The Future Princess escrita por Cici, Moon and Stars


Capítulo 12
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Oiee amores!!! Eu passei um tempo sem postar, eu sei, não me matem!!
A Monique agora é minha nova linda co-escritora cheia de ideias lindas ♥ O próximo cap é dela.
Espero que vocês não tenham me abandonado.
Espero reviews viu u.u
Beijocas e nos vemos lá em baixo. Boa leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/309712/chapter/12

Julian e Anthony foram comer alguma coisa, mas eu não estava com fome e nem um pouco afim de socializar com outras pessoas no momento. Eu queria esfriar a cabeça, e o melhor lugar para vagar sozinha são os jardins.

Eles eram lindos não importa a estação. No verão, o sol brilhava forte, deixando tudo mais claro e iluminado, banhado da luz dourada, que refletia nas fontes, na grama... em todo lugar.Na primavera, todas as árvores e arbustos estavam cheios das flores mais diferentes colorações, cada uma tão linda e cheirosa quanto a outra. No outono, tudo ganhava um tom vermelho alaranjado que parecia chamas brilhando por todo lado, no inverno tudo era coberto por uma camada grosa de neve branca, a água nas fontes cristalizadas e a atmosfera deliciosamente gelada.

Caminhei em silencio até uma das fontes onde eu costumava sentar com o Elliot. Era uma das minhas favoritas por que a mureta que segurava a água era baixa, então eu podia sentar no chão, e ficar apoiada, olhando o meu reflexo na água.

Sentei no chão e me encarei. O meu cabelo caiu sobre o meu rosto, e eu tive dificuldades de me reconhecer. Eu ainda era a mesma, tirando a diferença gritante da mudança que o estado do meu cabelo provocou, mas eu me sentia completamente fora de lugar, mesmo sabendo que eu estava no lugar a qual eu sempre pertenci.

Todas as minhas memórias começaram a vir a minha mente e de repente, eu conseguia ver o Lion sentado no banco próximo à fonte, rindo, enquanto eu corria, segurando a saia do vestido na mão sendo perseguida pelo Elliot, que obviamente estava me dando uma vantagem por que em lugar nenhum eu conseguiria ser mais rápida do que ele. Conseguia ver eu sentada no chão coberto de neve com o Elliot do meu lado tentando entender o que eu pretendia fazer ali sozinha no frio quando tudo que eu queria era o silencio e a paz que só aqueles poucos lugares podiam de dar, ou eu rindo quando o Lion caiu dentro da fonte e todas essas memórias me deixaram atordoada.

Eu levantei antes que eu começasse a chorar e comecei a vagar por ai sem rumo, os raios brilhantes do sol de verão iluminando as copas das árvores e fazendo sobras contra o chão. Eu andei sem saber nem olhar pra onde eu estava indo. Eu só andei até eu encontrar uma pequena criatura de cabelos ruivos bagunçados jogando pedrinhas na água. 

-Achei que você estivesse almoçando. –Comentei, parando do lado dele, o observando com um sorriso.

-Eu almocei. Ai eu sai correndo por que eu não queria tomar banho. –Ele deu ombros. –Sabe, escapar de fininho é uma das minhas especialidades. –Ele comentou forçando um sorriso.

-O que houve? –Perguntei, me abaixando para ficar da mesma altura que ele.

-Nada não. –Ele murmurou, com a vozinha triste.

-Me fala, pequeno. –Falei. – Você pode me falar o que está de incomodando. –Ele olhou para os pés descalços sobre a grama tão verde quanto os olhos dele e torceu a barra da camisa nervosamente, me fazendo lembrar do que o Lion fazia quando tinha alguma coisa errada com ele. Ai eu tive uma ideia.

-Vamos fazer o seguinte. –Falei, pegando uma pedrinha e rodando-a nos dedos. –Se a pedrinha quicar três vezes na água, você me conta o que está de deixando triste, combinado? –Ele concordou. Eu rodei de novo a pedrinha redonda na mão. Ele me observou atentamente enquanto eu fazia o movimento e jogava ela contra a água, fazendo ela quicar três vezes antes de afundar. Ele me olhou boquiaberto.

-Como se faz isso? –Ele perguntou. Eu sentei do lado dele de novo com um sorriso.

