Scorpius sentou-se no banquinho, e Rose ficou atrás dele:

-Você já entendeu o que vamos fazer?

-Não sou uma dessas acéfalas com quem você sai.

-Só para deixar claro, eu não vou sair com você depois disso. - ele disse, entre os dentes. Ela riu sem emoção.

-Achei que isso estivesse subentendido. - respondeu, quando começou a tocar-Do you hear me? I'm talking to you across the water, across the deep blue ocean, under the open sky. Oh my, baby I'm trying.

Rose respirou fundo, detestando cada momento:

-Boy I hear you in my dreams. I feel your whisper across the sea I keep you with me in my heart, you make it easier when life gets hard…

-Lucky I'm in love with my best friend
Lucky to have been where I have been
Lucky to be coming home again
Ohhhohhhohhhohhohhohhhohh

Tentaram seguir algum tipo de coreografia, e várias meninas suspiravam sobre como Scorpius era lindo. Menos Dominique, que brigava com James de novo. Rose o beliscou quando viu para onde estava olhando e lhe lançou um olhar do tipo “preste atenção na música, seu acéfalo idiota”.

- They don't know how long it takes, waiting for a love like this. Every time we say goodbye I wish we had one more kiss, I'll wait for you, I promise you I will…- ela continuous, tentando não parecer irritada. Como assim ele ficava encarando Dominique? Ele não via que ela não queria nada com ele? Não que Rose quisesse, claro.

Cantaram o refrão juntos, e ele continuava olhando na mesma direção. Ninguém nunca avisara que não se deve irritar ou desobedecer a uma ruiva... mas o que ela ia fazer?

-And so I'm sailing through the sea… To an island where we'll meet. You'll hear the music fill the air, I'll put a flower in your hair.

-Though the breezes through the trees, move so pretty, you're all I see. As the world keeps spinning round you hold me right here right now…

Cantaram de novo o refrão, e foram aplaudidos. Rose pensou seriamente em empurra-lo do palco, mas precisava de um plano mais elaborado. Afinal de contas, era Rose Jean Granger Weasley.

Dominique queria matar James. Nada de tão diferente, certo? Errado. Como ele tinha tido coragem de beija-la? E como ela conseguira gostar? Eles se odiavam. Desde sempre. Na verdade, desde que ele a chamou de “loira burra” quando tinham nove ou dez anos.

-Eu quero ouvir- protestou, enquanto ele afastava seu cabelo, colocando todo em um dos ombros- Tira a mão daí, James. Que coisa chata.

-Eu sei que você gosta, Domi- ele sorriu, voltando para o mesmo lugar.

Ela se segurou para não revirar os olhos, segundo Victorie isso dava rugas.

-Lily, pode me ajudar a matar seu irmão?

-Por que não admitem que se amam logo? Joguinhos são chaaatos. Aí vocês me deixam planejar o casamento! Vai ser lindo! Posso ser madrinha? Tipo, fada-madrinha?

Alvo segurou a irmã:

-Ela está bêbada.

Fred riu, olhando para Makayla que dançava como uma doida.

-Não é a única- riu.

Dominique pegou outro copo de alguma coisa qualquer:

-E você? Parece ter resistência.

Ela sorriu, mexendo o canudinho e colocando no canto da boca. James tentou não encara-la e pensar em como tinha sido bom beija-la e como seria bom fazer isso de novo.

-Talvez. Não bebi quase nada- ela fez um gesto, de impaciência.

-Não? Nenhum de vocês teriam se agarrado num palco se estivessem sóbrios. Aceitem a verdade. Somos um grupo de bêbados. - decretou Fred, engolindo o resto da sua própria bebida. - Viva, vamos brindar isso!

-O que exatamente, Fred?- perguntou Dominique, e desejou não o ter feito. O primo subiu em cima de uma mesa, tirando a atenção do palco onde uma garota do primeiro ano cantava Single Ladies.

-Um brinde ás bebidas!

-E as festas do Malfoy aqui!- Scorpius subiu numa mesa também.

-Um brinde à Forever 21!

-Por que vai brindar isso, Dominique?

-Sei lá, eu gosto da Forever 21.

-Okay. OUVIRAM ISSO, PESSOAL! Um brinde à Forever 21!- gritou James- E um brinde às garotas boas que se tornaram más essa noite!- ele piscou para Dominique, que revirou os olhos e resolveu subir na mesa também.

-Um brinde aos estúpidos, e à nós, as garotas que os aguentam!- também gritou, apontando para James e depois chegando perto dele- Estúpido.

