Encrenca Em Dobro escrita por Ikuno Emiru


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Oi, galera!
Sei que dei um aviso há pouco tempo, dizendo que não escreveria mais, mas resolvi retornar! Talvez o próximo capítulo demore um pouquinho a sair, mas com certeza, ele vai sair!
Espero que curtam!



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– Senhorita! Senhorita Sakurai! – Escutei uma voz me chamar enquanto eu passeava sonolenta pelo corredor.

– Ah, oi, senhora... diretora! – Caramba, só agora percebi que não sei o nome dela. Eu deveria perguntar a Nathaniel assim que eu pudesse.

– Não tivemos muito tempo para conversar depois do incidente n a escadaria, mas eu acredito que a sua punição não foi suficiente. – Ela me encarou seriamente. – O que a senhorita fez é inadmissível para a escola e para uma representante de classe...

– Não, não diretora! – Eu a interrompi, já sabia o que ela iria me dizer – Mas eu ainda nem comecei...

– Você prejudicou a si mesma, Merui. Isso não é atitude de uma representante. – Ela disse e saiu andando para sua sala. Droga, droga, droga! O Nathaniel vai ficar tão decepcionado comigo, ele foi contra minha vingança desde sempre (embora ele tenha me ajudado...). Fui cabisbaixa em direção a sala de aula, quando sinto que esbarrei em algo. Em alguém, na verdade...

– O que há com essa cara triste?

– Você está preocupado comigo, Castiel? – Perguntei com um sorriso. Ele me olhou com desdém e tentou disfarçar.

– Claro que não!

– Ok, não vou discutir. – Torci meus lábios – Acabei de perder meu cargo de representante de classe. Eu nem havia começado, mas era uma oportunidade boa...

– Hm, não sei porque alguém iria querer isso! A diretora é uma preguiçosa que só sabe jogar os papeis em cima dos representantes, que felizmente aceitam isso. – Ele soltou um muxoxo.

– Ah, sei lá, deve ser divertido... menos convencer certas pessoas a assinarem uma folha de ausência. – Dei uma risada, ele tentou não sorrir e falhou duramente – Bom, se é tudo o que você tem a dizer, eu estou indo. – Dei um tchauzinho e fui para a sala.

A sala estava barulhenta, todos estavam conversando sem parar e eu só queria descansar. Deitei a cabeça na mesa e fechei os olhos...

– Senhorita Sakurai, ficarei feliz em te dar um travesseiro, se a senhorita quiser. – Huh, hm? Eu havia DORMIDO? Como isso foi acontecer? Agora eu me lembro... deitei a cabeça antes da aula e acabei dormindo. Mas por que ninguém me acordou antes da aula começar? Nem mesmo a Isis? É... parece que estou sozinha nessa.

– Um babador também! – Gritou um garoto que se sentava ao meu lado e a sala inteira riu. Dei um riso debochado e pedi as mais sinceras desculpas a professora, que pareceu aceitar de mau gosto. Achei que o dia começaria bem, mas aconteceu exatamente o oposto. Perdi meu cargo, dormi na aula, o que mais aconteceria comigo?

Terminada as aulas, fui até a escadaria para guardar meus materiais. Quando abri meu armário, encontrei um bloco de notas, como um caderno de anotações. O mais estranho é que eu não me lembro de ter esse bloco e só eu tenho a chave do meu armário. Como é que esse bloco veio parar aqui? Talvez eu devesse entregar a Nathaniel, ele deve encontrar o dono. Abracei o pequeno caderno e abri a porta da escadaria, mas acabei esbarrando em alguém. Me afastei um pouco e olhei para cima, encontrando a imagem de um garoto de cabelos brancos, com as pontas negras e as roupas características da Era Vitoriana.

– Ah, me desculpe. – Falei um pouco envergonhada. O rapaz me passava uma imagem séria, respeitável e superior, o que me fez me sentir diminuta.

Ele assentiu com a cabeça.

– O bloco que a senhorita tem em mãos é seu? – Olhei para o bloco e depois para o garoto. Eu podia ver perfeitamente em seu rosto que, por mais que ele estivesse na escadaria, a sua mente estava vagando em outro lugar. – Você o leu?

– Oh, não. Eu acabei de encontra-lo em meu armário e eu estou levando para o Nathaniel achar o dono para mim. Sei que parece meio estranho, talvez minha irmã tenha posto ali para me dar uma imagem errada... – Ele não saiu da frente da porta. – Não, não o li, não queria violar a privacidade de quem quer seja o dono.

Ele soltou a respiração, como se estivesse aliviado. Seus lábios se abriram em um sorriso e ele estendeu a mão para mim.

– Sou Lysandre e você encontrou o meu bloco de anotações.

– Ah, então você é o Lysandre! – Entreguei para ele. Ele pegou minha mão e a beijou, tive que fazer um esforço para não ficar boquiaberta. – Ouvi falar de você. Sou Merui.

– Merui... esse nome não me é estranho. – Ele disse e ficou encarando o nada.

– Você está bloqueando a porta. – Falei meio sem graça. Ele pensou um pouco antes de perceber a situação, então ele se desviou.

