The Future Princess escrita por Cici, Moon and Stars


Capítulo 13
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Gente, mil desculpas pela demora. Esse é o meu primeiro capítulo na fic da Princess, então sejam bonzinhos comigo, sim?



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“Eu não vou perguntar outra vez. Julian, responda.” Diz Elliot rispidamente, agora se dirigindo diretamente a Julian.

Julian abre a boca e começa a gaguejar, sem conseguir pensar em uma explicação. Eu estou em choque e seguro Julian com firmeza pelo braço. Eu não consigo entender. Quando Elliot havia ficado tão intimidador? Ele nunca havia causado essa reação em mim antes. Ele não parece o mesmo e acho que isso me assusta mais do que o próprio flagra que levamos.

“Tio Elliot, a gente estava procurando um fantasma!” diz Anthony dando um passo à frente para a surpresa de todos, com um notável sorriso no rosto.

“O que?” pergunta Elliot olhando para o menino ruivo com interesse.

“O fantasma do portão, tio Elliot! A gente estava procurando ele.” Anthony continua com toda a animação. Imagino que Julian esteja aproveitando a distração para pensar em alguma coisa, pela expressão em seu rosto.

“O fantasma do portão?” indaga ele. Anthony afirma balançando a cabeça exageradamente. “Quem contou essa história a você?”

Ah não. Ele parece preocupado de repente.

Então percebo o que está prestes a acontecer. Meus olhos se arregalaram e sinto meu corpo inteiro congelar por dentro e tenho certeza de que não é por causa do frio. Aperto mais ainda os dedos no braço de Julian e ele protesta de dor.

“A Alicia que contou.” Diz Anthony com inocência e aponta para mim. Ai, não. Ele vai falar. “Ela disse que o amigo dela costumava trazer ela aqui e contar essa história pra ela.”

Já era. Ele falou.

Os olhos azuis gélidos de Elliot se desviam inteiramente para mim. Engulo em seco e por um momento, penso que meu coração parou. Aqueles olhos... Eu nunca pensei que sentiria medo ao olhar pra esse par de olhos que sempre trouxeram tanta alegria e tanto conforto pra mim. Quando eu tinha algum problema, ou quando eu simplesmente estava com raiva de tudo a minha volta, eram aqueles olhos que me consolavam. Agora eles me fazem sentir vontade de me esconder e chorar.

Elliot caminha com passos firmes na minha direção. Seu cenho está franzido e as rugas em sua testa estão acentuadas por causa da carranca. Isso não é bom sinal, eu sei. Ele parou bem de frente para mim, e eu ameaço recuar um passo, mas não consigo me mexer. Prendo a respiração sem perceber. Ele abre a boca, e respira fundo, como sempre faz quando busca as palavras no mais profundo de si. Mas por fim, ele fica em silêncio. Sua boca se torna uma linha fina e rígida e ele se afasta um pouco para o lado, para o meu alívio. Deixo o ar escapar da minha boca em silêncio, mas isso não tira o peso de meus ombros.

“Entrem. Todos vocês.” Ele diz em seu tom de voz mais autoritário. Tudo nele ainda soa tão estranho pra mim. “É muito tarde para ficarem brincando aqui fora.”

Obedecemos. Não havia outra coisa a fazer, além disso. Julian e eu vamos à frente e Anthony tenta protestar, mas é em vão e logo ele está caminhando junto conosco de volta para o castelo. Julian olha para trás e eu sigo seu olhar a tempo de ver Elliot brevemente. Ele parece furioso, mas também confuso e atordoado. A respiração me escapa outra vez.

***

Paramos em frente ao quarto de Anthony para coloca-lo pra dormir.

“Anthony, está na hora de dormir.” Diz Julian abrindo a porta do quarto do pequeno.

“Eu não preciso dormir. Eu posso ficar acordado pra sempre!” Anthony cruza os braços e faz uma careta exatamente como Lion costumava fazer em suas pirraças. Seguro um sorriso.

“Anthony, por favor, não piore as coisas. Você precisa dormir.” Julian insiste tentando não parecer impaciente.

“Julian, por favor! Eu não estou com sono. Não quero ficar sozinho...” Ele junta as sobrancelhas ruivas e faz um biquinho olhando pra baixo. É a coisa mais fofa que eu já vi e por um segundo, confesso que me esqueci de tudo o que havia acontecido. É como lidar com Lion outra vez.

“Tudo bem.” Para minha surpresa, Julian cedeu e bufou revirando os olhos. “Pode vir com a gente, então.”

Anthony faz um gesto com a mão fechada em punho, logo se animando.

“Mas você tem que prometer que vai ficar quietinho.” Julian pede.

O menino afirma com a cabeça e faz um sinal de zíper na boca. O sorriso travesso continua aceso em seu rosto.

Nós seguimos ao longo do corredor e subimos um lance de escadas. Me pergunto aonde Julian pretende ir. Ao que me lembre, não há quartos aqui em cima. Ainda segurando em sua mão, eu o sigo pelas luzes das lâmpadas fluorescentes. Lembro-me daqueles candelabros em ocasiões especiais. Parece que ninguém os acende há um bom tempo. Eu os acho muito mais bonitos. De repente ele para, onde eu no fundo suspeitava.

“O que vamos fazer na sala de música?” sussurra Anthony fazendo a pergunta que até então preferi guardar pra mim.

Julian dá de ombros e olha pra mim com um sorriso torto e carinhoso. Sinto minhas bochechas queimarem. Espero que ele não tenha reparado.

