Encrenca Em Dobro escrita por Ikuno Emiru


Capítulo 19
Capítulo 19




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            – Nem se levante! – Minha mãe estava sentada do meu lado – Você não vai a aula hoje!

            – Mas o quê...? – Esfreguei as mãos nos olhos – Eu não posso faltar aula, mãe, o Nathaniel me mataria.

            – Ah, ah, como se o Nathaniel fosse o seu pai! – Ela brincou – Então levante-se logo, antes que o café da manhã acabe!  

            Quando cheguei na escola, todos ainda me encaravam, rindo, ok, isso já estava ficando enjoado! Eu já estava ficando cansada de ser o centro das atenções, mas eu tenho certeza de que isso só vai acabar quando Debrah estiver bem, bem longe de Sweet Amoris para sempre, mas eu não sabia quando isso aconteceria... e se de fato aconteceria. Eu havia me metido em encrenca sem pensar nas consequências e agora sinto uma pontinha de arrependimento... ou não! O que eu havia feito foi benéfico para várias pessoas, eu havia prevenido muitos de cair nas trapaças de Debrah e agora a única pessoa que caia nas armadilhas dela era eu! Mas eu havia várias pessoas ao meu lado que me ajudariam superar isso. Alguém interrompeu meus pensamentos ao pular em minha frente, era Armin! Ele estava sorridente, como sempre estava, parecia afim de conversar...

            – E ai, ouvi dizer que você levou um K.O ontem! – Ele tinha aquele sorrisinho simpático no rosto, havia muito tempo desde a última vez em que nos falamos, era bom ter sua companhia de novo. – Tive que ver o seu vídeo no youtube para acreditar que era verdade!

            – Ah, droga, então a Aishe não estava mentindo. – Suspirei. – Eu nunca fui boa de briga. – Confessei, e bom, era verdade.

            – Pois é, sua inexperiência está de prova naquele vídeo! Ah, se você quiser, eu te ensino a lutar boxe! Eu sou muito bom nisso.

            –Você não parece ser muito... esportista!

            – Não? Pois saiba que jogo tênis, baseball, golfe, boliche... e muitas outras coisas!

            – Hm... – Pensei. Quem sabe eu não deixava de ser uma fracote e medrosa desse jeito? Ajudaria bastante... – Quer saber? Eu não tenho nada a perder. Quando e onde podemos nos encontrar?

            – Você está falando sério? – Ele me abraçou com força, senti uma ponta de dor nas costas, mas não quis protestar e preocupar Armin – Hoje depois da aula na minha casa, está bom para você?

            – Está ótimo. – Dei um beijo em sua bochecha e seguimos em direções diferentes. Encontrei Rosalya enquanto ia a caminho na sala, começamos a conversar e acabamos mudando de rumo.

            – Rosa, eu quero conversar com você... é sobre o Nathaniel!

            – Iiih! Não vai me dizer que ele fez algo ruim com você? Vocês terminaram? – Ela ficou chocada.

            – Claro que não, boba! O que ele tem feito comigo... eu diria que é exatamente o oposto de ruim. – Dei uma risadinha, ela ficou boquiaberta. Rosa me puxou pelo braço e me levou a um lugar vazio

            – Conta agora!

            Contei a Rosa sobre o parque, apenas, pois sobre ele ter me vestido... era muito pessoal... Conhecendo Rosa, ela com certeza poria malícia na história!

            – No meio de um parque!? – Ela gritou. – Caramba, vocês são safados! Eu nunca imaginaria que o Nathaniel seria capaz disso.

            – Se você puder gritar mais alto, eu ficaria muito agradecida! – Ironizei – Mas ele não fez por... sacanagem... ele foi gentil, sempre pedindo a minha permissão, ele... foi romântico!

