POV Daniel

Eu estava deitado em uma cama na enfermaria com um gelo na boca. Meu estado era assustador, meu olho estava inchado, minha boca estava com um corte e eu estava morrendo de dor. Escutei a porta se abrindo, era Maria Joaquina. Meu coração começou a bater, não queria que ela me visse naquele estado.

– Oi Daniel! – falou ela.

– Oi.

– Fiquei sabendo do que ouve com você. – ela sentou na beirada da cama ao meu lado. – Se quiser posso ligar para o meu pai, ele é um ótimo médico e ficara feliz em ajudar um colega meu.

– Não precisa Mari, eu estou bem, foi só um arranhãosinho. – menti, aquilo doía para caramba e eu achei que ia morrer na hora.

– Eu vi o que aconteceu entre a Marcelina e você. Você parecia ter gostado.

– Nada disso Ma... – ela me interrompeu.

– Não precisa explicar nada Daniel, não somos namorados. Mas eu posso fazer uma coisa?

– Depende do... – ela me interrompeu novamente e dessa vez com um beijo.

Maria Joaquina segurou a gola da minha camisa e me puxou para ela, me beijando. Foi maravilhoso.

POV Valéria

–Nossa Carmem, você tinha que ver o Daniel com a Marcelina hoje. Apesar dele ter parado rolou um clima você viu?

– Sim, sei que ele gostou.

– Queria ver a cara da Maria Joaquina! – falei.

– Ai Valéria, por que se importa com isso? Ainda com essa briginha idiota com a Maria Joaquina? – perguntou Davi.

– Ai Davi, você está desatualizado. – falei para ele.- Voltando ao assunto eu pagava para a cara de ódio dela.

– A cara de ódio de quem Valéria? – perguntou Maria Joaquina.

– Você com essa chatisse toda achei que era mais educada a ponto de não ouvir a conversa dos outros.

– Mas você não disse só para você, Valéria você está gritando para todos escutarem que o garoto que eu gosto beijou outra garota!

– Ai deixa de ser chata por isso ninguém gosta de você. Já reparou quantas amiguinhas você tem? Lá na sua terra eles gostam de você, mas aqui te acham esnobe e metida! – falei para ela.

Maria Joaquina virou as costas de tanta raiva.

– Missão cumprida. – falei.

– Acho que pegou pesado Valéria. – disse Davi.

– Concordo com ele Vale.

– Ahh de que lado vocês estão?

POV Marcelina

– Marcelina, você tem que sair daí, está quase na hora de embora! – gritou Alicia.

Sai do banheiro com os olhos vermelhos de tanto chorar.

– Amiga, não fica assim, ele não te merece. – falou ela.

– Por que ninguém gosta de mim? Não entendo achei que ele estava gostando de mim.

– Vai achar alguém que gosta mesmo de você. – falou Alicia. – Bom, temos um problema.

– O que?

– É o Paulo ele espancou o Daniel por ter te machucado.

– O que vai acontecer com ele?

– Pegou uma semana de suspensão.

– Já no primeiro dia de aula?

– Sim.

– O Paulo não tem jeito mesmo, mas agradeço-o por cuidar de mim.

Alícia me ajudou a lavar o rosto e retocar a maquiagem que havia borrado toda. Quando saímos do recreio vi Daniel, ele parecia esta feliz apesar de ter apanhado, seu rosto estava todo machucado. Ele me chamou, mas fingi que nem escutei e ele foi até mim. Daniel puxou meu braço e não deixou que eu saísse.

– Marcelina me desculpe mesmo, não queria te magoar, só falei o que eu sinto.

– Mas magoou!

– Parabéns Daniel! – disse Alicia. – Não fale mais com ela ou irá piorar as coisas.

Encontrei-me com Paulo na saída e ele foi gentil como nunca, sabia que eu estava mal. Meu irmão me abraçou e deixou que eu chorasse em seu ombro.

– Obrigada Paulo, por ter me ajudado hoje.

– Você é minha irmãzinha, é meu dever cuidar de você.

Dei um sorriso e fomos andando para casa.

POV Daniel

Eu estava na casa de Jorge, nós conversávamos sobre o que aconteceu hoje.

– Nossa me sinto mal pela Marce, mas ao mesmo tempo estou explodindo de felicidade. Finalmente eu e a Maria Joaquina nos beijamos.

– Admita você gostou do beijo da Marcelina também.

– Gostei, ela é bonita, você queria o que? Não sou gay. – nós dois rimos.

– Mas qual beija melhor?

– Eu não sei, apesar de que eu gostei do beijo da Marcelina não senti a mesma coisa com o da Maria Joaquina. Foi diferente, senti um enorme frio na barriga na hora, meu coração disparava.

– É o amor! – ele começou a cantar. muito mal pela Marcelina

– Pior que você tem razão. Cara você pode fazer um favor para mim?

– Fala. – disse Jorge.

– Vai te a casa dos Guerra, explicar com a Marcelina e perguntar se esta tudo bem. Não posso nem passar em frente daquela casa, mas me sinto culpado. Ela é minha amiga e não quero acabar com a amizade só por causa disso.

– Deixa comigo. – falou Jorge.