A autora recomenda esta música para maior tensão na história

H A N N A - P O V

"Olá e bem vindos. Devem estar se perguntando o real motivo de estarem aqui. Bem, começarei com uma breve história... Uma breve explicação... Todos, sem exceções, receberam dons. Privilégios. Que nunca souberam aproveitar. Foram, como muitos dizem... Heróis. Mas ninguém é herói sem uma essência humana, e é isto o que procuro em vocês. Amarrados, acorrentados, pensam em usar seus poderes para sair daqui mas... Eu os alerto... Não há poderes aqui. Não há heróis, heroínas, somente humanos. E vocês aproveitam isso? Aproveitam o que lhes foi dado? A vida?

Eu acho que não.

Sigam as minhas regras e, prometo, tudo ficará bem. Quebrem alguma e estarão mortos. Mas, não só vocês. Aos que chegaram, Hanna, peeta, Clarisse, Hermione, Luke... Os que estão amarrados à roda gigante tem um tempo limite de sobrevivência. Cada um deles possui um teste. Cada saga e cada história possui um teste, cada humano será testado aqui. E todos estão conectados, mas... Se algo der errado com eles... Vocês também irão... Tem dispositivos nos estômagos de vocês. Verdadeiras bombas que irão explodir.

Se Katniss morrer, Peeta e todos conectados à ela serão queimados de dentro para fora. Virarão chamas de pura carne e fogo. Todos. O mesmo com os outros.

Quanto precisarão sacrificar para salvá-los? Já que a vida deles vale a de vocês... Façam suas escolhas. O tempo está passando."

Não, não, de novo não. Já não bastava o choque que tive apo ver aquela... Aquela coisa viva. Alison estava viva! E, se eu entendera bem, se ela morresse... Eu seria queimada até a morte. Seria explodida... Caí em lágrimas. Estava tentando evitar isso, mas não podia. O boneco do palhaço sumiu no teto, e tudo ficou silencioso de novo. Eu não conseguia olhar para Ali, a minha Ali estava viva... 

Como eu, os outros ali estavam desesperados. Luke andava de um lado para o outro. Clarisse olhava fixamente para o menino que se chamava Percy. Hermione chorava encostada na parede. Peeta encarava Katniss, tentando ser forte, enquanto ela mesma mordia os lábios com tanta força que parecia querer arrancá-los.

O choque de adrenalina fez meus pulsos doerem. Estavam sangrando de novo. Me encolhi, tentando limpar a coisa toda na blusa, já manchada de sangue. Coloquei as mãos em cima da barriga, no estômago. N]ão sentia nada, mas sabia que aquele boneco não mentia. Tinha uma bomba dentro de mim.

Estava prestes a olhar para Alison de novo quando um barulho me fez virar para outro lugar. Uma luz acendendo, em cima de uma porta. A porta dizia... Anjo? Que anjo? Peeta saiu de perto de Katniss, os olhos marejados e a face transparecendo pleno horror. Era a garota dele. Tive vontade de abraçá-lo, confortá-lo pela dor que estava sentindo. Mas não faria isso na frente dela. Apontei para a placa iluminada em cima da porta, a palavra anjo, escrita em vermelho, por conta da luz agora parecia estar escrita com sangue. 

Quando outro som me assustou. O som horrível de lâminas.

Imediatamente, olhei para a roda gigante. As lâminas de um dos lados haviam levantado, paradas perto do rosto de uma garota de cabelos negros e olhos castanhos. Luce. Ela respirava forte, dava para ouvi-la ofegando de onde eu estava. Hermione gritou. Luce fechou os olhos. Mas as lâminas subiram, cortando a corda que prendia os pulsos da garota e, com um grito horrível... 

Ela caiu no chão, de uma altura considerável. Ficou lá, pregada no chão... Peeta correu para ajudá-la, mas o susto fora tão grande em mim e em Hermione que eu só consegui chegar até ela e abraçá-la, escondendo o rosto em seus cabelos ondulados. Chorava. De susto. Como uma criança.

Outro som, de sucção, me fez levantar os olhos. A porta do anjo tinha aberto. Luce olhou para lá e arfou. De onde estava, aposto que dava para ver o que havia dentro da porta. 

- Droga... - murmurou Peeta, ajudando a garota a se levantar. Ele também podia ver o que tinha lá dentro... 

A curiosidade me pegou. Mas não podia sair dali. Estava começando a entender... Anjos. Tinha algo a ver com Luce. Ela, por sua vez, já tinha entendido faz tempo. Começava a chorar, descontrolada. Peeta a segurava, mas ela se desvencilhou dele e correu para dentro da porta. Gritava um nome. Pedia por favor. Berrava o nome e pedia, clamava por Deus, por um tal de...

- DANIEL!