Encrenca Em Dobro escrita por Ikuno Emiru


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Meninas, eu me diverti escrevendo esse capítulo, talvez eu até tenha que mudar a classificação para +16... :x
Vocês estão curiosas? Então leiam, mas por favor, não me matem!



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            O fim de semana finalmente chegou! Mas, infelizmente, eu estava atolada de deveres de casa. Me sentei na mesa e comecei a trabalhar... ou pelo menos tentar trabalhar. Aishe estava jogando Just Dance no volume máximo, minha mãe estava fofocando alto até demais no telefone, com tanto barulho, eu não conseguia me concentrar. Tentei esquecer de tudo  a minha volta e focar só nos deveres, tentei focar só naquela maldita matemática, mas eu não entendia. Então fui para história, estava fácil, o que me deixou insegura das minhas respostas. Tentei física e química, mas eu simplesmente não conseguia entender nada daquilo, era como se eu estivesse lendo grego. Deitei a cabeça na mesa e bufei, não havia nada que eu pudesse fazer, só adiar e adiar e esquecer dos deveres, irritando todos os professores. Eu estava sonhando acordada, quando a voz de minha mãe me trouxe de volta a realidade:

            – Merui, eu estou indo com sua irmã na rua, vamos voltar bem tarde. Você quer vir? – Minha mãe deixou o telefone de lado para me perguntar.

            – Ah não, mãe, eu estou atolada de deveres, tenho que fazê-los o mais cedo possível.

            – Ok então! Aishe, desliga essa coisa aí e venha. – Aishe correu para o lado de mamãe. – Eu comprei alguns biscoitos e chips, eles estão guardados no armário da cozinha. Não deixe de comer, Merui.

            – Tudo bem, mãe. – Fui até ela e a abracei, Aishe ficou me encarando de cara feia. É que ela é muito ciumenta, acha que a mãe é só dela...

            Assim que elas saíram, tentei fazer os deveres de física, química e matemática. Não consegui, então comecei a desenhar qualquer coisa nos papeis e aquilo seria a minha resposta. Se ao menos eu pudesse ter alguém para me ajudar... Uma ideia piscou em minha cabeça, ela estava saltitando em minha mente, a única coisa que eu podia fazer era dar ouvidos para ela. Disquei o número no celular, logo escutei sua voz suave de Nathaniel do outro lado do telefone.

            – Boa tarde, Merui. Espero que tenha um bom motivo para me ligar, estou fazendo as lições.

            – É exatamente por isso que eu estou ligando, imaginei que você estivesse trabalhando nelas também.

            Ele ficou em silêncio, continuei:

            – Como eu não estou entendendo um A da lição de exatas, imaginei que você pudesse vir aqui para fazermos juntos! Depois nós podemos fazer outra coisa.

            – Seria ótimo, é bom vê-la se preocupando com os deveres. Me dê um minuto. – Ele já não falava mais nada comigo, mas eu ainda podia escutar vozes no fundo, imaginei que ele estava falando com os pais dele. Tentei escutar um trecho qualquer da conversa, mas os sons eram incompreensíveis! – Merui?

            – Estou aqui!

            – Estou indo para aí agora, pode ser? Meus pais não me deixarão voltar muito tarde.

            – Yaaaay! Quanto antes, melhor! – Exclamei, animada – Dreamy, você é o melhor.

            – Eu sei, Rui, eu sei. – Pude escutar a risada dele antes do telefone ficar mudo.

            Voltei para o quarto para trocar meus pijamas e por uma roupa mais casual. Uma blusa regata justa com um short lilás, curto porém largo. Revisei os deveres feitos até que Nathaniel chegasse.

            – Chegou o seu salvador. – Nathaniel disse com aquele sorriso simpático. Ele estava usando uma de suas camisas de botão, sem a gravata, e uma calça jeans escura.

            – Achei que não vinha mais. – Brinquei, ele deu um riso debochado. – Venha, entre.

            – A Aishe não está aí não, né? – Ele já estava consciente do veneno da minha irmã, finalmente! Agora ele só precisava reconhecer como a irmã dele é uma verdadeira peste, mas isso não é hora de se pensar em Ambre.

            – Se ela estivesse aqui, ela provavelmente já teria te beijado ou algo assim.

            – Não seria uma má ideia. – Eu me virei boquiaberta para ele, ele olhou para mim, rindo. – Estou brincando!

            – Acho bom! – Ele entrou e nós sentamos a mesa. Nathaniel fez o possível para me explicar a matéria da melhor forma, percebi que era algo que ele gostava de fazer. A matéria estava bem complicada, tive que pedir para que ele repetisse algumas explicações, o que ele fez sem ao menos questionar. Levamos pelo menos uma hora para finalizar as lições e revisar as já feitas, descansamos um pouco antes de partimos para o “outra coisa”.

            – Venha aqui. – Eu o puxei pela manga de sua camisa, liguei meu X-box e tcharam, Just Dance! Nathaniel começou a rir.

            – O que foi? – Levantei uma sobrancelha. Ele estava rindo da minha escolha? Será que ele não gostava de vídeo games? O que era tão engraçado?