-Depois eu te ensino. Agora você me conta o que está errado. -Ele parou para pensar um pouco antes de começar a falar.

-É que o Julian está se empenhando em achar um jeito de te ajudar, pra você voltar pra casa... –Ele começou, meio sem jeito. –Eu sei que você quer voltar pra o seu tempo, Alicia, e eu devia estar ajudando o Julian, mas eu não quero que você volte.

Ele agarrou a saia do meu vestido, me lançando um olhar triste que me fez me sentir culpada por querer voltar pra o meu tempo e deixar o pequeno.

-Anthony.... –Murmurei, passando a mão no cabelo dele.                                      

-Eu acabei de ficar seu amigo, eu não quero que você vá embora. –Ele choramingou, apertando a saia do vestido com mais força. –Eu sei que o Julian tá certo. Ele conversou comigo e me explicou que você sente falta de casa e tudo mais, mas eu não quero deixar você ir. Eu vou sentir falta de você se você for.

-Oh pequeno... –Sussurrei, puxando ele para sentar no meu colo e abraçando ele. –Não fica assim. Eu gosto muito muito muito mesmo de você. Você é um dos poucos amigos que eu já tive, e devo dizer que é um dos melhores. –Minha voz se perdeu por um momento. –Mas eu tenho que voltar, pequeno, eu não pertenço a esse lugar.

-Mas não é justo! –Ele exclamou irritado. –Eu já perdi muita gente! A minha mãe e....

-Você ama a sua mãe, e eu amo a minha. Por isso que eu tenho que voltar pra ela. –Eu amo ela, amo, não amava. Eu amo. Presente. Mesmo que ela tenha.... Esse pensamento fez lágrimas enxerem meus olhos, mas eu as segurei para não chorar na frente do Anthony, mas quando olhei pra ele, ele mesmo estava com lágrimas nos olhos, mas elas não desceram.

Ao invés disso, ele levantou, determinado, limpando as mãos na calça e as estendendo pra me ajudar a levantar.

-Vem, eu quero te mostrar um lugar. –Ele falou.

Segui ele até um lugar que era um dos poucos que eu conhecia muito mal, prioritariamente por culpa do Elliot, que me colocou medo, me contando histórias de fantasmas.

Mas ao contrario do que se era comum, o cemitério do palácio não era um lugar sombrio e escuro. Era um gramado que na primavera, quando as flores brancas floresciam, parecia coberto de neve. Agora no verão, a grama verde cercava as lápides de pedra claras, com várias estátuas de anjos espalhadas.

Eu tinha entrado no cemitério duas vezes na minha vida. Uma vez agarrada a mão do meu pai, e outra, a mão do Elliot. Na primeira, foi quando o meu avô morreu, mas eu era muito nova pra me lembrar de qualquer detalhe. Na segunda, eu tinha 14 e o Elliot me levou até lá sem eu mesma perceber onde estávamos indo. Ele aproveitou meu medo pra ficar me contando histórias de fantasmas.

Eu caminhei lentamente pela grama verde até uma estátua me chamar a atenção. Era uma estatua de mármore de uma mulher, com uma camisola branca esvoaçante, com uma espada em uma mão e a outra estendida. Um sorriso carinhoso brincava em seus lábios e seus cabelos de mármore branco caiam pelas costas. A modelo dessa estátua era realmente muito bonita.

Na base, uma placa de bronze brilhava, com uma história escrita em pequenas letras. O que me chamou a atenção na estátua era que ela parecia muito mais nova que as outras. Todas as estátuas tinham a placa de bronze quase ilegível, com uma aparência de décadas de idade e essa mal tinha musgo se acumulando na base. Não devia ter nem 10 anos que ela estava ali.

Corri os olhos atentamente pela placa, lendo as palavras de bronze gravadas nela.

“Esse monumento é uma homenagem as pessoas que perderam a vida pelo nosso reino durante a guerra, e para lembrar que pessoas salvaram nossas vidas com atos de bondade, lealdade, e coragem. A essas pessoas nós devemos tudo. A guerra as levaram embora, mas estarão sempre em nossos corações e em nossas memórias. É em honra a elas que marchamos a batalha, é em nome delas que continuamos nossa luta.”

Demorei a perceber que o Anthony parou do meu lado, com uma carinha triste.  Ele observava a estátua com um misto de tristeza melancólica, carinho e saudades.

