Deusa Ou Humana? escrita por LM


Capítulo 4
Descobertas indefinidas


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora, quando voltei da viagem, eu escrevi esse capítulo, mas cliquei no botão errado e perdi tudo. E minhas aulas recomeçaram. Aí eu revoltei por causa da perda do capítulo e das aulas, e não consegui escrever nesses dias por falta de criatividade. Mas hoje tive excesso de criatividade, e esse capítulo ficou pouco agitado porque nos próximos vão ser beeem mais.



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Como foi que eu não morri, eu não sei. Só sei que aquele menino salvou a minha vida, seja lá quem for.

— Você acha que ela pode sobreviver? - uma voz feminina soou perto de mim.

Como estava falando de mim, fingi estar inconsciente.

— Ela parece ser forte. E com certeza, é uma semideusa. - eu estava em outra casa de loucos? - Os mortais costumam não notar essa casa, porém ela não é invisível para eles. Nem interessante. Mas essa menina conseguiu quebrar a vidraça. Foi mais inteligente que mortais que vieram e tentaram arrombar a porta de trás, e deram de cara com um cão infernal "bebê". - a voz era do garoto que apagou o fogo que estava em mim. Ele e a garota riram. - Temos que levá-la para o Acampamento Meio-Sangue.

— Mas Riley, e se ela for semideusa romana? - eles não falavam nada com sentido... Nada. - Nós iríamos ter que viajar muito longe até chegar no acampamento deles.

— Vamos nada, as últimas pessoas que terão que se encarregar disso somos nós.

— Ok - ela disse num tom irritado. - Faça o que quiser! Aliás, tudo que temos que fazer sempre tem que ser do seu jeito! - escutei ela resmungando ao longe, depois de sair pisando forte do cômodo onde eu estava.

Escutei passos se aproximando. Tentei ficar o mais imóvel possível, mas meus olhos não enganavam. Não sabia mantê-los fechados sem tremer.

— Você finge muito mal, sabia? - abri os olhos.

— Me desculpe se vocês estavam falando sobre um assunto o qual eu não faço a mínima ideia do que signifique.

Riley sorriu com os olhos.

De repente, lembrei de mim mesma e passei a mão nos meus cabelos. Flashes do meu corpo sendo queimado, assim como meu cabelo... Não tinha como salvá-lo. Mas, eles estavam ali, inteiros. Senti uma onda de alívio.

— Pode soar estranho, mas... Você ingeriu um líquido perigoso. Ele nos traz a melhor sensação do mundo, mas com um pequeno preço. - ele arqueou as sobrancelhas, olhando em direção ao meu cabelo.

Franzi as sobrancelhas, assentindo com a cabeça. 

— Por não ter morrido, talvez você seja filha de um deus com uma humana, ou vice versa. Uma semideusa.

— Isso não existe.

— Não? - ele fez água sair de seus dedos. Ele sentou na beirada da cama e eu me afastei, com medo. Eu estava alucinando? - Você vai comer ambrosia e depois vamos para o Acampamento Meio-Sangue.

Ambrosia?

Tentei fingir tranquilidade, me ajeitando. Queria ver até onde seu conto de fadas iria.

— Por que eu tenho que ir para um acampamento de Meio-Sangue, ou... Netuno?

— É Júpiter - ele deu risada. Fiz uma expressão nervosa e ele parou, mas sorriu. - Você tem que ir porque, se não for, provavelmente vai ser morta por monstros. São lugares muito protegidos. - eu comecei a rir. Monstros? Por favor. - Acreditando ou não, eles existem, e estão em todo lugar. Vai me dizer que por acaso ninguém tentou te matar?

Sim, já me tentaram matar várias vezes.

— Eram pessoas, não monstros.

— Bom... Eram monstros disfarçados. Existem muitos por aí. E como você não acreditava, porque a partir de agora você vai prestar atenção, a Névoa não vai mais fazer efeito sobre você.

Não quis perguntar o que diabos era Névoa. Resolvi ficar quieta, e ele disse que tínhamos que ir logo.

Riley me ajudou a levantar, mas não senti dor alguma. Procurei por cicatrizes ou ferimentos, e era como se nada tivesse acontecido.

—-----

No caminho, fizemos várias paradas. Riley me disse para me esconder se eu escutasse qualquer ruído estranho.

Quando paramos o carro, tivemos que caminhar num lugar muito íngreme. Passamos aproximadamente uma hora caminhando e se agarrando em cipós, pedras e troncos. Chegamos ao topo e eu estava ofegante, com vários pequenos cortes na mão. Riley agia como se nada tivesse acontecido. Entramos, e ele disse, aliviado:

— Sim, você é uma semideusa grega. Ainda bem que não te trouxe a toa aqui. Ah... E como você se chama, mesmo? Eu não tinha te perguntado. Me desculpe. - Riley passou a mão nos cabelos, envergonhado.

— Katie... Green.

Ele assentiu, e continuamos caminhando, até a vista aparecer. Aquele lugar era maravilhoso. Um vale, com a grama do tom de verde mais vivo. Haviam diversos chalés, um diferente do outro. O perímetro do Acampamento Meio-Sangue era cercado de pinheiros altos. Ao fim do horizonte, podia-se ver o mar, distante. Mas o som das ondas quebrando eram audíveis.

Chegamos num lugar chamado Casa Grande, com várias colunas altas. Um cara metade cavalo, metade homem, veio nos receber e eu não soube como reagir vendo aquilo. Tive que sentar para processar o que estava acontecendo. Não parecia real. No canto, um homem largado em uma cadeira me observava com olhar de julgamento, tomando uma Coca Diet.

Eu iria descobrir logo em seguida que Quíron, na verdade, era um centauro. Ele disse para mim que eu ia ser reclamada (como os deuses anunciavam quem eram seus filhos), mas que não tinha data definida. Ele afirmou que não iria demorar mais de uma semana, porque os deuses haviam feito um acordo com o Acampamento.

Nos próximos dias, fiquei num chalé de Hermes, o deus mensageiro. Ele era deus de mais algumas coisas, porém eu não escutei do que. Haviam muitas pessoas dormindo naquele local e me senti sufocada. Todos me acolheram muito bem, mas eu não conseguia me soltar com nenhum deles. Era muito para processar.

Eu estava muito tensa pensando que, finalmente, depois de anos de vida, eu iria descobrir quem eram meus pais. Aqueles os quais eu odiava por nunca terem dado sinal de vida. 

A única pergunta que todo dia ia e vinha me atormentar era: De que deus eu era filha?


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Notas finais do capítulo

Espero que vocês tenham gostado, e se gostarem, divulguem, por favor :)