Lobos Do Norte escrita por Raquelzinha


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Mais um...
Olá gurias, fico feliz em estar aqui novamente...
Vamos esclarecer Jacob, para ele, apesar de tudo, é difícil aceitar a presença de uma "inimiga" dentro de sua casa, mais especificamente, no seu quarto, na sua cama...e pior ainda deve ter sido perceber q ela lhe agradou. Acho q apesar de tudo, Bella é mais desprovida de desconfianças ou preconceitos, ela precisará de muita paciência com esse homem acostumado a vencer batalhas... acho até a pior batalha q jake travará sera consigo mesmo!!!!



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As rédeas do cavalo foram entregues ao cavalariço sem que Jacob tivesse observado o rosto do rapaz, sua mente esteve distraída a manhã toda, de nada resolvera sair do quarto antes que sua mulher acordasse, e isso o incomodava.

– Jacob! – Samuel chamou pela terceira vez, vinha correndo atrás do amigo que absorto em seus pensamentos não o ouvia.

– Samuel?

– O que deu em você hoje? A noite não foi como você esperava?

Jacob apertou os lábios, irritado com a brincadeira fora de hora, sem perceber a mudança no rosto do amigo Samuel continuou:

– Fizemos uma aposta quando vimos que ela usava véu, todos acreditavam que deveria ser feia... garanti que não, você sempre foi sortudo com as mulheres, não seria agora justamente com sua esposa que a sorte lhe pregaria tal peça. E não me enganei, ganhei umas boas moedas ontem quando ela tirou aquele bendito véu!

Não ouviu resposta, Jacob continuava a caminhar como se sua vida dependesse disso.

– Jacob! – Samuel chamou parando e segurando o ombro do amigo para que também parasse de caminhar, quando os dois pares de olhos escuros se encontraram Sam compreendeu que alguma coisa incomodava o outro. – Você não vai me contar o que aconteceu? Nós nunca tivemos segredos...

– Não há segredos Samuel... apenas não sei o que fazer agora... – o tom de voz perdido confirmava o que os lábios do rapaz pronunciaram.

– Ela se recusou a consumar o casamento? – se isso tivesse acontecido Jacob estaria furioso, mesmo assim era a única hipótese na qual Sam conseguia pensar diante da imagem agitada do amigo.

Após alguns segundos de silêncio a resposta saiu praticamente num sussurro:

– Não... ela se entregou sem reservas...

– Então ela não era imaculada?

– Não diga asneiras! - o tom irritadiço mostrou a pouca paciência de Jacob para as brincadeiras sempre tão divertidas de Samuel.

– Isso é um ótimo presságio! Você não tem motivos para estar assim...

Jacob voltou a caminhar agitadamente, balançando os braços.

– Você não me compreende... eu não me compreendo...

– Não há o que compreender meu amigo, ela é uma mulher como todas as outras. Por que você se tortura com pensamentos que não o ajudarão?

Chutando o chão de pedras Jacob caminhou em direção a uma bancada de onde poderia ver o campo ao longe antes de falar:

– Ela não é uma mulher como as outras Samuel! Ela é a filha de um conde... nós lutamos contra aquele povo boa parte de nossas vidas... nunca imaginei que um dia precisaria me unir a um deles.

Calado Samuel escutava pela primeira vez Jacob referir-se ao assunto de forma insatisfeita, permitia com seu silêncio que o amigo se expressasse de acordo com seus sentimentos, consciente de que aquelas emoções foram guardadas por muito tempo e só agora estavam sendo liberadas.

– Ela não é como as nossas mulheres, ela é uma mulher...

– Uma bela mulher.

– Sim... – a concordância quase não foi pronunciada, parecia ter sido dita apenas para si mesmo – Esse é apenas o exterior meu amigo. Não conheço seus hábitos Sam... como posso compreendê-la? Confiar nela?

– Se o casamento tivesse se dado com uma mulher do nosso povo, você não saberia muito sobre ela.

– Saberia ao menos que foi instruída como nossas mulheres o são.

Não havia o que replicar diante deste argumento. Samuel tivera a sorte de conhecer sua futura esposa, de saber quem e como ela era, mas apercebia-se que para muitos, a maioria deles não era assim, e para seu amigo parecia ser muito pior.

– Você terá tempo para conhecê-la agora. – o olhar perdido de Jacob vagava pela paisagem fria dos carvalhos ao longe.

– Não creio que essa será uma tarefa fácil...

– O que posso lhe dizer é que se você continuar com tantas dúvidas e não procurar por uma aproximação nada se resolverá milagrosamente.

Diante deste último comentário Jacob permaneceu calado, seu espírito indócil não se deixaria render facilmente, seria necessário muito mais do que simples convivência para fazê-lo confiar.

Samuel respirou profundamente tomando coragem antes de fazer uma pergunta final:

– Você não se agradou dela?

Não ouviu resposta, apenas o ar sendo solto com força pelos lábios de seu amigo que após encará-lo retomou a caminhada agitada.

