Demigoddess escrita por Pacheca


Capítulo 66
Dreamers


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoinhas. Volto depois de algum tempo, para botar as atualizações em dia ♥ Aproveitem :3



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    Quando acordei, não estávamos mais na praia. Quer dizer, eu não estava. Dante tinha sumido. Fiquei de pé e passei a mão pelo cabelo, tentando me ajeitar um pouco. Eu estava sozinha dentro do chalé, então já devia ser tarde.

   Deixei o chalé e fui atrás de Chad. Dante tinha dito que o irmão andava calado, e era verdade. Eu o encontrei fazendo flechas perto de uma árvore, com Scirus comendo as raspas de metal que o garoto jogaria fora. Ainda era um pouco assustador ver aquilo.

   – Ei, vocês dois.

   – Oi, garota. Anda melhor?

   – É, valeu, Scirus. Chad, posso trocar uma palavra?

   – Ah, claro. Acho que perdeu o café da manhã. Dante disse que estava precisando de um descanso...

   – Não tem problema. – Ele deixou suas ferramentas no chão e me seguiu, enquanto Scirus tentava encontrar mais raspas de metal perdidas pela grama.

   – Que foi?

   – Queria saber de você. Seu irmão disse que está estranho, eu notei também. Alguma coisa acontecendo?

   – Uau, andam me vigiando? – Ele suspirou, olhando pros lados antes de me responder. – Foi só um pesadelo. Daqueles, sabe?

   – É, parece que estamos no mesmo barco, então. O seu envolve morte e sofrimento?

   – Só não são meus, mas é.

   – Ah. Quer...?

   – Tem certeza? Talvez não queira ouvir.

   – Anda logo, Chad. Você me conhece.

   – Tudo bem. Eu vejo você sendo carregada numa maca improvisada, mais pra lá que pra cá. E então pouco depois alguém me diz que só existe uma solução e que eu preciso pedir, mas eu não sei o que é. E bom, seu estado não é muito bom.

   – Você salva minha vida. Ou não, no caso.

   – É, é isso ai. Tem mais alguns detalhes, mas é confuso. Acho que Dante também está ferido, e eu também sangro? Não tenho certeza.

   – Está com toda essa agonia por mim? Fico lisonjeada.

   – Diferente do meu irmão, eu tenho consciência. Fora que estamos da minha amada ex, aqui.

   – Fique quieto.

   – E você? Se estamos no mesmo barco...

   – Tive um pesadelo onde Cronos me transformou em pó às doze horas. Só não sei se da manhã ou da noite.

   – É...essa guerra não vai ser fácil para nenhum de nós. É melhor estarmos prontos.

   – Passou a hora de agir feito um rato assustado. Vou te deixar trabalhar antes que nosso amigo coma todo seu material.

   – É, ele já está se controlando há algum tempo. Até mais ver, El.

   Ele voltou ao seu trabalho, enquanto eu fui buscar algum parceiro de treino. Acabei passando tempo com alguns dos meninos de Hermes. Era um bom exercício treinar com eles. Alguns simplesmente não conseguiam não trapacear, então também treinava sua sagacidade. E atenção.

   Só teve um problema. O sol no seu ponto mais alto. Meio dia. Eu não travei como no dia anterior com Dante, mas eu perdi uma boa velocidade. Okay, já não era mais da minha cabeça. Os meninos falaram que eu estava cansada e deixaram para lá, mas eu não consegui ficar impassível. Fui tomar um banho antes de ir almoçar.

   Quando cheguei ao Pavilhão, Dante esperava por mim. Fui me sentar ao seu lado, procurando ser discreta. Ele notou que algo tinha acontecido, mas não perguntou. E eu fiquei muito grata. Eu tinha dito que ia parar de agir feito um rato, então era melhor começar logo.

   Treinei durante a tarde com Dante, passamos algum tempo na praia, descansando. Sr D disse que tinha mais uma missão para mim, mas que podia esperar até a hora da fogueira. Tentei não me preocupar tanto, respirando fundo.

   – Ei. Cronos não está por ai, dando voltas a esmo. Vai saber quando tiver que se preocupar. – Já comentei que eu adorava quando Dante cuidava de mim? Ele correu os dedos pelos meus cabelos e me deu uma piscadela. – Relaxa, gata. Eu sempre te salvo, não é?

   – Eu já esqueci porque eu gosto de você, convencido.

   – Só sou convencido assim porque sei que dou conta de provar.

   – Ah, deuses. Fica quieto.

   – Você sabe que eu me garanto. E que no fundo você me faz uma pessoa bem melhor.

   – Não sabia que você conseguia ser tão meigo. – Eu agarrei seu rosto e dei um beijo que o pegou desprevenido. Sorri para ele e completei. – E eu odeio ser tão fofa, mas eu te amo.

   – Eu amo que seja fofa. Amo você num geral. – E deitou por cima de mim na areia, voltando a me beijar com ardor. Eu precisava daqueles sentimentos bons e, ao que pareciam, bobos, para me lembrar de que tudo ainda tem um lado positivo. E que aquela guerra era pra defender esse lado bom.

   Logo depois do jantar, o qual chegamos atrasados e tivemos que aturar comentários dos gêmeos dizendo todo tipo de coisa, eu fui falar com Sr. D. Encontrei-o ainda no Pavilhão, sentado, observando o chão.

   – Sr?

   – Elgin, chegue mais perto. Precisamos deixar isso tudo o mais confidencial possível.

   – Do que precisa de mim, senhor?

   – Elgin, por algum motivo você me parece a única em quem confio o suficiente para isso. – Ele finalmente ficou de pé e voltou a me encarar com os olhinhos de deboche. Era incrível como ele tinha mudado com a morte do filho. – Elgin, preciso que consiga algumas coisas para nosso acampamento.

   – Do tipo?

   – Material para fundição.

   – Bronze?

   – Isso.

   – Onde eu consigo isso? – Qual era o plano dele? Ele queria que eu roubasse algo ou explodisse outra montanha.

   – Temos um antigo fornecedor, mas o salão de trabalho dele é...complicado para a maioria. Imagino que com sua afinidade pelo Inferior, seja mais fácil.

   – Salão de trabalho? Hefesto?

   – É. Ele não faz nossas armas porque diz que sempre se atrapalha quando entra em assuntos humanos, mas não se importa de nos dar o bronze. Se puder...

   – E onde ele vive?

   – Sua forja? É no Olimpo, claro.

   – Okay, um passeio ao Empire State. Ótimo. Posso partir amanhã?

   – Sim, sim. Amanhã de manhã você sai do Acampamento. Elgin, silêncio absoluto. Não conhecemos todos os inimigos.

   – Tomarei cuidado, senhor. Com licença.

   Ele me dispensou, pouco se importando para onde eu ia. Reparei que ele me chamou pelo nome, corretamente, mas preferi não questionar. Em tempos difíceis, não é momento de se fazer de durão. Fui direto para meu chalé, já planejando como eu traria todo o bronze comigo. Acabei dormindo antes que os outros chegassem à cabana.


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Notas finais do capítulo

É, galera, essa guerra foi só dor pra mim .q Sdds ♥



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