CAPÍTULO 4

POV RENNÉ

Coloquei meu avental e fui até Jean que estava colocando um bolo em cima da bancada.

-Jean, alguém perguntou por mim?

-Alguém quem? – Perguntou.

-Ah, não sei, alguém...

-Não... – Olhei para o lado e Holly vinha rindo com um papel na mão.

-Aqui Renné, isso aqui é para você benzinho. – Peguei o papel e li: “Quadragésima terceira competição anual de bolos”.

-Holly você está louca. – Falei assim que li.

-Ela esta certa, você é boa de mais para isso aqui. – Falou Jean.

-Esse concurso é para profissionais e eu sou apenas uma vendedora.

-Ah, espera aí, me explica uma coisa. Porque quando você olha para um homem não vê defeito algum, mas quando se trata de você só vê os defeitos?! – Falou me olhando com uma cara de interrogação, depois as duas saíram. Abri o papel do concurso, enquanto eu estava vendo, aparece uma mão com uma rosa amarela.

-É você?

-Sim, sou eu. – Olhei a linda rosa, e me virei. Era Ben.

-Oi. – Falou sorrindo.

-Ah, oi! – Falei sorrindo. – Sabe, eu amo orquídeas. Obrigado.

Ele olhou para minha mão, apontou e falou:

-Só que isso é uma rosa.

-Também amo.

-Então, que tal sábado à noite?

-O que tem em mente?

-Qualquer coisa que abale suas estruturas amor.

-Ah, as minhas estruturas não se abalam assim tão fácil.

-Isso ai, faz ele sofrer garota. – Falo Holly passando pela gente.

-Isso porque ela nunca tomou um sacode do Ben arrasador. – Eu ri.

-Tudo bem, eu vou olhar na minha agenda pra ver se no sábado eu vou estar mesmo livre. Aonde vamos?

-Vamos ouvir a melhor banda americana de baladas. Um show dos Sticks. (N/A: Eu procurei sobre essa banda e não achei, se alguém souber de alguma coisa me diga, por favor.)

-Oh. – Olhei para o lado e era a Jenny.

-Olha, eu nunca fiz isso na vida.

-Não conhece os Sticks? – Assenti. – Esses ingressos valem ouro. Eu devo gostar muito de você. Tudo bem, sábado à noite?

-Sábado. – Olhei para as meninas e a Jenny estava acenando freneticamente com a cabeça, e a Holly balançando de um lado para outro em sinal de reprovação.

-O que foi? Parem com isso!

POV BELLA

Sábado chegou e também a noticia que minha mãe ia sair com o Ben.

-É impossível que o Ben seja seu admirador secreto. – Falei pela milésima vez.

-Nada é impossível. – Falou minha mãe se arrumando em frente ao espelho do banheiro que fica no quarto dela.

-Não, algumas vezes sim. Como um homem te manda uma orquídea, a flor mais romântica do mundo, e logo depois te da uma rosa amarela, é o tipo de flor que se manda para uma avó doente. – Minha mãe parou de se arrumar no espelho e olhou pra mim, e logo em seguida passou reto. A campainha tocou.

-Deixa que eu atendendo. – Falou Maggie saindo do quarto da mamãe.

-Mãe, por favor, pode me ouvir? – Falei, ela se virou para o espelho do quarto e continuou se arrumando. - Eu li o cartão, um homem como aquele, um poeta, não leva uma mulher para o show dos Sticks.

-Bom, é diferente.

-Um sanduíche de manteiga de amendoim e cola também, e nem é por isso que você come.

-Bella, eu gosto desse cara e ele parece gostar de mim, qual o mal de dar uma chance?

POV NARRADOR

A menina foi correndo até chegar à porta do prédio, abriu e falou para o homem:

-Olá, você é o Ben?

-Oi, sou sim.

-Então venha. – Falou Meg o levando até o andar que ficava o apartamento e conversando com ele, abriu a porta e se virou para o homem.

-Princesa Maggie.

-Isso, da de notar por causa dos meus lindos colares. – Falou dando um sorriso e continuou: - C-O-L-A-R-E-S.

-É isso mesmo. – Falou Ben olhando em volta. – Faz sentido.

POV BELLA

Depois de nossa conversa saímos do quarto e indo para a sala, Ben e Meg estavam lá.

-Oi. – Falou mamãe sorrindo.

-Hum, nossa Renné, puxa, que linda roupa, onde é que você comprou isso hem, no quem é sexy.com? – Minha mãe só ria. Eu e Meg nos olhamos e fizemos uma careta. – Então Renné, já está pronta?

-Já.  Me deixe colocar isso ali. – Falou indo para o banheiro.

