Aurora Boreal escrita por Mr Ferazza


Capítulo 13
X. INVISÍVEL (POV: BELLA)




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X. INVISÍVEL

Bella.

Quando saltamos o rio vi Edward correr em nossa direção

Quando eu o vi senti o de sempre. Reações dignas de Edward.

Eu nunca deixaria de admirá-lo por mais que tivesse dez mil vidas para isso. Ele era uma das criaturas mais perfeitas que o Universo já vira.

Minhas apagadas e escuras lembranças humanas não faziam jus a ele.

Enquanto a maior parte de minha mente admirava Edward. - Que agora estava a poucos metros de nós – a outra parte pensava no “visitante” que Alice vira junto com Em e Rose. – eu já havia lido a mente de Edward antes que ele disparasse em nossa direção. - Ele seria como nós? Um “vegetariano”? Se não fosse, Charlie teria de ficar bem longe por algum tempo. – sem saber o motivo.

O que eu diria desta vez? “pai, infelizmente Emmett e Rose trouxeram um amigo vampiro da Austrália, ele bebe sangue humano e você não pode nos visitar por algum tempo.” Isso com certeza não poderia ser dito. Eu teria que inventar mais mentiras para Charlie se o visitante não fosse “vegetariano”.

Edward já estava em minha frente.

– Como vai querida? – Perguntou ele beijando-me.

– Estou muito bem, amor – disse eu.

Edward pegou Renesmee nos braços e deu-lhe um beijo.

– Estou muito bem, querida – respondeu ele a Renesmee.

– Tio Em e tia Rose já estão chegando querida – Disse ele a Renesmee com um tom de frustração em sua voz.

Decidi verificar o que era. Afastei meu escudo para que ele pudesse ler minha mente. Era injusto que eu pudesse ler sua mente eu ele não conseguisse fazer isso.

Há um vampiro vindo com Rose e Emmett.” Pensou ele, talvez sabendo que eu estaria ouvindo.

Há um vampiro está vindo com Emmett e Rose?”– Perguntei a ele em pensamento. Sua expressão era curiosa e frustrada. – Frustrada. Ainda.

“Sim. Alice viu isso, mas não sabe quem é. É a única informação que ela tem a respeito dele.” - Me “disse” ele.

Perguntei-me porque Alice não vira mais detalhes sobre isso.

Alice não sabe o nome desse vampiro?” – perguntei a ele, curiosa. Era sempre muito estranho que Alice tivesse poucas informações a nos dar. Alice, em geral, era o ser mais bem-informado do planeta.

Eu me distraí. Meu escudo já estava em seu lugar. Embora fosse mais fácil afastá-lo de minha mente, não era – nem de longe – tão difícil quanto mantê-lo por algum tempo com as distrações.

Não, nós não o conhecemos.” – respondeu ele simplesmente.

sobre o que estão conversando?” – Perguntou Jacob a nós dois. Ele devia estar prestando muita atenção em nós. - “quero saber também, Sr e Sra telepata. Eu não tenho esses poderes, mas tenho direito de saber.” – Brincou ele. Era Difícil se acostumar com o fluxo de pensamentos em minha mente, mas podia ouvir tudo o quem me era passado.

– Não é nada de mais Jacob – Edward e eu dissemos juntos. A conexão perfeita. Edward e eu sempre seríamos mais do que um casal de vampiros. Eu era o satélite dele. Eu girava em torno dele. – Embora não precisasse mais de sua proteção. Éramos – não literalmente – como o bem e o mal, Yin-Yang – Um só existia porque o outro também existia.

Defina ‘nada de mais’” – pediu Jake, interrompendo meus pensamentos.

– Alice viu que um vampiro está vindo com Emmett e Rosalie da Austrália, é só isso. – Esclareceu Edward a ele.

Jacob, de certa forma, era a pessoa mais curiosa que eu já vira.

– Satisfeito agora, senhor curiosidade? – perguntei a ele sorrindo.

