22 de dezembro de 2012.

Edward estacionou o carro em frente a grande casa de dois andares em um dos bairros mais tipicamente familiar que ele já estivera Seattle.

Era um bairro de classe média alta, com casas grandes e coloridas, com jardins à frente e até cercas brancas. E ele nem sabia que existiam mesmo aquelas casas com brancas, era incrível – e o deixa desconfortável, já que nunca tivera aquelas coisas. As ruas estavam tranquilas, praticamente vazias agora as vésperas de natal, mas não fora tão complicado encontrar a casa, apenas perguntou em um pequeno bar aberto no lugar pela casa de Charlie Swan e pronto.

Ao desligar o Volvo, respirou fundo e tirou a chave da ignição. Era sua última esperança. Desceu do carro com um pouco de dificuldade, uma fina e escorregadia camada de gelo já tinha se formado no chão, o inverno de dezembro já colocando suas garras de fora e em breve a neve cairia. A época preferida de sua Bella seria um com neve, do jeito que ela tanto amava. O natal seria do jeito que ela amava. Uma época que ele também aprendeu a amar, agora estava lhe causando tanta agonia e tristeza, apertando seu peito.

Parou em frente à porta e respirou fundo, então apertou à campanhinha.

Não demorou muito até alguém atender, uma mulher jovem e muito bonita, cabelo marrom caramelado, um rosto arredondado que por algum motivo para Edward se assemelhava com um coração com covinhas. Era diferente de Bella, mas algo lhe lembrava de sua Bella. Devia ser a tia dela, irmã de seu pai.

— Senhora Swan? — perguntou hesitante.

— Senhora Swan é minha mãe, querido, eu sou Esme, apenas Esme. Deseja alguma coisa? — ela perguntou calma e amavelmente.

— Eu sou Edward. Edward Cullen lembra? Conversei com a senhora pelo telefone.

— Oh claro. — deu um suspiro, ele pensou ter visto uma sombra de pena em seus olhos. — Edward, meu querido, eu já conversei com você e...

— Por favor. — interrompeu-a. — Esme, por favor, eu estou lhe implorando, me deixe ver a Bella.

— Eu juro que gostaria de lhe ajudar, mas eu tenho que colocar a saúde da minha sobrinha em primeiro lugar, ela não pode sofrer grandes emoções. E em todas as tentativas que ela fez algum esforço para se lembrar do passado acabou ficando alterada. Não apenas alterada, isso lhe causa dor, dor física. Eu lamento, eu lamento muito mesmo. — falou com pesar. E ele percebia que estava sendo sincera.

— Eu não vou fazer ela se alterar, quero apenas... Vê-la. Eu juro. Por favor, Senhora Swan. Eu estou implorando. — sua voz era estrangulada, inundada de dor.

— Por que, querido? Você só vai se machucar ainda mais, ela não vai conseguir conversar com você, não vai ser como antes, dê um tempo a Bella.

— Eu a amo, Sra. Swan. Eu amo a minha Bella mais que qualquer coisa, você precisa acreditar em mim, eu só queria... Vê-la, eu juro.

— Eu lamento não poder lhe ajudar, querido. E, infelizmente, eu não posso. Querido, a Bella está melhorando, não precisa se preocupar. Que você tenha um feliz natal. — Esme desejou-lhe com um sorriso materno no rosto, entrou na casa e fechou a porta.

Como não me preocupar? Droga!

Ele sabia que Esme tinha as melhores intenções, estava apenas cumprindo seu papel de tia protetora, assim como Carlisle e Charlie faziam, mas será que eles não o entendiam? Precisava vê-la. Mesmo que de longe, mesmo que por alguns segundos... Precisava.

Voltou para o carro derrotado, mas não iria desistir. Estava prestes a entrar no carro quando alguém lhe chamou e o fez se virar rapidamente na direção da voz familiar que o chamara.

— Rosalie! — exclamou sorrindo, era bom revê-la. Rosalie era a irmã mais velha e superprotetora da Bella.

