Eu estava olhando a neve e fina cobrir a Floresta Proibida com o seu manto frio e branco. A janela no meu quarto tinha uma grande janela no qual eu tinha uma plena visão magnífica da mata com as suas grandes e encantadoras árvores.

Era véspera de Natal.

No Natal do ano passado, eu e mamãe não tivemos papai presente, pois o meu patriarca já havia falecido, mas eu, ela e Rima fizemos o melhor Natal. Agora, eu não tenho nenhum dos dois... Apenas Rima que continuava firmemente ao meu lado.

Sai de perto daquela enorme janela e fui sentar na mesa que tinha no meu quarto, onde havia uma miniatura de garota arrumando as xícaras de chocolate quente, com biscoitos de leite em forma de homenzinhos. Sentei-me e pedi para que ela me acompanhasse.

Tia Miller ultimamente fez algumas reuniões com a Milady Temari e a Baronesa Nodoka,  ela é gentil e amável, tem uma filha muito energética chamada Yaya Yuiki.

— Amu, algum problema? – Perguntou Rima com o meu estranho comportamento.

— Ahn? Não, nenhum. – Eu a olho. – Rima, porque você não tira o dia de descanso? Vá passar o Natal com o Nagihiko, sei que ele iria adorar!

— Co-Como? – Ela ficou extremamente corada. – Mas você ficará sozinha...

— Não se preocupe, ficarei bem! – Sorri. – Já sei! Venha. – Levantei e a puxei. A levei até o meu banheiro. – Tire as roupas.

— O que?

— Tire as roupas, ou você pretendi tomar banho vestida? – Arquei uma sobrancelha. – E depois você escolherá o mais belo de meus vestidos!

— Mas, Amu...

— Nada de “mas”, vamos!! Não temos tempo a perder!

Rima não questionou mais, e então tirou as roupas e entrou na banheira. Peguei a esponja e comecei a passar em seu corpo. Eu sabia como dá banho em alguém, pois pedi para que ela me ensinasse. Quando criança, eu e Rima brincávamos de trocar–de-lugar ( que era o simples fato onde às vezes eu era a empregada e ela a dama ). A loira sempre dormia comigo na mesma cama, até que um dia mamãe nos falou que Rima já tinha idade suficiente para ter o próprio quarto. Quando eu não conseguia dormir ou tinha medo de algo, eu corria para o quarto dela. Ela realmente cresceu comigo, ela foi criada como irmã, e não como uma simples serviçal como todos imaginam. Nós temos uma história juntas. E agradeço por sempre ela está comigo!

— Isso lembra nossa infância...  – Comentou ela.

— Sim. – sorrir nostálgica. – Que tal dormirmos juntas essa noite, quando você chegar? Aí poderemos conversar.

— Pode ser. – falou ela.

Joguei o ultimo balde de água em sua cabeça, peguei uma outra toalha e a entreguei. Rima se enrolou e saímos do banheiro e fomos para o meu quarto. Abri o guarda-roupa e assim uma vista de vários vestidos.

— Qual você vai querer? – Perguntei olhando os vestidos.

— Esse azul. – ela aponta.

— Este? – Eu olho com uma cara feia pra ele. – Rima ele está acabado! Você não passará o Natal em roupas assim! Bom, vou te dar um dos meus novos vestidos que ainda não usei. – Comecei a procurá-lo.  – Eu até iria mandar folgar um pouco...  Aqui! – Falei retirando o vestido. – Acho que você ficará linda nele.

— Que lindo! – Falou ela olhando para o vestido. O mesmo era laranja, de mangas longas, tinha uma pequena calda em um tom branco, e um laço segurando o mesmo.

— Acho que ele ficará bem com essa capa. – Peguei a Capa de Bolero de Lã vermelho que vai até a cintura, ele tinha duas cordinhas e no final dela duas bolinhas branca de lã.

Assim que eu ajudei a Rima arrumar, depois de um tempo uma empregada veio me chamar, avisando que eu tinha uma visita. Mandei a loira me esperar enquanto ia ver a tal pessoa. Sai do quarto e fui até a sala, onde vejo um rapaz de cabelos longo de um tom preto azulado.

— Senhor Nagihiko? – Chamei descendo os últimos degraus. – O que lhe trás aqui.

— Ahn, lhe incomodei?  

— Não. Vamos sente-se. – indiquei o sofá. – O que deseja?

— Ah... Bom, queria pedir permissão... – Ele cora.

— Permissão? – Já sabendo do assunto que se tratava, eu sorrir abertamente. Era muito fofo vê seu rosto corado.

— É. Queria sabe se a Senhorita, deixaria levar a Rima em um passeio...

— Claro! – Sorri. – Ela está com o dia livre. Irei chamá-la.

Sair da sala e voltei para o meu quarto, Rima se encontrava sentada na cadeira da penteadeira, ela se olhava naquele espelho se admirando. Aproximei-me e pousei as minhas mãos em seu ombro.

— Está linda. – Falei. – Vamos, ele lhe espera.

— Ele está aí?

— Sim.

Eu e Rima saímos do quarto e fomos para a escada, eu segurava a sua mão enquanto decidimos as escadas. Ela esbanjava um belo sorriso tímido em seus finos lábios pintados de um rosa claro. Nagihiko a espera no fim da escala, estava encantado ao vê-la naquele vestido elegante. Quando cheguei até ele a entreguei.

— Podem ir. – Falei. – Olhe, trate bem de minha amiga, hum?!

— Pode deixar. – Falou Nagihiko. 

Então eles se se retiraram naquele final de tarde. Iriam dar uma volta agradável na cidade, onde várias pessoas comemoravam aquele dia especial, onde havia coro cantando lindas canções Natalinas, a cidade estava bem iluminada e decorada com lindos enfeites, crianças brincando de guerra de bola-de-neve.

— Escutei bem? A Senhorita Amu lhe chamou de amiga?

— Ahn, é. Bom, eu e ela nos consideramos irmãs na verdade. – Respondeu Rima com um sorriso.

— Entendo. Mas porque você se tornou a Dama de companhia? – Continuaram a andar.

— Hum... Fiz uma promessa para a minha mãe e a dela. Minha mãe era empregada da família Hinamori há anos, então minha mãe ficou doente, e a prometi cuidaria dos Hinamori, aí desde então os pais de Amu cuidaram de mim. Amu logo me adotou como a  sua irmã, e os pais delas sempre foram gentis e amáveis comigo. Então queria ficar com ela, gostaria de sempre a acompanhar em tudo e assim me tornei a sua Dama. – Explicou ela. – Pra onde ela for eu irei acompanhá-la... Sempre.

— Rima... – Chamou Nagihiko parando. A loira o olha. – Eu... Eu me apaixonei por você!

A garota de estrutura baixa corou levemente.

— Sei que sou um simples professor, mais darei o meu melhor, poderei dá-lhe uma vida confortável! – Falou Nagihiko completamente corado. – Por isso... Por isso quero que você fique comigo!

— Nagihiko... Não posso. – Diz ela virando o rosto.

— E porque não?

— Porque você é um rapaz de classe, eu sou apenas uma serviçal... – Ela abaixa a cabeça.

— Eu não vejo uma simples serviçal, - ele pega no queixo dela para que assim ele pudesse vê-la nos olhos. – Vejo uma garota engrada e esforçada. A garota que quero ter ao meu lado. Por isso quero que seja minha...

— Nagihiko... – Rima, com os olhos dourados extremamente brilhantes, lágrimas ao redor começaram a brotar. Era tamanha alegria, fazendo com que ela o envolvesse em um abraço quente, confortável e inocente,