Renesmee riu e colocou a mão no rosto de Edward.

Ela queria saber de que falávamos. Eu não precisava ler sua mente.

– Não querida, ninguém o conhece. Na verdade não sabíamos que Emmett e Rosalie o conheciam. Alice não viu nada, além disso. – Disse ele a Renesmee. Dando a ela mais explicações do que dera a Jacob.

Quando estávamos a alguns metros da casa pude ouvir que eles conversavam sobre as habilidades do mundo dos imortais. Era um assunto interessante para todos. Eu já havia me acostumado com isso. Dons como os de Alice, Edward, Jasper e tantos outros já me eram familiares. – Embora não fossem “normais” sob o ponto de vista científico ou humano.

Mas o dom mais intrigante, - o que era o assunto de todos agora - o de Benjamin, ninguém nunca se acostumaria com ele. Embora todos já o tivessem visto.

Era, com certeza, o dom mais forte do mundo dos imortais.

Perguntei-me como ele havia sido em sua vida humana para ter esses poderes. Sem dúvida, um humano nada comum aos olhos de todos, já que os dons dos vampiros são intensificados na nova vida. Poderia ele fazer, em vida humana, algo diferente de outros humanos?

Enquanto uma parte de minha mente refletia sobre isso, a outra prestava atenção à conversa de todos.

– Exatamente Carlisle. – dizia Eleazar. – O poder daquele vampiro é algo que nenhum escudo no mundo pode interceptar. – Disse ele respondendo a, talvez, uma pergunta retórica que Carlisle não verbalizara. Eleazar, ao terminar a frase, fitou-me, exemplificando o escudo a que se referira.

Mas, é claro, que Renata também não podia interceptar Benjamin, já que ele era contra ataques físicos. Para interceptar Benjamin era necessário um escudo contra a natureza. Eu duvidava de sua existência. Se existisse, creio eu, tampouco funcionaria.

De repente eu ouvi um carro. - Todos na sala ouviam carros todo o tempo. Audição impecável. – Mas me chamou atenção que também pude ouvir os pensamentos de quem estava nele. – Em e Rose.

Como eu poderia ouvir alguém de tão longe? – Edward não tinha esse alcance, tinha? Não pelo que eu sabia.

Vasculhei a mente dele. Nada. Não havia os pensamentos recentes de Rose e Em.

Então era eu. Eu podia ouvir alguém a uma distância de mais de dez quilômetros. – Quinze quilômetros exatamente.

Eu não sabia como tinha conhecimento da distância exata, mas tive certeza dela.

– Eles estão chegando – disse eu de repente. Todos me fitaram com incredulidade. - Estão a alguns quilômetros daqui, quinze para ser mais precisa. – complementei.

Só faltam quinze quilômetros” – pensou Rose ao longe, como se quisesse me reafirmar.

– Bella, amor como você sabe? – perguntou-me ele me fitando. Sua expressão era incrédula. Sua voz era surpresa.

Não que eu não estivesse surpresa. Será que eu, um dia, deixaria de me surpreender com as “melhorias” que meu escudo fizera com aquele dom? Eu não sabia a resposta. Mas, para minha sanidade, era melhor que a ela fosse sim.

– Bella, você... – Edward começou, mas não concluiu. Ele, acredito, estava chocado. Assim como eu. Assim como todos os que estavam sustentando-se sob dois pés.

Jacob ainda estava na forma de lobo. Ele não demonstrara nenhuma emoção a esse respeito. Para ele eu seria a Bella de sempre. Isso era bom. Era bom, pois – muitas vezes – eu não parecia só a Bella nem para mim mesma. Pelo menos alguém me via dessa forma. Esse ponto de vista nunca – com sorte – mudaria para Jake.

–... Você consegue ouvir os pensamentos deles a uma distância maior que eu?! É extraordinário. – concluiu ele por fim. Após se recuperar do “impacto”.

