Paraíso Proibido escrita por Dellair


Capítulo 4
Capítulo 4 - BELLA


Notas iniciais do capítulo

Hey you guys! Tudo okay?
Hm, leiam as notas finais.
Escutem a música no capítulo, só consegui terminar a cena por causa dela.
Ah, tenho que agradecer a Kelly Clarkson, diva, por ter me dado inspiração e a Miss Pattinson, prq ela me obrigou a escrever mais rápido xD love ya
Ok, podem ler.



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4 – Bella

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Para minha surpresa, a viagem de Seattle até Port Angeles não demorou tanto quanto eu esperava. Quando estacionamos em frente a uma hospedaria de coloração amarelada e verde, eu suspirei. Para onde eu iria agora?

Desci da parte de trás da caminhonete com minha mochila pendurada nos ombros. O senhor já estava do lado de fora, apoiado na porta do motorista da caminhonete enquanto a senhora vinha do outro lado. Esperei.

Quando a senhora parou a minha frente, me olhando tão amavelmente, eu quase chorei. Eu não tinha para onde ir, só tinha 27 dólares no bolso, estava numa cidade que eu não conhecia e meus parentes mais próximos me odiavam.

- Se cuide, criança. – ela afagou meu braço carinhosamente, depois se dirigiu até a parte de trás da caminhonete, onde pegou uma jaqueta usada preta e me entregou. Eu olhei a peça em minhas mãos e depois para a senhora, não consegui pronunciar nada a não ser um baixíssimo “obrigada”.

A senhora assentiu. O senhor estendeu a mão para mim, eu a apertei insegura. Havia algo na sua palma e ele logo passou para mim, quando senti em minha mão as notas de dinheiro, meu peito se encheu de gratidão.

- Nos estaremos sempre hospedados aqui – avisou o senhor hesitante. – Boa sorte, garota. Venha Meg, precisamos entrar.

Meg assentiu e acenou uma vez para mim. Eu permaneci ali, parada e em duvida. Contei o dinheiro em minhas mãos, 20 dólares. Por que eles estavam me ajudando? Tive ímpetos de segui-los e devolver a jaqueta e as notas de dinheiro, mas minhas pernas não obedeciam, então fiquei ali parada durante mais alguns segundos.

Quando decidi me mover, enfiei o dinheiro no bolso traseiro e a jaqueta na mochila, respirando fundo eu dei meus primeiros passos para o desconhecido.

Mas só andei alguns metros quando tropecei no meu tênis e cai de joelhos na calçada. Meus olhos lacrimejaram, eu ralei os joelhos e as palmas das mãos, o jeans meio rasgado onde eu tinha caído. Me levantei hesitante e andei devagar, encostada nas paredes das casas até uma praça meio que no centro da cidade. Sentei em um dos bancos, puxando a mochila para meu colo.

Juntei meu dinheiro com o que o senhor havia me dado, agora eu tinha quase cinquenta dólares. Mordi um pedaço da maçã e abracei meus joelhos, limpando a sujeira que ainda estava ali, sangrava um pouco, mas não me preocupei. Com uma a mão direita peguei a garrafa d’água que tinha na bolsa e joguei um pouco nos arranhados, o que ardeu um pouco.

Observei as pessoas na praça. Algumas crianças brincavam num escorrega que ali havia, uma delas acabou descendo errado e caiu na metade do brincando, virando de lado. A garotinha chorou alto e um homem forte se aproximou dela. Ele disse algumas coisas no seu ouvido e a garotinha parou de chorar imediatamente, eles se abraçaram e ela voltou a ir brincar no escorrego, como se o incidente não tivesse acontecido.

Do outro lado, um casal da minha idade se beijava sem inibições. Fiquei constrangida só de olhá-los, desviei os olhos e comecei a observar o resto das pessoas. Todos pareciam normais, talvez com exceção de um grandalhão mal-encarado que olhava de um lado para o outro freneticamente e um adolescente cheio de espinhas que usava uma capa verde limão.

Me perguntei como eram suas vidas. Se em casa, com suas famílias, eles se juntavam ao redor da mesa para o almoço ou o jantar. Se quando estavam todos de bobeira vendo TV eles faziam piadas e brincadeiras. Me lembrei dos meus pais, de eu escolher os filmes com Charlie e só o cheiro da pipoca de Renée tornava aquele filme bom. Afastei esses pensamentos antes que eu desabasse na frente de todos, fiquei encolhida no banco, mordiscando a maçã e balançando a cabeça a um som imaginário na minha cabeça. Sem que eu percebe ou tivesse tempo para fazer planos, a praça foi se esvaziando, as pessoas começaram a ir embora sorrindo e algumas crianças chorando. O céu foi tingido de laranja e logo após de um suave azul escuro. Não tive tempo de me preparar para o medo, ele só surgiu assim que eu me lembrei que não teria onde dormir.

