Demigoddess escrita por Pacheca


Capítulo 62
Countdown


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoas .q Sim, atrasada como de costume (muito mais do que eu gostaria) Mas é aquela coisa, faculdade não dá tempo, engenharia muito menos .q Ainda assim, espero que gostem do capítulo e me perdoem os séculos de demora ;-; Boa leitura ♥



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  – Parece absurdamente arriscado.

  – Como normalmente é. Toda guerra é.

  – Sabe que não é disso que eu estou falando, El.

  – Dante, sabe que eu não sou de agir por impulso, diferente de alguém. Está tudo bem. Consigo derrubar aquelas aberrações num piscar de olhos.

  – Ficaria sexy tentando parecer forte, se não estivesse tão destruída.

  – Não estou tão cansada.

  – Não sentir agora não significa não estar. Por que não posso ir?

  – Agora que você falou, acho até que devíamos montar um grupo e tentar convidá-los para uma festa.

  – Elgin, o sarcasmo é meu.

  – Dante, me dê um votinho de confiança. O mais perigoso naquele lugar são os manticores e...

  Silêncio. Talvez eu devesse ter ficado quieta. Eu não queria que ele jogasse aquilo na minha cara. Se tinha alguém que se lembrava bem, esse alguém era eu. Ele suspirou e olhou o mar na nossa frente.

  – Na primeira vez que eu te vi, você não tinha onde cair morta. Eu sabia que você estava pensando mal de mim, mas a fome falou mais alto. Estava disposta a muito por um sanduíche.

  — Mas você não me machucou. Muito pelo contrário. Você cuidou de mim. Dante... Não precisa mais tomar conta de mim.

  – É bom você voltar inteira.

  – Você nem vai notar que eu estive longe.

  – Eu sei disso, fico com medo de que sinta minha falta e se distraia.

  – Retardado. Já vai escurecer.

  Se eu soubesse antes o quão sensacional era ter os braços bem definidos de Dante me rodeando enquanto eu sentia seu peito subir contra minhas costas, eu definitivamente teria aceitado antes o meu destino. Sorri, satisfeita.

  – Já devem estar servindo o jantar. – Ele comentou, me soltando.

  – Não estou com fome.

  E não estava mesmo. Desde a batalha do labirinto, Dante e Chad tinham que praticamente me obrigar a comer. Simplesmente não descia mais. Ele suspirou, calado.

  – Confesso que dessa vez nem eu. Mas eu almoçei.

  – Relaxa, Chad quase me espancou até que eu comesse também. E comi muito.

  Ele ficou de pé e me estendeu a mão. Aceitei, tirando a areia da calça. Eu esperava que ele fosse me levar para o Pavilhão, mas ele foi na direção dos chalés. Estranhei, mas continuei atrás dele.

  O onze estava vazio, como eu imaginei. Mesmo reclamado, Dante passava mais tempo ali do que no 7. Ele dizia que não se sentia bem no meio da pirralhada. Ridículo. Qualquer um era pirralho pra um sujeito de 22 anos.

  – O que viemos fazer aqui?

  – Te desejando boa sorte na missão de amanhã.

  – Hum, boa sorte? – Cruzei os braços, já sentindo o calor do corpo dele perto do meu. Já comentei que eu sempre me arrepiava só de pensar nele? Acontecia muito.

  – É, isso mesmo. – Dante me beijou, daquele jeito que só ele sabia. Fechei meus olhos, deixando um pouco de mim solta. O bloqueio cedeu um pouco, trazendo um leve desconforto nas costas. Não que me importasse.

  A gente acabou dormindo agarrado. Antes que a fogueira tivesse acabado, eu estava desmaiada, tendo aqueles sonhos malditos costumeiros. Dessa vez eu estava presa no que me lembrava uma geladeira, e não conseguia me mexer direito. Meus membros estavam soltos, mas pareciam pesados. Como se o ar os impedisse. Era como estar acorrentada no nada. E tudo ao meu redor estava tão lento que eu me questionei se existia tempo ali.

  Cronos.

  Ainda sentindo os membros pesados, virei-me para a luz azulada que me rodeava. Não era o titã que eu esperei. Era um relógio, daqueles de pêndulo, imenso. E ao redor vários nomes colados perto dos números. Meu nome estava lá, no doze. E o ponteiro se aproximava naquele ritmo agonizante.

  Tentei me aproximar, mas o doze ficou escondido atrás do ponteiro. A badalada. O som alto que ecoava mil vezes pior por cada canto. Tentei cobrir os ouvidos, mas quando notei eu já não tinha as mãos. Não tinha parte dos braços. Estava virando um amontoado de poeira dourada, feito um monstro.

  Acordei desesperada. O peso sobre meus braços agora era o abraço de Dante. O bloqueio tinha me deixado por um momento, fazendo com que o tremor, o frio e as dores passadas viessem todas de uma vez. Tentei respirar fundo e me manter calma, mas era difícil.

  Eu tinha hora marcada para morrer, e estava mais que óbvio. A questão era o dia. Podia ser o meio dia, ou meia noite, de qualquer data. Cronos estaria apenas vigiando. Com o maior cuidado do mundo, tirei o braço de Dante de cima de mim e sai do chalé, buscando ar puro.

  Era uma noite fria, sem qualquer nuvem no céu. Olhei as horas pelo celular pouco utilizado recentemente. Já havia passado das doze. Meti as mãos nos bolsos, sentindo o calor estranho no anel. Procurei o perigo e acabei encontrando um amigo. Ou quase isso.

  – Hey, Scirus.

  – Hey, garota. Tudo bem?

  – Tanto quanto pode estar. Vou sair mais uma vez.

  – É, sr. D. me avisou. Parece arriscado invadir uma das fornalhas...

  – Não comente com ninguém. Não quero acabar feito Beckendorf.

  – Morto?

  – Traído.

  Ele concordou. Era estranho falar em traição com Scirus. Não que eu já o traíra, mas tínhamos deixado-o depois de tudo que aconteceu. Ele pareceu notar e sorriu para mim, batendo os cascos na grama ao meu lado.

  – Os sátiros estão em êxtase. Agora que Grover encontrou Pã no Labirinto, eu digo. Com certeza todos nós vamos ter tarefas. Sem contar, bom, a guerra. – Olhei para ele, ainda abalada. – Vai ficar tudo bem.

  – É isso que sátiros dizem de cara pro fim da era?

  – Temos filhos de todos os grandes. Percy e Thalia, e que ninguém ouça, você. E o garoto Nico também. Estamos em vantagem. Você é uma psicopata.

  Ri. Scirus me apelidara de psicopata depois de me ver matando algumas formiguinhas no jardim da escola. Na época eu não entendi para que tanta indignação, mas agora fazia muito mais sentido.

  – Obrigada, Scirus. Acho que precisava ouvir isso.

  – Eu sei que vai doer, Elgin, mas faça isso por você. Pelos meninos, por mim, por Tri. – A sensação gelada que alcançava meus dedos só de ouvir sobre ela. Ele bateu de leve no meu ombro. – O que você é suficiente. Preocupe-se com o hoje. O amanhã ainda não chegou.

  Concordei. Ele tinha razão. Não adiantava nada ficar esperando a morte e não fazer nada até o fatal momento. E eu tinha uma missão a cumprir até que a hora chegasse. Voltei para dentro do chalé depois de me despedir com um murmuro. Dante continuava dormindo, encolhido sob a coberta. Voltei para perto dele e fechei os olhos, mais calma.


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Notas finais do capítulo

Até mais vê-los :3



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