-Linda, gostosa, a azeitona da minha empadinha.

-Eu detesto azeitonas. - comentou, fazendo Lily ficar de pé.

-COMO ASSIM? Um brinde às azeitonas!

-Um brinde aos brindes, pessoal!- finalizou uma Makayla cambaleante- UHU!

Rose observava a tudo em silêncio. Como sempre, ia sobrar para ela. Carregar todos para a casa dos Potters, já que Harry e Gina estavam num baile de caridade em New Jersey. Pelo menos ela saberia dizer o endereço.

Ás duas e quinze da manhã, chegavam em casa. Lily simplesmente se jogara no tapete da sala, completamente sem energia.

-O dia, hic, é uma criança.

Makayla (graças) havia pegado um táxi para casa, e agora a irmã mais nova devia estar cuidando dela. Era sempre assim, ela se embebedava depois de brigar com o namorado, ficava com uns cinco e pegava um táxi. Pobre Juliet.  Alvo e Scorpius, depois de ficarem com três garotas cada um, decidiram ir embora dormir. E a última vez que Rose viu James e Dominique, eles brigaram e James a beijou de novo. Noite legal aquela, foi seu último pensamento antes de dormir.

James sabia que não devia ter beijado Dominique de novo, mas era mais forte do que ele. Por mais estranho que fosse, ela não parecia fazer nenhuma objeção com os braços em torno do seu pescoço.

-O que estão fazendo?- Alvo gritou, enquanto um Scorpius um pouco irritado aparecia- Arrumem um quarto.

Dominique fuzilou James com os olhos. Ele sorriu, o típico sorriso de galã por qual todas as garotas eram caidinhas. Menos ela. Pois bem. Ele também não era caidinho pelo jeito que ela jogava os cabelos.

Por sua vez, Dominique queria ela mesma ir lá tirar aquele sorrisinho que- agora não adiantava negar- ela adorava. Fingiu estar com raiva dele:

-Vou dormir no quarto da Lily- disse, bocejando- Espero que ela tenha alguns pijamas que eu posso usar.

-Quarta gaveta- disse Alvo- Ah, qual é gente! Eu só sei disso porque era ali que ela escondia os Kit-Kats contrabandeados quando inventou de fazer uma dieta junto com a mamãe.

James segurou a porta. Ela deixou que ele se aproximasse e encostasse a testa na dela:

-Só uma noite seria muito errado?- perguntou, enquanto ela olhava dentro dos olhos dele. Dominique adorava os olhos dele. Eram tão... hipnotizantes. Balançou a cabeça.

-Não hoje- disse, dando um selinho nele. James se afastou.

-Isso pode ser considerado algum tipo de promessa?

Ela deu de ombros:

-Estamos bêbados.

-Eu não iria esquecer.

-Então... Talvez- encerrou, fechando a porta, antes se tirar a maquiagem (não, ela não iria deixar que algo como maquiagem estragasse sua pele perfeita) e deitar. Pensando no perfume do idiota do James. Sério, ele tinha que ser tão cheiroso?

James se trancou no quarto.

-Ah, Tony- falou, como sempre, com seu pôster do Homem de Ferro- Ela voltou. - não estava reconhecendo a si mesmo. Só conseguia pensar em Dominique. E não era irritante... era uma boa sensação.

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Gossip Girl. Net

Cheers, upper east sidders. Levantem seus copos, porque a noite de ontem merece isso. Será mesmo que eu vi um clima de romance (ou mais ou menos) entre D. e J.? Hum, não me decepcionem, garotos. Enquanto todos ficavam bêbados até caírem, tivemos alguns brindes enlouquecidos e uma R. muito irritada carregando os amigos para casa. Acreditem quando eu digo que aquela ali esconde o jogo. Bom, só nos resta esperar até o brunch dos Wood hoje, e o retorno triunfal da realeza. Tudo com muita classe, claro.

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Manhã seguinte, às 6:30, três horas antes do brunch dos Wood, cobertura Potter

Lily acordou com o celular vibrando. Uma mensagem. Dele. Sentou-se. Rose não estava mais na sala, provavelmente tinha saído para comprar algo para comerem. Estava segura, mas não queria nem pensar por quanto tempo continuaria tendo essa sorte.

“O que foi aquilo ontem, na festa? Senti sua falta. Podemos nos encontrar hoje? Por favor?