~.~

Não movi um músculo sequer durante o que me pareceu algumas horas. Meus queixo ainda repousava em meus joelhos recém-machucados e a fruta em minha mão estava semi-comida.

Senti um arrepio percorrer meu corpo. Retirei a jaqueta da mochila e a coloquei, passando o tecido pelos braços com o frio leve que envolvia a noite. Só de olhar para a peça em meus braços, me lembrei de Meg. E, sem analisa muito, me pus de pé num salto e a mochila nas costas.

Eu poderia passar uma noite na hospedaria com Meg e seu marido? Ela mesma tinha oferecido ajuda e, de qualquer forma, seria apenas uma noite. Tentei voltar pelo mesmo caminho que eu tinha vindo, seguindo próximo ao muro e mantendo-me encolhida. Num cruzamento, fiquei em dúvida entre ir pela esquerda, direita ou em frente. Acabei optando pela direita.

A cidade de Port Angeles era iluminada pelas lojas ainda abertas, restaurantes e algumas atrações como boliche e um cinema. Haviam raros postes para iluminar a ruas e, quando um barulho do outro lado da rua me alertou, eu pulei e segurei minhas mãos em frente ao corpo. Mas havia sido apenas um gato que derrubara uma lata de lixo.

Respirei profundamente, mandando meu coração se acalmar, e continuei andando. Passei por uma lanchonete fast food e depois por algumas casas na escuridão. Nada de hospedaria. Talvez eu tivesse pegado o caminho errado. Voltei pelo mesmo lugar que vim, mas havia duas ruas que pareciam voltar à avenida principal. Escolhi segunda.

Andei por alguns metros, meus joelhos reclamando e o frio deixando a ponta dos meus dedos dormentes. Quando cheguei perto do final da rua, desisti de procurar ajuda com Meg na hospedaria e decidi voltar à praça. Voltei pela rua e entrei na primeira rua, chegando assim na avenida principal, mas de qual caminho eu tinha vindo? Fui em frente, completamente confusa e perdida.

Um calafrio percorreu meu corpo e apertei minhas mãos nas bochechas, tentando impedir qualquer lágrima de cair. Não, eu não ia chorar. Eu só precisava me concentrar e tentar voltar à praça, de acordo com meus estudos Port Angeles nem era uma grande cidade. Mas quando cheguei a outro cruzamento, minha esperança de chegar à praça já tinha se esgotado. Apertei novamente as mãos nas bochechas, um ato inconsciente de quando eu queria chorar.

Segui pela esquerda e acabei numa rua sem saída. Havia algumas poucas casas iluminadas e todas as portas estavam fechadas. Arrastei-me até depois de duas grandes caçambas de lixo e me deixei cair ali. Encolhi-me completamente e usei a mochila como travesseiro, observando as estrelas iluminaram parcialmente os becos.

Eu estava acordada ainda quando todas as casas desligaram as luzes. Eu tremia tanto pelo frio da noite quanto pelo medo do que poderia acontecer. Meus joelhos tocavam minha barriga eu limpei desconcentrada a calça jeans. Apertei os olhos, tentando não pensar em nada, mas tudo me vinha à cabeça. Nesse momento, tudo de ruim que tinha me trazido a essa cidade. Eu só precisava uma pausa das más lembranças para dormir, então como mágica ou maldição como preferir, lembrei-me de que aquela era a primeira noite.

~.~

Quando acordei, um gato de pelugem marrom estava aconchegado aos meus pés. Esfreguei os olhos e me sentei devagar, esperando não acordá-lo. Não houve muito sucesso nisso, assim que dobrei as pernas, o gato miou alto e sentou sobre as patas traseiras.

.:: The Sun Will Rise -- Kelly Clarkson ft. Kara Dioguardi ::.

- Então... – eu disse incerta – Você também na rua...

Qual problema comigo? Eu estava falando com um gato e esperando que ele me responde-se!

Balancei a cabeça. Peguei minha mochila e a pus nas costas, passei a mão em minha roupa, limpando a poeira e sujeira que havia reunido ao decorrer da noite. Eu ainda me sentia cansada. Depois de um dos meus costumeiros pesadelos, os barulhos me fizeram abrir os olhos todas às vezes, a cada estalada de algum objeto ou som de algum animal, eu tinha que abrir os olhos sonolenta.

Voltei a mochila para a frente do meu corpo e peguei a caixa de biscoitos e a abri, comendo um. O gosto de chocolate fez minha boca encher-se de água e eu comi outro. O gato miou. Olhei para ele e posso jurar que ele me olhava autoritário. Suspirei e joguei-lhe um biscoito, ele ronronou em resposta.

Dividi o resto da caixa de biscoitos com o gato de rua e fiz isso em silêncio, sem retomar a palavra com ele. Ao final da caixa, joguei-a na caçamba de lixo e olhei para o gato, ele parecia satisfeito, os olhos azuis claros encaravam-me em desafio. Aproximei minha mão de seu rosto e, como ele não fez objeções, afaguei sua cabeça e passei a mão pelo seu corpo magro.