            – Eu sou muito bom nisso, você vai perder feio para mim.

            – Ah, é? Pois saiba que eu danço no nível difícil!

            – Saiba que eu também. – Meu queixo caiu, ele empurrou meu queixo de leve para que eu fechasse a boca.

            – Nunca imaginei que você dançasse... na verdade, nunca te imaginei fazendo nada além de estudar, estudar e estudar.

            – Vamos parar com essa enrolação e vamos direto ao que interessa. – Selecionei o nível difícil e primeiro fomos aquecendo, para depois escolhermos uma dança mais difícil. Eu, obviamente, estava na frente. Era tão bom ver a cara de espanto dele ao ver que meus pontos eram maiores que os dele! Estávamos levando tudo numa boa, então começamos a jogar danças de nível hardcore.

            – Engole essa, Nathaniel! – Exibi a minha pontuação na primeira parte da dança, que era bem alta por sinal. Mostrei a língua para ele.

            – Não me provoque, Merui Sakurai, não me provoque!

            Estava um calor daqueles! Sobre a minha blusa até a altura da cintura e fiquei me abanando. Nathaniel abria os botões de sua blusa de pouco a pouco, até ele ter desabotoado todos. Ele havia terminado sua primeira parte, então me posicionei para dançar de novo. Havia muitos movimentos com o quadril, rebolados, inclusive. Minha pontuação estava subindo rapidamente, eu estava prestes a passar Nathaniel, quando sinto as mãos dele tocarem minha cintura. Oi? O que ele estava fazendo? Tentando me atrasar? Isso é golpe baixo! O seu toque me confundiu, fazendo com que eu errasse vários passos. Visto que sua tática havia dado certo, ele deslizou seus dedos com leveza até meu quadril, fazendo cócegas e me dando arrepios. Nathaniel estava me seduzindo facilmente e ele parecia gostar disso. Ele ria, mas não de deboche, mas... ele deu um riso diferente... Minha pontuação já não aumentava mais, eu estava parando de dançar aos poucos, me perdendo nos toques de Nathaniel... E-eu estava gostando daquilo? Fato, mas eu não poderia deixar ele se safar nessa! Ou poderia? Sua respiração quente batia contra minha nuca, seu tronco nu e suado estava encostado ao meu corpo. Ele estava se saindo bem nessa, pois eu havia parado de dançar completamente, o que consequentemente me fez perder. Fiquei encarando a tela, até a hora do Freestyle, que me permitiu ver a cena em que eu estava... era como se eu estivesse completamente rendida a Nathaniel, como se a opção mais correta era me render e ficar em seus braços. Um sussurro de Nathaniel interrompeu meus pensamentos, sua voz continuava suave, mas estava diferente que de costume.

            – Você perdeu, Merui. – Ele pronunciou o meu nome bem lentamente.

            – É... perdi...  – Falei baixo. Nathaniel segurou meu quadril com firmeza e virou meu corpo de frente para o seu.

            – Você pode repetir isso? Eu não escutei. – Ele virou um pouco o rosto para escutar o que eu tinha a dizer.

            – Eu. Perdi. – Falei e fui me afastando, Nathaniel me puxou pelo pulso, me fazendo voltar.

            – Eu ganhei – seu rosto estava muito próximo ao meu – ganhadores merecem um prêmio – seu rosto estava mais perto, fitei seus olhos querendo fitar sua boca.

            – Talvez... – Sussurrei. Os lábios de Nathaniel estavam nos meus, eram macios, eram... eram... tudo o que eu queria. Nossos lábios estavam encaixados, oh, céus, ele iria me beijar? Nós iriamos nos beijar? Eu nunca havia feito isso antes, mas eu já li bastante livros... tudo o que eu tinha que fazer era seguir os movimentos dele, já que eu era totalmente inexperiente. Eu também havia de usar meus braços para fazer algum contato, então enlacei meus braços em seu pescoço. Suas mãos permaneceram em minha cintura, ele depositava carícias ali, me fazendo arrepiar de novo. Nathaniel deu um sorriso com seus lábios ainda nos meus ao perceber meu arrepio. Ele estava sendo paciente, como se ele quisesse desfrutar de cada parte de meus lábios. Ele traçou o contorno de meus lábios com sua língua e estremeci.

            – Está nervosa? – Ele sussurrou em minha boca.

            – Um pouco. – Sussurrei de volta, minha voz estava tremula.

            – Só feche seus olhos. – Eu obedeci e fechei meus olhos, me senti perdida e mais nervosa ainda, pois eu não saberia qual seria seu próximo movimento. Tentei pensar que não seria difícil, eu só teria que seguir os movimentos dele, eu não podia me acovardar e decepciona-lo (e a mim mesma). Eu estava enfim psicologicamente preparada para o que viria em seguida. Então a língua de Nathaniel adentrou minha boca delicadamente. Eu estava prestes a corresponde-lo, quando...


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Notas finais do capítulo

Nathaniel irresistível como sempre, hein? Não me matem! Haha



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