Feet, don’t fail me now

Take me to the finish line

Oh, my heart, it breaks every step that I take

But I’m hoping at the gates

They’ll tell me that you’re mine

                A cada passo que Hermione dava, ela sentia uma espécie de vertigem, como se estivesse andando em uma corda bamba, e a qualquer momento ela pudesse cair para a morte. Mas ela se sentia segura ao lado de Draco, que segura sua mão. E ela sabia que não ia cair. Ele estava do seu lado.

Walking through the city streets

Is it by mistake or design?

I feel so alone on a Friday night

Can you make it feel like home?

If I tell you you’re mine?

It’s like I told you, honey

                Hermione e Draco pararam embaixo de uma árvore com grandes e compridas raízes, Draco segurou suas duas mãos. Seus olhos cor de aço estavam cintilando ao reflexo da lua. Era como se ela estivesse vendo aqueles olhos pela primeira vez de verdade, no trem, a caminho de Hogwarts depois do Natal, no começo do ano. Só nesse momento, ela percebeu que andava tão sozinha. Ela se sentia tão vazia sem Draco.

                - Você é minha. Só minha, entendeu? Não posso deixar você ficar com aquele Ben, entende? É por isso que eu fiquei assim, mas, sem você, eu não sou nada. Nada. – ele sussurrou, apertando as mãos dela contra o seu peito, onde batia seu coração.

Don’t make me sad. Don’t make me cry

Sometimes love is not enough

And the road gets tough, I don’t know why

       - Mas você também me machucou, Draco. Eu acho que você também deve pedir perdão. – Hermione admitiu, se sentindo triste, sem saber por quê. Draco acariciou o rosto de Hermione.

        - Eu te amo. Quando você vai entender isso? Eu sempre te amei, e eu nunca vou te deixar triste novamente. Eu tenho que te contar uma coisa. Prometa que não vai chorar. Às vezes, as coisas ficam difíceis, mas sempre há um jeito de resolvê-las.

Keep making me laugh

Let’s go get high

The road is long, we carry on

Try to have fun in the meantime

                Hermione sorriu. Ela queria poder acreditar.

                -O que está acontecendo? – Draco sorriu tristemente. – Por favor, não é algo ruim, é? O que aconteceu? Tem alguma coisa a ver com... – o olhar triste de Draco a fez parar. Ela segurou a mão de Draco. – Me diga. O que aconteceu?

                - Qualquer coisa que aconteça, Hermione, lembre-se de que eu a amo, e nada vai mudar isso. Não leve isso com você como um fardo, está bem? – Então, de repente, eles sentiram pingos de chuva em seus rostos. Em alguns minutos a chuva ficara mais forte, e Draco e Hermione estavam encharcados. Draco riu para amenizar o clima, e abraçou Hermione.

Come and take a walk on the wild side

Let me kiss you hard in the pouring rain

You like your girls insane

                Subitamente, e no meio daquela chuva, Draco a beijou. Era o seu terceiro beijo. E ela retribuiu com paixão. Enrolou os braços no pescoço de Draco, que a segurou pela cintura. A chuva caía dentro de sua boca, mas ela não se importava. Ela queria que aquilo não acabasse. Esse era seu único desejo.

                Seu beijo era como uma droga. Viciante e desejável. Ela se sentiu vulnerável, e ao mesmo tempo, segura, ao seu lado. Colou seu corpo ao dele, e o beijou mais intensamente. Sentiu seu cheiro de maçãs, pergaminho novo e amêndoas. Sua boca tinha gosto do chiclete do Dedos de Mel, e ela queria continuar ali, para sempre. Nunca cansaria daquela sensação.

Choose your last words

This is the last time

‘Cause you and I, we were born to die

                Draco a soltou, e encostou a testa na sua, olhando-a como se fosse a última vez.

                -Hermione – ele a chamou. – Eu vou embora. – ele beijou-a novamente, brevemente. – Eu te amo. Mas eu tenho que partir. Há uma guerra por vir, e eu não tenho escolha.

                - Não. – Hermione afirmou. – NÃO! – ela gritou trêmula, apertando as mãos contra o peito de Malfoy. – Você está mentindo! – ela começou a chorar.

                - Talvez eu não sobreviva, Hermione. Ouça-me. – ele segurou o seu queixo trêmulo. – Mas se eu sobreviver, eu volto. Por você. – Hermione o abraçou e chorou como nunca chorara antes. Ela queria morrer, e ela iria morrer se Draco morresse.

Lost but now I am found

I can see but once I was blind

I was so confused as a little child

Tried to take what I could get

Scared that I couldn’t find

All the answers, honey

                Hermione chorou e chorou, e Draco a abraçou com carinho, esperando as suas palavras se tornarem realidade. Ouviram um estouro, e um baque. Alunos e professores saíram do Salão, cobrindo suas cabeças, para ver o que estava acontecendo. Hermione correu com Draco para o lugar onde todos se amontoavam. Ali jazia o diretor Alvo Dumbledore, o que fez Hermione chorar mais.

                De repente, Draco não estava mais ali. Ela viu sua silhueta descer a encosta e seguir um grupo de pessoas que se esgueiravam para os portões. Ele estava partindo. Esvaindo de suas mãos. Como fumaça.

                - NÃO! – Hermione gritou, jogando-se ao chão e mergulhando em lágrimas. Ela queria desesperadamente voltar no tempo, e abraçar Draco para que ele nunca fosse embora. Ela ruminou a ideia de correr atrás dele, mas ela não tinha condições.

                Muito longe dali, além de Hogsmeade, além dos terrenos que Hogwarts ocupava, o jovem Draco Malfoy chorava em seu quarto. Era a segunda vez que o fazia em meses. Muitos dizem que homem que chora é covarde, mas Draco não se importa com isso no exato momento. Ele está encostado na parede fria de seu quarto, na Mansão dos Malfoy, agarrado a uma foto amarelada de uma jovem garota, com um sorriso radiante, e cabelos cheios cor de chocolate. Seus olhos sorriam para foto, e Draco queria acreditar que veria aquele sorriso novamente. Em breve.