Paraíso Proibido escrita por Dellair


Capítulo 1
Capítulo 1 - BELLA


Notas iniciais do capítulo

Tipo, oi :D
Well, bem-vindos a quem ta lendo. Peço logo desculpas por qualquer demora, mas não porque eu to escrevendo, mas vai valer a pena. Essa história tá cheia de surpresas e dramas, e romances e momentos idiotas e engraçados. Confiem em mim, vai ser legal.
Bem, podem ler.



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1 – Bella

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Theohilus Londosn - Neighbors

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Cansada de me revirar na cama dura, sentei-me de pernas cruzadas e amarrei o cabelo num coque frouxo. Respirei fundo, e sem pensar tanto, levantei-me devagarzinho e andei em direção à janela. Joe, o segurança gorducho e com pouco cabelo, estava andando em direção à entrada do prédio para iniciar seu intervalo de vinte minutos, e seria esse precioso tempo que eu teria para fugir . Depois de sair do orfanato, eu iria ao posto de gasolina, logo em frente, pediria alguma carona até Spokane ou qualquer lugar longe do orfanato Paradise.


O orfanato Paradise of Aunt Jenny está mais para uma prisão, com comida seca e aulas repetitivas. Não tínhamos permissão para ir até a cidade, nem de ver TV ou acessar a internet nos dias úteis, tínhamos aulas o dia todo e sábado assumíamos a posição de zeladores do prédio do orfanato, e aos domingos íamos a Igreja. O orfanato ficava em Seattle no estado de Washington, e Spokane, cidade em que nasci e morei com meus pais, que fica no mesmo estado.


A principal regra do orfanato era: todos devem ser adotados até completarem 18 anos, ou isso ou serão gentilmente enviados por um caminhão caindo aos pedaços e com um motorista bêbado até o estado de Oregon, onde uma clinica especializada em jovens problemáticos podem receber tratamento. Mas eu não iria nem por todo o dinheiro para longe do cemitério onde meu pai está enterrado.


Por isso tomei a decisão de fugir. Então, há quatro dias venho analisando os perigos e preparando suprimentos. Minha mochila já estava preparada com tudo que eu tinha, e não era muito. Vinte e sete dólares que eu juntei fazendo trabalhos pequenos e outros que eu encontrei numa carteira no lixo; três pares de roupas; uma garrafa com água e uma caixa media com biscoitos e uma maça; e um ursinho de pelúcia amarelo, presente do meu pai.


Algumas das fotos minhas com meus pais estavam num envelope esfarrapado na gaveta ao lado do colchão desconfortável que eu chamo de cama. Respirei fundo novamente, peguei as fotos e a mochila embaixo da cama irregular e guardei o envelope dentro, tentando o máximo usar minhas habilidades gatunas e não fazer barulho.


Troquei a camisola do pijamas por uma calça jeans e uma camisa de flanela que havia sobrado e calcei o tênis All Star e as luvas, a noite era fria.


Andando na ponta dos pés, cheguei até a porta sem fazer tanto estardalhaço, dei uma rápida olhada para trás, vendo alguns de meus colegas adormecidos, consciente de que nenhum deles lembraria de mim quando eu partisse.


Girei a maçaneta da porta de uma vez e passei pelo portal, fechando-a atrás de mim. Sem contar vitória fui me arrastando pelos corredores escuros e sem janelas do prédio do Orfanato, já que não havia muita segurança, é fácil pensar que minha fuga seria fácil. Entretanto, ao passar pelas entradas do orfanato, o primeiro portão ficava a uns seis metros, aberto por uma trava simples. E mais distante, após o gramado morto, havia grades altas e difíceis de sequer pensar em escalar, e com a chave presa à cintura de Joe.


Não sou boa em fazer silencio ou andar com num chão plano sem tropeçar, então tomei muito cuidado ao andar agarrada a parede, olhando ritmadamente pra trás, somente a espera de alguém me pegar no ato. Cheguei até a pequena sala de Joe sem problemas, pelo vidro, era possível vê-lo sentado de costas para mim de olho na pequena televisão comendo um sanduiche de bacon.

Conte até cinco Bella, tudo vai correr conforme o plano, eu pensei. Não ia correr tudo bem, mas se pelo menos eu estivesse longe daquele lugar em vinte minutos, valeria a pena.

Um. Empurrei a mochila pelo chão de linóleo que bateu de leve na parede que moldava a entrada.

Dois. Peguei um pequeno apito no bolso traseiro da calça e uma régua que estava escondida no rodapé abaixo do vidro.

Três. Levei o apito até a boca e suguei o ar com fervor, depois soprei o pequeno objeto com toda força.

Quatro. Joe se levantou num sobressalto, me escondi numa das sombras da parede, o que não foi difícil, pois sou pequena o bastante para isso. Quando ele parou a minha frente prendi a respiração, segurei a chave no seu sinto e ele correu na direção contrario da entrada, deixando a porta aberta e a chave em minhas mãos.

Cinco. Peguei a régua e corri até a soleira da porta, onde estiquei-me ao máximo e empurrei o interruptor que desligava toda a energia do prédio. Quando a TV estalou desligando, e alguns gritos ecoaram no prédio, eu corri.


