Caminhos De Sangue. escrita por Wallas Reis


Capítulo 5
Adeus.


Notas iniciais do capítulo

Hehehe, mais um capitulo pra vocês e esse é o ponto de vista de Miguel e como ele lidou com a morte do pai.
~Booa Leitura.



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Quando liguei para Laura e ouvir a sua voz percebi o quanto idiota eu fui, mas conseguir, eu acho, que ela me perdoasse. Encerrei a ligação e joguei o celular em cima da cama, enquanto me arrumava pra dormi o ouvir tocar, corri para ver e era uma mensagem da Laura me dizendo onde ela morava aquilo foi como “sim” já que estava meio receoso pensando que de fato não tinha aceitado só disse que ia pra se ver livre de mim, agora estava com sorriso de ponta a ponta e lhe respondi com uma mensagem que tenho certeza que ela não iria gostar, pronto tinha enviado a mensagem e então terminei de me arrumar e então fui dormi.

- Miguel !! Miguel !! – minha mãe me gritava com a voz desesperada.

Me levantei correndo da cama e indo até aonde ela me chamava, quando enfim a achei na cozinha, da porta dava para vê-la aos prantos não sabia ainda, não entendia, quando de fato entrei e vi o que nunca queria  ter visto. Fiquei ali parado sem reação totalmente estático ao ver o meu pai ali pendurado, ele tinha se enforcado, mas porque ele tinha feito isso? Eu não entendia aquilo, e muito assustado sair dali e fui direto para o meu quarto pra mim aquilo era tudo mentira ou pesadelo horrível que estava torcendo que terminasse logo, deitei na cama e as lagrimas agora começam a rolar pelo meu rosto e do nada me lembrei de quando ele avisava aos pais dos adolescentes que se suicidavam – olhe o computador, o diário – dizia o meu pai ao telefone enquanto os outros pais desesperados na linha choravam – para sabermos o motivo que ele fez isso.

Dessa louca lembrança fui até o notebook dele, ao chegar lá e ver sua foto com a família me fez ter um aperto tão grande que não sei como explicar, procurei em algumas pastas nada de anormal a não ser relatórios dos seus pacientes então abrir o “Word” e fui em arquivo, depois em documentos recentes, e tinha um que não estava nomeado o abrir para ver se teria algo escrito.

Querido filho, Daiane, querida família... Não sei o porquê que isso está se passando pela minha cabeça, mas vou lhes fazer entender. Na minha volta, após levar Laura em casa, tinha decidido ter uma boa conversa com o Miguel tentar entender aquele “show” que ele fez no jantar. Entrei em casa sem ninguém perceber, você, Daiane estava na cozinha ainda arrumado passei pela sala e fui direto para o quarto do nosso filho, ao chegar lá ele estava no telefone então fiquei na porta o esperando termina, sem querer lhe ouvir pedindo desculpa a Laura o que me fez esquecer a conversa que teríamos após a ligação, mas ao mesmo tempo eles dois já estavam a brigar e foi quando o ouvi desabafar com ela...

(lembrança) - Eu odeio quando meu pai mete a família dele na droga desse emprego e ele não é um pai como ele conta a seus pacientes... Meus pais quando podem sempre estão brigando, por isso que meu irmão saio de casa, mais meu pai não fala do Roberto porque ele sente vergonha dos pais... Eu estava cansando de fingir que eu não sou...

Ao ouvir aquilo e vi o quanto eu não fui o pai que sempre quis ser para os meus filhos, ele tinha toda a razão em cada palavra em que disse, que espécie de pai eu sou, e que marido inútil também fui sempre dando valor ao meu trabalho e esquecendo a minha família, então eu decidir não atrapalhar mais vocês, por isso estou indo embora para um lugar onde eu possa olhar e proteger a todos vocês... ADEUS.

Com lagrimas nos olhos eu lancei o notebook no chão, não podia acreditar que aquilo aconteceu por minha culpa, se eu não tivesse tentado desde do começo humilhar a Laura eu não teria ligado pra ela pedindo desculpa, nem iria desabar o que sentia e assim meu pai não ouviria a verdade e não... Se mataria.

O peso de saber daquilo nas minhas costas começava a doer eu me sentia mal, não estava mais aguentando aquilo, porque eu sempre faço merda, e estrago tudo, foi assim com a vovó, com Roberto e agora com meu pai. Ainda ali no quarto dos meus pais me deitei na cama deles do lado aonde ele sempre dormia e passou um filme na minha cabeça só dos poucos momentos em que tivemos juntos, das risadas verdadeiras, dos beijos de boa noite, dos medos e pesadelos espantados por ele. Tanto pensei e chorei, que deixei o travesseiro encharcado, e então acabei adormecendo ali mesmo, naquele lugar onde o meu herói já esteve.

Fui acordado com meu celular tocando quando olhei era a Laura, nossa ela já sabia, quando olhei no visor do celular vi que já era de manhã e bem tarde, joguei meu celular em cima da cama e fui à procura da minha mãe, ela estava sentada no sofá com o Roberto e minha avó, quando os vi preferir subi.

- Ei moleque - Roberto me chamou – aonde pensa que vai?

- Pro meu quarto, chorar.

- Vem aqui – ele me abraçou – vamos comer algo, sei que deve tá morrendo de fome.

Nós dos fomos em direção à cozinha mais hesitei quando chegamos próximo à porta.

- O que foi?

- Nada é que... – não conseguir terminar e logo as lagrimas apareceram.

- É eu sei moleque, mas não dá pra ficar com fome – ele tentou me “animar” – fica ai que eu trago.

Assim ele fez, foi lá pegou algo e voltou nos sentamos à mesa e comemos, na verdade eu comi, ele só ficava a me olhar.

- O que foi? – o olhei – nunca me viu não?

- Oh moleque larga de nervosismo – disse me dando um tapa na cabeça – vou vim morar aqui de novo.

- Que bom! – falei sem entusiasmo – porque ele fez isso com a gente?

- Essa pergunta é difícil de responder, maninho.

Terminei de comer e subi pro meu quarto pra tomar um banho e ficar mais disposto pra ajudar a minha mãe, pois eu tinha que ser forte nessa hora para ajuda-la, entrei no banheiro tirei minha roupa e fui pra debaixo do chuveiro e quando a agua começou a escorrer pelo meu rosto lagrimas a acompanhava, terminei e fui procurar uma roupa, lembrei das ligações da Laura então fui no outro quarto pegar o meu celular, mas não estava com vontade de falar ou brigar com ninguém, então só lhe mandei uma mensagem pelo menos pra não ficar “preocupada” comigo. Desci e fui até a sala aonde já tinha uma certa quantidades de pessoas, mais lagrimas desesperadas vieram aos meus olhos quando vi que na sala o caixão do meu pai já estava e todos ali estava o velando e foi nessa hora que percebi que o tinha perdido de verdade. O meu mundo estava sem chão e eu também estava morto.


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Notas finais do capítulo

E então gostaram? Reviews? *--*
Coitado do Miguel não é?



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