24 de dezembro de 2009.

Edward mantinha o braço sobre os ombros de sua namorada, enquanto ela se aconchegava em seu peito abraçando sua cintura. Todos os anos era a mesma coisa, apesar de sair meio chateada do St. Mary's Hospital for Children, sabia que Bella estava feliz. Passou o dia inteiro sorrindo, brincando e passando sua animação – e amor pelo natal – para as outras crianças, saia chateada por não poder fazer mais, como se o que já fazia não fosse incrível.

Eles foram caminhando abraçados para a Starbucks. Não era longe e não estava mais nevando, apenas frio, chão congelado e neve por todos os lados, mas estavam bem agasalhados e amavam aquele clima. Compraram suas bebidas e foram para o Central Park.

— Sabe que eu realmente adoro o natal? — Bella disse sorrindo, tamborilando os dedos sobre a tampa do copo vermelho natalino da Starbucks com seu cappuccino de sempre.

— Oh, sério? — ironizou.

— Deixa de ser cínico. Tem esse clima de amor, família, esperança, além da beleza, tudo fica tão bonitinho com essa neve toda. — suspirou, então ergueu o corpo, saindo do braço de Edward para encará-lo. — E nem vem, eu sei que você gosta do natal também. E todas as tradições Swan.

— Bem sim, mas digamos que acho as tradições Swan exageradas.

— O que?

— Vocês compram e reservam um pinheiro de natal em novembro. Começam a enfeitar a casa dia 6 de dezembro. Você começa a comprar os presentes do dia 10 ao dia 17, uma semana inteira. A ceia começa a ser preparada no dia 23. E a estrela só na noite do dia 24. E o natal é apenas dia 25! Viu? Um pouco exagerado, né, Bella.

— E daí? Precisamos encomendar a árvore cedo para ficar com a melhor. Enfeitamos a casa dia 6 de dezembro, porque a tradição manda tirar a decoração dia 6 de janeiro, então queremos um mês inteiro de enfeites. Compro presentes cedo porque são as melhores coisas, depois é apenas o resto dos outros, tenho uma família grande, preciso escolher bem e depois fazer os cartões e embrulhar. Começamos a ceia cedo porque é muita comida e algumas precisam virar o dia para ficarem prontas, já que todos passam o natal aqui com a gente. E a estrela no dia 24 nem preciso dizer né? Todo mundo faz isso.

— Vocês nem são católicos praticantes, para que tanta tradição?

— Eu sei, por isso colocamos os enfeites dia 6 de dezembro, somos rebeldes, as comemorações católicas começam dia 2. — riu. — E deixa de ser chato. É divertido, fazemos tudo em família e vale a pena quando estamos todos reunidos na mesa para a ceia ou no dia seguinte bem cedinho para abrir os presentes, é assim que deve ser. É disso que se trata o natal, família, amor, união, felicidade, esperança e todos os outros sentimentos bons. Eu gosto de compartilhar isso com aqueles que eu amo mais do que tudo e você é uma dessas pessoas, será que não pode aguentar todas as malucas tradições Swan por isso? — fez beicinho.

— Me vestiria até de Papai Noel por você, meu anjo de natal. — sorriu e se inclinou, beijando seus lábios suavemente. — E você tem sorte, Bells. Cresci em lares adotivos e nunca parecia fazer parte das comemorações de natal, muitas vezes nem tinha comemoração alguma. Passei tantos natais sozinhos que acabou se tornando uma data comum, sem expectativas, tradições ou sentimentos bons. Apesar de brincar a respeito, eu a invejo por isso, mas fico feliz que você tenha tido tudo que eu não tive. E feliz que agora você me deixe fazer parte disso, que me deixe fazer parte do seu natal, com você e sua família.

— Você é minha nova tradição de natal, Edward. Terá que passar todos os natais comigo, minhas tradições exageradas e minha família. Participará de cada uma das tradições, inclusive aquele tal beijo sob o visgo, sabe? — sorriu maliciosa.

— Sério? Então, falando nisso. — Edward ergueu-se um pouco para mexer no bolso, cuidando para não derrubar o café de seu copo, tirou um pequeno ramo de visco de natal.

Ele ergueu o ramo sobre eles e agitou, Bella gargalhou.

— É de plástico e não está preso em nada, não estamos acidentalmente sob o visco.

— É de plástico para durar para sempre e não está preso para podermos fazer nossa tradição onde quer que nós estejamos. E agora, você me deve um beijo, Srta. Swan. É tradição e você, como uma grande respeitadora de tradições, deve segui-la.

— Você um bobo.

— Não importa, é tradição. A nossa tradição. Beijo sob o nosso visco particular — agitou sobre eles novamente. — E vamos repeti-la por muitos natais, todos. Os vários natais que vamos passar juntos. Todos, até o fim das nossas vidas, Srta. Isabella Swan.

— Eu iria adorar Sr. Edward Cullen. — e se beijaram sob o visco particular dos dois.

Edward abaixou o visco e segurou o rosto dela entre as mãos, beijando-a doce e lentamente, misturando o gosto de suas bocas – cappuccino e café latte, era delicioso. Quebrou o beijo alguns instantes depois, sussurrando um eu te amo.

Bella sorriu e voltou a se sentar direito, recostando-se novamente no banco. Edward passou o seu braço por cima do ombro dela e a abraçou, ali ela se aconchegou e deitou a cabeça sentindo seu delicioso cheiro.

E assim ficaram. Sentados naquele banco no Central Park olhando para a rua, enquanto a vida seguia seu ritmo ao redor deles. Por todos os lados da cidade se via neve. Aquela camada de neve branquinha e fofa por cima de carros, árvores, chão, em tudo. Era o mais perfeito natal que ela já tinha visto – por toda a combinação de fatos. As crianças brincavam na rua, a decoração estava posta, a neve estava enfeitando a cidade, ela estava com Edward... E tudo pronto para o natal. E ali eles ficaram por mais algum tempo conversando, trocando confidências e carícias, fazendo planos. Sonhando.