-Então Bella, sua mãe disse que a noite de sábado é a noite do cinema, o que me diz de levar a princesa ali, pra ver o Bambi hem? – Falou me entregando o dinheiro que pegou da sua carteira, nem me mexi. Ele continuou com a mão estendida.

-Ah, eu acho que Bambi não está mais em cartaz, o que é uma pena porque eu adoraria levar minha irmã de sete anos pra ver o filme em que a mãe é morta por um caçador mal. – Falei.

-Essa eu quero ver. – Falou Meg rindo. Minha mãe apareceu e pegou o dinheiro da mão de Ben e me entregou falando:

-Obrigado Ben é muita gentileza sua. – Falou me encarando com a sobrancelha arqueada.

- Obrigado Ben é muita gentileza sua. – Eu disse e ele assentiu e minha mãe me deu um abraço.

-Seja boazinha.

-Aham.

POV RENNÉ

Descemos em silêncio. E quando agente saiu do prédio tinha um carro estacionado na porta.

-Puxa, que barato.

-É um Toyota Tuning duas portas, pintura original, exaustor original, reconstitui a marcha e turbinei o motor, -falou enquanto abria a porta, quando fui entrar, ele me parou e continuou falando-  e na verdade coloquei o tapete novo do lado do carona, da para você tirar o sapato antes de entrar. – Parei e tirei o sapato.

-Eu devia de ter trazido aqueles protetores de sapato de hospital.

-Espere aí, você tem um?

POV BELLA

Quando os dois saíram, eu e Meg corremos para a janela. Não acredito que ele fez minha mãe tirar o sapato. Sai dali e a Meg continuou, peguei meu celular e liguei para Alice.

-Deixa eu adivinhar, a história da avó doente não colou? – Perguntou assim que atendeu.

-Ela mal ouviu tava muito ocupada se imaginando a Sra. Ben banda cafona. Eles não podem namorar.

-Como assim? – Perguntou.

-Eu não sei, olha eu vou deixar a Maggie na casa de uma amiga dela e encontro você no restaurante em 20 minutos.

-Um pouco de sorvete ajuda?

-Não, mas seu tio pode, ele aceitou com as orquídeas, tem que saber o próximo passo. – Nos despedimos, em seguida larguei Meg na casa de sua amiga e segui para o restaurante, encontrando Alice lá.

POV RENNÉ

Eu tava encarando aquilo de boca aberta. Meu Deus. Onde fui me meter?

Ben tava do meu lado imitando um robô. Chamei ele.

-Ben, eles não são os Stikes.

-Não são outra banda, é uma banda cover dos Stikes.

-Os cantores não são tão bons que nem eles, mas se fechar os olhos nem da de notar a diferença. – Fechei os olhos.

-É, só se for para você. – Falei.

POV BELLA

-Eu tenho uma pergunta. – Falou Alice seguindo o tio dela. Já tínhamos chegado há um tempo, e nesse meio tempo, estávamos tentando falar com Charlie, o restaurante estava bastante cheio.

-Aham, Steve, junte essas duas mesas. – Falou para um garçom. – Amor, pode esperar? Estou meio ocupado.

-É muito importante. – Falei.

-É para o nosso trabalho da escola. O prazo é amanhã. – Alice disse.

-Precisamos saber o que o homem perfeito faz depois de mandar a orquídea. – Falei.

-Não podemos falar sobre isso amanhã? – Perguntou, e nos balançamos a cabeça dizendo que não.

-E o que seria mais importante do que o homem perfeito? – Perguntou Marcus. – Ah, sapatos perfeitos.

-Marcus, por favor. – Falou Charlie.

-Nada de Marcus, por favor, da um tempo e ajude essas meninas, experimente esse novo vinho, sente na mesinha, e deixe que o Marcus aqui “cuida do restaurante”. – Falou fazendo aspas no final com as mãos.

-Tudo bem, cinco minutos. Ah, - se virou para Marcus – nada de ficar brincando com cabelo no bar Marcus. – Charlie falou indo se sentar. Sentamos também. – Quer dizer que estão fazendo um trabalho sobre amor, é isso?

-É. – Falou Alice.

-Uau, e pra que matéria?

-Literatura, é, eu, to pesquisando heróis românticos como na literatura, sabe é como... – Olhei para Alice pedindo ajuda.

-Tipo o Romeu. – Falou pegando o gravador e ligando.

-Isso. Estamos pegando esses personagens e comparando com homens na vida real.

-Uhum, mas você não acredita em romance. – Falou me encarando.

-É eu to tentando. – Falei gaguejando.

