Kiss Of Blood escrita por Jhiovan


Capítulo 16
Caçador




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/309570/chapter/16

Estava chovendo. Era noite. Uma escura noite. Solitária. Ninguém nas ruas. Além dele.

Ele andava sozinho em direção a Catedral. Usava uma túnica preta com capuz e uma cruz vermelha dentro de um círculo vermelho, estampado no local da testa. O rosto totalmente coberto, a não ser por seus lábios e queixo que eram visíveis. Seus lábios finos tinham um tom rosado. Seu queixo, bonito e bem definido, a pele clara. Ele carregava uma espada. A lâmina fina, ensanguentada. As gotas de sangue desciam por ela e misturavam-se as da chuva no solo. Ele limpou-a usando um pano branco, – que guardava no bolso, que ficou manchado de vermelho – e guardou-o, a espada, enfiou na bainha debaixo da túnica, na cintura. De forma que estava, invisível para outras pessoas.

Ele abriu as pesadas portas da Catedral, usando força. Elas fizeram um ruído estrondoso, ao abrirem, que ecoou por toda a enorme área. Com lentos passos, ele entrou. Várias gotas da chuva o acompanharam além das que ele deixou cair de sua túnica encharcada, molhando a entrada da Catedral. Ela era enorme, a abóboda cheia de pinturas de anjos, santos e nuvens representando o Paraíso, toda revestida em ouro maciço. Vários quadros ao longo das paredes mostravam a história de Jesus Cristo – do nascimento até a ressureição.

Um coral que cantava uma música sacra calou-se instantaneamente assim que ouviram o ranger das portas sendo abertas. Alguns poucos fiéis que ali faziam suas preces, também pararam e o encararam. Ele os ignorou, continuou seguindo seu rumo. Subiu ao altar sagrado e ajoelhou-se. Reverenciando a gigantesca imagem de Jesus crucificado. Levantou-se, e do bolso, tirou uma hóstia de ouro – que era como uma chave – em uma porta secreta em baixo dos pés da imagem. Ela dava a uma escadaria. Ele desceu-a. Nas paredes, havia muitas velas acesas iluminando o caminho. Ele caminhou degraus e mais degraus.

Uma sala onde várias pessoas – doze ao total – estavam vestidas iguais a ele. Túnicas pretas com capuz e uma cruz vermelha, estampada no local da testa. Eles estavam reunidos em um círculo, onde um padre vestido de sua batina branca estava no centro. Cabelo calvo, e um nariz longo e fino.

– Estávamos esperando por você, Steven.

– Me perdoe Padre. Eu estava em uma Missão.

Essa palavra parece acalmá-lo. Ele concorda com a cabeça, indicando entendimento e logo faz sinal para que Steven entre no círculo. Após ele entrar, o padre começa o discurso.

– Meus irmãos e irmãs, todos vocês sabem que estão aqui por um motivo. Eu convoquei está reunião por algo muito importante. Vocês todos sabem que o mundo está enfestado de pragas, filhos do Inimigo. Recentemente, um de nossos irmãos teve uma descoberta. Ele descobriu uma cidade infestada deles – falou com desprezo. – A próxima Missão de vocês será cautelosamente invadir essa cidade. Mas tomem muito cuidado. Vocês terão de se infiltrar naquela sociedade. Descobrir quem são os inimigos, e quem não são. Convocar os moradores incentivá-los a lutar por sua liberdade. Essas pessoas vivem na opressão por esses monstros há séculos. Poucos conhecem Deus e a liberdade! Ensinemo-los a rezar e evangelizemo-los. Mostrem a eles a Palavra de Deus. Que eles deveriam ter domínio sobre suas vidas! Amém? – ele pergunta em alto tom.

– Amém! – todas as doze pessoas respondem em uníssono. Incluindo Steven. Eles levantam o braço esquerdo em mão aberta, e o direito dobrado horizontal na frente do esquerdo vertical fazendo o sinal de uma cruz.

Eles se retiram, e cada um vai para seu aposento nos quartos subterrâneos. Steven segue o corredor iluminado com velas e chega a seu quarto. Ele divide o quarto com mais duas pessoas. Homens. Mulheres têm quartos separados dos homens.

– Boa noite, Steven – fala um de seus colegas de quarto.

– Durma bem, Peter – responde ele. – Amanhã teremos um longo dia.

– Pois é. Vai ser longo mesmo – concorda John, seu outro colega.

Peter já caiu no sono na parte de cima do beliche. Steven tira seu capuz, exibindo seu rosto e seus cabelos. Ele tem a expressão séria, porém um olhar triste e distante. Seus olhos são azul-claros, como a luz do céu em um dia ensolarado. Rosto bem formado jovial, e cabelos loiros bem claros. Quase pareciam brancos.

Ele coloca a roupa que usa para dormir – uma túnica branca – e deita na parte de baixo do beliche. Quase imediatamente, ele dorme.

O Padre havia encarregado Steven para sua Missão. Ele bateu na porta da casa “abandonada”. Ninguém atendeu, é claro. Então ele resolveu arrombá-la. Ele estava usando o seu uniforme, a túnica preta. Chutou com força no pé. A porta balançou, mas não caiu. Com mais um chute forte, ela cedeu. E ao cair, desmontou-se em pedaços. A madeira velha e podre. A luz do sol entrou. Havia alguém ali na sala. Ele estava de cocoras, e em frente, havia um corpo morto. Sangue escorria no chão.

Quando ele se virou, Steven viu sua boca nojenta cheia de sangue. Os caninos grandes a mostra. O rosto cinzento cheio de prazer. A criatura ia investir contra ele, quando desviou e o homem caiu na entrada onde o sol iluminava. Sua pele começou a queimar no mesmo momento. Ele gritou. Steven segurou seus pés e arrastou-o para sombra. Ele tirou dos bolsos três pregos de carvalho. O ser se contorcia por causa das dores das queimaduras na pele, que estava em carne viva, sangrando. Steven fez com que ele abrisse os braços e esticasse as pernas. Logo, aplicou-lhe os pregos. Martelou nas palmas das mãos e com os pés juntos, martelou apenas um prego juntando-os. O homem girtava de dor. E angustia.

Estes pregos de carvalho representam os que foram pregados em Jesus começa a explicar, Steven. O nome faz com que a dor da criatura aumente e grite mais. Ele pega uma espécie de Bíblia, passa uma das mãos sobre ela e começa a ler em voz alta. Pobre alma perdida há séculos na escuridão da morte. Sua segunda vida é impura. A vida de um pecador, que comete um dos maiores pecados a Deus. Tirar uma vida humana. Pois só o Nosso Senhor tem este poder! Tu insistes em pecar, ou pedirás o perdão?

A criatura continua gemendo e gritando de dor. Depois de um tempo ele para de se contorcer e olha diretamente para Steven.

Deus? ele ri. Isso não existe, humano!

Steven o encara triste. Ele continua deslizando os dedos pela Bíblia e falando em voz alta. Pega um frasco de água benta e espirra algumas gotas no vampiro, que fazem-no gritar mais alto e se contorcer mais.

Tu traçaste tua própria desgraça. Deus, abençoe este pobre pecador, e perdoe-o pelos seus pecados. ele fecha a Bíblia e se vira para o vampiro dizendo: Morrerás mais uma vez, porém eternamente.

Ao dizer isso, ele o mata. Tira da bainha, uma espada com a lâmina fina e grande de prata. Em um rapido movimento, o decapta.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Kiss Of Blood" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.