Victoire desceu do carro, sua família logo atrás. Olhou em volta e suspirou. Enfim n’Toca. Era Natal e eles estavam ali para comemorar em família, como sempre fizeram.

Vic tirou as luvas e o gorro vermelhos que usava - Já não era mais necessário, tendo em vista que seus avós sempre faziam feitiços que não permitiam que o frio e a neve do inverno entrassem no perímetro da casa – Mas manteve o casaco de lã marrom com um desenho de raposa bordado na frente e um V atrás, que sua avó fizera para ela ano passado.

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– Vic! – Chamou Dominique, sua irmã. – Vai logo entregar esse presente e volte aqui para ajudar a levar as coisas. Anda!

Vic revirou os belos olhos azuis. Sua irmã era sempre tão apressada, ela nunca entendia o motivo para tanto. Mas ela foi logo se apressando também, estava ansiosa para entregar o presente que repousava em suas mãos. Era para Ted, seu melhor amigo e primo de consideração.

O presente consistia em três livros, enrolados por uma simples fita preta. Era uma trilogia bruxa muito antiga, chamada A Cabana em Escuridão, que Ted gostaria de ler. Ela tinha certeza que ele amaria, afinal, ele havia-lhe falado sobre os livro o mês inteiro, e reclamado de como não achava em lugar nenhum.

Victoire sorriu e caminhou em direção a porta de entrada da Toca, onde seus avós já a esperavam.

– Victoire, minha querida! – Exclamou sua adorável avó, Molly – Mas como está crescida! E magra também! Bill andou lhe alimentando direito?

Victoire não pode deixar de rir do exagero de sua avó. Era assim toda vez que ela os encontrava, parecia achar que todos precisavam de mais alimento.

– Olá vovó – Disse sorrindo levemente e a abraçando – Não se preocupe, papai cuida muito bem de todos nós.

– É bom mesmo – Disse ela, lhe soltando depois de um abraço bem apertado de saudades – Não quero ver meus netos fraquinhos!

De novo Victoire não pode deixar de rir. Revirando os olhos com mais esse exagero ela se virou para o avô, que a olhava daquele jeito paternal dele.

– Vic! – Ele exclamou abrindo os braços para um abraço.

Victoire praticamente se jogou em seus braços e exclamou:

– Vovô! É tão bom vê-lo novamente!

Ela e o avô eram muito próximos. Seu relacionamento com ele não superava o dele com Lily, sua priminha, que parecia simplesmente venerar o avô, mas não ficava muito atrás. A disputa pela atenção do avô entre as duas era grande, mas as duas encaravam como uma grande brincadeira de pega-pega, e se divertiam jogando.

Soltando o avó, ela imediatamente perguntou:

– Ted já chegou?

Seu avô riu inconformado.

– Você ainda tem coragem de trocar seu velho por aquele lá?

Victoire riu. Sabia que o avó estava apenas brincando, ele adorava Ted e era fascinado por seu poder de metaformago (pessoas que conseguem mudar a aparência a qualquer hora, como quiser).

– Você supera Vô – Disse rindo – Mas você ainda não respondeu minha pergunta.

Ele fez um falso som de irritação e disse:

– Ele está na cozinha.

Vic sorriu e saiu correndo para a cozinha.

– Ted! – Gritou – Olha só quem chegou, sua prima predileta!

Ela pode ouvir o riso escandaloso de Ted (pelo que Andrómeda - avó de Ted - contava, herdado de sua mãe, Ninfadora Tonks) antes mesmo de chegar a cozinha, viu Ted aparecer a porta, com seus cabelos já ficando azuis, como sempre ficavam quando ela estava por perto, para espera-la.

Ted vestia um casaco cinza/azul por cima de uma camiseta xadrez e bermudas, embora estivesse nevando. Ele sabia que aqui n’Toca era sempre quentinho, só por isso ele se vestia assim.

(Roupa Ted: http://www.polyvore.com/ted_natal/set?id=66857380#stream_box)

– Vic! – Ele exclamou com seu suave e grave tom de voz - bem diferente de sua risada - quando a garota simplesmente se atacou em seus braços, já antes abertos para recebe-la – Como você cresceu!

Vic riu e revirou os olhos. Parecia que Ted havia herdado o exagero de Molly, embora não fosse um Weasley.

– Ted, – disse ela, calmamente se soltando dele e escondendo o presente, que ainda estava seguro em suas mãos, atrás da costa – Você me viu semana passada, não tem como você saber se eu cresci ou não.

Ted riu.

– Mesmo assim, – Disse ele – Tenho certeza que você cresceu no mínimo 1 centímetro!

– Ted, não tem como ver se alguém cresceu 1 centímetro assim, só olhando!

Ted revirou os olhos inconformado com a insistência da garota.

– De qualquer forma – Disse ele, fazendo pouco caso – O que você esta escondendo ai atrás?

Vic riu travessa e o olhou atentamente, querendo guardar a expressão que ele faria quando visse o que ela escondia.

– Seu presente de Natal!

