– Uma trégua? - Disse apertando os olhos parecendo extremamente calculista. - Nada mal! - Sorri.

– Pode ser. - Ela deu ombros. - Mas seria bom mesmo se pudéssemos sair da zona de amizade. - Ela disse sorrindo de lado. Eu ri. - Mas me diga você, o que está acontecendo entre você e Draco?

– Ahh… - Falei. Foi mais um suspiro. - Nada. Não está acontecendo nada. E nem vai… - Disse me lembrando da Buldogue. Hermione franziu o cenho.

– Mas por que? - Ela suavizou a expressão. - Lily, não se importe com o seu irmão ou Rony, um dia eles superam.

– Diz a pessoa que quase me matou por ter o beijado. - Disse rindo. - "Mas Lily, é o MALFOOOY!" - A imitei. Ela riu.

– Não gosto dele como o namorado da minha melhor amiga. Mas se você gosta dele, você deveria contar!

– Bem que eu queria…

– Eu já disse! O Harry vai…

– Não é por causa do Harry, Hermione! - Disse a olhando sério. - Sabe aquele segredo?

– O do professor? - Hermione me olhou confusa.

– Esse mesmo! - Confirmei - Buldogue descobriu, e agora ela está usando ele contra mim se eu chegar, sequer, perto do Malfoy… - Ela abriu a boca e balançou a cabeça. Pois é, querida Mione, a vaca realmente me ameaçou!

* * *

Mais uma semana se passou, e mais outra, até que um mês se passou. E Hogwarts parecia estar fora do controle. Ou melhor, totalmente controlada. E deixe-me dizer, meu caro, eu não gosto de controle. Eu gosto de extrapolar. E é por isso, que eu estava às 3:40 da manhã na torre de astronomia, tomando um ar.

Ok, na verdade, eu estava sem sono ok? Minha cabeça estava prestes a explodir, porque por mais que eu tenha que estudar pro N.O.M.S, Draco não sai da minha cabeça. Eu simplesmente não consigo dormir, ele fica nos meus pensamentos o tempo inteiro, e eu não aguento mais.

Suspirei pesado e me deitei no chão olhando as estrelas. Ouvi passos se aproximando. Porra, fodeu! Não tinha tempo de me esconder! E se Filch me pegar aqui a essa hora é capaz da da velha horrenda me botar pra ajudar os elfos na cozinha e nunca mais me deixar sair. O que seria uma pena, porque o mundo iria ser privado da minha beleza. Sim, sou bem confiante. Congelei na posição em que eu estava e tentei fingir que estava morta.

– Dormindo na Torre de Astronomia, Potter? - Ouvi a voz arrogante e rouca. Ufa! Não era Filch. Mas era Draco. E Draco significa problemas.

– Não estou dormindo, seu idiota! - Disse abrindo os olhos, e sentando. Olhei para ele enquanto se sentava do meu lado. Bufei, e deitei de novo.

– Por que está aqui a essa hora? - Ele perguntou se deitando também.

– O que você está fazendo aqui? - Perguntei. Qual é, não ia dizer pra ele que estava aqui porque não conseguia dormir por causa dele!

– Te perguntei primeiro, Potter. - Ele olhou pra mim e eu olhei também. Puff, ele era muito gato.

– Não consigo dormir. - Respondi virando o meu olhar para as estrelas. - E você?

Ele suspirou.

– Eu acho que estou apaixonado. - Ele disse, não sei se foi uma resposta a pergunta, ou se ele me ignorou. Mas aquilo doeu. Não, ele não podia estar apaixonado! Ele era Draco Malfoy! E ele tinha me beijado! Idaí que não era compromisso nenhum! Mas eu tinha que aceitar, afinal, eu não tomei nenhuma atitude durante um mês!

– Eu também… - Fiz uma careta. Olhei pra ele, e ele estava olhando serenamente para as estrelas.

– Não é estranho? - Ele perguntou subtamente.

– O que é estranho?

– Nós dois estarmos apaixonados. A mais gata de Hogwarts, e o galinha riquinho de Hogwarts. - Ele riu debochado e olhou pra mim.

– Você acha? - Disse virando meu corpo também, me apoiando no cotovelo.

– Você está surda? Acabei de dizer que acho isso estranho! - Ele disse se apoiando no cotovelo também.

– Não perguntei isso, doninha. - Ri enquanto falava. - Perguntei se você realmente me acha a mais…

– A mais gata de Hogwarts? - Ele gargalhou. Ok, se não achava não precisava esculhambar. Me deitei virada pras estrelas de novo. - Qualquer um acha isso, Potter. E se um dia eu achar um garoto, que estiver em sã consciência, e disser que você é feia, eu espanco ele. - Me virei pra ele rapidamente.