Agarrei a mochila enquanto pulava o pequeno cercado da entrada, passando-a para minhas costas. Não corri tanto para chegar ao portão, dei alguns saltos pra alcançar maior distancia e destravei (puxei a alavanca para cima e o ferrolho pra o lado direito) o portão.


Nesse momento, corri a plenos pulmões. Fazendo o máximo de esforço que podia, tentando controlar minha respiração e saltando pra percorrer maiores caminhos. Quando alcancei, ofegante, as grades enferrujadas, dei graças a Deus, e abri todas as trancas, as três da mesma chave. Joguei a chave no gramado, travei o cadeado e atravessei a pista deserta em alguns segundos. A alguns metros do posto, dei uma ultima olhada no prédio do Orfanato Paradise Of Aunt Jenny, e sorri de lado.


Meu nome é Isabella Swan, embora eu prefira só Bella. Tenho 16 anos, quase 17. Meus pais me deixaram quando eu tinha oito, meu pai morreu e minha mãe simplesmente foi embora, me abandonou. E por mais que aja um mais, eu estava feliz comigo mesma de estar a alguns passos de esquecer o terrível orfanato que frequentei durante oito anos e meio.


Quando cheguei até o posto de gasolina, respirei profundamente o ar poluído de lá, muito melhor que o da área do orfanato. Prendi novamente meu cabelo e amarrei mais fortes os cadarços do meu tênis.


Com a mochila pendendo em meus ombros, caminhei até as luzes centras do posto. Haviam três opções de carona, sem contar se os motoristas iam me ajudar. Um carro esporte parado perto da loja de conveniências, um casal e uma crianças próximos a ele. Um caminhão caindo aos pedaços no fim do posto, perto da calibragem, um homem magro e pálido segurava um embrulho de comida entre os dedos moles. E uma caminhonete onde um casal mais velho lia um mapa. Me aproximei destes últimos.


– Olá – eu falei, tentando soar simpática.


– Boa noite – disse o senhor com um sotaque do sul do país. Olhei-os atentamente e analisei o perigo, nada encontrado.


– Me desculpem o pedido, mas estou precisando de uma carona. Eu realmente só preciso de um transporte! Será que vocês poderiam me ajudar?


A senhora sorriu amavelmente.


– Qual o seu caminho?


– Para onde vocês forem.


Ela riu, o senhor a acompanhou.


– Não estou fugindo de ninguém, não me entendam mal – eu disse com a voz trêmula e entregando-me deliberadamente. – Só vim visitar minha irmã, e acabei sem ter um jeito de voltar...


– Bem, estamos tentando chegar a Port Angeles, se aceitar ir até lá -, o Senhor explicou. Assenti rapidamente. A Sra. me laçou um pequeno olhar desconfiado, depois voltou a sorrir.


– Este é meu caminho, então – eu sorri.


Depois de algumas resoluções na caminhonete, e por minha parte, ficar girando a cabeça pelo local procurando alguém que estivesse me procurando; o casal de idosos se ajeitou na parte da frente, enquanto eu aceitei ir na parte de trás, deitada sobre algumas peças de roupas.


Quando o carro deu a partida, o motor rugindo, ou tossindo; eu me animei. Tão logo estávamos na estrada, tão logo me vi mais longe da prisão que estive desde pequena. Sentada nas roupas, eu dei um adeus orgulhoso ao Orfanato Paradise of Aunt Jenny.


Em poucos minutos, meus olhos diziam “durma Bella” e não demorei a pegar no sono sob o céu estrelado.


Eu estava em casa.


A bolsa da escola caindo do meu braço pequeno e tranças dividindo meu cabelo. Minha mãe apareceu, o cabelo preso com alguns fios saltos e o avental de cozinha. Ela me abraçou e sorriu perguntado sobre meu dia na escola.


Mas a cena escureceu, como se um eclipse tivesse impedido os raios de sol no meu sonho.


Minha mão não estava mais lá com seu sorriso confortador. Meu pai estava deitado imóvel num caixão de madeira escura e minha tia Clara segurava minha mão enquanto eu desabava em lágrimas, sob os olhares de minha família em minhas costas. Todos com olhos frios e lábios com linhas duras.


Eu soltei a mão de tia Clara e me senti caindo. Desabando. O abismo não tinha fim, mas uma coisa apareceu na escuridão. Minha mãe.


Mamãe esticou a mão para mim, mas estava tão longe que eu não conseguia pegar. Tudo mudou novamente e o som mais terrível de minha vida me fez acordar.


Já era dia e ainda estávamos em movimento, lágrimas trasbordavam dos meus olhos e eu suava. O sol me atingia por todos os lados. Limpei as lágrimas com as costas das mãos, o som do sonho, o som que matou para sempre minha felicidade, repetindo mil e mil vezes na minha cabeça.

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Notas finais do capítulo

Sejam sinceros, o que acharam?
Esqueci de explicar, todo capítulo vai ser de um ponto de vista diferente, no título do cap. vai ter quem narra. Quando for ao mesmo tempo do outro, eu aviso, ou quando for alguns dias, semanas depois.
Mandem seus comentários com o que acham, o próximo é do Edward! Quem ta animado?
Bites, Nanda.