– Você está me dizendo que Sanpe, o nosso professor de Poções, é apaixonado pela minha namorada? - Draco perguntou parecendo nauseado. E a palavra namorada era como uma canção pra mim.

– Sim.

* * *

Draco parecia ter comido algo estragado, pois seu rosto estava mais pálido que seus cabelos, o que eu acho uma coisa quase impossível.

– Mas… Snape? – Ele perguntou. Estávamos sentados um de frente para o outro. – Por que?

– Bem, talvez ele seja só um pedófilo que não tem ninguém pra transar e quer pegar uma aluna. – Disse. Draco fez uma cereta.

– Faz sentido. – Ele riu um pouco. – Mas é melhor ele não se aproximar muito, você é só minha agora. – Ele me puxou fazendo com que eu deitasse em cima dele. Eu sorri passando a mão nos seus cabelos.

– Eu sou? – Perguntei. Ele mordeu meu lábio inferior.

– Só minha! – Ele falou e me beijou. Mas Merlin, eu pedi um namorado e você exagerou na dose! Eu passava a mão por debaixo da blusa do loiro o arranhando um pouco. – Se você não quiser que nada aconteça hoje, é melhor você não fazer isso. – Eu corei e me deitei ao seu lado, com a cabeça em seu peito.

– O que nós vamos fazer? – Perguntei.

– Bom, depende, se você quiser fazer aquilo...

– Não, seu idiota! Sobre nós! – O olhei.

– Bom, se contarmos pra todo mundo, seu irmão me mata, e minha família também, então…

– Vamos mantei em segredo. – Concluí. Ele assentiu e bocejou.

– Você quer passar a noite aqui? – Ele perguntou.

– Não sei…

– Ah, por que não? – Ele disse beijando meu pescoço. Isso é jogo sujo, loiro.

– Talvez, só um poquinho… - Falei arfando

– Uhum. – Ele continuou beijando meu pescoço. O impurrei pelo ombro e ele entendeu o recado. Se deitou do meu lado, e me abraçou por trás. – Boa noite, Potter.

– Boa noite Malfoy. – Disse. Enquanto não dormia, fiquei pensando até quando os sobrenomes estaram pesando em nossas costas? Porque eu sabia bem que a família de Draco não era o que eu considerava “boa gente”, e eu sei que os Malfoys não gostavam muito dos Potter, então, não era como se eu e Draco fosse um romance esperado. E com esse pensamento, dormi nos braços de Draco como um anjo, o que eu era, claro.

* * *

Acordei com alguém se mexendo na cama. PORRA, QUEM TÁ SE MEXENDO??? Olhei pro lado e vi um cabeleira loira. Ai merda, esqueci que tinha dormido no quarto de Draco. Me sentei e a mão de dele, que antes estava ao meu redor, caiu ao meu lado. Oh, droga. Que horas são? Olhei pro relógio que tinha do lado da cama de Draco. AH PORRA, FODEU TUDO! ACABOU A MINHA VIDA! JÁ ERA HORA DO ALMOÇO E EU ESTVA DEITADA NA CAMA DE UM MALFOY!!

– Malfoy? – Empurrei ele de leve. Nada aconteceu. – Draco, já é hora do almoço!

– Ah, mãe, me deixe dormir mais um pouco. – Ele disse se virando com a voz embargada.

– Me respeita, sua doninha loira, que eu não sou sua mãe! – Disse alto e ele sentou confuso na cama. Ele me olhou e arregalou os olhos. Olhou pra si mesmo e depois pra mim. Provavelmente vendo se estávamos com roupa. Rolei os olhos.

– Já é hora do almoço? – Ele perguntou ainda com a voz rouca. E Merlin, que voz.

– Sim, e eu não sei de você, mas eu tenho que ir. E Merlin, se alguém em ver saindo do dormitório da sonserina eu morro. – Disse e ele riu. Estava quase na porta quando senti alguém me puxar. Me virei e Draco tinha um sorriso debochado.

– Me encontra hoje a noite na Sala Precisa? – Perguntou me dando um selinho.

– Vou pensar do seu caso. – Disse lhe dando outro selinho. Me separei dele e quando estava saindo do quarto ele gritou.

– Boa tarde sua insuportável! – Eu entendi o recado. Ele tinha dito para manter as aparências diante das pessoas. Foi por isso que eu respondi.

– Só vai ser boa se você não estiver nela, albino.

* * *

Cheguei no salão principal com o coração martelando no peito. Ok, se alguém perguntar onde eu estava, eu vou falar que passei a noite sozinha na Torre de Astronomia. Como eu pretendia noite passada. Mas, você sabe, aconteceu um, pequeno, imprevisto de um loiro gostoso me chamar pra dormir no quarto dele. Nada demais.

Andei até a mesa da grifinória, me sentei e todos os olhares estavam virados para mim. QUAL É, UMA PESSOA NÃO PODE MAIS CHEGAR ATRASADA NÃO?

– Onde você estava? – Hermione sussurou pra mim.

– Eu estava…

– Onde você estava, Lilian Potter? – Ouvi a voz do meu irmão atrás de mim. Aaaaaah, qual é! Me virei e vi seu rosto. Não parecia com raiva. Ele parecia cansado.

