Draco Malfoy escrita por Ana Welling


Capítulo 19
Capítulo 18




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Alicia Sacudia Draco Malfoy, tentando fazê-lo voltar a si:

- Acorda seu idiota! Nós ainda precisamos salvar sua filha.

Mas Malfoy não parecia escutar. As lágrimas desciam silenciosas pelo seu rosto e mesmo assim ele não conseguia dizer uma palavra. Sentia que se falasse aquela dor seria mais insuportável ainda.

Alicia, que também tinha o rosto lavado de lágrimas e o cabelo todo sujo de algo que parecia terra, segurou o rosto de Malfoy e o obrigou a olhar para ela.

- Me escuta, pelo amor de Deus. Sua filha ainda está viva, e só você pode salvá-la.

- Filha? – ele conseguiu dizer, por fim – é uma menina?

- idiota! – ela respondeu sorrindo – não sabia?

Draco ficou calado. Sentia as mãos da garota tremerem eu seu rosto.

- De qualquer forma, me escute – ela tirou as mãos de seu rosto, pegou sua bolsa e tirou o objeto que ela tanto valorizava – Você tem que fazer isso. Eu não posso.

E deu a ele uma pequena ampulheta. Ele olhou aquilo, tentando entender porque diabos ela lhe daria uma ampulheta numa hora como aquela.

- É um vira-tempo – ela suspirou como se estivesse explicando algo óbvio para uma criança de cinco anos – Você precisa voltar e descobrir onde está o bebê.

Draco continuou sentado no corredor apinhado de feridos, sem entender direito.

- Achei que todos os vira-tempo tivessem sido destruídos no departamento de mistérios.

- E foram – ela respondeu, dando um sorrisinho forçado – esse aqui pertence a minha família, uma das vantagens de se nascer em uma família que inventou o vira-tempo a mil anos atrás... Você sempre tem algum sobrando.

- Agora – ela continuou - Levante-se, preciso te mostrar onde ela está... Para que possa procurá-la quando voltar.

Ele se levantou. – Você sabe onde ela está?

- Sei – sua voz tremeu – Sei onde está o corpo.

Ela saiu decidida em direção ao saguão de entrada. Parou quando viu que ele ainda estava no mesmo lugar.

- Vamos logo! – ela gritou de onde estava - Não sei o quanto essa trégua vai durar, temos que nos apressar!

Corpo? Como assim corpo? Não era um corpo, era ela, Julie, a garota que ele sempre... Amou!

Draco levantou-se e a seguiu, e enquanto iam andando pelos gramados do castelo ele parou abruptamente, percebendo o que realmente estava prestes a ver...

- Eu não posso fazer isso – ofegou Draco – Não vou suportar, sinceramente, você deve voltar e...

- Eu já disse que não posso! – a garota parecia prestes a perder o controle – Das poucas vezes que eu voltei, foi um desastre, minha mãe me proibiu terminantemente de usar o vira-tempo, se ela ficar sabendo que eu afanei esse nem sei o que poderia acontecer... Mas foi por uma boa causa.

Alicia parou, escutando o silencio da floresta negra que estava próximo a eles. De repente, ela rompeu em um choro convulsivo, falando aos soluços:

- Se... Se... Eu não ti-tivesse voltado, poderia t-ter impedido ela d-de ir atrás de v-você... Eu d-devia saber q-que ela não ia me e-escutar!

E pôs-se a chorar, um choro sentido que continha muita dor pela perda de sua quase irmã. Draco a observou, sem poder fazer nada. Sentia-se tão culpado por tudo aquilo que nem chorar ele conseguiria.

- Vamos logo – ele a empurrou pela floresta – Me mostre logo onde está ela... Ainda tenho um bebê para salvar, certo?

Alicia conteve o choro, guiando-o pela floresta. Draco achou difícil decorar o caminho, mas devido às circunstâncias, teve certeza de que encontraria o caminho quando chegasse a hora.

Depois de se embrenharem um tanto fundo pela floresta, Draco começou a notar sinais de luta. Alguns galhos quebrados, o mato aberto à força. Quando finalmente chegaram aonde o corpo jazia, Draco sentiu uma dor tão grande que o fez se perguntar por que o mundo ainda existia.

O corpo de Julie estava deitado em cima de uma pedra grande, e se não fosse pela quantidade de sangue nela, ele poderia jurar que ela estava dormindo.

Sua pele estava muito mais pálida como Draco nunca vira antes. O sangue saía por entre as suas pernas, gotejando o mato em volta. Manchava suas coxas completamente, deixando-as invisíveis por causa da noite escuras. Usava um manto que batia em seus joelhos, e Draco se perguntou porque ela estava com as roupas diferentes. Seus braços e antebraços continham um pouco de sangue também, mas era apenas uma quantidade pequena que indicava que ela havia segurado algo em seus braços que tinha sangue também... O seu bebê.

Malfoy estava tão chocado que não conseguia chegar perto do corpo. Passou as mãos no cabelo, desesperado, enquanto Alicia segurava Julie nos braços, chorando mais ainda.

Alicia se assustou quando Draco veio bruscamente ao seu encontro, dizendo com uma voz distante:

- Onde está o vira-tempo?

Alicia voltou a pegar a pequena ampulheta da bolsa e antes de entregar a ele disse:

- Só há uma regra: não pode ser visto por você mesmo e nem por ninguém que saiba onde você estava.

-  Tudo bem – sua voz estava tremendo de fúria – Só preciso matar quem fez isso a ela.

Alicia suspirou.

- Draco, eu sei que é difícil aceitar, mas é provável que ela não tenha sido assassinada. – ela segurou o choro, e continuou – Madame pomfrey me disse que isso poderia acontecer... Durante o parto.

- Isso o que? – ele tentava se controlar

- Hemorragia... Talvez se ela tivesse tomado um daqueles anticoagulantes não teria sido...

- Onde está? – Draco a interrompeu.

- Na ala hospitalar, mas é provável que lá esteja... – ela não conseguiu terminar, pois Draco já estava correndo rumo ao castelo.

 

                                                                    ***


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Notas finais do capítulo

Nó próximo vamos saber o que realmente aconteceu com ela
não deixem de comentar!