Encrenca Em Dobro escrita por Ikuno Emiru


Capítulo 20
Capítulo 20


Notas iniciais do capítulo

Sinto que a história não está progredindo...
:(



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            Na casa de Armin, a primeira coisa que ele fez foi correr para o seu quarto para mudar a sua roupa, ele me pediu educadamente para que eu o esperasse na sala. Eu o fiz. Fiquei imaginando onde é que nós treinaríamos boxe, já que o apartamento não parecia ter um bom espaço para isso. Comecei a andar de um lado para o outro pela sala, apenas por curiosidade, encontrei várias fotos dele e de Alexy juntos quando pequenos. Se não fosse pelos olhos, eu não conseguiria distinguir um do outro, juro! Quando Armin voltou, ele apenas usando uns shorts pretos largos que batiam nos joelhos, umas ombreiras marrons e seu lenço rotineiro. Ele também usava umas luvas pretas, deixando apenas os dedos de fora.

            – Uau, que preparação! – Exclamei – E aí, onde vamos treinar?

            – Aqui mesmo. – Ele foi para frente da tv, ligou seu Nintendo Wii e pegou dois controles. Espera aí, ele estava fazendo o que eu estava pensando? A tv ligou e ele estava selecionando “boxe” nas opções de jogos. Eu queria esconder meu rosto nas mãos, mas eu estava tão incrédula que eu não conseguiria fazer isso. Eu estava piscando, tentei até me beliscar para ver se era verdade, mas bem, era sim! – Está pronta? – A voz de Armin foi o que me trouxe de volta a realidade.

            – Você está brincando comigo, não é? – Perguntei.

            – Claro que não. Qual é o problema? Você acha que o boxe do Wii não é tão efetivo quando o boxe de verdade?

            – SIM?! – Falei mais alto do que eu desejava, ele continuou sem entender. Achei incrível como ele conseguia se sentir confuso em relação a isso. – Ah, eu não tenho nada a perder. – Repeti a frase mais uma vez, mas realmente, eu não tinha nada a perder. Me posicionei ao lado de Armin. – E aí, como é que eu faço?

            – Oba! – Armin foi para trás de mim e me posicionou na frente do sensor de movimento, ele me entregou os dois controles e certificou-se de que eles estavam bem presos aos meus pulsos. – Você só precisa jogar seus braços para frente, como se você estivesse socando alguém repetidamente. – Ele reproduziu os movimentos ao meu lado.

            – Eu nunca soquei ninguém repetidamente. – Segurei os controles com firmeza e tentei imita-lo, mas eu simplesmente acabei perdendo.

            – Não, Merui, você está fazendo errado. Deixe-me te mostrar! – Ele meio que me abraçou por trás. Seus braços estavam por cima dos meus, ele segurava os controles por cima de minhas mãos. Ele começou a movimentar nossos braços devagar. – É assim... – Ele sussurrou perto do meu ouvido, eu me arrepiei toda. Ops... – Ele continuou a fazer as movimentações, mas mais rápido, até que ele me soltou, me deixando fazer tudo sozinha.

            – Muito bom, muito bom! – Eu olhei para o seu rosto, ainda dando socos no vento, ele sorria. Voltei a me concentrar na TV e senti as mãos de Armin em meu quadril. – Você devia deixar as pernas mais afastadas quando faz isso. – Ele desceu as mãos por minha silhueta, dei alguns passos para frente para tentar me livrar de suas mãos.

            – Assim? – Afastei um pouquinho só minhas pernas e continuei a socar.

            – Uhum! – Ele pegou mais outros dois controles. – Agora vamos ver se você está mesmo boa!

            Nós passamos pelo menos uns 30 minutos lutando um com o outro, apesar dos “incidentes” anteriores.

            – Eu preciso ir agora. – Deixei os controles onde estavam antes. – Não me serviu muito, mas pelo menos foi divertido, eu pude esfriar minha cabeça. Obrigada. – Eu já estava me dirigindo a porta, quando Armin se pôs a falar:

            – E eu não ganho um abraço por isso?

            – Mas você está todo suado!

            – E você também!

            – Ah, que se dane! – Falei e voltei para perto dele. Ele me deu um abraço apertado, mas, mais longo do que eu esperava. As mãos dele percorreram minhas costas e pararam em minha cintura. Inesperadamente, senti os lábios de Armin roçarem contra meu lóbulo.

