raio da chave de fenda laser e fez o mesmo voltar ao próprio Herbert.

Ele caiu no chão, com o peito machucado, e sussurrou:

“Você trapaceou...”.

“Você também.”, falei.

“Estou morrendo, Doutor...”, sussurrou o Herbert Senhor do Tempo.

“Não fale assim... REGENERE-SE! REGENERE-SE!”, gritei.

“Me desculpe. Me desculpe mesmo. Eu não queria ter feito nada disso...”, sussurrou o Herbert Senhor do Tempo.

“Tudo bem, todos merecem uma segunda chance... agora, por favor, regenere-se! Não aguento mais perder Senhores do Tempo...”, falei.

“Eu quero mudar, sabe.”, disse o Herbert Senhor do Tempo. “Fazer o bem. Cansei dessa vida.”.

“Você tem outra chance, Herbert. Todos mudamos.”, falei.

“Doutor... antes de eu ir...”, falou o Herbert Senhor do Tempo.

“Não diga isso!”, falei.

“Antes de eu ir, só quero dizer que você foi fantástico. Absolutamente fantástico. E sabe o que? Assim como eu.”, falou o Herbert Senhor do Tempo, e, então, numa explosão de luzes, regenerou-se. Sua chave de fenda laser e o manipulador do vortex caíram no chão, perto do Herbert normal.

A regeneração de um Senhor do Tempo é provavelmente uma das coisas mais bizarras de todo universo. Seu corpo é tomado por uma explosão de luzes vermelhas e amareladas, e então ele toma outra forma.

No caso de Herbert, bom, o que posso dizer... ele se regenerou na forma de um pinguim. Um pinguim cinza, de aparência idosa e barbudo.

“Herbert... você está me ouvindo?”, perguntei.

“Hm... novos dentes. Isto é estranho.”, falou o Herbert-Pinguim. “Agora, aonde eu estava? Oh, sim. Falando sobre coisas fantásticas.”.

“Hm...”, murmurei. “Olha, Herbert, eu...”

“Herbert, não! Cansei dessa alcunha.”, disse o Herbert-Pinguim. “Quero um nome novo... quero recomeçar... a partir de hoje, chamo-me... Sensei.”.

“Sensei?”, perguntei.

“Exatamente.”, disse o ‘Sensei’.

“Porque?”, perguntei.

“Sempre quis ensinar Artes Marciais.”, explicou o Sensei.

“Bom, isso pode ser possível.”, falou Ghe. “Lá no Club Penguin, há alguns anos atrás, eles descobriram um Dojo... e nele, um pinguim cinza, chamado Sensei.”.

“Esse deve ser o destino, eu suponho...”, disse Sensei. “Vocês podem me levar pra lá?”, perguntou.

“Claro!”, falei. “Herbert, você vem conosco?”, perguntei ao ‘Herbert Normal’.

“Sem essa!”, disse Herbert, agora com a chave de fenda laser em mãos e o manipulador do vortex ajustado no pulso. “Não mudo de ideia tão fácil como esse cara aí. E cansei do Club Penguin normal. Vou pro mundo daquele tal Planeta Neve, aonde tem aquele grupinho nojento de Pinguins Inglórios. Ver se consigo dar uma lição neles. ADEUS!”, disse, e então apertou um botão no manipulador do Vortex e desapareceu.

“Maldição...”, sussurrei.

“Devemos ir lá pega-lo?”, perguntou Justin, que, junto do Rodrigo, saiu da TARDIS pra ver o que estava acontecendo.

“Acho que não... os Pinguins Inglórios dão conta.”, falei. “Agora, vamos levar o Sensei pra onde ele pertence.”.

E assim, fomos. Entramos na TARDIS e voltamos à alguns anos atrás no Club Penguin, e deixamos o Sensei aonde sua primeira aparição cronológica havia ocorrido.

“Vê se não apronta, hein?”, falei.

“Juro que não. Promessa de Senhor do Tempo.”, disse o Sensei, sorrindo.

Rodrigo tirou do bolso um deque de cartas e entregou ao Sensei.

“Isso é o Desafio Ninja.                É a Arte Marcial que você irá ensinar.”, explicou ele. “É baseada em cartas que contém elementos.”.

E assim, Rodrigo ensinou o Desafio Ninja ao Sensei. Depois de algumas partidas, ele aprendeu.

“Entendido?”, perguntou Rodrigo.

“Claro.”, respondeu o Sensei. “Muito obrigado pela segunda chance. Nos vemos qualquer dia.”.

“Nos vemos.”, falei.

Nos despedimos do Sensei e voltamos ao Club Penguin de 2013, na Rua Baker, no apartamento de Ghe e Rodrigo.

“Entregues, sãos e salvos.”, falei.

“Fique um pouco para um lanche, Doutor.”, insistiu Ghe.

“Meh, tudo bem. Estou com fome.”, admiti.

Assim, eu, Ghe, Rodrigo e Justin pegamos nossas coisas que estavam dentro da TARDIS e entramos no apartamento 221B. Fomos recebidos por Moe, o puffle de Ghe, e pela caseira do apartamento, a Sra. Hudson.

Estávamos lanchando calmamente, e em silêncio, quando de repente ouvimos vários barulhos de tiro em algum lugar perto.

“Parece que está na hora de eu voltar a exercer meu dever de detetive consultor...”, falou Ghe.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Referências usadas no texto:
"A Décima Primeira Hora" é uma referência à The Eleventh Hour, episódio da série de TV Doctor Who e a estreia do 11º Doutor.
Quando o Doutor chama Herbert de 'Sr. Eastwood' pelas regras do duelo, é uma clara referência ao ator Clint Eastwood, famoso por filmes de faroeste.
Ainda falando de Clint Eastwood, quando Herbert fala "Vão em frente... faça meu dia", é uma referência à "Go ahead... make make my day", frase de um famoso filme de Eastwood, "Dirty Harry".



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Sociedade Da Investigação Dos Pinguins" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.