Lobos Do Norte escrita por Raquelzinha


Capítulo 16
Capítulo 16


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo!!!!



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A primavera tomava seu curso natural, os dias mais longos com temperaturas amenas se tornavam comuns, essa mudança agradável no clima reforçava o desejo de empreender longos passeios pelas exuberantes paragens existentes na terra dos Lobos.

Jacob, seduzido por essas modificações e pelo fato de, a cada novo dia, sentir-se mais próximo da esposa, decidiu aproveitar essas alterações na temperatura para levar Isabella a um lugar especial que costumava frequentar com os pais quando era ainda um menino.

Um lugar que guardava muitas recordações felizes de quando seus irmãos ainda estavam vivos, de quando ele podia correr livremente e brincar sem medo. Um lugar que gostava de visitar quando se sentia agitado e preocupado, ou então, como neste caso, feliz e pronto para uma renovação.



O animal que conduzia Isabella seguia em passo lento ao lado do cavalo do marido. Prazerosamente agradáveis aqueles momentos junto a Jacob estavam se tornando insubstituíveis a tal ponto, de parecer-lhe difícil permanecer longas horas longe do marido, e toda a vez que ouvia falar na necessidade de vê-lo se ausentar, seu coração se apertava no peito desejando mantê-lo ao seu lado o máximo de tempo possível.

Talvez por isso, quando o jovem lhe propôs o passeio ela abandonou qualquer outro prévio planejamento para satisfazer não apenas a um desejo dele, mas também para atender aos seus.

A brisa suave e ainda fria da tarde roçou-lhe a face trazendo consigo um aroma agradável de flores junto com o som cristalino de água corrente, seus lábios se abriram num sorriso satisfeito que foi logo mostrado a Jacob.

– Vamos deixar os cavalos perto daquele arbusto. – a voz rouca indicou – Os guardas permanecerão próximos enquanto estivermos passeando.

Havia com eles cinco jovens guerreiros que promoviam escolta, depois do acontecido na estrada durante a viagem e, das noticias trazidas pelos batedores, Jacob não se atrevia a abandonar o castelo sem guerreiros que pudessem lhe auxiliar em uma investida defensória, principalmente quando se fazia acompanhar por Isabella.

Assim que largaram os animais perto do local indicado por Jacob, o casal seguiu de mãos dadas em direção ao som de água corrente que Isabella ouvira anteriormente, silenciosamente eles caminhavam observando a paisagem que retomava o viço e as cores, flores e folhagens se espalhavam pelo caminho tornando aquele passeio ainda mais agradável.

– Meu pai sempre contava que este condado era possuidor de lugares maravilhosamente belos, lugares que realmente ele jamais vira, mas dos quais ouvira contar por seus antepassados.

As reminiscências de Isabella não soaram tão agradáveis aos ouvidos do marido quanto ela gostaria que fosse.

– Seu pai também deve ter lhe dito que os nobres acreditam que não merecemos viver num lugar tão belo.

– Sim, contou-me tal pensamento mesquinho de pessoas que se consideram superiores... mas, contou-me também que assim como ouviu sobre a beleza deste lugar, sobre o não merecimento dos Lobos a tal beleza, também ouviu contar sobre a grandeza e nobreza do povo que aqui habitava depois da invasão... acho que a opinião de seus antepassados pesaram sobre sua decisão quando Billy sugeriu nossa união.

Jacob apertou a mão que estava entre a sua inconscientemente antes de responder distraído:

– Há em você a certeza de uma opinião formulada sob a orientação de alguém acostumado a meditação e a subjugar seu próprio pensamento pelo daqueles que vieram antes dele. Admiro seu pai na sua figura, e me sinto grato por ter permitido descobri-lo através de você.

Respirando profundamente Isabella fechou os olhos antes de comentar a última explanação de seu marido.

– Há uma tendência desnecessária entre os nobres de sentirem-se superiores àqueles que não pertencem a sua “estirpe”... não vejo isso em meu pai, talvez porque minha bisavó tenha sido uma mulher do povo, talvez porque sir Albert Swan tenha escolhido uma plebeia para viver ao seu lado em lugar da mulher destinada por seu pai... ou talvez seja porque sir Charles seja realmente um homem honrado como o é seu pai e você, que me aceitou como sua esposa apesar de tudo...

– O que pensas a meu respeito?

A pergunta feita em tom natural não desviou o casal do trajeto lento que empreendiam na direção da cascata, mas antes de falar Isabella se deteve por alguns segundos como se meditasse. Jacob, atraído pelo movimento dela observou-a antes que a jovem voltasse a falar:

– Penso a teu respeito que és um homem repleto de qualidades e defeitos... um homem que assim como eu está aprendendo a viver...