-É a minha mãe. –Ele falou, depois de alguns minutos de silêncio.

-O que? –Ele não olhou pra mim. Manteve os olhos fixos na estátua.

-Minha mãe. É ela na estátua. –Ele lançou um olhar tão amoroso que fez as lágrimas que eu lutava para afastar voltarem aos meus olhos. -Me disseram que ela era maravilhosa e era boa com tudo e com todos. Ela era linda, mas eu não me lembro muito bem. Eu era muito pequeno, quando ela morreu.

-Como? Ela morreu, eu quero dizer. Você sabe?-Ele concordou com a cabeça, fungando.

-Na guerra. Ela era uma das mais inteligentes estrategistas no reino, braço direito do general James, pai do Julian. Foi assim que ela conheceu o meu pai. –Ele deu uma risadinha. –“Numa reunião de guerra muito chata”. Ele me confessou que não prestou atenção em uma palavra que nenhuma outra pessoa disse. Só nas dela. Ela era brilhante. E deu sua vida pra salvar a gente. Ela me amava, me amava muito.

-Você devia ser a coisa que ela mais amava no mundo, pequeno. –Falei, apertando o ombro dele de um jeito reconfortante. Ele pareceu perdido em sua própria cabeça e era horrível vê-lo tão triste, então eu lembrei de uma das histórias que Elliot contava para me assustar. –Hey, Anthony, quer ouvir uma história de fantasmas?

Ele pareceu ser invadido por uma onda de animação. Seus olhos brilharam quando ele concordou fervorosamente com a cabeça. Puxei ele até o banco, sentando e fazendo um gesto para que ele sentasse do meu lado.

-Muito tempo atrás, muito tempo mesmo, antes de você e antes de mim, antes dos meus pais, e até mesmo dos meus avós, o cemitério era cercado por uma grade de ferro, e era trancado toda noite. Um homem era encarregado de vir aqui quando anoitecia, tranca o portão e ficar fazendo rondas a noite, para ver se tudo estava em ordem e ninguém entrasse durante a noite. Lembre-se que isso era antes da luz elétrica, e dos carros, numa época onde a iluminação era a luz de velas, as pessoas andavam de carruagens puxadas a cavalos e usavam paletós e vestidos longos e rodados o tempo todo.

-Sim. –Ele concordou, animado, me fazendo rir.

-Quando esse homem do portão morreu, ele foi enterrado no cemitério. Mas a lenda diz que ele nunca parou de trabalhar. Diz que o fantasma dele continua fazendo as rondas pelo cemitério toda noite, e se você vier aqui de noite, pode vê-lo andando pelas lápides, e ouvir o barulho das chaves de metal batendo.

 -Que... MANEIRO! –Ele pulou no lugar. –Quem te contou isso?

-Uma amigo. –Dei ombros.

--Eu nunca vi um fantasma, seria legal ver um fantasma, não seria, Alicia? –Ele perguntou, pulando do banco para o chão, e correndo de um lado para o outro. –Seria tão divertido. Será que eles atravessam coisas mesmo? E que são transparentes?

-Talvez. Quem sabe eles sejam. –Ri com a animação exagerada de criança dele. –Vem cá, você já tomou banho?

Anoiteceu e eu me encontrava num quarto de hóspedes que tinha sido oferecido a mim. Eu ficaria no meu quarto, mas a Celeste achou melhor não. Julian levou alguma coisa para eu comer, já que eu não queria descer e ele não queria que eu morresse de fome, e fora isso, passei o dia sozinha, olhando para o teto e murmurando melodias e notas musicas de partituras que eu tinha decorado. Isso é, até alguém bater na porta.

-Alicia, posso entrar? –Julian colocou a cabeça para dentro do quarto. Eu estava deitada, com a cabeça para fora da cama, de cabeça para baixo. Sentei, concordando com a cabeça. Ele estava usando uma calça jeans e uma camisa branca, o cabelo preto molhado. –Tudo bem?

-Na medida do possível. –Respondi, ajeitando a saia do vestido com a mão. –E com você?

-Eu estou caçando o Anthony. Você o viu? –Ele perguntou

-Não desde hoje cedo. –Ele passou a mão no cabelo, agitado, sentando do meu lado na cama. –Por que?