No começo foi duro para convencê-la de que estava sério com Bella e que não iria magoá-la; mas depois de muitos interrogatórios e olhares cortantes, acabou por convencê-la. Rose era uma mulher forte e durona, mas também amava e protegia a irmãzinha acima de qualquer coisa, incondicionalmente, isso fez Edward criar um grande respeito e até carinho por ela – que acabou ficando noiva de um amigo em comum, Emmett. E no fim, acabou se tornando amigo próximo de Rosalie e gostava dela.

E naquele momento gostava ainda mais, era uma parte de Bella.

Ela parecia bem, mas Rose sempre foi boa em disfarçar as emoções com seu jeito frio e muita maquiagem. Naquele momento, tinha um quase sorriso nos lábios e vinha sozinha. Edward se aproximou e a abraçou, sem se importar com nada, apenas queria sentir uma parte de seu passado em seus braços, uma parte de Bella em seus braços, mesmo que fosse apenas Rosalie. E ela retribuiu o abraço.

— É bom te ver, Edward. — Rosalie sussurrou com a voz abafada, chorosa. — É realmente bom.

— Digo mesmo. — sussurrou de volta, então a soltou de seu forte abraço e passou a fitá-la. — Tanto tempo sem ver você... E a sua irmã.

— Eu sei, nós nos mudamos rápido depois de tudo que aconteceu. Nova York não parecia uma boa opção depois do que aconteceu com Renée e Phil, voltamos com o papai, tia Esme e tio Carlisle. Suponho que você queira ver a Bella, certo?

— Sim. — engasgou, então disse mais firme: — Sim! Mais do que qualquer coisa.

— Tudo bem, eu posso ajudá-lo. Eu quero ajudá-lo.

— Você está falando sério? Como? — sentiu a esperança lhe tomar.

— Mas primeiro você tem que me prometer que não vai falar com ela, Edward. Eu juro que gostaria de poder fazer mais, mas não posso. Prometemos ao papai que faríamos o melhor para que Bella tivesse conforto nessa recuperação, você não pode foder com isso. Eu vou te ajudar a vê-la, mas de longe. Você não pode tentar falar com ela. Não agora.

— Eu te prometo, como?!

— Edward é sério, a Bella está em fase de recuperação e eu já vi uma reação dela quando foi forçada a se lembrar de algo, foi horrível. Doloroso, terrível, não posso deixar acontecer de novo, por favor.

— Você tem minha palavra, eu prometo. Rosalie, eu amo a sua irmã, eu nunca faria nada que lhe causasse dor.

— E é por isso que vou te ajudar, porque sei que você a ama. Tudo bem, então vamos lá — Rose suspirou. — Vão trazer a Bella para casa amanhã por volta das 5 da tarde. Essa é a nossa nova casa, tia Esme e tio Carlisle estavam apenas ajudando a arrumar tudo para que Bella ficasse confortável. Eles dois e o nosso primo, Jasper, vão nos esperar aqui e voltamos no carro do Charlie, eu vou com a Bells no banco de trás. Você tem que ficar do outro lado da rua dentro do carro. Apenas vê-la.

— Tudo bem, Rosalie, é suficiente. Eu só preciso ver com os meus próprios olhos que ela está bem, que ela está viva.

— Eu vou entrar porque Esme está me esperando, estamos terminando de arrumar o quarto novo da Bella, tentando deixar parecido com o quarto dela de Nova York, além de preparar seus pratos favoritos, o médico disse que pode ser bom.

— Tudo bem, até amanhã.

Rosalie sorriu, ergueu-se na ponta dos pés e beijou o rosto de Edward, e se afastou andando em direção da casa.

— Rose? — Edward o chamou, ela se virou. — Obrigado. Você não sabe o quanto lhe sou grato por isso, muito obrigada.

— As ordens. — sorriu e entrou na casa.

O coração de Edward estava prestes a explodir de alegria. Não era o que queria realmente, não queria apenas vê-la, queria tocá-la novamente, abraçar e beijar, dizer o quanto tinha sentido sua falta e o quanto a amava, mas de começo era suficiente. Afinal era Bella, sua Bella.