III. PERGUNTAS

Edward pegou o celular e discou o número de Carlisle, certamente querendo saber o mesmo que eu.

“Como isso é possível?!” – perguntou ele para si mesmo.

- Não tenho a menor ideia – Respondi à sua pergunta retórica.

- Alô?! Carlisle! Tem que vir imediatamente para casa – disse Edward parecendo apressado.

- O que aconteceu? – Perguntou ele do outro lado da linha.

- Bella – disse ele.

- O que há com ela? – perguntou Carlisle, agora preocupado.

- Ela pode ler mentes – disse Edward fitando-me com uma expressão de espanto, mas com um sorriso.

- Como isso é possível? – perguntou o mesmo que Edward do outro lado da linha.

- Não sei. É o que quero saber.

- Está bem então. Estou indo, chegarei aí em poucas horas.

Edward desligou o telefone e sentou-se a meu lado.

Passaram-se dois longos minutos e ninguém se atreveu a falar, mas podia ouvir Edward questionando-se sobre meu dom. Ele perguntava-se principalmente sobre como isso teria ocorrido. Fiquei em silêncio ouvindo suas teorias – iguais às teorias que “inventei” quando nos conhecemos, coisas ridículas.

Como poderia haver um imortal com mais de um super poder?

- Oi gente – Alice entrou na sala dançando elegantemente como sempre – Porque estão com essas caras? – Perguntou ela ainda sorrindo. – contem-me, o que aconteceu? – disse ela menos sorridente agora.

- Bella – Edward e Jacob disseram juntos.

Alice voltou-se para mim com uma cara preocupada.

- O que há com você? – Perguntou ela.

“Deve não ter gostado das roupas que comprei para ela” – pensou.

- Não. Isso não tem nada a ver com as roupas, Alice – disse.

- Oh, meu Deus! Bella, você... – disse ela sorrindo radiante, porém preocupada também, ela não terminara sua declaração.

- Isso mesmo Alice. Bella pode ler mentes. Igual a mim. – disse Edward com impaciência.

- Ou quase igual – murmurei fitando a noite que chegava.

- Como é? – perguntou ela. – O que quer dizer com “quase igual”?

- Posso ouvir os pensamentos quando quero, não é involuntário – Disse voltando-me para ver Alice – E posso ouvir uma pessoa de cada vez, ou todos juntos.

- Porque eu não vi isso? – perguntou ela, fitando-me.

Ninguém respondeu à sua pergunta.

Ficamos sentados refletindo por duas horas até que Carlisle e Jasper chegaram. Alice correu para postar-se ao lado de Jasper dando-lhe um beijo. Esme fez o mesmo com Carlisle. Jacob estava dormindo no sofá com Nessie no colo, – ela já estava acabando o livro enorme – que parecia com sono.

Levantei-me e fui pegá-la para levá-la até minha casa.

– Vamos Nessie, hora de dormir – disse. Já com ela nos braços.

“Ah, mamãe, eu estava terminando...” – pensou ela sabendo que eu estaria ouvindo - Sem se dar ao trabalho de me tocar.

– Terá tempo para ler amanhã. Agora vamos – disse.

Ela tocou-me desta vez dizendo um “está bem” mal humorado.

Dei um beijo em Edward e disparei para casa.

Eu esperava demorar, não queria ouvir as perguntas sobre meu novo dom. – Queria ouvir as respostas.

Entrei em minha casa, pus Renesmee na cama, dei-lhe um beijo de boa noite.

Ela pegou no sono imediatamente e eu fiquei vendo-a dormir por algum tempo, vendo seus sonhos. - agora sem precisar que ela me tocasse – À mente dela vinham imagens muito bonitas.

Poderiam ter se passado horas desde que pusera Renesmee na cama, seus sonhos eram tão interessantes que eu duvidava que mais alguma coisa no planeta pudesse prender minha atenção dessa forma. – Inteiramente – Eu só conseguia pensar em uma exceção. Edward. É claro.

Então, repentinamente, fui arrancada de meus devaneios. Algo mais intrigante me esperava. Agora meu corpo irradiava tensão. Eu podia ouvir todos, na casa, conjecturando sobre o “assunto do dia.” – Não só suas vozes, mas como também, agora, seus pensamentos.

Lembrei-me das respostas pelas quais eu aguardava. Disparei para a porta. Fechei-a e fui caminhando; estava pensando sobre as teorias de Carlisle. Estava ansiosa pelas respostas.