Estaria ele se perguntando se eu poderia ouvir a uma distância maior? Eu não tinha certeza disso.

– É... – hesitei - acho que sim. Eu me concentrei neles e consegui ouvi-los. Mas não ouço mais ninguém além deles. É estranho. – Nada de captar outro visitante. Pelo menos não ainda.

Voltei-me para fitar Alice. Poderia ela ter visto errado. Eu duvidava disso. Era Alice quem dera a informação. Uma das pessoas mais confiáveis do planeta. Eram raríssimas as chances que Alice tinha de se enganar

Alice estava mudando o piando de lugar. Ela, com certeza estava insatisfeita com os lugares anteriores em que o piano ficara. Era a terceira vez na semana que ela o removera de lugar.

– O que há, Bella? – Perguntou-me ela cantarolando

– Eu vi mesmo outro vampiro com eles. – disse ela a mim, prevendo o que eu diria.

Um vampiro estranho viria com Em e Rose. Eu não podia ouvi-lo. E nem poderia. Eu não o conhecia. Não havia como concentrar-me nele se eu não conhecia.

– Dãa – Disse eu dando de punhos fechados na testa. – É porque eu não conheço o vampiro e tenho que me concentrar nele, então não consigo ouvi-lo. Desculpe Alice.

Ela me fitou sorrindo

– Desculpas aceitas Bella. Sei que seu cérebro ainda não funciona direito. – disse ela, sorrindo mais. – Brincadeirinha, Bella. – disse ela antes que eu pudesse me zangar.

Eu não podia discordar dela, mesmo sendo brincadeira. Meu cérebro não era o melhor exemplo do “bom funcionamento”, mesmo nessa nova vida.

Eu sorri para ela e assenti.

Enquanto eu pensava sobre o funcionamento de um cérebro todos voltaram ao assunto anterior.

Mas agora a pauta do assunto não era Benjamin, mas Alec. Nós já o conhecíamos, ou melhor, a seu dom.

Com certeza essa era a jóia mais preciosa da coleção de Aro. Alec podia imobilizar todos os réus do julgamento sagrado dos Volturi.

Mas, agora, todos conheciam exceções.

Todos falavam sobre ele – exceto Alice, Edward e eu.

Alice estava distraída com o piano. Edward simplesmente desinteressado. Eu estava prestando atenção nos pneus que acabavam de deixar o asfalto e entravam na estrada para a casa. Eu já sabia que era Em e Rose. A espera finalmente acabaria. Conheceríamos o vampiro misterioso. Porque Alice não o vira? Seria ele um hibrido? Não. Encontrei a resposta quando me perguntei. Se fosse um híbrido até Rose e Em desapareceriam em sua visão. Isso não aconteceu.

Deveríamos esperar para saber do que se tratava. Mas cinco minutos não eram nada.

Quando Rose Em e o vampiro polêmico chegaram fomos recepcioná-los.

Emmett desceu do carro primeiro.

– Olá, pessoal – disse ele sorrindo. Ele abriu o porta-malas e pegou as bagagens. Eles deveriam manter as aparências. Eles não precisavam delas. As roupas eram de certa forma, “descartáveis”. Alice.

Rosalie saiu do carro logo após Emmett. O Vampiro desconhecido hesitou um pouco.

Os dois nos cumprimentaram. O vampiro convidado hesitou ao lado do carro. Ele ficou parado naquele lugar.

Eu o fiquei fitando.

O desconhecido agiu como se não houvesse ninguém o fitando com curiosidade.

Senti também que todos me fitavam, exceto o vampiro estranho.

Deliberadamente desci as escadas e fui cumprimentá-lo.

Quando me aproximei da lateral do carro o vampiro abriu uma expressão assustada e incrédula. Ele me fitou como... Como... Se eu estivesse vendo algo que não deveria.

Eu sorri para ele. Tentando acalmá-lo.

– Você pode me ver? – perguntou ele para mim, ainda assustado.

