Tentei entender aquilo tudo que a Laura fez, ao me ver abraçado com a minha amiga, será que ela pensou que eu e a Marjore éramos... Não a Laura não seria tão ingênua assim ou será que foi isso mesmo? E pra piorar nem pude ir atrás dela logo que aquele mal entendido tinha acontecido, não poderia deixar a Marjore ali já que ela veio me visitar e do jeito que ela era nem deixaria eu explicar aquele situação, será que não percebe que eu gosto dela, oops, falei de mais.

– Hêi apaixonado, acorda – falou a Marjore.

– Eu apaixonado? – sorri – contra outra Marjore.

– E aquela ceninha daquela menina foi o que? Arrasador de corações – rio.

– Para, já to vendo vou ter que pedir desculpa pelo erro que eu nem cometi.

– E porque o príncipe não foi atrás dela, viver o “felizes para sempre”?

– Primeiro, que não existe contos de fadas e nem felizes para sempre – falei – e você sabe como a nossa amizade é mais importante que tudo.

– Até o seu amor?

– Poxa vei, já disse ela não é meu amor.

O clima ali já estava ficando chato, será que não deveria ser melhor se eu fosse ver como ela estava, ou depois falava com ela e explicaria tudo, não sei, só queria saber onde ela estava e o que fazia...

~*~ ~*~ ~*~ ~*~

Depois de ver aquela ceninha ridícula do Miguel e aquelazinha, corri pra qualquer lugar que achei e cheguei em um, aonde tinha uma pequena fonte e quatro bancos de mármore um em cada lado, nunca tinha indo ali, era a primeira vez, me sentei no banco que ficava atrás da fonte torcendo que ninguém me visse ali.

O sol já estava quase no final, já se pondo quase todo, só faltavam poucos minutos pra ás 18:00, eu estava olhando pro céu e todo aquele espetáculo que acontecia ao doce som da água que caia da fonte a frente, nesse momento não resistir e chorei, era a segunda coisa melhor que eu sabia fazer.

– O que uma menina tão linda faz chorando e sozinha?

– Sai daqui seu idiota não quero ouvir nenhuma explicação sua.

– Me desculpa então – ele falou – só estou confuso, porque viria lhe explicar algo.

– Seu... Ai, eu que tenho que te pedir desculpa – falei – Kaique, não é?

– Sim, ainda lembra meu nome, que bom – ele falou.

– Me desculpe de verdade, eu pensei que era outra pessoa.

– Essa pessoa se chama Miguel? – perguntou.

– É – respondi – mas vamos mudar de assunto.

– Oba então esse é um convite pra mim sentar e conversamos?

– Pode ser – disse – quer conversa?

– Claro, não iria perder a honra de conversar com uma menina tão linda como você.

– Eh mocinho pode parar, não estou aberta para relações – falei.

– E quem disse que eu tava pensando nisso, só quero ser seu amigo – falou ele, fazendo uma carinha fofa de bolado.

Eu e o Kaique ficamos ali conversando por um bom tempo, era o meu novo amigo como toda hora me falava, ele era muito legal e estava me ouvindo contar toda a minha historia ate a parte do meu flagrante do Miguel com outra.

– Ah Laura você uma menina linda, legal, engraçada... Aquele otário não sabe a sorte que tem de ter uma pessoa assim como você – disse o Kaique – eu queria ter essa chance, não ia deixar você sofrer nem um instante...

– É... O papo tá bom, mas eu preciso ir... Tenho que falar com a Naielly – falei cortando a conversa – a gente se ver por ai. Ah valeu muito pela conversa.

– De nada, qualquer coisa pode contar com o seu mais novo amigo.

– Está bem – rir envergonhada.

Eu me levantei e o Kaique fez o mesmo, quando fui lhe dar um beijo de despedida quase nos beijamos, mas por sorte eu recuei e nada aconteceu eu não queria fazer isso já que aquela cena de ciúmes que eu fiz mostrou o quanto eu gostava do Miguel e não dava mais pra esconder, por incrível que pareça eu tinha assumido meu amor por aquele garoto, mesmo que não quisesse isso.

Estava indo em direção ao meu quarto e quase perto resolvi ir conversar com a Nai, pra sei lá ela me ajudar com essa situação que pra era nova, e coisas desse tipo sempre me dão medo de tentar e eu acabo desistindo com muita facilidade, quem sabe com uma palavra amiga dela me ajude a tentar por esse possível amor, já perto da sala da Naielly fiquei pensado antes de bater na porta, como eu iria explicar? Só espero que ela seja a psicóloga, do que minha amiga, porque se não vai ficar rindo e me deixando sem graça.

Quando a minha mão ia bater na porta ouço alguém me chamar, ao olhar pros lados não vi ninguém, já estava de noite e aquela parte estava quieta só se ouvia os sons dos girinos e outros bichinhos.

– Laura!! – novamente alguém me chama.

– Ah! Ai que susto – falei vendo quem era que ao mesmo tempo se escondia.

– Eu quero falar com você.

– Pra que? Pra contar suas mentirinhas ou falar aquela frase clichê? – respondi para o Miguel.

– Por que não deixa eu falar? – perguntou – sempre me interrompe, sem nem me explicar.

– O que eu vi não tem explicação.

– Laura não comenta um erro que depois possa se arrepender.

– O que... – tentei falar mais ele não me deixou.

– Olha aquela é a Marjore a minha amiga, a única que tenho e sei que não vai acreditar porque tá de cabeça quente, mas essa é a mais pura verdade quer você queira ou não e na boa eu tava abraçando o que tem de mais nisso? – ele falou – Se pelo menos estivéssemos namorando, mas não tem nada entre a gente por isso não vi a necessidade daquilo.

– Poxa, eu nem sei o que te falar, eu acho que eu fui gostar de uma pessoa que não merece nenhum dos meus sentimentos.

– Eu só te disse a verdade Laura e se gosta realmente de mim vai entender – ele falou saindo – ah só não demora de pensar, eu posso te esperar só não sei há quanto tempo.

O que aquele garoto disse? Será que ele pensou pra falar aquelas palavras? Será que ele não pensou que aquilo poderia doer muito em mim, é acho que estou começando a pensar que eu e ele não podemos dar certo por que sempre tem algo atrapalhando, acho que é alguém querendo nos avisar que um relacionamento entre nós dois nunca poderia dar certo.