– Como assim? - Perguntei mais pra mim do que pra ele. Ele riu, e apontou pro céu.

– Tá vendo a lua? - Ele perguntou e eu assenti. - Ele é bonita. Mas você é mais. - Ele disse botando uma mão no meu rosto e acariciando o mesmo. - Desculpa por ser idiota com você. Foi o único jeito de chegar perto de você.

– Malfoy, por quem você tá apaixonado? - Perguntei. Não custa nada.

– Só falo se você me falar por quem você tá paixonada também! - Ele disse tirando sua mão do meu rosto. - No três. - Seu dedo fez um, depois dois, e logo, três.

– Você! - Falamos juntos. Sorri, e ele fez o mesmo. Me aproximei, ainda deitada dele, e sua mão foi parar na minha cintura, me puxando ainda mais pra perto. Deitei minha cabeça em seu peito, e ele deu um beijo na minha cabeça. Ele fazia desenhos aleatórios em minhas costas. Olhei pra ele, e seus olhos, pela primeira vez, estavam decifráveis. Eles demonstravam amor. Sorri terna, e me inclinei selando os meus lábios com os dele. Ele botou suas mãos nos meus cabelos correspondendo o beijo. E em um minuto eu estava em cima dele. Ele passava as mãos por dento da minha blusa, e como eu não sou burra nem nada, eu fazia o mesmo. Senti ele apertar a minha bunda e subitamente eu parei de beija-lo.
– Desculpa. - Ele disse levantando, fazendo com que eu ficasse sentada em seu colo, com uma perna em cada lado do seu corpo. Ele me deu um selinho. Eu fiquei vermelha pelo acontecido de alguns segundos atrás.
– Não tem nada. - Disse sorrindo. Passei a mão em seu rosto, contornei sua boca com meus dedos pequenos, se comparados com os traços fortes de Draco.
– Se seu irmão descobre o que a gente tava fazendo ele me mata. - Ele disse e nós rimos. Suas mão acariciavam minha cintura. - Não que ele já não queria me matar.
– Não é como se ele não tivesse motivos! - Disse rindo e bagunçando seu cabelo.
– Você sabe por que eu perturbo todos você? - Ele disse com um ar engraçado. - Porque eu queria chamar sua atenção.
– Mas poderia ter feito outra coisa não é? - Disse beijando sua bochecha.
– Mas amor, como que eu ia saber que você gostava de mim? - Ele disse me dando beijos no pescoço. PARA TUDO. ELE ME CHAMOU DE AMOR? Estava com um sorriso de orelha à orelha. - O que foi? Por que tá olhando assim pra mim?
– Você me chamou de amor! - Disse e ele me beijou. Passei a mão por seus cabelos.

– É melhor a gente ir. - Ele disse me beijando pela última vez. Eu levantei e logo depois ele se levantou também. Ele pegou em minha cintura e saímos da Torre de astronomia.
Fomos o caminho todo abraçados. Mas eu me lembrei de Pansy, e subitamente parei de andar. Draco olhou pra mim confuso.
– O que foi? - Ele chegou mais perto.

– Eu não acho que isso vai adiantar, Draco. - Disse olhando pro chão. - Digo, nós dois. Isso nunca vai dar certo.

– O que? - Ele disse alterado.

– Não vai dar certo, se meu irmão descobrir, ele vai matar nós dois e...

– O que foi que aconteceu? - Ele perguntou percebendo que alguma coisa estava errada.

– Nada. - Ele segurou meu rosto com as duas mãos e me fez olhar pra ele.

– Se você não me falar, eu juro que nunca mais olho pra você. - Ele disse sério. E o medo se instalou em meu peito e subitamente me agarrei na blusa dele.

– Aconteceu no terceiro ano...

– Quer ir pro meu dormitório, e lá você me conta direito? - Ele perguntou com receio. Eu apenas assenti, e me deixei ser guiada por Draco.

Quando chegamos no quarto de Draco, fomos silenciosamente até a sua cama. Ele fechou as cortinas, e lançou um abafato para ninguém nos ouvir.

– Bom, aconteceu no terceiro ano. Quando Snape me ofereceu aulas de reforço... - Comecei a contar tudo. A cada palavra Draco se espantava mais. Quando eu terminei, ele estava pálido, e sua boca era uma linha reta.

– Você está me dizendo que Sanpe, o nosso professor de Poções, é apaixonado pela minha namorada? - Draco perguntou parecendo nauseado. E a palavra namorada era como uma canção pra mim.

– Sim.