– Eu não passei a noite no dormitório. – Respondi

– Isso eu percebi. – Ele sentou do meu lado – Eu te procurei em todos os lugares possíveis, Lily. – Ele falou. Bom, você não me procurou no quarto de um sonserino gostoso! - Até na Torre de Astronomia eu fui! – Valeu, Potter, fodeu com a minha explicação.

– Eu…

– Por que ainda está com a mesma roupa de ontem? – Ele perguntou colocando suco de abóbora no copo - Se eu souber que você estava enfiada no quarto de algum menino, Lily, eu perco a confiança em você, e mato o cara.

– Você não é meu pai, Harry. – Disse, mais como um rugido.

– Disso eu sei bem, Lily. Nós não temos um. – Ele soou magoado. Aquilo me doeu profundamente. – Mas ainda tenho responsabilidade por você.

Com isso, o dia passou num piscar de olhos. Estava no Salão Principal jantando, quando encarei Malfoy. O que me lembrou do convite que ele me fez para ir na Sala Precisa. Hum… Não sei se posso arriscar dessa vez. Harry estava realmente chateado hoje. Olhei pra ele e fiz um não discretamente com a cabeça. Ele me olhou confuso, e depois começou a comer.

Terminei com a minha comida e me levantei indo em direção ao salão communal. Quando cheguei lá encontrei uma ruiva chorando.

– Gina? – Perguntei. Ela levantou a cabeça e deu um sorriso amarelo. – Por que estava chorando?

– Ah – Ela disse – Não é nada.

– Gina… - Me sentei so seu lado no sofa – É pelo Harry?

– Não! – Ela disse exasperada. – Claro que não!

– Então é pelo que? Ou melhor, por quem?

– Não é nada Lily, eu juro! – Ela falou fazendo com que mais lágrimas caíssem de seus olhos.

– Se não é nada, por que você está chorando?

– Ah Lily! – Ela disse me abraçando. – Eu o quero tanto! E ele nem me nota!

– O Harry? – Eu disse e ela finalmente me soltou e assentiu.

– Ele ta gostando da Cho Chang agora. – Ela olhou pra baixo.

– O que? – Aquela japa? Nada contra os japas, mas aquela menina é feia que dói! – Ele tá com ela?

– Ela ainda não sabe se fica com ele.

– Ah, fala sério! Nem se preocupe, Gina. Eu conheço o meu irmão, ele não gosta de pessoas indecisas. Ele gosta de coisas concretas. E eu tenho certeza que você gosta dele. – Eu disse fazendo carinho nos cabelos dela. Ela sorriu e seus olhos se encheram de esperança.

– Sério?

– Não poderia estar falando mais sério! – Disse sorrindo. E como eu sou brilhante, eu tive um incrível ideia. – Eu vou te ajudar, ok?

– Mas… Como?

– Bom, eu dou um jeito. Mas você tem que fazer sua parte também! – Ela assentiu frenéticamente. - Bem, que tal mostrar pro Harry que você é forte e que é desejada?

– Seria uma boa ideia se fosse verdade. – Ela emburrou a cara. Eu revirei os olhos.

– Mas é claro que é verdade! – Disse. – Olhe para o Miguel Corner, ali. – Apontei pra um menino moreno e bem bonitinho. Pena que não chegava aos pés de Draco.

– Sim, mas o que ele tem haver com isso? – Ela pareceu estar confusa

– Bem, pelo que eu ouço por aí, ele é caído na sua. Talvez quando Harry perceber que você não é tão fácil quanto parece, ele tenha olhos pra você.

– Mas eu não quero magoar o Miguel!

– Bom, eu é isso ou nada de Harry! – Ela pareceu pensar por um instante e se levantou indo em direção ao grifinório. Dei um sorriso. Seria bom ver Gina e Harry juntos. Eu tenho certeza que ela o faria feliz.

Subi as escadas para o dormitório feiminino e logo entrei no meu quarto. Tomei um banho demorado e deitei na cama.

Dias longos sempre me deixam cansada.

Pensei em Draco. O que ele estaria fazendo agora? Talvez ele estivesse com aqueles amigos idiotas dele. Ou talvez ele estivesse pensando mim. Eu ri sozinha. Até eu sabia que Draco não era dessas coisas.

Ouvi um barulho na janela. Me levantei e fui abri-la. Era uma coruja. Ela era preta e tinha algumas manchas brancas no final de suas asas. Linda. Deveria ter custado uma fortuna. Revirei os olhos. Era óbvio de quem era a coruja.

Ela estava carregando uma carta assim que a peguei a coruja branca voou para longe.

Como assim ela voou? Ela não podia esperar a minha resposta? Foi ai que tudo fez sentido. Ele não estava esperando uma resposta.

Tolo. Um lindo tolo, tenho que adimitir.

“ Potter,

Sou monitor agora. Meu turno é sempre as segundas e quartas. E nós vamos nos encontrar sempre às 23:00 na sala precisa nesses dois dias. Não quero um não como resposta. E, adivinha? Hoje é segunda!

Recado dado.

Seu DM.”

Ele era sempre srrogantemente lindo desse jeito? Eu nào sei se ficava com raiva pore le sempre ter um ar superior, ou se eu ficava derretida com o “Seu DM”.

Esse garoto definitivamente mechia com as minhas estruturas.