Levantei-me inesperadamente e o gato miou assustado. Resmunguei algo como desculpas para ele inconscientemente e girei no lugar uma vez.

Eu precisava voltar pra a praça. Lá era o melhor lugar para eu ficar até que...

A incerteza me dominou. Até que o que?! Eu não tinha para ir, repeti isso internamente mil vezes. O que eu faria? A pergunta ecoou por minha mente.

Balancei a cabeça novamente. Não pense nisso agora, eu disse a mim mesma. Não pense nisso agora.

Me dirigi até o começo da rua, tentando arrumar meu cabelo num rabo de cabelo com uma liga que havia em meu bolso. O gato me seguiu. Suspirei, ao que parecia, aquele gato iria me seguir a partir do momento. Não sabia se ficava feliz por isso, mas era bom ter companhia.

Agora era só descobrir qual o caminho de volta para a praça. Tentei parecer tranquila e limpa, pelo menos por fora. Por dentro, o desespero e a incerteza me corroía aos poucos. Comecei a andar pela caçada, vendo algumas lojas abrirem e carros passando vagarosamente pela rua. Tentei seguir as placas, juro que tentei, mas depois de alguns metros, eu só fazia negar para mim mesma que estava perdida.

Eu morria de sede, mas decidi guardar a água para a hora do almoço, onde eu tentaria encontrar alguma padaria e comprar um lanche barato. O gato ao meu lado miou depois de tanto me acompanhar aos passos incontáveis.

– Argh! – eu soltei. – Se tiver ideias melhores, eu ficaria lisonjeada em ouvir.

Em resposta, o gato  soltou um miado rouco. Bufei, eu estava mesmo ficando louca.

Quando paramos em um cruzamento, esperando o sinal fechar, uma mulher segurava duas sacolas de compras. Engoli a vergonha e indaguei:

– Co-com licença – guaguejei. Ela me olhou de soslaio. – Hm, a senhora saberia me dizer onde fica a praça?

– É só virar pela esquerda – ela apontou – depois do cruzamento e seguir um pouco mais em frente.

Assenti minimamente. Depois de atravessar, segui pela esquerda, como indicado pela mulher, e depois de andar por mais um pouco, acabei na entrada da praça. Balancei a cabeça, eu estava tão perto!

Dei algumas voltas na praça, analisando todos os pontos e procurando algum lugar meio seguro para passar a noite, o melhor que encontrei foi um brinquedo no mesmo parque que ontem assisti a menina cair. Era um tipo de teia de aranha, meio fechado, ótimo para se chovesse e para me esconder de qualquer perigo. No caminho para o banco, comprei dois saquinhos com pipoca de um homem que vendia perto dos brinquedos.

O gato se sentou ao meu lado e dividi meu almoço com ele, jogando-lhe algumas pipocas.

– Acho que – comecei em voz baixa – seria melhor acharmos um nome para você...

O gato, para comprovar minha insanidade, inclinou a cabeça e fitou-me com seus olhos felinos. Suspirei.

– Socks? – indaguei a meia voz. O gato balançou a cabeça, arranhando o banco da praça. – Light? – a mesma atitude, que comecei a aceitar como uma negativa. Continuei olhando-o por mais alguns segundos. Pisquei quando vi o gato pular do banco e perseguir um dos diversos pombos do parque, sem conseguir capturar nenhum o gato voltou para o meu lado, onde lhe joguei uma pipoca e ele arranhou o banco.

– Hunter – eu ri e, para minha surpresa, o gato fechou os olhos e miou. Acariciei sua cabeça marrom por alguns segundos, e terminamos de comer os dois saquinhos de pipoca. Minha barriga ainda roncava, mas não havia nada que eu pudesse fazer. Senti Hunter pousar a cabeça em minha perna e joguei a cabeça para trás, sentindo o sol e a brisa de Port Angeles. Eu sentia tanta, tanta falta dos meus pais, e naquele momento ainda mais. Parecia um machucado recém inflamado.

Apertei as mãos nas bochechas, segurando assim as lágrimas em meus olhos. Não era o momento de ser fraca, ainda havia muito pela frente.

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Notas finais do capítulo

Me desculpem qualquer erro, ortográfico ou de informação, tentei se o mais rápida possível.
Espero que tenham escutado a musica ¬¬
Well, o que acharam? Eu realmente gostei de escrever esse capítulo e até eu fiquei confusa como a Bells, mas quero saber o que acharam! Mandem reviews pooor favor. Isso me motiva a escrever, principalmente.
E sobre a capa, decidi que todos os capítulos agora eu vou mudá-la de acordo com um personagem, ok? Por exemplo, nesse a Bella foi grande destaque, então a capa foi ela, e por ai vai...
Próximo capítulo é do Edward e pode ser que demore, mas vai ser grande, enfim. Bites e comentem!!



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