Eu assenti para ele.

Eu não entendia o que ele queria dizer com isso, mas estendi a mão para ele, a fim de cumprimentá-lo.

Ele somente apertou minha mão.

– Olá, como vai você? – perguntei a ele enquanto ele apertava minha mão. Eu ainda não descobrira o que ele queria dizer com “Você pode me ver?”

Senti, de novo, que todos me fitavam como de eu tivesse enlouquecido. Seria possível que eles não estivessem vendo aquele vampiro? Era impossível. De certa forma ele tinha uma forte presença. Ele era alto, sua pele morena e seus cabelos de um negro intenso. Era um aborígene. Australiano.

– Bella, querida, não há ninguém aí, o que está fazendo? – Perguntou Edward mim. Se fosse Emmett, com certeza estaria rindo, mas a voz de Edward era preocupada. Ele, acredito eu, estava preocupado com minha sanidade mental.

Mas eu não acreditava nisso. Eu estava vendo aquele vampiro bem na minha frente. Não era um fantasma, eu tinha certeza disso. Então, talvez, ele tivesse enlouquecido.

Eu também não acreditava nisso. Com certeza teríamos uma boa explicação para isso.

Voltei-me para Edward, fitando-o como se ele tivesse enlouquecido.

– Edward, não está vendo o visitante? – perguntei a ele já sabendo a resposta. Mas de certa forma – não sei como, ao mesmo tempo – eu não sabia. – minha expressão era incrédula.

– Eu não. E duvido que mais alguém possa vê-lo. Além de você. Bella dixe disso, não há ninguém aí. – disse ele.

Naquele momento, quando ele disse as palavras: “duvido que mais alguém possa vê-lo. Além de você.” Entendi tudo.

Ninguém pode vê-lo. Além de mim. – obra de meu escudo, é claro. Tudo se encaixou perfeitamente.

De repente. – Não fazia ideia de como – lembrei-me que não havia me apresentado. Tampouco sabia o nome do estranho.

Estendi a mão para ele de novo.

– Olá, meu nome é Bella Cullen, e o seu? – perguntei a ele.

Ele apertou minha mão novamente, respondendo:

– Meu nome é John. – sua expressão ainda era um pouco assustada.

Uma risada conhecida ressoou pelo ambiente. Emmett.

Com certeza ele estava pensando que eu enlouquecera. Não era necessário ler a mente dele para saber disso.

Voltei-me para ele.

– O que há Emmett? – perguntei a ele já sabendo a resposta.

– Estamos presenciando o primeiro caso de loucura do mundo imortal. – disse ele, entre risos, reafirmando minha suposição. Emmett era óbvio demais.

– Muito engraçado. – disse eu.

Eu não me espantava com a súbita explosão de gargalhadas de Emmett. Eu podia vê-lo, ele não.

– Se vocês não o vêem a culpa não é minha. –disse eu fitando-os.

– Mas não há ninguém aí – disse ele entre gargalhadas.

– Porque ninguém o vê? – perguntei ao estranho, já sabendo a resposta.

– Não era para você estar me vendo. – disse-me ele.

– Eu posso ficar invisível – Explicou-me John. – Não entendo porque você me vê.

– Ah, entendo. Já era esperado. Como não pensei nisso antes?! – disse eu, comigo mesma, sabendo que já havia pensado.

Fechei os olhos e me concentrei em mandar meu escudo para fora. Era bom que isso funcionasse, caso contrário significaria mesmo que estava louca.

Sabia que, agora, Edward já havia ouvido a última parte.

O estranho vampiro desapareceu diante de mim, como de fosse um desenho sendo apagado por uma enorme borracha gigantesca e também invisível. Não ficara vestígio dele em parte alguma.

– Ah, agora eu entendo o que vocês diziam. – disse eu à platéia que estava imóvel na varanda.

Rapidamente encolhi meu escudo.