Jacob atravessou a porta do pátio lateral cruzando-o a passos rápidos, e entrou no imenso salão onde seu pai conversava com um soldado, revisando os vigias que ficariam nas torres durante a noite.

– Jacob!

– Bom dia pai! – falou cruzando direto e subindo os degraus de dois em dois.

Os olhos de Billy correram do filho para Samuel, numa pergunta muda, mas não obteve resposta, para Sam o comportamento do amigo era tão singular quanto parecia ao próprio pai. Para Jacob aquilo era necessidade de voltar para o quarto, talvez sua esposa estivesse lá, e de preferência sozinha.

Porque ele desejava isso? Não sabia dizer.

O que diria a ela? Isso não importava. Importava apenas que esse era seu desejo.

A porta pesada se abriu com rapidez e uma figura alta, imponente, de cabelos longos e agora amarrados por uma tira de couro entrou no aposento onde Isabella conversava amigavelmente com Leah.

A decepção de Jacob foi maior do que se a acompanhante fosse a ama, essa ao menos pediria licença e sumiria de suas vistas deixando-o a sós com sua esposa.

Os olhos do casal se encontraram e Isabella sentiu o rosto corar imediatamente, percebendo a tensão entre os recém casados, Leah tentando parecer natural falou:

– Podemos ver o pátio inferior mais tarde Bella, mande me chamar que a acompanho.

– Sim... obrigada... – a garota respondeu baixinho sem desviar os olhos do rosto levemente suado de seu marido.

– Bella! – ele repetiu observando finalmente a futura esposa de seu amigo.

Sorrindo Leah respondeu:

– Pois nosso pequeno Benjamim considerou este um melhor nome para sua esposa, e acho que também gostei dele... combina com a dona.

A animosidade inicial por parte de Leah se fora depois da história contada por ela, Isabella pensou satisfeita, era bom ter alguém com quem conversar, alguém com idade próxima a sua, alguém que passaria por um casamento arranjado assim como o seu, alguém que a ajudaria a compreender como aquelas pessoas eram, seus hábitos, costumes e manias.

A porta se fechou após a saída de Leah e o casal finalmente se viu sozinho, sem saber como reagir diante do marido depois que ele a abandonara sozinha no quarto após a primeira noite juntos; Isabella virou-se para a lareira movendo as mãos uma contra a outra, sentindo seu estômago se apertar sob o vestido justo.

O tecido macio, num tom de rosa antigo, caia perfeitamente delineando o corpo delicado que ele já conhecia bem, os cabelos traziam duas tranças finas que se uniam na nuca, o restante estava solto sobre os ombros pequenos e descia até o meio das costas onde pequenas ondas davam movimento aos fios castanhos.

– Conversei com sua mãe hoje, mais cedo...

Ela disse indecisa voltando-se para ele, os olhos negros se fixaram nos seus como se quisessem ler ali o que ela pretendia dizer.

Silenciosamente Jacob moveu-se em direção a esposa esperando que continuasse a falar.

– Ela me perguntou se eu desejava algo... então, lembrei-me... – falar nunca fora tão difícil, mas ao mesmo tempo ela nunca se furtara a dizer o que pensava ou sentia e seu marido deveria acostumar-se, por isso, tomou ar e continuou: – Lembrei de minha estufa que...

– É por esse motivo que você e Leah irão ao pátio inferior? – ele interrompeu seco.

– Sim.

Ela respondeu vendo-o parar perto da lareira, na ponta oposta a sua, mostrando uma expressão pouco animadora.

– Mas se você pensa que não poderei... – ela começou baixo, era melhor não provocar discussões e enfrentamentos desnecessários enquanto mal se conheciam, precisaria de calma e muita paciência com aquele homem ímpar.

– Você quer uma estufa para suas flores... – ele voltou a falar agora parecendo mais cordato.

– Sarah sugeriu que eu deveria pedir a você, na realidade, ela se ofereceu para estar comigo quando falássemos sobre esse assunto, mas considerei a possibilidade de não precisarmos da interferência dela.

– Sarah lhe induziu a pedir minha autorização...?

Sua mãe sempre se utilizando de estratagemas, ponderou, não importava a forma, ela sempre conseguia o que almejava.

– Sim... – em sua antiga casa Isabella sabia como agir, mas ali não era nada fácil, e com aqueles olhos fixos em si era ainda mais complicado lhe parecia.

– Esta é sua casa “Bella” você pode fazer uma estufa ou outra coisa qualquer que desejar, desde que não seja nada que vá prejudicar alguém que mora aqui com você.

O rosto alvo mostrou a satisfação clara em ouvir a apreciação saindo dos lábios de seu marido, apesar da maneira como ele falara, dura, era ainda uma resposta afirmativa e muito mais do que Isabella esperava.

Após ouvi-lo concordar com o pedido ela tomou coragem e fez outro:

– E posso sair, caminhar ou cavalgar pelo condado? Leah irá me acompanhar...

– Aonde vocês pretendem ir? – Jacob parecia desconfiado.

– Conhecer o lugar, as pessoas... se aqui será meu lar, como você bem disse, pretendo tomar consciência de tudo o que puder.