-Eu já procurei em todo lugar. Todos os esconderijos secretos dele. Ele não está em lugar nenhum. –Ele suspirou. –Eu pensei que talvez... ele estivesse com você.

-Não, a ultima vez que eu o vi foi hoje um pouco depois do almoço. –Parei para pensar por um minuto. –Mas acho que sei onde ele pode estar. –Sorri para mim mesma. –Mas a gente vai precisar de uma lanterna.

Julian levantou, me dando tempo o suficiente somente para enfiar os sapatos no pé e ir atrás dele. Em alguns minutos nós estávamos cruzando o jardim escuro, o Julian com uma lanterna na mão e eu agarrada ao braço dele.

-Existia um motivo para eu não vir aqui a noite. –Choraminguei. Julian deu uma risadinha.

-Você tem medo de escuro?-

-Não ri! O Elliot costumava se divertir muito as minhas custas por causa disso. Ele adorava me aterrorizar com histórias de fantasmas e me dar sustos. –Ele pareceu surpreso com isso, apesar de eu não poder ver exatamente o rosto dele no escuro, as sombras assumindo ângulos que faziam seu rosto ficar idêntico ao de Elliot.

-Meu avô não é exatamente o tipo de pessoa que gosta de contar histórias de terror.

-Mas ele é. Ele sabia todas! Quando ele dormia aqui, nós ficávamos até tarde na biblioteca, só com a luz da lareira, e ele me contava todos os tipos de histórias para me assustar. Depois no meio da noite eu ia correndo até o quarto onde ele estava, com medo de ter alguma coisa no escuro. –Julian soltou uma gargalhada.

-Eu juro que eu não consigo imaginar meu avô fazendo isso. Ele é tão cético em relação a tudo que não dá.

-É só se imaginar fazendo isso. Vocês dois são muito parecidos. –Falei, fazendo ele olhar para o chão. Mordi meu lábio, me arrependendo do que falei.

-É, eu suponho que somos. –O silêncio tomou conta até que chegássemos perto do cemitério. Mesmo a noite, o lugar não era muito sombrio, eu suponho que por ser em campo aberto. Avistei Anthony com uma lanterna na mão. Cutuquei Julian com um sorriso travesso e o puxei para atrás de uma estátua.

-Qual a ideia? –Ele sussurrou, vendo meu sorriso.

-Você tem um molho de chaves ai? –Perguntei. Ele me olhou curioso, me entregando as chaves. Agradeci mentalmente por o Julian estar de branco. Isso ia facilitar as coisas.–Quando eu falar, você corre até a outra estátua. Só não vai muito rápido. Mas também não vá devagar o suficiente pra ele te reconhecer. E desliga a lanterna. –Julian obedeceu, sorrindo quando entendeu o que eu estava tentando fazer.

Eu balancei as chaves, fazendo o máximo de barulho possível, atraindo a atenção do pequeno, que lançou o facho de luz para a estátua.

-Tem alguém ai? –Anthony perguntou. Cutuquei Julian, sinalizando para ele se mexer. Ele correu, fazendo Anthony virar para olhar para ele. Sinalizei para Julian para ir para trás dele. Ele se juntou a mim, enquanto Anthony procurava o vulto.

-Um.... Dois.... Três... –Sussurrei, e nós dois pulamos, dando o maior susto no o coitado. Ele soltou um grito, e virou o foco da lanterna e o rosto, que estava muito pálido para nós, que caímos na gargalhada.

-Você tinha que ter visto a sua cara! –Julian falou, entre risadas, acendendo a lanterna.

-Eu falei que ele.... ele estaria aqui. –Falei, com o estomago doendo de tanto rir.

-Vocês são dois idiotas. –Ele falou, ofegante, nos fazendo rir mais ainda. Me apoiei no Julian, para me impedir de cair, quando uma voz soou no ar.

-O que vocês estão fazendo aqui? –Meu sangue gelou e soltei um grito agudo. O rosto do Anthony ficou mais branco do que já estava e o do Julian assumiu uma tonalidade parecida. Nós três viramos juntos, para encontrar o Elliot, parado encarando nós três. –Eu perguntei o que vocês três estão fazendo aqui. 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Pode ter uns errinhos,viu!
Mereço reviews?
Beijocas da Cici ♥ :*



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "The Future Princess" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.