Eu não me dera conta no momento em que isso foi feito, mas agora eu também podia ficar invisível. Como isso aconteceria? Eu não tinha pressa de verificar.

Concentrei-me, agora sem o esforço de antes, para estender meu escudo a todos.

Edward foi o primeiro a ser incluído nele. Ele arfou um pouco, e eu tive certeza que ele poderia ver o “convidado-não-convidado”.

Um por um todos arfaram também. Edward, Renesmee, - Jacob bufou de surpresa -, Carlisle, Esme, Eleazar, Carmen, Alice, Jasper, Rose, Tanya, Em e Kate.

Agora os que me fitavam antes, passaram a fitar John.

– Como vocês estão conseguindo me ver? – Perguntou ele numa voz baixa e agradável.

Como se isso fosse, e era uma resposta, todos me fitaram. É claro que eu seria a resposta, ninguém se daria ao trabalho de explicar a ele uma história tão longa e complexa.

Em vez disso só me fitaram.

– Porque só você conseguia me ver antes? – perguntou ele, sem nada entender.

Eu não o culpava. Ninguém o faria. Essa história estava além de meus domínios, já que eu a conhecia por teoria e mesmo assim ainda ficava em dúvida muitas vezes.

Talvez Carlisle pudesse explicar a ele, mas não agora.

– É uma longa história. Longa mesmo, acredite. - disse a ele por fim. – Agora... – comecei. – Poderia ficar visível, por favor?

– Ah, é claro, desculpem-me – disse ele - foi uma tremenda falta de educação. Perdoem-me. – disse ele, desobstruindo a visão dos demais para que eles pudessem ver. Recolhi meu escudo na mesma hora.

– Então, Poderia nos informar seu nome? – Perguntou Carlisle educadamente como sempre.

Os outros ainda não sabiam o seu nome.

John deu cinco passos na direção de Carlisle, estendendo a mão.

–Meu nome é John, muito prazer em conhecê-lo. – Disse ele.

– Meu nome é Carlisle, bem-vindo. Apesar do susto, é claro. – disse Carlisle apertando a mão de John - A propósito, esta é minha família; Esme, Rosalie, Emmett, Jasper, Bella, Alice, Renesmee e Edward – Carlisle fez um gesto para eles. - Estes são nossos amigos: Tanya, Kate, Eleazar e Carmen. – Disse ele apontando os Denali. – E este é Jacob – Gesticulou para o enorme lobo ao lado de Renesmee. Jacob parecia entediado, mas não estava. Ele achava interessantes os poderes dos outros vampiros.

Um lobisomem? Junto com vampiros? Como é possível.” Ele franziu o nariz por causa do odor de Jacob. Todos nós já havíamos nos acostumado. Isso já não incomodava.

– Ele não é um lobisomem. E não é perigoso. Fique tranqüilo, ele não representa ameaça nenhuma para nós. É parte da família.

Como ela fez isso?” pensou ele subconscientemente. “Ela só pode ser uma telepataconcluiu.

– Exatamente. Nós três podemos ler mentes. – Eleazar, Edward e eu dissemos juntos. – Embora em sentidos diferentes. – Dessa vez só Eleazar falou.

O vampiro nos fitou perplexo, incrédulo. Com certeza era o primeiro trio de telepatas que ele vira juntos, se é que já vira um único na vida.

Ele assentiu para si mesmo, absorvendo tudo aquilo.

– E a garotinha? – começou ele sorrindo. – Ela é imortal também? – perguntou ele. Antes que pudéssemos responder a ele, já falava algo mais.

– Mas... Vocês sabem que as crianças imortais não podem existir. Por que...?! - Ele começara a perguntar em um ritmo como se não fosse parar de fazê-lo

Mas Carlisle o interrompeu.

– Ouça-me, John. – disse Carlisle, certamente interrompendo o raciocínio de John. - – Ela não é uma vampira. Ela é parte humana também.

mas se os Volturi souberem, eles não vão querer ouvir” pensou ele. Certamente não querendo falar em voz alta, ele era um vampiro muito discreto e observador.