            – Você não sabe por quanto tempo esperei por isso. – Ele sussurrou suavemente em meu ouvido. Tentei me desvencilhar de seu abraço, mas ele me segurou com força. A sua boca beijava meu pescoço, eu estava arrepiada, mas eu me sentia péssima... eu tenho um namorado! Se isso fosse mais adiante, seria traição! Coloquei minhas mãos sobre o peito nu de Armin e tentei empurra-lo, mas de nada adiantou. – Só me dê um beijo, Merui. É tudo o que eu peço. – Ele me encarava, seus lábios estavam prestes a tocar os meus, eu afastei o meu rosto.

            – Armin, pare com isso, eu tenho namorado e eu não quero te beijar! – Ele ignorou e avançou novamente. Pressionei meus lábios um contra os outros com propósito de escondê-los, mas Armin continou avançando. Dei alguns tapas no seu peito, mas ele nada fez... não me restou outra solução... coloquei minha perna no meio das suas, estrategicamente, e então usei meu joelho para acertar suas partes baixas com toda a força que pude. Ele me soltou na hora e caiu no chão, recolhi minhas coisas e corri para a porta.

            – É uma pena que isso não funcione com garotas. – Falei comigo mesma e corri para fora daquele lugar. Fiquei imaginando de Alexy chegasse e interpretasse aquilo mau... meu namoro, com certeza, iria a merda. Corri de volta para a escola, na esperança de que Nathaniel ainda estivesse lá. Peguei o celular e liguei para ele, ainda enquanto eu corria.

            – Merui? Onde você está?

            – Correndo de volta para a escola, e você, onde está?

            – Saindo da escola. – Eu me distraí e passei direto por Nathaniel, tive que voltar até ele. Desliguei o celular.

            – O que houve? Por que você estava correndo? Por que não me avisou que havia ido embora?

            – Por que você estava abraçando Melody? – Não pude evitar de perguntar. Se ele estava me fazendo aquele mar de questionamentos, eu certamente tinha o direito de fazer o mesmo. – Eu fui à casa do Armin, crente de que ele me ensinaria boxe, mas acabou que ele só sabia jogar boxe no Wii dele.

            – Por que diabos você queria aprender boxe? – Ele ignorou completamente a minha pergunta. – Da última vez que você jogou videogames com alguém – ele apontou para ele mesmo – nós acabamos quase nos beijando e, consequentemente, namorando. – Ele sorriu e em seguida riu, cara, eu não queria estragar o sorriso dele daquele jeito, mas foi preciso.

            – E isso explica a correria.

            – Desculpe-me? Você pode me explicar direito? – Ele estava piscando, tentando entender o que eu havia acabado de dizer.

            – Acontece que Armin tentou me beijar, mas aí eu chutei suas partes baixas e consegui escapar.

            – Como... ele tentou te beijar? Você conseguiu escapar? Eu quero detalhes disso, por favor. – Ele cruzou os braços.

            – Ela te abraçou. Você a abraçou de volta. Como ela foi parar nos seus braços? – Zombei de Nathaniel. – Ele me pediu um abraço, normal, não era a primeira vez que ele me pedia isso, então eu o abracei, mas daí ele continuou me prendendo nos braços dele e depois tentou me beijar. Agora você pode me explicar sobre Melody, por favor?

            – Eu não estou convencido, Merui. A Melody apenas estava triste por ter brigado com seus pais, mas ela chegou me abraçando, tudo o que eu pude fazer foi abraça-la de volta! Ela estava precisando...

            – AH! O Armin “só pediu por um beijo”, mas quem disse que eu dei? – Soltei um muxoxo, Nathaniel me olhava, cético.

            – São coisas TOTALMENTE diferentes!

            – Claro que não! Você deu a ela o que ela queria, já eu não.

            – Ok, Merui, eu vou para casa e vou fingir que não tivemos essa discussão ridícula.

            – E de lá você vai ligar para Melody, pedindo um abraço? – As palavras saíram da minha boca e eu já havia me arrependido de ter dito aquilo, não esperei Nathaniel responder, apenas saí correndo na direção da minha própria casa.


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