– LÉO! – Sem que percebesse, Alice o gritou.

Os campistas pararam de comer para comentar o que havia acabado de acontecer.

Percy se levantou imediatamente da mesa e foi ao encontro de Alice.

– Que história é essa? Por quê tá gritando seu irmão? O que você sonhou? – Percy não entendia nada.

– Sonhei com meu pai...e... com...com uma profecia. Minha cabeça tá doendo, podemos ir embora?

Antes que Percy pudesse protestar, Alice saiu correndo.

– Semideuses, voltem a fazer o que estavam fazendo antes e deixem que eu resolvo isso. – Percy se retirou do refeitório imediatamente.

Já era noite e a Lua estava linda mas não tinha tempo pra ficar observando o céu. Sem que pudesse notar, Alice estava sentada em uma espécie de tronco de árvore caído.

Percy não mencionou uma palavra e sentou-se do lado da garota.

Se passaram minutos de silêncio e Percy tomou coragem:

– Ei, pode me dizer o que houve?

– Eu sinto que eu sou um problema nesse lugar. Sinto que não sou bem-vinda aqui e sinto que comigo aqui tudo vai dar errado. – Os olhos dela se encheram de lágrimas.

Percy não sabia o que fazer então tentou acalma-lá.

– Alice, por favor pare. Pare de pensar assim, eu imploro. Não é nada disso aí. A gente te procurou por éons. Você é o que faltava nesse lugar. – Percy corou.

As lágrimas que Alice havia deixado cair, sumiram perante os sorrisos que deu depois de ouvir aquilo.

– Então... Então eu não sou o problema?

– Não Alice, você não é.

Eles se abraçaram e aquilo fez com que ambos se sentissem melhor.

– Já passou da hora de voltarmos ao chalé. Você vem?

Percy estendeu os braços para que Alice pegue em suas mãos pra seguirem aos chalés.

– Acho melhor eu ir mesmo, tive um longo dia e essa história toda me deixa confusa.

Assim sendo, ambos foram em direção aos seus quartos. Percy a deixou na porta de seu chalé e se despediu com um abraço.

– Bom, até amanhã. Esfrie sua cabeça que eu quero ver você animada para conhecer mais um pouco disso tudo. – Percy sorriu.

[...]

Alice levantou primeiro que todos e se retirou do chalé. Saiu andando pelo acampamento sem rumo. Chegou ao estábulo e começou a observar aqueles lindos animais que ali estavam.

– Precisa de alguma coisa? – Disse uma voz.

Alice se assustou e olhou pra trás com muita rapidez. Era Nico.

– Ahn... Não...Só tô aqui pensando na vida. – Alice corou.

Não sei o que acontecia mas sempre que chegava perto de Nico, Alice sentia uma sensação esquisita.

– Bom, se quiser ou precisar de alguma coisa pode me chamar. – Nico sorriu.

– Na verdade eu preciso sim. Quero que me mostre o resto do acampamento.

– Claro, vamos.

Nico mostrou todos os lugares dali, inclusive o bosque. Seu refúgio.

– Nico... Eu quero que me conte mais sobre você. Não sei de muita coisa. É filho de qual deus? – Ela queria puxar assunto. Mesmo que fossem os mais idiotas possíveis.

– Eu sou filho de Hades. Deus dos mortos.

Alice fez uma cara do tipo assustada.

– Calma mocinha, não precisa ter essa reação. – Nico soltou uma risadinha.

Alice por um momento estava rindo da situação, ela não sabia porque mas ver que Nico sorria a deixava bem.

– Bom já é hora de irmos mas podemos repetir isso mais vezes. Foi bom passar esse tempo com você. – Disse Nico.

– S-sim, claro. – Alice sorriu.

E então eles caminharam em direção ao refeitório. Quando estavam no meio do caminho, Nico a parou e fez algo surpreendente. Nico a beijou. Mas não, não foi um beijo na boca. Mas foi perto dela. Bem perto.

– Ahn...Desculpa. Desculpa por isso. Mas é que eu realmente fiquei feliz de passar um tempo contigo. – Nico sorriu e saiu correndo na frente.

Alice ficou sem reação mas tocou com suas mãos onde foi beijada e sentiu que seu coração parou de bater por alguns segundos.

Assim, Alice seguiu sozinha até o refeitório. Ela sabia que muita coisa mudaria naquele acampamento.