– Sim. Isso já aconteceu. – eu disse a ele. Isso não me teria incomodado se ele tivesse falado em voz alta. Eu também ficaria curiosa.

Ele nos fitou como se estivesse diante de vampiros que deveriam estar mortos. Sua expressão era fascinada e apavorada. Todos ficariam. Não é todo dia que vampiros, mesmo sendo uma família enorme, sobrevivem aos Volturi. No mínimo deveríamos estar desmembrados.

– E como sobreviveram? – perguntou ele.

Era o mínimo que eu previra que ele falaria e , com certeza, Alice também.

– E uma história muito longa. – disse eu a ele, simplesmente. Era o mínimo que eu podia falar, lembrando-me daquele dia.

– Então, John, porque exatamente decidiu esconder-se no carro de Emmett e Rose para vir até aqui? – perguntou Carlisle. Com certeza todos queriam explicações.

– Muito bem. Direi-lhes tudo. “Na semana passada eu estava vagando pela rua à noite. Foi quando eu os vi. – ele gesticulou para Rosalie e Emmett que estavam imóveis ouvindo. – Senti seu cheiro e concluí que também eram vampiros. Quando vi a cor de seus olhos – que eram iguais aos meus – achei que eu poderia segui-los. E foi o que fiz.” – concluiu ele.

– Vejo que nossos hábitos alimentares são similares. – disse Carlisle a ele.

– É exatamente isso – disse ele com um meio sorriso nos lábios

– Então seja bem-vindo, John – eu disse a ele.

– Isso mesmo. Poderá ficar o quanto quiser. Nós respeitamos as vidas humanas e todos os que também o fazem são bem-vindos aqui. – disse Carlisle recepcionando em nome de todos.

– Muito obrigado. – disse ele.

– Mas porque você decidiu deixar os Cangurus? – disse Emmett, já estávamos com saudades dessa atmosfera descontraída que ele criava. Todos riram com ele.

– Bem, não tem nada a ver com os cangurus. – explicou ele. – É que na Austrália eu só posso andar invisível e isso não me agrada muito às vezes. Com certeza é uma grande vantagem, mas cansa, depois de vinte anos andando invisível por aí, somente voltando ao normal à noite. – Disse ele concluindo a explicação.

– Mas porque você não nos perguntou se poderia vir junto conosco? – perguntou Rose. – Poderia ter feito isso.

– É que seu parceiro me parece um pouco “nervoso” – disse ele fitando Emmett timidamente.

Todos riram dele, ou melhor, com ele.

– Ah, ele é sim. Mas é uma boa pessoa, não iria se opor a isso

– Porque eu não o vi com mais clareza? – perguntou Alice de repente, ela não falara até então.

– Como assim “me viu?” – perguntou ele, desentendido.

– Ah, esta família tem muitos dons além de telepatia. Eu posso ver o futuro. – disse Alice, sorridente.

John a fitou espantado.

– Estou me perguntando por que não o vi com mais nitidez. – falou Alice como se suas visões fossem como em uma definição de TV. – Quero dizer... Porque não vi seu rosto?! – perguntou ela a John e a si mesma de novo. Estaria ela se culpando por não tê-lo visto? Eu não a culparia. Estava subentendido que essas visões indefinidas tinham tudo a ver com o dom dele.

– Acredito que não tenha nada a ver com seus poderes de ficar invisível. – com certeza tinha. Admirei-me que ela não tivesse chegado a essa conclusão. Mas eu poderia estar errada.

– Acho que sei por quê. – Começou John. – Quando fico invisível não deixo rastro de cheiro e ninguém pode detectar minha presença. Acredito que seja como se eu deixasse de existir. Por isso não pôde me ver.

– É uma explicação coerente. – Disse Carlisle assentindo para si mesmo.



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