A água se aproximava mais e mais.

- Rukia, nós vamos conseguir. Confia em mim.

- Eu confio.

- Pronta? Pronta? Agora!

Ela respirou fundo e ambos afundaram junto com o navio. Eles estavam submersos, com as mãos dadas, mas uma corrente carregou Ichigo para longe, deixando Rukia desesperada.

Ela subiu quase sem ar.

- Ichigo! – Gritou.

Havia muita gente desesperada. Se ouvia muitos gritos lá e nada de Ichigo aparecer.

- Ichigo! – Gritou mais uma vez.

Ela nadou um pouco para ver se o achada, mas um cara que estava sem colete a segurou, afundando-a para tentar se salvar.

- Não! – Disse, mas ele a afundou outra vez e quando voltou, gritou: - Ichigo!

- Rukia! – Ichigo chegou. – Solte ela! – Ele deu um soco no rosto do rapaz.

- Ichigo...

- Nade, Rukia. Eu preciso que nade.

E ambos começaram a nadar até chegarem em um objeto que boiava próximo a eles. Era uma parte do navio.

- Suba aí.

Ela subiu. Ele tentou fazer o mesmo, mas não conseguiu. Então deixou que ela ficasse sozinha em cima do objeto, seria melhor assim, pelo menos para ela.

-Vamos ficar bem agora – ele quase não conseguia falar devido ao frio que sentia. – Está tudo bem agora.

Perto dele havia um dos tripulantes com um apito na boca, apitando sem parar.

- Voltem... – Gritou ele – os botes!

Ichigo olhou em volta.

-Os barcos vão voltar para nos pegar, Rukia. – Ele olhou mais uma vez em volta – agüente só mais um pouquinho. Eles... eles remaram para longe por causa da sucção... mas... agora vão voltar.

No bote mais próximo...

- Vocês não entendem – disse um dos dois tripulantes – se voltarmos, eles vão virar o barco, vão nos afundar, estou dizendo!

- Ora, pare com isso! Está me assustando – disse a amiga da mãe de Rose. – Vamos meninas, peguem os remos.

- Estão loucas! Estamos no meio do Atlântico Norte. Vocês querem viver ou morrer?

- Eu não estou entendendo vocês – disse ela. – O que há com vocês? São seus homens que estão lá. Tem muito lugar neste barco.

- E vai haver um a menos se você não fechar essa sua boca! – Gritou o mesmo tripulante.

A mulher se sentou, quieta.

Próximo dali haviam mais três botes. Um dos tripulantes decidiu passar todas as pessoas de um deles para os outros dois, para poderem voltar lá e buscarem mais pessoas.

Tudo ficara silencioso demais onde havia um caos total. Rukia estava de olhos fechados e Ichigo estava pálido demais. O frio era tanto que seu cabelo havia congelado.

- Está tão silencioso – disse ela.

- Só vai... levar... alguns... minutos para... a... arrumarem os barcos.

- Eu... te amo... Ichigo.

- Não faça isso... não se despeça... Ainda não... Você está me entendendo?

- Mas eu estou com tanto frio.

- Ouça, você vai sair daqui – ele se esforçava para não gaguejar. – Vo.. você vai proceguir e ainda vai ter muitos filhos, va.. vai vê-los crescer e vai morrer de velhice, quentinha, numa cama. Não aqui, não assim, você está me entendendo?

- Não sinto meu corpo...

- Você tem que me fazer um favor. Tem... que me prometer... que vai sobreviver.

- Você me prometeu Ichigo, não, não agora... – Ela começou a se desesperar.

Ele deu as mãos para ela e notou que ela chorava. Beijo uma das mãos da baixinha e sorriu.

- Prometo que vou cumprir a promessa...

Ele abaixou a cabeça e a encostou no objeto em que Rukia estava deitada. O bote estava aproximando.

- Vê alguém se mexendo? – Indagou o tripulante.

- Não, senhor, ninguém se mexendo.

- Verifique!

O cara começou a pegar as pessoas para verificar se estão vivas, mas nada acontecia.

- Tem alguém vivo aí? – Gritou – Alguém está me ouvindo?

O tripulante apontou a lanterna e viu uma moça com um bebê em seus braços.

- Esperamos demais. – Disse ele, triste. – Continue verificando! Continue checando!

A luz da lanterna clareou de leve o rosto de Rukia.

- Ichigo... – Ela o sacudiu. – Ichigo... é o bote. Ichigo... – Ela não parava de sacudi-lo. – Ichigo, você prometeu. – Lágrimas rolava pelo rosto da menina. – Não... Ichigo... Por favor...

Continua...