O guerreiro sorriu imaginando porque ainda a instigava com perguntas se possuía a certeza de que Isabella sempre lhe responderia de forma desafiadora.

– Acreditas que podes me ensinar algo que eu já não saiba?

– Acredito que poderemos aprender juntos muitas coisas que ainda não sabemos...

Num gesto rápido ele a ergueu o chão, segurando-a firmemente perto de seu corpo a beijou profunda e gentilmente, sentindo os braços delicados apertarem-se contra seus ombros agora livres da pesada capa usada durante o inverno.


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O terreno dificultava a aproximação, as pedras pontiagudas e os espinhos vindos das árvores retorcidas atrapalhavam a caminhada e deixavam um estreito caminho por onde a comitiva de sir Carlisle passava lentamente.

Após o retorno de seu emissário com uma resposta afirmativa ao pedido de visita, o conde não titubeou e logo foi em busca das respostas que somente Jane poderia lhe fornecer. O coração batendo aceleradamente dentro do peito mostrava a insegurança do homem diante do desconhecido. Saber dessas pessoas através de escritos e relatos feitos por seus ancestrais não era a mesma coisa que estar frente a frente com um deles e o sentimento de apreensão crescia dentro de si como se fosse um monstro pronto a devorá-lo.

Edward permanecera ao pé do morro, resguardado pelo grupo de arqueiros e alguns guardas pessoais, e esse fato tornava a empreitada de sir Carlisle um pouco mais amena, pois a segurança do filho era-lhe extremamente importante.

Mais um passo incerto e, um vulto escuro surgiu detrás de um arbusto retorcido barrando-lhe a travessia, a voz cavernosa indicou a direção que deveriam tomar a partir daquele ponto. Sem coragem para observar o rosto de seu interceptor, o conde respirou com dificuldade e continuou a caminhada íngreme e escorregadia seguindo a orientação.

– A entrada de uma caverna surge logo a frente senhor. – indicou um guarda que ia adiante.

Um arrepio gélido percorreu a extensão do corpo esbelto do conde antes que seus olhos vissem uma abertura estreita na rocha cinzenta contornada por várias imagens grotescas feitas com barro e pedra.

– Apenas um.

Ordenou uma voz vinda de algum lugar, uma voz estranha com timbre indefinido.

– Fiquem aqui. – ordenou sir Carlisle aos seus guardas e num último momento de fraqueza pensou em retornar.

– Seja rápido! – a voz retornou mostrando a única opção que o conde receberia.

Os passos agora incertos não foram rápidos como o exigido, entrar naquela gruta escura parecia-lhe a cada instante mais difícil, entretanto, essa também lhe parecia a única forma de atingir seus objetivos e enquanto pensava nisso deu finalmente a passada final.

Do lado de dentro o aroma de mofo misturado ao de alguma planta infestava o lugar, num canto qualquer uma goteira pingava insistente e irritantemente alertando os sentidos do conde, provocando o bater acelerado de seu coração.

– Pare!

A voz soou muito perto, era o mesmo tom indefinível que ouvira do lado de fora, parecia de uma mulher, mas havia algo de masculino nele atrapalhando o reconhecimento.

– O que o conde Cullen... descendente dos protetores de meus ancestrais deseja de mim?

Carlisle imediatamente imaginou se a jovem estaria zombando de si ou realmente não sabia qual sua real intenção ali.

– O que desejas deve ser pronunciado em alta voz para que todos os espíritos o possam ouvir... Diga!

Ela ordenou enquanto se afastava.

–Desejo informações sobre o povo intitulado Lobos que vive no antigo condado do leste.

A risada alta, fina e estridente ecoou pelas paredes de pedra antes que Jane respondesse.

– Eles vivem em paz... eles não necessitam de você... eles são mais fortes do que vocês jamais serão...

Não eram as resposta desejadas, o conde insistiu:

– Deve haver elos fracos nesse povo... sempre há!

Esqueceu-se que viera em busca de informações de forma submissa e num momento de irritação mostrou-se autoritário, contrariando a jovem.

– Eles possuem a força que os Cullens jamais possuíram ou possuirão!

Aquela forma de falar soava quase como uma profecia, profecia que vinha se mostrando real a cada nova investida do conde, em qualquer artimanha que pretendesse empreender contra os Lobos.