– Você fazia isso nos domínios de seu pai? – ele perguntou sarcástico.

– Meu pai nunca me proibiu de andar entre o povo. – foi a resposta imediata e sinceramente apaixonada em defesa de seu pai.

Pego de surpresa pela resposta firme Jacob silenciou por alguns segundos, não esperava vê-la falar daquela forma, e creditou a fala ao fato de uma filha ter o dever de defender o pai.

– Então, se você estiver acompanhada por Leah, não haverá problemas.

Taciturno, o casal permaneceu por alguns segundos observando-se, qualquer desejo de aproximação parecia contido diante da falta de intimidade.

– Obrigada!

Agradeceu Isabella fazendo uma leve mesura desviando o olhar na tentativa de controlar a emoção que travava seus lábios, e passando por ele saiu do quarto. Assim que a porta se fechou Jacob cerrou os punhos e os olhos liberando a respiração que agitava seu peito desde que entrara naquele aposento.

Seu quarto, um lugar tão íntimo e conhecido que agora estava sendo dividido com uma estranha, uma estranha que era sua mulher e exalava um atrativo aroma de morangos.





No condado do oeste, Sir Carlisle e Edward conversavam sobre o casamento da filha de Sir Charles decorrido no dia anterior. Sentados um diante do outro os dois homens confabulavam teorias a respeito do que poderia acontecer nos próximos meses.

– Durante o inverno será impossível tentar uma investida. -Edward explicou recebendo a pronta aceitação de seu pai. - Não temos homens para isso, o melhor será esperarmos até a chegada da primavera.

– Concordo com você meu filho. Além desse grave problema, não contamos mais com o apoio dos outros nobres, devemos agir com cautela evitando um embate direto, o que atrairia a desaprovação do conselho. Entretanto, não podemos ficar de braços cruzados, precisamos tomar providências. Deve haver alguma coisa que possamos fazer para dar fim a essa união antes que Isabella dê um herdeiro ao filho do chefe dos Lobos.

Um sorriso satisfeito surgiu nos lábios estreitos de Edward antes de explicar ao pai o que escutara alguns servos conversando com a ama de Isabella.

– Ela não pretende ter filhos meu pai, apesar da forma como me falou naquele dia, a filha de sir Charles está preparada para evitar uma gravidez.

Não crendo na notícia o conde recostou-se no estofado firme da cadeira de madeira.

– Será isso uma verdade ou apenas especulação de criados? Você me disse que ela parecia decidida.

– Decidida sim, entretanto como imaginei a princípio, não completamente rendida ao povo dos Lobos. Isabella presenciou nossas lutas para retirá-los daquelas terras, sabe o quanto são cruéis, ordinários e egoístas, não creio que deseje dar um herdeiro a tal gente sem estirpe.

– Não estou seguro de que assim seja Edward. – Sir Carlisle sabia que os criados comentavam muitos assuntos, assuntos que ouviam no recôndito dos aposentos de seus senhores, mas tinha conhecimento de que nem tudo era exatamente como o anunciado.

Já o jovem conde possuía uma certeza quase inabalável:

– Meu pai, meditando cheguei a conclusão de compreender o motivo que levou a filha de sir Charles a usar aqueles termos decididos quando a interceptei.

– Qual seria esse motivo?

– Seu pai, o conde Swan fez tudo o que estava ao seu alcance para que essa guerra não tivesse prosseguimento. Ela sempre soube dos desejos dele, foi obrigada a isso por amor a seu pai. Isabella sempre o teve em alta conta.

A resposta do conde ao raciocínio do filho não foi imediata, por algum tempo meditou nas palavras proferidas com eloquência pelo rapaz antes de finalmente concordar:

– Podes ter razão meu caro! De qualquer forma, não podemos cometer erros, precisamos de confirmação. – dirigindo-se a porta chamou um serviçal que estava parado do outro lado do corredor a espera de ordens e determinou: - Chame uma das amas de minha esposa.

Voltando para o cômodo encarou o rosto curioso de seu filho antes de explicar:

– Avise Esmee que deverá fazer uma visita a condessa Swan. Não poderemos perder tempo, logo a neve cobrirá os campos impossibilitando qualquer viagem mais longa. – os olhos do conde mostravam o prazer em prever o que poderia obter através desta visita - Talvez elas possam nos trazer a confirmação daquilo que você escutou.


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Notas finais do capítulo

além dos dilemas de nosso guerreiro, ainda teremos pessoas conspirando contra!!! mudo o q falei, jacob terá q passar sobre muitas coisas...
BEIJOS MINHAS LINDAS AMIGAS, AMO CADA COMENTÁRIO, ELES ME IMPULSIONAM E AJUDAM NA SEQUÊNCIA DA HISTÓRIA, ESPERO Q CURTAM O Q ESTOU PREPARANDO!!!
MUITO OBRIGADA A TODAS VCs Q LEEM E A PRINCIPALMENTE A QUEM PERDE UM TEMPINHO PARA COMENTAR O CAPÍTULO...OBRIGADA DE CORAÇÃO!!!