A sala está escura, a não ser pela casta luz da lua vinda das janelas. Porém, a sala é grande demais para poucas janelas, então tudo está um total breu, além do frio que me provoca arrepios. Julian solta minha mão e caminha para um lado escuro da sala. Aperto um pouco os olhos, segurando Anthony ao meu lado enquanto não consigo ver o que ele está fazendo, até que percebo que ele está tentando acender a lareira.

De repente a sala se ilumina pela luz ardente do fogo. Julian está parado ao lado da lareira e sorri para mim fazendo sinal para que nós nos aproximemos. Sento-me sobre o tapete sentindo as chamas dançantes aquecerem minha pele. É uma sensação tão boa. Eu olho em volta, e vejo que eu esperava que eles tivessem mudado a sala de música, como muitas outras coisas no castelo, mas não. Está tudo exatamente igual. Isso me faz sentir em casa. Então eu vejo que há alguns instrumentos a mais, como um violão, uma bateria. Olho novamente para Julian. Este não é o meu tempo. Essa não é minha vida. As lágrimas começam a subir e me esforço ao máximo para evita-las.

Anthony está sentado ao meu lado, olhando pra mim com seus olhinhos curiosos. Eu simplesmente não resisto e puxo o menino pro meu colo, dando um forte abraço e ele retribui beijando-me no rosto. Julian ainda está de pé ao lado da lareira. Ele olha na minha direção, mas desvia o olhar para o fogo antes que eu o faça e tenho a chance de observá-lo por um instante. Sua expressão era indecifrável.

Ficamos ali em silêncio, não sei quanto tempo. Tenho me sentido um pouco perdida quanto a isso, ultimamente. Anthony ainda está no meu colo e eu estranho seu silêncio. Na verdade, está silencioso até demais. Paro de brincar com seu cabelo ruivo e olho pra ele. Está dormindo. Sinalizo para o Julian que sorri e mexe os lábios sem produzir qualquer som, para o que eu entendi: eu cuido disso. Ele pega o meu mini Lion no colo e vejo os dois atravessando a sala de música.

Levanto-me enquanto Julian não volta. Caminho em direção a janela. Tudo lá fora está tão quieto. Tão... moderno. Ah, quando eu vou me acostumar? Será que eu devo me acostumar? Isso tudo é muito doloroso, eu não pertenço a esse lugar. E o mais estranho de tudo é que essa é minha casa! O nó no meu peito está aqui de novo, apertando meu coração. Procuro então algo mais familiar. O piano. Deslizo minha mão sobre as teclas, tomando cuidado para não fazer barulho. Sento-me no banquinho que cabe duas pessoas. Passei tantas tardes aqui com Elliot. Começo a dedilhar algumas teclas formando uma melodia simples. Requiem for a dream. Faço uma careta quando erro uma nota logo no início. Nunca fui boa no piano. Sempre preferi o violino e a flauta. Era o Elliot que costumava tocar o piano. Ele é tão bom nisso. Pelo menos era. Odeio pensar nisso. Apesar do meu erro e do meu fracasso, tento continuar a melodia. Fecho os olhos tentando imaginá-lo ali do meu lado, sua mão sobre a minha, dizendo-me que meus dedos estão posicionados de forma errada.

Paro de tocar para ouvi-lo executar a música com perfeição. Nada acontece. Abro os olhos e continuo ali, naquele tempo estranho e sem saber tocar piano! Não aguento. Elliot está em algum lugar desse castelo e está cinquenta anos mais velho. Debruço-me sobre as teclas e não me importo com o som desafinado que meus braços provocam. Até isso é mais melodioso que minhas tentativas de acertar um acorde. Agora estou chorando e não posso segurar. Estou soluçando e sei que preciso me recompor. Logo Julian estará de volta e eu não quero que ele me veja assim.

Enxugo minhas lágrimas, espero que eu esteja apresentável. Então eu ouço um som claro e límpido. Eu paro apenas para ouvir, sem me virar. É Requiem for a dream sendo tocada no violão. Engulo em seco e olho para trás. Julian está sentado no chão, olhando atentamente para seus dedos deslizando pelo braço do instrumento. Ele olha para mim sem interromper a música, depois volta sua atenção para o violão outra vez. É tão lindo. Não consigo controlar meus pés, estou sendo envolvida por ele, pela música. Levanto-me e sento-me ao seu lado a música chega ao seu clímax. Ele se mantém focado, mas ele parece tão livre, certo do que está fazendo. Ele é ótimo.

Não me sinto mais presa a esse tempo. Na verdade, parece que não existe tempo. Somos só eu, Julian e a melodia. Ele é todo Elliot. A forma como seu cabelo fica naturalmente despenteado, o olhar cauteloso. Ele toca lentamente as últimas notas e eu estou tão perto dele que quase posso tocá-lo. Ele não está olhando para mim, mas também não parece se incomodar. Não quero recuar. Julian levanta os olhos em direção aos meus. Não penso em mais nada. Ele é o Elliot. Antes que eu perceba, meus olhos estão fechados, não posso ver mais nada. Tudo o que sinto é o calor que arde dentro de mim quando os lábios dele tocam os meus.


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Notas finais do capítulo

E aí, seus lindos? O que acharam? Aceito avaliações, críticas, xingamentos pela demora, o que quiserem. HAHA, Mas eu sinceramente espero que estejam curtindo. Beijos e até a próxima (:



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