O silêncio reinou no ambiente, apenas o som da infernal gota escapando de alguma brecha na rocha se fazia ouvir.

– Mesmo... entre os fortes... há fraquezas... - a voz pronunciou agora ecoando como se estivesse vazia e desprovida de emoções, Carlisle compreendeu que não era mais a jovem quem falava, mas aqueles a quem ele viera consultar: - O sangue real corre... nas veias... de quem deve ser extinto... quando o último grande Lobo real cair... todos os Lobos cairão!

Carlisle sorriu interiormente satisfeito, havia um ponto fraco.

– Quem deve cair?

Não poderia errar, era necessário certeza.

– Aquele que carrega a última semente... do sangue alfa... derrube-o... e o grande alfa... cairá!

– Quem é este de quem falas?

Ainda em transe Jane continuou a falar como se o conde nada tivesse perguntado:

– Entre os Lobos... a força se renova... as sementes germinam em terra fértil... a força do alfa... será o seu desafio... ela o colocará por terra conde Cullen... seja rápido... seja muito rápido... ou a desgraça se abaterá sobre sua cabeça...


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Um fio de grama estava pendurado nos cabelos negros de Jacob, sua pele bronzeada brilhava sob o sol primaveril atraindo a atenção dos olhos apaixonados de Isabella. Havia tanta beleza naquele rosto que agora se mostrava sereno e gentil que a mulher não compreendia porque ele relutava tanto em expô-la.

Carinhosamente a jovem condessa que agora era a esposa de um Lobo, passou os dedos pelo contorno do queixo, desenhou a boca, rodeou os olhos fechados e, a medida que se movia o desejo aumentava em seu peito, sem mais poder controlar-se, com seus lábios apoderou-se dos do marido que no mesmo instante a puxou sobre o próprio corpo apertando-a contra si.

Os fios soltos de seu cabelo espalharam-se cobrindo parte do peito nu do Lobo enquanto suas pernas se enroscavam nas peças de roupas jogadas sobre a grama verde repleta de pequenas flores multicoloridas.

Jacob lhe acariciou a pele das costas, descendo lentamente até encontrar as nádegas e as coxas firmes que imediatamente se arrepiaram diante do toque quente e exigente já tão conhecido.

Os lábios carnudos sugaram a pele do pescoço alvo produzindo um som forte e rouco na garganta de Isabella, os pensamentos finais se perderam em milhares de imagens confusas e sentimentos reais, a boca se abriu e finalmente pronunciou aquilo do qual o coração estava já repleto:

– Eu amo... você Jaco...ob.

Num impulso rápido o guerreiro moveu-a sobre si deitando-a na grama, afastando-se a observou diretamente nos olhos. Os lábios entreabertos, o rosto afogueado, a respiração pesada, nada daquilo atraiu mais a atenção de Isabella do que o sorriso aberto e espantosamente feliz com o qual seu marido lhe brindava.

A necessidade de ouvir que o Lobo também a amava não mais se fazia presente, pois o sentimento estava estampado nos belos olhos escuros que a observavam. Porém, a sensação palpável das palavras sendo pronunciadas pela voz rouca de Jacob foi indescritivelmente superior, provocando lágrimas de contentamento que se misturaram aos beijos intensos que se seguiram as finais declarações de amor mútuo.

O suor delicado com aroma de morangos se misturando ao cheiro amadeirado da pele bronzeada de Jacob concretizava a união final de corpos e almas necessária a todos descendentes dos Lobos.

Para Jacob, esse momento era como a renovação de seus votos agora selados com a promessa do amor de sua esposa. Para Isabela era a certeza de ter se entregado finalmente ao homem que seu coração escolheu para partilhar a vida e todas as experiências que ainda se apresentassem.


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Notas finais do capítulo

Ficou menor do q o esperado, menor do q o desejado, mas espero q contenha informações importantes!!!
Sei q vcs compreenderão o q Jane disse, e talvez mais fácil d q Carlisle entendam o q ele deve fazer...

BEIJOS AMADAS, ESTOU RESPONDENDO COM CALMA OS COMENTÁRIOS, MAS VOU CHEGAR LÁ E RESPONDER TODOS OS Q AINDA NÃO RESPONDI!!!!

OBRIGADA A TODAS VCS, OBRIGADA D CORAÇÃO PELA PRESENÇA, PELO CARINHO, PELO INCENTIVO, ELES SÃO VÁLIDOS DEMAIS TODA A VEZ Q CORRO PARA ESCREVER UM PEDAÇO DESTA HISTÓRIA!!!


bjsssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssss e OBRIGADA