Um Necromante No Meu Quintal escrita por Mel Devas


Capítulo 3
Um Carrapato Funesto


Notas iniciais do capítulo

Então, não sei como o capítulo saiu, se estou forçando as coisas... x.x Mas espero que gostem!!



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- Com contrato você quis dizer que vendi minha alma pra você e que vou sofrer pelo resto da minha vida e ser mandada pro inferno quando morrer?

- Não sei. Nunca fiz um contrato antes. Mas é bem possível. – Ele respondeu, impassível.

- Mas... Quando foi que eu fiz o contrato?

- Sabe a hora que a gente se cheirou?

- Ahn? Ah, sim! O que é que tem?

- Foi aí.

- Que tipo de contrato é esse?? – Reclamei, quase gritando. – Contrato do Cafungo? É isso?

- Mais ou menos... É igual aos cachorros que se cheiram ao se conhecer, formando um vínculo. – Ele filosofou.

- E como você sabe sobre cachorros? Não me parece que você já saiu daqui alguma vez.

- Os antigos moradores daqui tinham dois... Eles morreram, mas consegui aproveitar as partes de um. – Ele apontou para o rabo de Teddy.

- O-o quê aconteceu com eles?

- Pelo que entendi foram atropelados por um tubarão voador. – Deu de ombros.

- Um tubarão... voador?? – Repeti, tentando assimilar o caso em minha mente.

- Quer que eu desenhe? – Ele perguntou inocentemente. Sacudi a cabeça em negativa, não valia a pena tentar entender um sonho maluco.

- Arrg!!! Quer saber? – Resmunguei. – Esse sonho já me encheu, vou voltar ao meu quarto e acordar como nada tivesse acontecido.

- Sonho?? Então é esse o nome disso tudo?

- É. Exato. Agora, se me der licença... – Eu agarrei meu cobertor e me levantei, indo pro meu quarto.

Adrian levantou-se, espreguiçando e pude perceber que ele era bem mais alto do que eu, mas enquanto eu observava isso a próxima ação dele me aborreceu.

- Ahhn?? Por que está me seguindo.

- Quero saber como se faz pra interromper esse “sonho” – Ele proferiu a última palavra como se fosse uma coisa totalmente misteriosa.

- Sonho ou não, você NÃO vai me seguir até o meu quarto.

Ele sentou-se de novo, como que desistindo, e eu, triunfante, cheguei ao meu quarto sem nenhum stalker-que-também-é-um-feiticeiro-dos-mortos.

Depois de bem enrolada na minha cama, apaguei na hora, agradecida.


--x—


Acordei com uma sensação estranha, aparentemente ainda era noite e a Lua já havia ido embora, virei de lado e a sensação pareceu mais forte. O único problema é que eu não enxergava nem o meu nariz, peguei meu celular e iluminei minha frente, deixando a vista os olhos mais arregaladamente pretos que já vi na minha vida.

- A-ADRIAN??? – Exclamei, ele só ergueu uma sobrancelha de resposta. Provavelmente não ouvia nada por causa do vidro grosso da janela que nos separava.

Ele estava deitado – com folga – no peitoril da janela, usando a cabeça de Teddy como travesseiro – acho que se substituíssem por uma pedra com pregos espetados ele não sentiria diferença – abriu um leve e franco sorriso quando viu minha cara de espanto. Guardei o meu celular e virei de costas de novo para dormir.

Não deu um minuto e olhei de novo para a janela, onde Adrian me encarava inexpressivo, como sempre. Abri a janela.

- Não está frio aí?

- O que é frio??

- Frio é... Ah, esquece!! Faz tremer, é a única coisa que você precisa saber. Entre, vou arranjar um lugar para você dormir.

- Eu posso?

- Não, imagina... – Revirei os olhos. – Estou convidando pra te transformar em espetinho de carne.

- Então você quer mesmo me comer!! – Ele se afastou, assustado.

- Claro que não!! Era só sarcasmo.

- Sar... quê?

- Nada. – Segurei o seu braço e o puxei para dentro. – Nossa, você está congelando!!! – Peguei o meu cobertor e enrolei ele dentro.

- Congelando?

- Quase que a mesma coisa que frio.

- Mas não estou tremendo... Quer dizer que não sinto frio?

- Talvez... Agora deite aí e vamos dormir. – Apontei pra minha cama e me virei para o armário para pegar cobertores e almofadas novas e a arrumar no tapete para mim.

Depois de me acomodar bem, me virei para a cama.

- Boa noite, Ad- O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO AQUI?? – Exclamei ao vê-lo deitado ao meu lado.

- O mesmo que você. – Respondeu, como se fosse óbvio.

- Não, não, não!!! Você tem que dormir ali!!! – Apontei minha cama.

- É longe demais...

- Longe de onde?? Não tem nem dois metros separando!!

- Longe de você.

Eu me calei e encarei Adrian com uma cara de “Que porra é essa?” e, pela primeira vez, ele entendeu o recado.

- O contrato. – Explicou. – Incomoda quando fico longe de você.

- Mas são só dois metros.

- Incomoda mesmo assim. Não é, Teddy?

- Auuuu!!

- Não enfia o Teddy nisso, Adrian!! – O repreendi.

- Não é como se eu pudesse evitar o contrato...

- Como se desfaz o contrato?

- Também não sei, mas posso tentar descobrir... – Ele meneou a cabeça.

- Promete?

- Sim. – Ele respondeu com a calma de sempre.

Levantei de um salto e comecei a arrumar minha cama. Se ele não ia sair do meu pé de qualquer jeito, que eu pelo menos dormisse num local macio!!! Obviamente, Adrian foi atrás.

- Não ouse fazer nada, ok?? – Eu disse quando nos deitamos.

- Fazer o quê?

- Sei lá, o que passar na sua mente. Só NÃO faça.


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Notas finais do capítulo

Fafadinhos!!! Não deu nem 3 capítulos e já é assim??!!! /apanha

Enfim, espero muito que tenham gostado e sua opinião é muito importante pra mim o/ Nos vemos no próximo capítulo >www