            – Oh, sei, o Leigh às vezes tem um surto de cavalheirismo, quando isso acontece, ele está sempre procurando me agradar, é sempre bom ser paparicada. – Ela deu uma risadinha. – É uma pena que isso não acontece com tanta frequência. Mas você me mantenha atualizada! E oh, sinto muito pela briga de ontem, mas eu soube que o Castiel ficou do seu lado e não do de Debrah.

            – Eu ouvi o meu nome? – Castiel surgiu do nada, o que me deu um baita susto.

            – Há quanto tempo você está aqui? O que você ouviu e escutou? – Meus olhos se arregalaram. E se... e se ele tivesse escutado sobre eu e o Nath? Uh, céus, isso não seria nada bom... ah, que vergonha, eu devia estar corando.

            – Ouvi “mas eu soube que..” e escutei “o Castiel”, depois daí, não prestei mais atenção, nem ouvi e nem escutei.

            – Bom, mas como você sabe, ouvir e escutar tem diferença... você por um acaso não ouviu mais nada... hm... nada mesmo?! – Continuei.

            – Você até que não é tão burrinha. – Ele deu aquele maldito sorriso de canto! – Mas não, não ouvi nada.

            – Ok... – Soltei a respiração – Melhor assim. O que você está fazendo aqui? – Perguntei com curiosidade.

            – Estou procurando o Lysandre, aquele cabeça de vento.

            – Ele deve estar procurando o bloco de notas dele. – Brinquei. 

            – Esse aqui? – Rosalya tirou um bloquinho do nada – Eu finalmente consegui tirar esse bloco das mãos dele, ele nunca deixa ninguém pegar, a não ser o Castiel. Ela abriu o bloco e começou a folhear – Escuta isso...

            – Rosa, eu não acho que seja uma boa ideia. Eu já tive esse bloco em mãos, mas nem ousei em abri-lo.

            – Eu concordo... – Castiel disse, mas já era tarde demais.

            “Sabe, essa paixão é como veneno,

            Eu preciso do seu corpo junto ao meu...

            O desejo me consome,

            Te tocar tornou-se vital para mim...”

            – Uau. – Eu e Castiel falamos ao mesmo tempo. – Isso sim é uma boa canção. – Castiel completou. – Agora me dê isso de volta – Ele avançou para cima de Rosa, mas ela jogou o bloco para mim. Tentei entrar na brincadeira e jogar o bloco para Rosa, mas Castiel segurou meus dois pulsos, como ele havia feito ontem, antes que eu pudesse fazer qualquer coisa. Deixei o bloco cair de minha mão e ele o pegou.

            – Você precisa me segurar pelos pulsos toda vez que nos encontramos? – Perguntei, meio incomodada.

            – Não, mas você continua criando circunstâncias em que “te segurar pelos pulsos” é preciso.

            – Bla, bla, bla. – Resmunguei e virei as costas.

            – Merui e a sua famosa mania de viver perigosamente. – Ele zombou enquanto eu saía da sala, então eu me lembrei daquele dia “eu não gosto que virem as costas para mim” e não pude evitar de rir.

            Fui para as aulas e hoje consegui me concentrar melhor, deve ser porque eu estava recebendo bastante apoio, apoios inesperados, quero dizer. As aulas passaram com uma rapidez incrível. Armin me cutucou no ombro no final da aula.

            – E aí, vamos?

            – Ah, sim, vamos! Antes eu vou dar uma passada na sala dos representantes para falar com Nathaniel. Quer vir comigo?

            – Sim, por que não?

            Quando entramos na sala, encontrei Melody nos braços de Nathaniel, ela parecia estar chorando, Nathaniel por sua vez, dava leves batidas nas costas de Melody. Fiquei meio incomodada com aquela cena, sabendo que Melody havia uma paixãozinha pelo meu namorado. Saí da sala antes que Nathaniel me visse.

            – Então... podemos ir? – Apertei meus punhos e olhei para Armin. Ele soltou uma risada antes de me segurar pela mão e sair correndo.

            – Essa é a Merui que eu conheço!   


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