-Ah, bom meninas, não sou nenhuma autoridade no assunto, mas... - ele olhou para o lado e vimos Marcus levando um homem para uma mesa e dizendo baixinho “gostoso”. Charlie coloco a mão na testa.

-O que torna o homem perfeito de hoje perfeito? O que ele diz ou faz que o torna perfeito para uma mulher?

-Bom isso depende, cada mulher é diferente.

-Orquídeas funcionam para todos os tipos? – Perguntou Alice.

-Como um gesto sim, mas é só o começo, ele tem que conseguir uma conexão mais profunda, tem que saber o que mexe com ela, por isso se não conhecer a mulher, é impossível.

-Ela ouve Pets Klein quando está triste. – Falei.

-Hipoteticamente. – Corrigiu Alice.

-Digamos que ela ouça, e ai? – Perguntei.

-Pets Klein (N/S: Também não achei essa banda, e não sei se é assim que se escreve.) é a música de fossa dela, hum, esperem ai. – Falou se levantando e indo até o som.

Voltou com um CD na mão.

-Olha, está música é muito animada, mas sabe de uma coisa, mesmo que a deixe feliz, ele não pode ter medo de lágrimas.

POV RENNÉ

Já não agüentava ouvir aquelas músicas, mesmo gostando da banda, agora estávamos numa música romântica e triste, e Ben estava segurando minhas mãos e secando as lágrimas com elas. Eu tava apavorada. E de novo me perguntando: Onde fui me meter?

-É como estivessem escrito para nós. – Falou. Eu só arqueei as sobrancelhas.

POV BELLA

-E se ela gostar de jogos com palavras, palavras cruzadas, coisas assim.

-Ah, sim, bom é uma boa coisa, um pouco de inteligência, jogos de palavras...

-E se ela já levou muitos foras? – Perguntei.

-Muitos? Hãm, essa é dureza, eu acho que o homem perfeito, teria que ser alguém, que poderia estar em qualquer país, mas ele escolhe estar com ela, porque a vida é melhor ao lado dela, ele quer compartilhar. O que vocês acham, eu passei no teste? – Perguntou olhando para o gravador. Rimos.

-Problemas. Oi gracinha. – Falou uma mulher e cumprimentou Alice. E sorriu pra mim. – Olha o estilista é maravilhoso, o corte é perfeito, chiquérrimo.

-E qual é o problema? – Perguntou Charlie.

-Custa uma pequena fortuna. Não mentira, uma grande fortuna.

-É o seu casamento, manda a ver.

-Jura?

-Claro.

-Ah, eu te adoro. – Deu um selinho nele. – E quanto ao bolo?

-Ah, meninas, eu tenho que voltar ao trabalho. Até logo. – Falou se levantando.

-Ela é maravilhosa. – Falei para a Alice.

-Ah, é, juntos eles parecem os ganhadores de uma loteria genética. Vamos embora. – Falou se levantando.

POV RENNÉ

Depois de sairmos do show, ele me largou em casa, paramos em frente à porta do prédio.

-Sabe Ben, eu nem sei o que dizer, é, foi tudo tão...

-É ,sabe, foi maravilhoso, eu tenho que dizer que eu acho que eu poderia me acostumar mesmo com isso. – Falou isso e segurou meu rosto, quando eu vi ele tava me beijando. – Você beija bem. Sabe, eu me diverti muito. –Assenti. - Tudo bem, agente se vê no trabalho.

-Ben, meus sapatos. – Falei.

-Ah foi mal. – Me devolveu. Entrei no prédio e fui direto para minha casa, enquanto abria a porta deu de “ouvir” ele ir.

POV BELLA

Saímos do restaurante, e Alice foi embora, eu fui pra casa, a Meg iria dormir na casa de sua amiga. Cheguei em casa, tomei um banho, coloquei meu pijama, fiz um lanche e fiquei esperando Renné chegar.

Escutei um barulho de carro e fui ver na janela, minha mãe tinha chegado, eles conversaram um pouco e deu ainda de ver ele beijando ela, fiz uma careta. Sai da janela e sentei no sofá. Minutos depois ouvi a porta, minha mãe trancou, estava passando por mim, resolvi falar, ela não tinha me visto.

-Como foi à volta aos anos 80?

-Ah, você me assustou.

-Esse carro ridículo faz mais barulho que um jumbo, deve ter acordado o bairro todo.

-Bella, por mim, será que poderia dar uma chance ao Ben?

-Mãe, por mim, será que poderia ir mais devagar dessa vez. Você nem conheceu outras caras ainda.

-Não, mas sei de uma coisa, hoje, eu me diverti bastante. – Falou e foi para o quarto. Me levantei e fiz o mesmo, custei a dormir.

***