Ted rapidamente mudou de expressão, para uma bem alegre e seus cabelos ganharam um tom ainda mais vivo de azul que o anterior. Ele adorava presentes, principalmente os de Vic, que eram sempre uma surpresa para ele. Mal podia esperar para descobrir o que Vic lhe dera desta vez.

– Jura?! – Exclamou ele – Eu quero ver!

Mesmo com ele fazendo aquela carinha de pidão super fofa, Vic conseguiu sorrir ainda mais travessa.

– Ah é? – Disse em falso tom de inocência – Bom, eu acho que você tem que fazer por merecer.

Ted não precisou nem de um segundo para entender o que ela queria dizer com aquilo. Eles se entendiam muito bem.

– Ah, você não faria isso comig... – Antes que pudesse terminar, Victoire saiu correndo.

Ted, rindo com a brincadeira de criança de sua Vic, saiu correndo atrás dela. Ela sempre fazia coisas do gênero, parecia muito difícil para ela simplesmente entregar o presente para ele. Teve até uma vez em que ela o fizera ir até o telhado da Toca para busca-lo.

Victoire saiu pela porta dos fundo em disparada, rindo. Adorava fazer Ted correr atrás das coisas, nunca facilitava, para ela, quanto mais difícil fosse, mais ele daria valor, e era de extrema importância para a mesma que ele desse valor a tudo que ela lhe oferecesse.

A brincadeira não durou muito. Mesmo Victoire saindo na frente, Ted logo a alcançou, seu corpo atlético e forte de jogador de Quadribol lhe garantia isso. Mas acabara que eles caíram no chão, com a força do impacto.

– Olha, livros! – Ele exclamou feliz, vendo o presente que acabaram caindo em sua barriga.

Ted amava ler, achava que era um passa tempo muito legal.

– Três Livros! – Ele voltou a exclamar, ainda sem se levantar – Três livros velhos, grandes e...NÃO, IMPOSSIVEL!

Vic sorria orgulhosa. Ele se levantou rapidamente, pegando os livros antes que caíssem no chão. Eles não tinham nome nem nada, só capas pretas. Ele olhou para Victoire.

– Isso não é... – Mas vendo o sorriso da amiga, rapidamente mudou a pergunta – mas como? Onde você acho isso?

– Tenho meus meios secretos – Disse ela piscando – Mas cuidado com eles! São importados da França. – E vendo o olhar de duvida no rosto do garoto, acrescentou: – Mas estão em inglês, não se preocupe.

Ted rapidamente se acalmou. Então não precisaria da ajuda de Victoire (que falava francês fluentemente, assim como seus irmãos) para lê-los. Ele colocou-os em cima da mesa, que havia sido montada ali atrás para caber toda a família na Ceia, foi até Vic e apertou-lhe as bochechas.

– Awn, sua coisa fofa – Ele disse com aquela voz que as pessoas geralmente usam para falar com bebês.

Victoire fez uma cara – muito fofa, na opinião de Ted – de irritada e bateu nas mãos dele.

– Para Ted, – Disse. Odiava quando ele fazia aquilo, só porque era um ano mais velho – Eu posso ser mais nova, mas não sou um bebê! Isso é ridículo!

Ted riu com a irritação de Vic e a abraçou.

–Obrigada Victoire, eu simplesmente te amo agora! – Ele disse, fazendo Vic revirar os belos olhos.

– Eu sei que você me ama Ted, não precisa dizer – Disse em falso tom convencido, mas sorrindo ao constatar que ele realmente havia gostado.

Então Ted a soltou e disse:

– Mas você é tão fofinha, toda pequena e tem esse olhos enormes e azuis, não tem como não te amar...ainda mais quando você da presentes muito legais!

Victoire fez um som de indignação assim que ouviu a parte do “pequena”.

– Mas você acabou de dizer que eu cresci! E, é, eu sei que sou adorável, mas não precisa exagerar... – Essa ultima parte ela disse meio envergonhada, nunca soubera lidar muito bem com elogios, embora recebesse muitos.

– Isso não muda o fato de você ser menor que eu. E não é exagero, mas se você quiser, posso fingir que é...

Ted tinha razão, Victoire era no mínimo 10 centímetro mais baixa que Ted. Isso a irritava demais. E Vic sabia que ele dizia a verdade, se ela pedisse, ele fingiria que era exagero.

– Não, eu não quero que você finja – Ela disse – Agora vamos, minha irmã vai me irritar o resto da tarde e da noite se eu não correr para ajudar!

– Então é melhor você correr mesmo, Domi consegue ser muita chata quando quer – Os dois olharam um para o outro e começaram a rir, lembrando das incontáveis vezes que Domi ficara brava com eles – Aquela ruiva tem futuro!

Victoire não pode deixar de concordar, Domi sabia como conseguir o que quer.

– Só não fale isso para ela! – Disse ela rindo – Você sabe o quanto aquela lá é convencida.

Ted riu e concordou com a cabeça.

Ela então o abraçou pelo lado esquerdo e sorriu para ele, que passou o braço por seus ombros.

– Vamos – Disse ele.

Então os dois saíram andando abraçados em direção da frente da casa.

( CONTINUA..)