Robert me levou até o meu prédio, e disse encerrando nossa conversa.

“Bom, me ligue se estiver afim de sair hoje a noite.”

“Claro, obrigada pela companhia Robert.” – disse sorrindo timidamente.

“Rob, você tem algum apelido?”

“Ira, minha irmã que inventou, mas infelizmente tenho que ir. Até mais.”

“Até.”

Eu olhei pra trás mais uma vez quando entrava no prédio, ele estava com um sorriso torto e tímido no rosto. Era muito surreal. Robert Pattinson me chamou pra sair! Eu não acredito!

Chegando ao sexto andar, encontrei Alison resmungando na frente da porta. Eu não havia notado que tinha se passado uns quinze minutos desde que eu e “Rob” saímos do Café.

“Desculpa o atraso.”

“Atraso?!”

“Estava com um... amigo.”

“Deve ser feio pra gostar de você, anda logo quero entrar no apartamento!”

Destranquei a porta e deixei-a entrar. Me dirigi sem hesitar para meu quarto, trancando-o. Me joguei na cama, e tirando de dentro da bolsa o telefone de Rob.

“Devo ligar mais tarde.” – murmurei para mim mesma.

Peguei meu notebook e comecei as revisões.

Quando terminei as malditas revisões, eram sete horas da noite. Peguei correndo o telefone e disquei o número de Rob.

“Alô?” – eu disse ainda arfando pelo mini-ataque cardíaco.

“É o Robert, quem fala?”

“É a Ira.”

“Ah, oi Ira. Achei que não ia ligar.” – disse com um ar tristonho.

“Perdi a noção do tempo, estava fazendo as revisões. Desculpa.”

“Tudo bem, então tem algo em mente?”

“Hmm, na verdade não. Você decide.”

“Certo, que horas eu passo aí?”

“Acho que umas oito, pode ser?”

“Claro, estarei aí ás oito!”

“Certo, beijos.”

“Beijos.”

Desliguei o telefone e senti meu rosto corar, eu tinha acabado de “mandar beijos” para Robert Pattinson! Isso era ridículo, mas ao mesmo tempo surreal eu o conheci a menos de 4 horas!

Mas eu não tinha tempo pra perder. Corri para o banheiro, que por sorte Alison não tinha se apoderado. Tomei um banho, lavei meu cabelo e depois sequei com secador. Corri para o quarto e vesti uma saia vermelha e uma blusa branca por baixo. Não tinha nenhum salto, nenhuma rasteirinha e muito menos uma sapatilha adequada á roupa. Só tinha meu All Star branco de cano baixo. O vesti sem meia, como sempre e corri de volta para o banheiro para tentar dar um jeito no meu rosto.

No banheiro, eu passei uma base, um pouco de blush e um batom vermelho claro, não queria que fosse chamativo. Eu fiz uma trança de lado em meu cabelo na correria, pois já eram quinze pras oito. Peguei meu celular e coloquei no bolso da jaqueta velha que sempre uso. E esperei.

De repente, meu celular começou a tocar. Eu respirei fundo e atendi, era Rob.

“Oi Rob.” – eu disse de um tanto nervosa.

“Oi Ira, estou aqui na frente.”

“A-ah, claro estou descendo já!” – gaguejei.

“É impressão minha ou você está nervosa?” – ele parecia se divertir com a idéia.

“C-claro que não, sair num encontro com uma celebridade é muito normal!” – brinquei, ainda gaguejando.

“(risos), desce logo Ira.”

“Estou no elevador poxa.” – então eu desliguei.

Não demorou eu já estava á alguns metros dele, andei apressadamente até seu encontro. Ele sorriu para mim largamente quando eu saí do prédio.

“Você está linda.”

“Claro, linda como um porquinho de saia.” – disse, andando ao seu na calçada.

“(risos), você se acha feia Ira?”

“Só acho a verdade.”

“Então eu acho a mentira?” – disse me fitando. Eu respirei fundo, procurando mais oxigênio.

“Provavelmente.”

Ele me guiou até o cinema, que fofo! Fomos assistir um filme que quase ninguém estava indo assistir, ele tentava passar despercebido. Mas mesmo assim muitas garotas soltavam gritinhos e pediam para tirar fotos com ele. Durante todo o filme eu sentia os olhares em nossas costas, a sala lotou dessas menininhas gritando toda vez que ele comia uma pipoca sequer.

Fiquei feliz quando acabou o filme, ele me levou para outro lugar para nós podermos conversar. Fui levada até meu prédio de novo, mas paramos na frente do prédio e sentamos nos degraus.

“Gostou do filme?” – ele perguntou ainda constrangido por causa das garotinhas, elas tinham estragado um encontro que deveria ter sido perfeito, era isso que sua expressão passava.

“S-sim.”

“Desculpe pelas garotinhas eu...” – ele foi interrompido por mim que disse rapidamente.

“Não precisa se desculpar, não é sua culpa você ser bonito!” – essa rajada de palavras saiu da minha boca de repente, sem controle nenhum.

Ele olhou nos meus olhos e perguntou:

“Eu? Você me acha bonito?” – disse com um olhar desafiador.

“Não devo ser a única.” – disse corando bastante.

“Você não notou todos os caras olhando para você?” – disse rapidamente com uma rajada de palavras, como eu fiz á pouco.

“Duvido, ninguém olha para mim.”

“Bom, eu não me importaria de ficar olhando pra você a noite inteira, e aposto que eles também não!” – disse nervoso.

“O que?”

“Eu.Te.Acho.Linda!” – disse ainda nervoso, mas ao mesmo tempo constrangido assim como eu.

Eu me senti totalmente sem chão, me senti constrangida.

“O-obrigada Rob.” – eu disse lentamente.

“Por nada, amanhã você vai fazer algo?”

“Amanhã? Sábado?”

“Sim.”

“Não vou fazer nada.”

“Você gostaria de sair comigo de novo?”

“Claro!” – eu exclamei e o abracei repentinamente – “desculpe, eu tenho que ir me liga!” – eu gritei enquanto saía correndo para dentro do prédio, vermelha como minha saia.