-NB”

Ela suspirou. Não poderia ir. Pensou em acabar com tudo, já tinham começado errado e sempre seria errado, por mais que ela gostasse dele. Tudo bem, ele não tinha mais namorada. E o que aconteceu ontem... Ela duvidava de sue compromisso. Começou a digitar um grande fora, mas não teve coragem de enviar.

“Amanhã. Brunch dos Wood hoje. Não fale comigo.

-LP”

Apagou as mensagens assim que escutou a porta se abrir, e uma ruiva cheia de sacolas apareceu.

-Lily? Você está acordada?

-Estou, Rose- respondeu e ouviu a prima reclamar de alguma coisa baixinho enquanto entrava na espaçosa cozinha dos Potters. Não que eles usassem a cozinha. Mary e Tinna, as duas empregadas, usavam a cozinha. Se um dia algum Potter aparecesse na enorme cozinha com pia de mármore, ou ele (a) estava bêbado ou algo grave tinha acontecido. Ou talvez fosse uma festa. Mas bem, James só tinha levado uma garota para a cozinha uma vez e por falta de opção.

Mas Rose Weasley era diferente. Sempre que estava por lá, ia à cozinha dar um “oi” para Mary e Tinna, que sempre cantarolavam algum sucesso dos anos 80.

-Mo chailín¹!- Mary, a irlandesa alta e gordinha que trabalhava a 20 anos para os Potters, cumprimentou Rose quando ela adentrou a cozinha com as sacolas- Tinna!- chamou a filha, que era estranhamente morena. Mas... não pergunte.

Tinna deu tchauzinho enquanto voltava a se concentrar separar as roupas para lavar e passar a pilha de roupas limpas.

-Mary, um cafezinho da manhã... Para cinco, sim? Preciso acordar meu primos...

-Outra festa ontem?

Rose assentiu:

-Não se preocupe, ninguém passou vergonha.

Mary apenas sorriu, abrindo as sacolas e começando a preparar o café. Quando uma Rose irritada voltou à sala, Lily já estava completamente de pé.

-Alguém mais acordou?- perguntou e a prima se limitou a balançar a cabeça em forma de negação.

-Eu estou péssima. E com olheiras imensas.

-Não está com olheiras, Lily, você dormiu quatro horas. Não é tão pouco assim. Eu dormi duas e meia.

-É pouco- protestou Lily, se jogando numa das poltronas fofinhas que a mãe fazia questão de manter perto da enorme janela com vista para o Central Park, e fechando os olhos.

Rose suspirou.

-Vamos acorda-los ou o que?

Lily deu de ombros:

-Ah, sei lá.

Mais uma vez, Rose suspirou. Era sempre ela que tinha que ser a responsável. Se dependesse de todos os outros, perderiam todos os compromissos que porventura tivessem no dia seguinte a uma grande festa. Dessa vez, não precisou fazer nada. Os outros quatro desciam as escadas, bocejando. Espera aí... Aqueles ali são James e Dominique? Rindo? Abraçados? O universo se invertera? Era tudo imaginação? Ah não. Ela bateu nele assim que viu que estavam sendo observados. Mesmo assim, era muito estranho.

-Bom dia, ruivas da minha vida!

-Cala a boca, James- disse Rose- E coloque uma camisa, Malfoy, vamos tomar café da manhã.

Ele riu:

-Te incomoda?

Rose provavelmente estava da cor dos seus cabelos:

-É uma questão de educação.

-Deixe de ser chata, Rose- interrompeu Lily, se levantando. Até que... ah, esquece. Ela já estava enrolada demais com garotos, e definitivamente não precisava de mais um.

-Por que vamos tomar café, se daqui a três horas vamos para um brunch?- perguntou Alvo, já se servindo de tudo um pouco.

-Porque estamos com fome?- arriscou Dominique, enchendo uma xícara de café. Geralmente preferia cappuccino, mas qualquer ressaca implorava por um café bem forte sem açúcar.

Alvo não respondeu. Estava ocupado demais devorando seu terceiro bacon, e o segundo ovo. Nada como o café da manhã.

-Como vocês acordaram? Sou sempre eu que tem que jogar um balde de água gelada em cada um...

-Hahaha, muito engraçado, Rose. Dominique tinha deixado o celular para despertar- respondeu James, e ela assentiu.

-Fiz isso antes de dormir.

-Cara, acordar escutando Demi Lovato é...

-É o que, Potter?

-Maravilhoso?

-Acho bom- finalizou o protótipo de discussão, e Rose e Lily se entreolharam. Hum. Estranho. Teriam que ter uma conversa séria com Dominique depois.

¹"minha criança"

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