"Alice Valdez? De onde ela surgiu?"

Léo não sabia a resposta mas tinha que descobrir. Até porque, ele não tinha uma irmã.

– O-oi. – Alice gaguejava e imediatamente seu rosto corou.

Acho que os campistas perceberam que Alice ficara envergonhada, ela não sabe disfarçar.

– E aí. – Falou Léo num temperamento nada diferente.

Pôde-se notar comentários de todos os lados como por exemplo "Porque ele não reagiu de uma forma um pouco mais surpresa?"

Quíron os observava em silêncio. Não mencionou nada desde o momento do encontro dos dois.

– Então... seu nome é Léo né? – Alice não sabia o que dizer.

– É. Acho que você já devia saber né. – Disse ele bem grosso revirando o olhar.

Alice sentiu-se constrangida pela forma como o irmão a tratou. Ela não queria dizer mais nada, só queria enfiar a cabeça na terra por tamanha vergonha.

Léo sussurrou algo no ouvido de Quíron:

– Eu não acredito que ela seja minha irmã. Isso não tem sentido algum.

Enquanto eles conversavam, todos aqueles semideuses ficaram olhando pra cara de tristeza de Alice. Ela então, tomou atitude e chamou Percy.

– Eu quero sair desse lugar. Quero voltar pra minha casa. Se eu vim pra cá pra ser humilhada, eu prefiro voltar. – Disse Alice com os olhos cheios de lágrimas.

Percy não sabia como ajudar por mais que quisesse.

– Olha Alice, as coisas não são fáceis nesse lugar. Você irá enfrentar coisas bem piores daqui pra frente. O Léo não se acostumou com a ideia de ter uma irmã. Isso muda com o tempo. – Percy tentou acalmá-la.

Léo ficou a encarando por um longo tempo. Mas não era um olhar do tipo "eu sinto muito". Tava mais pra "você não devia ter vindo".

[...]

Escureceu.

Os campistas se encontraram no refeitório e continuaram a comentar.

Alice sentou-se sozinha na cadeira de seu chalé. Seus irmãos não queriam jantar e Léo não queria mais olhar pra ela.

Ela trocava olhares com Percy do tipo "me leva embora" e fazia uma cara de dor. Passou-se uns 2 minutos e Alice abaixou a cabeça, acabou dormindo.

Alice sonhou que estava em um lugar escuro onde só podia-se ouvir barulhos de lobos.

Ela então resolveu explorar o lugar mesmo estando com medo. Sentiu uma fechadura e resolveu entrar.

"Que lugar é esse?"

Alice estava em uma espécie de quarto com alguns modelos de coisas a serem construídas. Começou a andar pelo lugar procurando mais pistas de onde estava quando escuta passos.

Imediatamente ela se abaixou e começou a rezar para que nada aconteça.

– Alice saia daí. Não tenho muito tempo, precisamos conversar. –Disse uma voz grossa.

A garota imediatamente se levantou num certo movimento de desespero.

– Quem é você? Que lugar é esse? Onde eu estou? Como você sabe meu nome?

Por um momento o tal homem soltou uma risadinha.

– Se acalme Alice. Tenho pouco tempo pra contar mas meu nome é Hefesto e eu sou seu pai.

– I-isso não é verdade.

– Acredite, é sim.

– Mas o meu pai... meu pai morreu. Minha avó o expulsou de casa o ameaçando com uma arma e ele morreu numa troca de tiros.

O homem riu.

– Não Alice eu não morri. Sua avó queria te proteger e eu também. Mas vamos esquecer isso porque a história é longa. Acontece que você é a garota que consta em uma profecia. Não sabemos o final dela ainda mas temos a seguinte informação:

" Dias ruins virão, e os monstros novamente se erguerão.

A semideusa sequestrada dará inicio a um novo caminho

Mas um semideus acabará sozinho"

– Esse é só uma parte da profecia. Sabemos que você é a semideusa sequestrada. Filha, preste bem atenção nisso: Seu irmão precisa de ajuda. Ele passou por dias terríveis. Só quero que não deixe nada acontecer com ele. Cada um protegendo o outro porque coisas terríveis estão prestes a acontecer.

A imagem de Alice embaçou, seu pai estava sumindo e suas ultimas palavras foram:

– Eu tenho que ir mas não deixe que seu irmão faça o que não deve.

A imagem desapareceu.

Alice acordou e procurava desesperadamente pelo seu irmão.