Que garoto... diferente! Ele é tão estranho, mas ao mesmo tempo consegue ser tão notável, respeitável e, minha nossa, calmo! Nathaniel havia me falado sobre ele quando achei que havia um fantasma na escola, ele me disse que ele e Castiel são amigos e que eles tem uma banda juntos, mas eu nunca imaginaria que ele fosse assim, já que ele é amigo do Castiel... eu esperava um garoto marrento, mau humorado, antissocial, rebelde, anarquista, delinquente, emancipado, sarcástico, com um senso de humor grande demais, bipolar, enfim, entre outras características parecidas com essas.

Eu estava andando pelo corredor, quando avistei Nathaniel saindo da sala dos representantes, apressei o passo para correr até ele, mas eu não contava com Aishe jogando seu estojo em mim e me fazendo cair.

– Eu te pego! – Quando percebi, meu rosto estava afundado no peito de Nathaniel, ele havia conseguido me segurar. Respirei fundo e sem querer senti o perfume de Nathaniel. Não era muito forte, pois ele era alérgico, era bem discreto, algo que você só sentiria se estivesse tão perto quanto eu... respirei seu perfume novamente, me sentindo embriagada pela fragrância. A mão de Nathaniel acariciou minhas costas, eu levantei meu rosto para encara-lo, ele estava sorrindo.

– Cheguei bem na hora, hein? – Ele deslizou o polegar por meu maxilar, eu queria falar, mas eu não encontrava palavras, não queria sair dos braços de Nathaniel, eu estava me sentindo tão confortável ali, era como se eu estivesse... Um puxão no meu ombro me fez acordar dos meus pensamentos, era Ambre, acompanhada de sua trupe e minha irmã.

– Olha, é melhor você parar de se jogar pra cima de meu irmão, hein? – Ela jogou o cabelo. – Ou então você vai se arrepender.

Pensei em falar algo, mas Nathaniel estava vendo tudo, então eu resolvi apenas ignorar e ir para qualquer outro lugar. Maldita Ambre, por que ela tinha que estragar tudo? Finalmente Aishe fez algo que preste, tenho que me lembrar de agradecê-la por isso. Fui para o pátio e montei em minha bicicleta, eu já estava saindo, quando Nathaniel apareceu ao meu lado.

– Merui!

– Que susto, Nath!

– Nath? Você me chamando de Nath? Isso é novidade.

– Foi a primeira coisa que me veio a cabeça. – Suspirei. – E aí, o que quer falar comigo?

– Ah, eu estou indo alimentar uns gatos de rua como sempre faço, achei que você pudesse vir comigo. – Ele colocou sua mão por cima da minha que estava segurando o guidão da bicicleta, meu olhar se desviou para ele. – E também quero saber porque a senhorita dormiu na aula.

– Quer saber porque eu estava correndo no corredor também? – Falei com sarcasmo, a minha sorte foi que Nathaniel estava de bom humor hoje, senão ele certamente entenderia errado.

– Mas é claro, é sempre bom saber algo sobre você. Vamos?

– Vamos. Sobe aqui na bicicleta, me diz onde é que eu te levo. – Bati a mão no banquinho desconfortável atrás da bicicleta, ele me deu um olhar e franziu a testa.

– Não, eu vou leva-la. – Ele deu uns tapas de leve em meu quadril para que eu saísse da bicicleta, eu o obedeci. Ele se sentou e eu me sentei no banco carona. – Se segura. – Abracei Nathaniel por trás e deitei minha cabeça em suas costas, sentindo o seu cheiro até o final da “viagem”.

Chegamos a um beco, ele estava vazio, eu não via gatos em lugar algum. Nathaniel pegou um saquinho com ração da cestinha da bicicleta e se ajoelhou no meio do beco. Ele colocou uma porção na mão e vários gatos começaram a aparecer. Os gatos pareciam gostar muito de Nathaniel, pois eles vinham aos montes, escalavam Nathaniel, rodeavam suas pernas e imploravam por sua atenção. Eu fiquei um bom tempo só olhando a cena, era tão pacífico ver Nathaniel fazendo outra coisa a não ser cuidar da estressante papelada. Ele olhou para mim com um sorriso.

Brincamos e alimentamos os gatos, Nathaniel se levantou e disse que era melhor ele me levar para casa, pois já estava ficando muito tarde.

– Acho melhor eu levar você para casa e depois eu volto, assim você não precisa andar! – Falei, ele balançou a cabeça negativamente.

– Não, não precisa! Eu não me importo de andar, é bom para pensar um pouco sozinho!

– Você sabe ser insistente, hein?! – Fingi uma irritação, ele fez um bico, o que foi totalmente inesperado.

Ele me levou para casa em minha bicicleta, nós nos despedimos e ele me esperou entrar no edifício para que ele fosse embora. Fui para o elevador e senti vontade de derreter ali mesmo. Fiquei lembrando de como ele estava confortável naquele lugar. Entrei no apartamento e minha mãe estava trabalhando no computador, ela olhou para mim e falou:

– Você tem chegado muito tarde ultimamente, hein, mocinha.

– Desculpa, mãe, o Nathaniel me chamou para brincar com uns gatos, eu não pude recusar, ele gosta tanto de gatos.

– Hm, nesse caso, não tem problema.



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Notas finais do capítulo

Não resisti e tive que por essa foto super fofa do Nath :3



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